Vivei sempre alegres, orai sem cessar...
1 – Há alegrias que cristalizam o momento: a vitória do nosso clube ou do nosso partido, o acertar em alguns números do euromilhões e ganhar € 12,75, uma raspadinha com € 8,00, o placard que nos permite oferecer um jantar aos amigos, um peça de roupa que comprámos, o regresso da série de televisão que seguimos atentamente, o animal de estimação que voltou para junto de nós.
Se não tivermos nenhuma patologia, as verdadeiras alegrias: a saúde, a paz em família e no trabalho, um familiar que recuperou a saúde, um amigo que visitamos ou que nos visita.
A ALEGRIA deste domingo preenche-se de Deus, que na Sua infinita Sabedoria e no Seu Amor infindo, nos dá o Seu Filho bem Amado, para nos preencher de alegria.
2 – «Vivei sempre alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias, pois é esta a vontade de Deus a vosso respeito em Cristo Jesus. Não apagueis o Espírito, não desprezeis os dons proféticos; mas avaliai tudo, conservando o que for bom».
Alegria comprometida com o bem, como acentua São Paulo à comunidade de Tessalónica: «Afastai-vos de toda a espécie de mal. O Deus da paz vos santifique totalmente, para que todo o vosso se conserve irrepreensível para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo».
Deus não nos falta com a Sua benevolência. Procuremos manter acesa a chama da fé, de uma fé que brilha com as obras, com a prática da caridade.
O profeta do Advento, Isaías, diz-nos os motivos do júbilo: «O espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu e me enviou a anunciar a boa nova aos pobres, a curar os corações atribulados, a proclamar a redenção aos cativos e a liberdade aos prisioneiros, a promulgar o ano da graça do Senhor». Palavras que Jesus assumirá como Suas na Sinagoga de Nazaré.
3 – Como salmo é-nos servido o Magnificat, que se vislumbra em Isaías e composto por Maria na visitação à Sua prima Santa Isabel: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas… Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu-os de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia».
Isabel revela-nos a alegria de João Batista: mal que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino exultou de alegria no meu seio, bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do ventre!
Maria, por sua vez, exclama a alegria porque nela Deus traduz a história da salvação, levando à plenitude as maravilhas que vinha manifestando ao longo do tempo. Com efeito, Maria deixa que através dela Deus possa mostrar-Se no Seu esplendor e na maior das maravilhas, a vinda do Seu Filho Unigénito para ser Um de nós, Um connosco. O Filho de Deus já está em advento no Seu seio virginal.
A presença do Filho de Deus congrega as maiores alegrias, mas como Se esconde na humanidade, teremos que O encontrar no cuidado aos que Deus coloca (precisamente) ao nosso cuidado.
4 – O primeiro encontro de Jesus e de João sublinha a alegria, a certeza que as maravilhas do Senhor Deus serão plenizadas, pois o coração do Seu Amado Filho já palpita como coração humano.
Passados mais ou menos 30 anos, quase estranhos e desconhecidos, Jesus e João voltam a encontrar-se. Talvez houvesse alguma intuição e alguma memória longínqua de encontros passados. Mas agora o tempo é novo, há uma nova "estrela" a brilhar, no caso o Sol que não tem ocaso. João veio como Precursor, mas no encontro com Jesus dá-se conta que a sua missão chegou ao fim, pois era provisória, ainda que seja incrustada à missão de Jesus. Por outras palavras, uma única missão: espalhar a Boa Nova que é Jesus, ora como promessa, para os que vieram antes, como realidade temporal e histórica na pessoa de Jesus, como concretização espiritual, sacramental e histórica para os que virão depois da Sua morte e ressurreição.
REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço