Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura...
«Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura».
«Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos... Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado»
Dois momentos significativos que nos mostram a figura de São José pelos olhos de Maria e pelos olhos de Jesus e nos fazem compreender a paternidade de Deus.
Pelos olhos de Maria, na subida ao Templo de Jerusalém (Lc 2, 41-51), à festa da Páscoa, quando Jesus tinha 12 anos, José é um Pai cuidadoso, preocupado, cumprindo a sua missão de Pai, levando a família a celebrar uma das festas mais importantes do Judaísmo, deixando-se entrever que era o proceder habitual da família de Nazaré. José tem a responsabilidade de cuidar da esposa e do filho, da segurança na viagem e dos víveres. Maria fala-nos da sua aflição e da aflição de José, em busca do filho que se perdeu ou se encontrou no Templo. Maria e José, depois de toda a caminhada, do cansaço, do padecimento, não perdem tempo a gritar com o filho, dizem-lhe que O amam, e perguntam-lhe se compreende como o coração dos pais fica apertadinho quando não sabem dos filhos.
Pelos olhos de Jesus, na parábola do Filho Pródigo, onde se vislumbram as impressões digitais de São José como Pai de Jesus, atento, cuidadoso, que confia no filho e respeita a sua liberdade e o seu espaço, que comunica elevada dose de amor, de carinho, de proximidade, de compreensão, que está pronto a celebrar a vida com a família. Os traços que caracterizam Deus como Pai inspiram-se na figura de São José, que assume, em casa, na vida de Jesus, uma paternidade firme, trabalhadora, responsável, suficientemente próximo e amigo, atento ao crescimento de Jesus, passando-lhe pouco a pouco as responsabilidades de cuidar da casa, sem se desligar dos deveres na comunidade e na história de Israel. Um dia Jesus poderá facilmente concluir que a família é muito mais que a soma dos membros com ligações sanguíneas, mas estrutura-se, alimenta-se e fortalece-se com os laços de caridade.
Os filhos não precisam de pais super-heróis, mas de pais normais, que choram e riem, que brincam, que afagam e repreendem, que escutam. O mais importante não é ser um pai perfeito, mas ser um pai presente, ativo, interventivo, amigo sem deixar de ser pai, que desafia o filho a fazer o melhor, mas que abraça quando a vida não segue nos carris, que alerta sem querer ter razão…
Textos para a Eucaristia: 2 Sam 7, 4-5a. 12-14a. 16; Rom 4, 13. 16-18. 22; Mt 1, 16. 18-21. 24a ou Lc 2, 41-51a.
Reflexão completa na página da Paróquia de Tabuaço
e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.