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"Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo. Venho em Seu nome par alimentar a chama de amor fraterno que arde em cada coração... Cristo abre espaço para eles porque sabe que energia alguma pode ser mais potente que aquela que se desprende do coração dos jovens quando conquistados pela experiência da Sua amizade. Cristo bota fé nos jovens e confia-lhes o futuro da sua própria causa, ide e fazei discípulos, ide para além das fronteiras do que é humanamente possível e criem um mundo de irmãos... também os jovens botam fé em Cristo... a juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo... os braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira..."
Estivemos lá.
14 de maio de 2010, Eucaristia presidida pelo Papa Bento XVI, no Porto, no âmbito da Viagem Pastoral a Portugal. Magnífica interpretação do Salmo 112, na Festa de São Matias. Apesar do som menos conseguido, derivado à captação, vale a pena escutar...
Ainda que o português não seja uma língua oficial da ONU (...), Bento XVI deu em África um contributo inquestionável para a sua divulgação e afirmação internacional
Bento XVI foi ao Benim levar uma mensagem de esperança num continente que ainda não aprendeu a confiar nas suas próprias capacidades e no potencial que tem para participar ativamente na construção de um novo mundo – embora esse estado de coisas seja mantido, também, por pressões externas, de quem lucra com o subdesenvolvimento e o amesquinhamento dos africanos.
Relativamente ignorada pelos media nacionais, a visita confirmou o português como uma língua da Igreja, particularmente em África, onde o testemunho de milhares de missionários foi homenageado pelo Papa.
O Benim conserva ainda uma fortaleza portuguesa, precisamente numa das duas cidades que foram visitadas, na ‘costa dos escravos’, memória histórica daquilo que, de pior, a humanidade é capaz, mas, acima de tudo, um alerta para as novas escravaturas e formas de colonialismo (incluindo o dos mercados) a que o novo documento papal – um verdadeiro mapa para o futuro da Igreja africana – aludiu.
Ainda que o português não seja uma língua oficial da ONU, por enquanto, Bento XVI deu em África um contributo inquestionável para a sua divulgação e afirmação internacional. O Benim - berço do vudu, como foi por várias vezes designado -, recebeu o Papa com o respeito devido aos mais velhos, nas culturas africanas, como um sábio que trouxe palavras de paz e apelos à reconciliação, essenciais para que o futuro possa ser diferente das guerras e crises que marcaram a África pós-independências.
O clima foi, em vários momentos, muito semelhante ao célebre mundial de futebol da África do Sul (o das vuvuzelas), com cantos e manifestações constantes de quem esperava para ver Bento XVI, nem que fosse de passagem.
A resposta do Papa, que valorizou por diversas vezes a “tradição” africana, esteve à altura das circunstâncias e pode servir como ponto de referência para um diálogo nem sempre bem conseguido com a modernidade, que saiba promover a interculturalidade e a coexistência pacífica entre os povos de África, com as suas várias religiões.
Octávio Carmo, Editorial da Agência Ecclesia.
Num mundo de imagens, de hiperligações, de comunicação vertiginosa, o discurso do Papa germânico aparece como um contraponto tremendo, pensado, feito apenas de palavra, sem adornos, deixando um desafio que só na aparência é simples: ouvir.
Durante quatro dias, Bento XVI cumpriu na Alemanha um percurso carregado de simbolismo e pleno de intencionalidade, visível na maneira como olhou para o passado do país, para os desafios superados e as conquistas alcançadas, projetando depois, no futuro, a realização plena das aspirações de todos os que lutaram, às vezes à custa da própria vida, pela liberdade.
Falando na sua terra e na sua língua, o Papa apostou tudo no discurso e abordou vários temas queridos, mormente no que diz respeito ao papel da religião e das comunidades crentes numa sociedade secularizada, que cede ao relativismo e ao individualismo, podendo, por isso, marginalizar essa dimensão espiritual.
Ao lembrar os dramas provocados pelo nazismo, em toda a Alemanha, e do comunismo, na antiga RDA, o Papa falou de uma “chuva ácida” que se abateu sobre a Igreja e os seus fiéis, deixando marcas que permanecem até hoje. O que ficou claro dos discursos de Bento XVI é que a libertação desses regimes não pode, no entanto, desmobilizar os fiéis, levá-los a acomodarem-se, esquecendo adversidades menos visíveis, mas igualmente poderosas, nas sociedades ocidentais.
Ainda que nem sempre sob o olhar atento da imprensa, Joseph Ratzinger deixou no seu país uma espécie de testamento para os católicos e, diria mesmo, para o seu sucessor, em matérias como o diálogo com as Igrejas protestantes, a reconstrução de um projeto europeu com a marca do património cristão e, sobretudo, a «desmundanização» da própria Igreja Católica, colocada à margem de guerras políticas e preocupações materiais, despida de uma excessiva institucionalização que a leva a preocupar-se, antes de mais, consigo mesma.
O próprio Papa apresentou-se como um líder espiritual, sem objetivos políticos ou económicos, como faria outro qualquer chefe de Estado. Palavras que fazem jus ao tema escolhido para a viagem destes dias: «Onde há Deus, há futuro».
Octávio Carmo, Editorial da Agência Ecclesia
A próxima visita de Bento XVI a Madrid vai ser antecedida por anunciadas (e previsíveis) manifestações de protesto, um gesto que se vai repetindo e gastando em contradições que, muitas vezes, retiram os fundamentos que legitimam as discordâncias, numa sociedade plural e democrática.
De facto, custa a entender que, em nome dessa democracia e da liberdade, se queira impedir a entrada do Papa em qualquer país ou se queira evitar a manifestação pública de milhares ou mesmo milhões de pessoas que, unidas numa mesma convicção – do foro individual, mas com necessárias consequências públicas -, se unem ao seu líder espiritual.
Os muito aclamados «indignados» de Madrid, que no início do Movimento 15 de Maio (15M) se declaravam abertos a qualquer ideologia e crença, acabaram por ceder a uma clara corrente anticatólica que, sustentada numa presunção de superioridade intelectual (para dizer o mínimo), cai num erro muitas vezes visto: a tolerância é só para os que pensam como eles. Os “ignorantes” que se professam religiosos são cidadãos de segunda.
A lição destes dias preparatórios para a Jornada Mundial da Juventude passa por perceber algo que mesmo a presença de mais de um milhão de jovens num evento deste género não pode esconder: eles, os da geração JMJ, são uma minoria.
Por isso mesmo, apesar de estes encontros de massa poderem provocar a ilusão de um “mundo católico”, os jovens cristãos devem evitar euforias e perceber que a sua missão é cada vez mais complicada: mais e mais pessoas são completamente alheias/hostis à religião, ignoram as orientações da Igreja e pedem-lhe apenas gestos grandiosos, deslumbrantes, mediatizados, longe da simplicidade diária e comprometida a que o Evangelho chama.
A festa de Madrid, que vai durar seis dias, não pode ser um mero fogo de artifício, vazio e efémero. Há muito trabalho a fazer…
Octávio Carmo, Editorial Agência Ecclesia.
Sobre a Viagem Apostólica de Bento XVI não deixe de visitar a página oficial, com a retrospectiva aí realizada:
«Um ano depois da visita de Bento XVI a Portugal, os responsáveis pela Igreja Católica têm tomado “a sério” as palavras do Papa, considera Fernando Micael Pereira, professor da Universidade Católica Portuguesa e especialista em Ciências Sociais.
Em texto hoje publicado na mais recente edição do semanário Agência ECCLESIA, Micael Pereira destaca “o testemunho público da Conferência Episcopal e de Bispos empenhados cada vez mais na cultura, analisando em público a atualidade portuguesa, tomando posições sobre problemas sociais e fazendo-o com variedade de perspetivas, organizando cursos de Doutrina Social da Igreja que se procuram adaptar à realidade diversa das populações, é cada vez mais frequente”.
Este conjunto de iniciativas, segundo o especialista, “mostra como as palavras do Papa foram tomadas a sério”.
“Há Bispos que têm sido capazes de ser inovadores nas propostas de organização de ações de solidariedade, que têm insistido ao longo desta crise na urgência da atenção aos mais fracos, que têm proclamado a importância de se desenvolver a liberdade de ensino, que têm valorizado a importância da verdade, do combate à corrupção, da contenção no luxo, na avidez e na ostentação, dando cada vez maior visibilidade às suas intervenções e estimulando a Igreja a ter uma presença cada vez mais desassombrada”,elenca.
Um ano depois da visita de Bento XVI, Micael Pereira diz que o primeiro fruto desta viagem foi “instaurar a confiança dos portugueses”, “descobrir a simplicidade e a cordialidade do Papa”.
“Das provocações sobre a pedofilia à apoteose do Porto, foi uma caminhada de progressiva aceitação e empatia em que o Santo Padre e o povo português se encontraram bem acima das especulações de tantos comentadores, numa aproximação e entendimento que venceu as distâncias anteriormente por tantos cultivadas”, refere.
Em conclusão, o professor universitário lembra o convite feito por Bento XVI no encontro com o mundo da cultura, no CCB, em Belém: “Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza. Sede navegantes do Bem, da Verdade e da Beleza”.
Entre 11 e 14 de maio do ano passado, o Papa alemão esteve em Lisboa, Fátima e Porto, celebrando três missas e pronunciando sete discursos, além das três homilias, uma saudação ao Santuário de Cristo Rei e duas mensagens aos jovens.»
Notícia: Agência Ecclesia.
1 – Bento XVI no Reino Unido.
Entre os dias 16 e 19 de Setembro, Sua Santidade o Papa Bento XVI fez mais uma das suas Viagens Apostólicas, desta feita ao Reino Unido, como Chefe de Estado do Vaticano e como Papa.
A cobertura dos media deixava antever enormes dificuldades. A Viagem só poderia correr mal, com muita oposição e com manifestações anti-papais, num país de maioria protestante, onde impera a Igreja Anglicana, cujo chefe máximo é a Rainha Isabel II.
Tal como em Portugal tinha acontecido, também no Reino Unido, os súbditos de Sua Majestade, se renderam à presença de Bento XVI, com o seu sorriso natural e com a firmeza das suas palavras, procurando pontes entre as duas igrejas cristãs.
2 – Beatificação do Cardeal Newman.
Muitos foram os momentos vividos na Viagem Apostólica de Bento XVI: encontro com a Rainha, com as autoridades governamentais, com os luteranos, com as vítimas de pedofilia, encontro com os jovens e com as escolas católicas. Um dos pontos altos, contudo, foi a beatificação do Cardeal Newman, um anglicano que se converteu ao catolicismo.
Ainda que num ambiente adverso, Bento XVI não deixou de afirmar os valores fundamentais da fé, não fazendo cedências de simpatia. O autêntico diálogo faz-se com dois lados que se mantêm fiéis às suas convicções profundas, procurando realçar o que une. A fé cristã é património comum.
3 – Bem-aventurado John Henry Newman.
Nasceu em Londres a 21 de Fevereiro de 1801 e faleceu a 11 de Agosto de 1890, em Birmingham. Converteu-se do anglicanismo ao catolicismo aos 44 anos. Foi ordenado padre católico, em Roma, no ano de 1847, regressando a Inglaterra. Já era clérigo antes da sua conversão.
Como teólogo reconhecido, Newman reflectiu sobre diversos temas, tais como a relação entre fé e razão, a natureza da consciência e o desenvolvimento da doutrina cristã.
Em 1879, foi criado Cardeal por Leão XIII, tinha então 78 anos de idade.
4 – Repensar juntos a Igreja em Portugal.
Depois da Viagem Apostólica de Bento XVI a Portugal, o Bispos portugueses acentuaram a necessidade de repensar a eficácia pastoral. Assim, entre outras iniciativas, encomendaram uma sondagem, a nível nacional, realizada pela Universidade Católica, para conhecer melhor a realidade portuguesa, as dificuldades e aspirações dos portugueses e o que esperam da Igreja. É louvável esta iniciativa, permitindo que mais pessoas dêem o seu contributo e que a resposta da Igreja e das comunidades vá de encontro à realidade...
5 – Balanço na Diocese de Lamego.
D. Jacinto Tomaz Botelho assumiu os destinos da Diocese há 10 anos; tomou posse no dia 19 de Março de 2000, como Bispo Titular. Tendo completado 75 anos no dia 11 de Setembro, este será o último ano do seu pontificado. Por conseguinte, será um ano de balanço pelo caminho feito, lançando propostas para o futuro. A Diocese seguirá o Documento da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), “Repensar juntos a Igreja em Portugal”, procurando, durante o ano pastoral, apresentar-se numa atitude sinodal, perscrutando as comunidades.
6 – Plano Pastoral Paroquial.
Como em anos anteriores, o Plano Pastoral Paroquial seguirá as preocupações do documento de trabalho da CEP, as orientações da Diocese de Lamego, e as especificidades da paróquia e do Arciprestado. A presença do Sr. Bispo, em Visita Pastoral, com a celebração do Crisma, será uma oportunidade de ouro de crescimento espiritual…
Aguardamos sugestões que possam dar-nos para melhor servir e o envolvimento de todos.
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