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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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04.12.14

LEITURAS: Pe. Tolentino Mendonça - A MÍSTICA DO INSTANTE

mpgpadre

JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA (2014). A Mística do Instante. O tempo e a promessa. Prior Velho: Paulinas Editora. 222 páginas.

Mísiticsa_do_Instante.jpg

        O Pe. Tolentino Mendonça é sobejamente conhecido para que tudo o que escreva tenha de imediato visibilidade, mas para chegar aqui não basta aparecer, é certamente resultado de muito trabalho e de muita alegria no trabalho realizado. O padre-poeta, ou o teólogo-poeta, apresenta textos que nos fazem sentir parte integrante, dando sentido a cada palavra, frase ou texto, buscando, fazendo-nos buscar em nós, no mundo, e nos outros, buscar Deus, a alegria, a felicidade, o amor, a amizade, a beleza.

       Nestas reflexões, o Pe. Tolentino Mendonça, além da diversidade de citações, de estórias, da experiência e dos encontros com pessoas de diferentes vertentes culturais e religiosas, a ambiência bíblica, percorrendo diversos textos mas principalmente a vida, os gestos, as palavras de Jesus e dos Seus encontros com Marta, Maria, Maria Madalena, com os Apóstolos, com a Mulher pecadora, o cego, com Zaqueu... Textos também contextualizadas nesta Teologia dos Sentidos, os Salmos, o livro dos Génesis.

       O autor dá uma atenção (poética) a cada um dos cinco sentidos: olhar/ver; tato/tocar; ouvir/escutar; olfato/odor; sabor/saborear. A espiritualidade não nos afasta de casa, do mundo, do mundo sensível. Na nossa fragilidade e limitação, na vida concreta do dia a dia, onde nos encontramos, no trabalho, no lazer, na escuta e no silêncio, na oração, na pobreza e na riqueza, em todos os lugares, em todas as dimensões da vida podemos viver, aprofundar, mergulhar na espiritualidade. Esta não se contrapõe ao corpo, ao material e sensível, mas radica-se precisamente no nosso corpo, que nos separa dos outros e do mundo, mas é o mesmo corpo que nos aproxima dos outros, de Deus e do mundo.

       A leitura desta obra, como a de outras do autor, é agradável, acessível, evolvente. Como tenho ouvido outras pessoas, os textos de Tolentino Mendonça são para ler, para reler, e ter por perto os livros, sublinhando, meditando, ruminando, sabendo que através das suas reflexões nos sentiremos mais próximos de Jesus e da Sua Boa Nova.

"A pele recobre o nosso corpo, da cabeça aos pés. Ela divide e ao mesmo tempo une o mundo exterior e interno. A pele lê a textura, a densidade, o peso e a temperatura da matéria. O sentido do tato conecta-nos com o tempo e a memória... O tato permite que não esbarremos apenas uns contra os outros, mas que existam encontros".

"O amor é o caminho que leva à esperança"

"São os nossos corpos que rezam, não apenas o pensamento. A oração habita cada um dos nossos sentidos"

"À beira do fim há sempre tanta coisa que começa"

Livros do autor aqui recomendámos:

29.12.11

Olhar em frente... 2012!

mpgpadre

Este tempo não é de resignações (como não o é nenhum tempo)

        Não me recordo de um ano que se iniciasse com tão maus augúrios como vai começar 2012: tem já prometida mais austeridade em Portugal e nasce com uma suposta maldição milenar que o associa ao fim do mundo. Promete.

       Há quem goste de manter expectativas baixas, para não se desiludir e o próximo ano é tentadoramente enganador, desse ponto de vista: se tudo o que parece poder correr mal vier a correr efetivamente mal, temo que muitos se limitem a encolher os ombros e a murmurar um breve ‘já sabia’. 

       A experiência mostra que é preciso apontar para cima e olhar sempre em frente para podermos realizar as nossas aspirações mais legítimas e, se for caso disso, ultrapassar os limites.

       Este tempo não é de resignações (como não o é nenhum tempo): as mensagens que o Papa e os bispos de Portugal foram deixando, nesta quadra, não perderam de vista o realismo das situações de pobreza, de conflito ou de qualquer outra necessidade, mas apontaram sempre numa direção de confiança, de possibilidade de futuro melhor, maior ainda, quem sabe, do que aquilo que sonhamos. Essa é, no fundo, uma lição cristã de Natal, aprendida no nascimento de Jesus, que podemos transportar a todo o momento.

       Essa mensagem de esperança precisa de chegar de outros pontos da sociedade, a nível nacional e global, para que o futuro de tantas pessoas não se assemelhe, de forma vergonhosa, à pobreza e precariedade com que viveram os seus pais e avós, como tantos outros antes deles, tendo de fugir, muitas vezes, de um destino que parecia inevitável no seu próprio país, por falta de soluções.

       2012 vai ser também um ano cheio para a Igreja Católica, com a comemoração dos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, o início do Ano da Fé, a realização de um Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização. Há todo um campo em aberto de renovação e de reconfiguração para poder enfrentar aquilo que Bento XVI tem identificado, sistematicamente, como o maior obstáculo à vida eclesial e à sua afirmação, particularmente na Europa: a crise da fé, também por cansaço ou indiferença de quem se diz(ia) crente.

 

12.10.11

Um acordo com o tempo...

mpgpadre

Me detive por horas diante de um relógio!

Meus olhos acompanharam o correr de seus ponteiros.

Rezei para que parassem!

Rezei para que o veloz correr dos ponteiros deixasse de ser imperativo.

Chorei...

Chorei o amargor daquilo que não volta e a esperança do que ainda virá.

Chorei minhas auroras...

Chorei a partida do sol.

Mas os ponteiros não se comoveram...

Giraram, giraram e ainda estão girando!

Será que um dia vão parar? Talvez sim, ou não, quem sabe...

Então resolvi fazer um acordo com o tempo...

No correr dos ponteiros, resolvi elaborar a vida... Minha vida!

Resolvi descobrir a beleza de momentos que não voltarão e vivê-los intensamente!

Resolvi Amar intensamente e Viver AFETADO!

Afetado pelos afetos que valem a pena, pelos amores que me constroem.

Vou deixar que o tempo passe...

E na passagem dos dias, reinterpretarei os momentos e resignificarei a dor.

Acho que a felicidade mora nesse acordo!

É assim que vou bem aventurando a vida!

Abraço o que é meu, assumo o que me faz bem!

Estou indo ser feliz e não pretendo voltar!

 

Bruno Bressani, Fragmentos.

17.03.11

Ah! Quem me dera voltar atrás!

mpgpadre

       Todas as pessoas já viveram situações que desejariam não ter vivido.

       Por vezes ouvimos alguns a dizerem que se voltassem atrás fariam tudo de novo, as mesmas coisas, repetiriam a vida. Como se isso fosse possível! As circunstâncias teriam que ser as mesmas. A vida não volta para trás. E, claro, todos alterariam alguma coisa. Só não mudam os burros e os sábios, como diz um provérbio chinês. Olhando para trás, se não houvesse nada a mudar, era sinal que nada se tinha aprendido com as diversas experiências., nada se teria aprendido com a própria história. Repetindo tudo, também os erros seriam repetidos.

       Obviamente, todos mudaríamos alguma coisa.

       Mesmo que saibamos que as circunstâncias em que agimos não nos tivessem antes permitido agir doutra forma. Como nos lembra Ortega y Gasset, nós, somos nós e as nossas circunstâncias. Quando fazemos algum gesto, quando assumimos um comportamento determinado, estamos sempre condicionados por muitos factores interiores, medo/confiança, experiência/inexperiência, coragem/hesitação, pessimismo/experiência, e por muitas factores exteriores, os outros, o tempo, as condições sociais, políticas, económicas, familiares.

       Deparamos também com aqueles que torcem as orelhas: quem me dera voltar atrás, como tudo seria diferente! Ah, como eu mudaria muita coisa! Ah, como tudo seria bem diferente! Se pudesse voltar atrás...

       Mas também não podemos voltar atrás. A nossa vida decide-se e resolve-se no presente e avança impreterivelmente para o futuro, para o amanhã, e este só Deus no-lo pode garantir. Cabe-nos viver o presente, o aqui e agora (hic et nunc) da nossa vida, do nosso quotidiano, o passado já lá está, o futuro a Deus pertence. Carpe diem - colha o dia, viva o momento! Num sentido cristão, positivo, significa que não desculpamos a vida com o passado ou com o futuro mas comprometemo-nos com o nosso semelhante no dia de hoje, nas circunstâncias que nos é dado viver.

       Quem me dera voltar atrás!

       Em tempo de Quaresma, este poderá ser um bom propósito, não para olhar (simplesmente) para trás, mas para nos "situarmos" (nos imaginarmos) no futuro, quando chegar o dia, se deixarmos, em que, ao voltar-nos para trás, para o passado, tenhamos que fazer tal afirmação, como lamento, como desilusão, como impossibilidade, com a resignação de quem sabe que poderia ter aproveitado a vida, poderia ter vivido bem, com verdade, com alegria, com honestidade, com garra, com história, e agora já não pode fazer nada com o tempo que desperdiçou, com as oportunidades que não agarrou... Não vale a pena chorar sobre o leite derramado!

       Para que um dia não tenhamos que também nós dizer "quem me dera voltar atrás", não percamos tempo nem oportunidades, façamos tudo, em todas as ocasiões, como se não houvesse amanhã, como se não tivéssemos mais tempo pela frente, como se fosse o último dia, o último encontro, a última palavra, o último café, o último sorriso.

       Demos o melhor de nós mesmos, agora! E então, mais à frente, poderemos dizer: não fiz tudo bem, cometi erros, poderia ter feito melhor, mas tentei dar o melhor de mim mesmo, não adiei escolhas, não desbaratei as minhas energias em futilidades, não desperdicei a oportunidade para ser feliz, não fugi a responsabilidades, não enganei, não maltratei, não injuriei, não menosprezei ninguém... posso morrer em paz!

       Podemos não fazer tudo bem, mas não deixemos de tentar, voltar a tentar, recomeçar, recomeçar uma e outra vez, não desistir da luta, não virar a cara às dificuldades, não esperar que outros façam o que eu posso fazer, não deixemos que outros escolham por nós o nosso destino!

       Quaresma é tempo de conversão, de propósitos de mudança de vida, para darmos o melhor de nós mesmos, nos tornarmos mais solidários, mais próximos, para testemunharmos o Deus da vida...

       Na nossa fragilidade, na nossa birrice, ou na nossa preguiça, peçamos a Deus que nos dê o discernimento para fazermos escolhas de bem e coragem para cumprir com a vida e com todos os projectos que nos transformam em irmãos uns dos outros.

       Não podemos voltar atrás, mas podemos construir detrás para a frente, de hoje em diante,...

24.09.10

Há um tempo para tudo...

mpgpadre

Tudo tem o seu tempo, tudo tem a sua hora debaixo do céu:

tempo para nascer e tempo para morrer,

tempo para plantar e tempo para arrancar;

tempo para matar e tempo para curar,

tempo para demolir e tempo para construir;

tempo para chorar e tempo para rir,

tempo para gemer e tempo para dançar;

tempo para atirar pedras e tempo para as juntar,

tempo para se abraçar e tempo para se separar;

tempo para ganhar e tempo para perder,

tempo para guardar e tempo para deitar fora;

tempo para rasgar e tempo para coser,

tempo para calar e tempo para falar;

tempo para amar e tempo para odiar,

tempo para a guerra e tempo para a paz.

       Que aproveita ao homem com tanto trabalho? Tenho observado a tarefa que Deus atribuiu aos homens, para nela se ocuparem. Ele fez todas as coisas apropriadas ao seu tempo e pôs no coração do homem a sucessão dos séculos, sem que ele possa compreender o princípio e o fim da obra de Deus. (Co  3, 1-11)

       Deus fez todas as coisas com sentido, expressão da abundância do Seu amor, que transborda e cria todo o Universo. E fez tudo admiralvelmente. O facto de nem sempre compreendermos o mundo e o tempo que nos envolve, isso não significa que os acontecimentos, a sucessão dos tempos e a história não esteja no coração de Deus.

       O texto de Coeleth aponta-nos para a sabedoria de Deus e para a nossa confiança no Senhor de todas as coisas. Se Deus estivesse ausente do Universo, tudo seria vaidade, passageiro, rotina, vazio, efémero, como líamos ontem. Se Deus é o autor também do tempo, tudo tem um sentido de eternidade.

09.07.10

A mais bela flor do mundo

mpgpadre

       Havia uma jovem muito bonita que tinha tudo: um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que pagava muitíssimo bem, uma família unida. O estranho é que ela não conseguia conciliar tudo isso, o trabalho e os afazeres lhe ocupavam todo o tempo e a sua vida estava deficitária em algumas áreas. Se o trabalho consumia muito tempo, ela tirava dos filhos, se surgiam problemas, ela deixava de lado o marido...

 
       E assim, as pessoas que ela amava eram sempre deixadas para depois. Até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente: uma flor muito cara e raríssima, da qual havia um exemplar apenas em todo o mundo.
       E disse a ela: "Filha, esta flor vai te ajudar muito mais do que você imagina! Você terá apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, às vezes conversar um pouquinho com ela, e ela te dará em troca esse perfume maravilhoso e essas lindas flores."
       A jovem ficou emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual. Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.
       Ela chegava em casa, olhava a flor e as folhas ainda estavam lá, não mostravam nenhum sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas. Então ela passava direto. Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu.
       Ela chegou em casa e levou um susto! Estava completamente morta, suas raízes estavam ressecadas, suas flores caídas e suas folhas amarelas. A Jovem chorou muito e contou ao seu pai o que havia acontecido. Seu pai então respondeu: "Eu já imaginava que isso aconteceria, e eu não posso te dar outra flor, porque não existe outra igual a essa, ela era única assim como seus filhos, seu marido e sua família.
       Todos são bênçãos que o Senhor te deu você tem que aprender a regá-los, podá-los e dar atenção a elas, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem. Você se acostumou a ver a flor lá, sempre florida, sempre perfumada e se esqueceu de cuidar dela. Cuide das pessoas que você ama!"
       E nós? Temos cuidado das bênçãos que Deus tem nos dado?
 
Patriciana Gomes, in 33catolico a serviço da Igreja.

08.07.10

Desejo-te mais tempo!

mpgpadre

       Não te desejo um presente qualquer,

       Desejo-te somente aquilo que a maioria não tem.

       Tempo, para te divertires e para sorrir;

       Tempo para que os obstáculos sejam sempre superados

       E muitos sucessos comemorados.

       Desejo-te tempo, para planear e realizar,

       Não só para ti mesmo, mas também para doá-lo aos outros.

       Desejo-te tempo, não para ter pressa e correr,

       Mas tempo para encontrares a ti mesmo,

       Desejo-te tempo, não só para passar ou para vê-lo no relógio,

       Desejo-te tempo, para que fiques;

       Tempo para te encantares e tempo para confiar em alguém.

       Desejo-te tempo para tocar as estrelas,

       E tempo para crescer, para amadurecer.

       Desejo-te tempo para aprender e acertar,

       Tempo para recomeçar, se fracassar.

       Desejo-te tempo também para poder voltar atrás e perdoar.

       Para ter novas esperanças e para amar.

       Não faz mais sentido protelar.

       Desejo-te tempo para ser feliz.

       Para viver cada dia, cada hora como um presente.

       Desejo-te tempo, tempo para a vida.

22.05.10

Perdão

mpgpadre

 

«O perdão,

o acto de amar o inimigo,

assim como perdoar a si mesmo

não é um evento repentino,

uma mudança rápida de ânimo.

 

A maior parte do tempo é um processo longo,

que se inicia com o desejo de sermos livres,

de nos aceitarmos como somos

e de crescermos no amor por aqueles que são diferentes

e por aqueles que nos magoaram

ou aparecem como nossos rivais.

 

É o processo de sairmos da prisão das nossas simpatias e antipatias,

dos nossos ódios e medos,

e caminharmos para a liberdade e para a solidariedade.

No processo de libertação pode ainda haver inibições,

ressentimentos e raiva,

mas há também este desejo crescendo de ser livre.»

 

Jean Vanier, postado de "Abrigo dos Sábios".

08.03.10

Soma do tempo vivido

mpgpadre

       Um turista parou numa pequena aldeia. À entrada, estava um modesto cemitério cercado por ciprestes. Entrou e começou a andar lentamente pelo meio das lápides brancas.

       Começou a ler as inscrições. A primeira: «John Tareg, viveu 8 anos, 6 meses, 2 semanas e 3 dias». Uma criança tão nova sepultada naquele lugar…

       Curioso, leu a inscrição da lápide ao lado: «Denis Kalib viveu 5 anos, 8 meses e 3 semanas». Uma a uma, começou a ler as lápides e inscrições eram todas semelhantes. Ninguém tinha vivido mais de 11 anos. Comoveu-se e começou a chorar.

       Uma pessoa idosa, ao vê-lo chorar em silêncio, perguntou-lhe se era da família de algum dos defuntos. O turista respondeu:

       - Não, não sou daqui. Mas o que é que acontece nesta terra, que todos morrem tão novos?

Essa pessoa sorriu e disse-lhe:

      - Vou explicar-lhe. Quando um jovem completa 15 anos, os pais dão-lhe um caderno, como este que trago comigo. E é tradição que, todas as vezes que alguém vive intensamente alguma coisa, abre o caderno e toma nota do tempo que durou esse momento de intensa e profunda felicidade. Escrevem-se os meses, semanas e dias em que a pessoa sentiu que viveu verdadeiramente e foi feliz.

       E continuou:

       - Quando a pessoa morre, alguém pega nesse caderno e faz a soma de todo este tempo. E é precisamente esse tempo que fica gravado no seu túmulo.

       O turista perguntou:

       - Mas porque fazem isso? Nunca vi tal coisa.

       - Fazemos assim, porque queremos distinguir entre o que é simplesmente existir e o que é verdadeiramente viver.

in Juvenil, n.º 535, Março 2010

21.01.10

Sou Eu, não temas!

mpgpadre
Sou eu, não temas. Não me ouves quebrar
em ti todos os meus sentidos?
O meu sentir que asas veio a encontrar,
voa, branco, à volta da tua face sem ruídos.
Não vês a minha alma de silêncio vestida
mesmo frente a ti aparecida?
Não amadurece minha oração em flor
no teu olhar como numa árvore de suave odor?

Eu sou o teu sonho, se sonhador fores.
Sou a tua vontade, se velar quiseres
e apodero-me da magnificência sem par
e arredondo-me como um silêncio estelar
sobre a estranha cidade do tempo a passar.


Rainer Maria Rilke (1875-1926) em «O Livro de Horas», in Conhecer e Seguir Jesus.

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