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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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09.03.24

O Filho do homem será elevado

mpgpadre

1 – «Se eu me esquecer de ti, Jerusalém, esquecida fique a minha mão direita / Apegue-se-me a língua ao paladar, se não me lembrar de ti, se não fizer de Jerusalém a maior das minhas alegrias».

A liturgia propõe-nos a alegria do Evangelho da Salvação que é manifesta em Jesus Cristo. Já se vislumbra a Páscoa. A Paixão de Jesus é prova maior do amor de Deus para connosco.

Hoje como ontem, na Igreja como no povo eleito, os tempos são de provação, com dias de sol e dias de chuva. O importante é que de cada situação possamos descobrir e integrar o que nos enlace nos outros, aprender e amadurecer caminhos, aperfeiçoar e corrigir escolhas, discernir o que nos engrandece e nos faz mais humanos, capacitando-nos para enfrentar obstáculos com paciência e misericórdia, iluminando as oportunidades que temos pela frente, fortalecendo o nosso espírito para não nos deixarmos abater nas tempestades nem nos deixarmos endeusar nos momentos de conquista, de vitória e de bonança. A humildade será sempre a força dos que querem avançar e ficar na história como promotores da justiça, da paz e da solidariedade, a alegria daqueles que querem ver os seus nomes inscritos no coração de Deus.

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2 – «Enquanto o país não descontou os seus sábados, esteve num sábado contínuo, durante todo o tempo da sua desolação, até que se completaram setenta anos». A linguagem bíblica da primeira leitura fala-nos daquele SÁBADO contínuo em que DEUS Se coloca em atitude de ESPERA paciente e benevolente.

70 anos, um longo tempo de preparação e de gestação para um tempo novo. «Sobre os rios de Babilónia nos sentámos a chorar, com saudades de Sião. Nos salgueiros das suas margens, dependurámos nossas harpas». O tempo de provação aproxima-se do fim. Quem se sentir povo de Deus deverá agora pôr-se a caminho. Esta é a condição do crente: estar a caminho, em processo de conversão contínua, fazendo-Se acompanhar por Deus.

 

3 – A história da salvação chega ao seu termo com Jesus Cristo. «O Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna». No deserto, tempo de provação do povo de Israel, Moisés levantou uma serpente de bronze. Quem olhasse para a serpente seria salvo. Era uma situação provisória e pontual. O filho do Homem, Jesus, será levantado da terra, e todos os que contemplarem a Sua Cruz, deixando-se trespassar e transformar pelo olhar de Cristo, serão salvos. É um acontecimento pleno e definitivo.

«Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna».


Textos para a Eucaristia (ano B): 2 Cr 36, 14-16. 19-23; Sl 136 (137); Ef 2, 4-10; Jo 3, 14-21.

24.03.18

Contudo, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres.

mpgpadre

1 – A Semana Santa faz-nos reviver especialmente as últimas horas da vida de Jesus. A Sua vida inteira está contida na celebração dos Sacramentos, especialmente na Eucaristia, que torna atual a Sua presença no meio de nós, fazendo-nos participar da Sua vida divina.

Há uma multidão que aclama Jesus: Hossana, Hossana, Filho de David! Bendito o que vem em nome do Senhor! O Rei vem num jumentinho! É um Rei sem poder, sem cavalos e sem exército! Um bando de maltrapilhos! São os amigos de Jesus. Entre eles, estamos nós! Uns mais pobres, outros mais desafogados, todos entusiasmados com os cânticos e com a manifestação de júbilo. Por vezes perdemo-nos na multidão, para o bem e para o mal! Deixamo-nos entusiasmar!

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2 – Na ceia pascal, o ambiente torna-se mais denso! Sentemo-nos ao redor de Jesus! Também somos Seus convidados.

Em Betânia, em casa de Simão o leproso, uma mulher derrama um vaso de alabastro, perfume de alto preço, sobre a cabeça de Jesus. Diante de alguma contestação Jesus declara: «Ela fez o que estava ao seu alcance: ungiu de antemão o meu corpo para a sepultura».

Logo depois, a Ceia Pascal. Um memorial que nos remete para a Eucaristia, instituída na Última Ceia. Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco! Estamos também lá! Somos João, Pedro e Judas, somos Tomé e Filipe, Tiago e André. Porque é que o Mestre está tão concentrado, o que é que Lhe vai na cabeça?

«Tomai: isto é o meu Corpo... Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança derramado pela multidão dos homens». Jesus não nos deixará sós! Ainda não foi morto, mas já abre uma janela, uma possibilidade, Ele ficará presente!

 

3 – Cantaram os salmos e saíram para o Jardim das Oliveiras. Jesus previne. «Ficai aqui e vigiai». Todos garantem que não O abandonarão… Jesus reza, suplica, volta-Se totalmente para o Pai: se é possível, afasta de Mim este cálice, «Contudo, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres». A oração gera intimidade com Deus.

Judas, um dos amigos mais chegados, trai-O com um beijo. Jesus é levado às autoridades dos judeus e logo de seguida ao poder romano, pois só este pode decretar a morte de alguém. Novamente a multidão se junta. «Crucifica-O». Um multidão em polvorosa. A humanidade tem do melhor e do pior. Cada um de nós!

 

5 – A morte está logo ali! Porém, Jesus não Se deixa destruir. Podem matá-l'O (fisicamente), mas não O destroem. Ele entrega a Sua vida ao Pai. Ele entrega a Sua vida para nos salvar. A Sua Cruz é por nós, para nossa salvação. Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á e quem perder (gastar) a sua vida ganhá-la-á para a vida eterna. É o que Ele faz, dá-Se até ao último fôlego, até à última gota de sangue.

A oração de Jesus na Cruz envolve o nosso próprio sofrimento, a nossa confiança em Deus e o nosso clamor: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?».

Soltando um forte grito expirou. Fica o testemunho: «Na verdade, este homem era Filho de Deus». Fica o silêncio e a presença de algumas mulheres. Fica a delicadeza da sepultura: José de Arimateia, ilustre membro do Sinédrio, pediu o corpo de Jesus e deu-Lhe sepultura num sepulcro novo cravado na rocha.


Textos para a Eucaristia (B): Is 50, 4-7; Sl 21 (22); Filip 2, 6-11; Mc 14, 1 – 15, 47.

19.03.16

«Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito».

mpgpadre

1 –  As horas que se aproximam, distribuídas na Semana Maior da nossa fé, valem a vida de Jesus e a salvação da humanidade.

Suor e lágrimas, cansaço, dor física, traição e fuga dos amigos, violência, injúrias, crucifixão e morte. Jesus sobe a Jerusalém pela Páscoa. Há um vislumbre de paz e de festa. Com Jesus, os seus amigos, discípulos, alguns familiares, conterrâneos. Segundo Bento XVI, esta multidão é constituída por galileus, pobres, agricultores e artesãos, pedintes, discípulos, mulheres, pessoas que curou e reabilitou.

Alguns judeus juntam-se ao molhe, por curiosidade, por amizade, em processo de conversão. Jesus tinha amigos nas redondezas, em Betânia, a família de Lázaro, Marta e Maria, e em Jerusalém, o amigo que lhe empresta a casa para comer a Páscoa. Sendo poucos, mostram que Jesus não é propriedade exclusiva de um grupo.

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2 – Jesus voltará a entrar na cidade de Jerusalém. Então formar-se-á outra multidão, instigada pelas autoridades judaicas, líderes do Templo e elites sociais. Prevalece, nestoutra multidão, a animosidade para com Jesus. Também aqui há boas pessoas simples e/ou ingénuas.

Durante a Ceia, Jesus faz-nos passar do sossego à apreensão. A refeição é um momento de repouso, de alegria, de festa, satisfaz uma necessidade e coloca em comunhão íntima os convivas.

A Paixão aproxima-Se. Há que dizer as últimas palavras. «Ora Eu estou no meio de vós como aquele que serve... Eu preparo para vós um reino, como meu Pai o preparou para Mim: comereis e bebereis à minha mesa, no meu reino… Simão, Satanás vos reclamou para vos agitar na joeira como trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos».

O reino de Deus que Jesus inaugura é exigente, pois reclama a verdade e o serviço. É para julgar, servindo, com misericórdia.

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3 – Depois da refeição, Jesus retira-Se para o Jardim das Oliveiras, para rezar. São horas de agonia. Vai morrer. Já não há volta a dar. Tem que enfrentar ou que fugir. «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice. Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua». Prevalece a vontade do Pai. Jesus há de assumir a Cruz como expressão do amor pela humanidade. O Mestre da Vida leva até ao fim a opção por nós.

Na hora mais dramática, os discípulos adormecem. É a história da nossa vida. Será oportunidade de conhecermos os amigos que temos! «Porque estais a dormir? Levantai-vos e orai».

Ainda estava a falar quando a multidão se aproximou. Judas encabeça este grupo. Um dos amigos mais fiáveis não resistiu a entregar Jesus! Porquê? Por não acreditar em Jesus e no Seu projeto de amor? Ou por acreditar tanto mas sem paciência para esperar por Deus?

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4 – Jesus à injúria e à violência reage com amor, com perdão: «Basta! Deixai-os». A violência não resolve. É arrastado, escarnecido, os discípulos não O acompanham. Judas trai. E todos O traem. Pedro nega-O. Todos os apóstolos se mantêm à distância. Fogem.

Diante do Sumo-Sacerdote ou de Pilatos, Jesus mantém a mesma docilidade. A Sua vida tem um propósito definido: entrega, oblação, dádiva, a favor da humanidade.

Ele "que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz".

Até o pobre Barrabás é beneficiário da morte de Jesus Cristo, tal como o bom ladrão que com Ele foi crucificado.

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5 – No final, o dia escurece mas não desaparece nem a delicadeza nem a esperança. Primeiro o centurião, que glorifica a Deus: «Realmente este homem era justo». Depois, José de Arimateia a mostrar que é sempre possível a compaixão. Uma das últimas obras de misericórdia corporal: enterrar os mortos!

Ecoam até ao túmulo as últimas palavras de Jesus: «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito». No meio daquele torpor, a certeza da entrega confiante de Jesus nas mãos do Pai. Entrega-Se e entrega-nos, confia-nos, a Deus, Pai de Misericórdia.

_________________________

Textos para a Eucaristia (ano C): Lc 19, 28-40. L1 Is 50, 4-7; Sl 21 (22); Filip 2, 6-11; Lc 22, 14 – 23, 56.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

 

21.09.15

Quem quiser ser o primeiro será o servo de todos».

mpgpadre

1 – Morte e Ressurreição. Eis o mistério maior (e único) da nossa fé cristã. Em cada domingo, os cristãos celebram a Páscoa semanal, mas também em cada Eucaristia, sacramento no qual Jesus Se faz presente sob as espécies do vinho e do pão que pelo Espírito Santo Se transformam no Seu Corpo e no Seu Sangue. Oferenda que se torna atual no Sacramento da Eucaristia.

No Evangelho, cedo Jesus anuncia este mistério: «O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens, que vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará».

Apesar da Confissão de Fé, feita por Pedro em nome de todos, dos discípulos daqueles dias e de hoje, que somos nós, há ainda um longo caminho a percorrer, para amadurecer a fé, para perceber a vontade de Deus, para aperfeiçoar a identificação com Jesus e com o Seu Evangelho de serviço sem fronteiras.

O anúncio da morte e a chegada iminente do reino de Deus, leva os discípulos a discutir lugares, para ver quem ganha a dianteira. Alguns candidatos óbvios: Tiago e João, André e Pedro, Judas Iscariotes (um dos mais próximos de Jesus e com maior preponderância no grupo, sendo o responsável pelas economias e pela gestão logística das jornadas missionárias). Os Evangelhos (cf. Mc 10, 35-45; Lc 22, 24-27; Jo 13, 1-17) mostrar-nos-ão como Tiago e João solicitam a Jesus os lugares à Sua direita e à Sua esquerda. Este facto foi ligeiramente modificado por São Mateus (20, 20-28) que coloca a mãe dos dois a pedir, protegendo-os desta pretensão e ousadia. Esse episódio ser-nos-á apresentado daqui a quatro domingos, na versão de São Marcos.

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2 – O caminho serve para evangelizar. Mas por vezes Jesus deixa que os discípulos conversem e só os interpela em casa. Faz-nos lembrar aquelas famílias, cujos filhos vão discutindo sem que os pais intervenham, a não ser mesmo necessário, e quando chegam a casa aproveitam e esclarecem algum ponto, rebatendo ou alertando para alguma situação menos positiva. Também assim no contexto de um grupo ou uma turma, os reparos quanto possível devem fazer-se discretamente e de preferência individualmente. Neste caso, todo o grupo está em causa. Precisam de amadurecer ideias. Jesus deixa porquanto que discorram entre eles.

O evangelista refere que os discípulos estavam com receio em interrogar Jesus. Talvez por saberem o que Ele pensava. Mas querem tirar a limpo. Têm que arriscar. Vimos como Pedro repreendeu Jesus quando Ele anuncia a Sua morte para breve. Vê-se agora que a repreensão a Pedro é extensível a todos os discípulos. Se se aproxima a hora da morte de Jesus, há que assegurar o futuro sem Ele. Pelo caminho vão jogando uns com os outros sobre as cartadas de cada um: qual deles é o maior e que pode assumir um lugar de destaque?

Enquanto discutem lugares, Jesus chega-lhes a mostarda ao nariz para lhes recordar a missão do Filho do Homem que veio para servir e não para ser servido, veio para dar a vida pela humanidade. O serviço é o único caminho do discípulo. Quem quiser segui-l'O tem de correr atrás de Jesus, seguindo os Seus passos, de serviço e de auto oferenda pelos outros. O caminho do amor passa pela cruz. Aquele que ousar desviar-se da Cruz de Jesus, perde-se a si mesmo, pois não há amor que não acarrete preocupação, serviço, dedicação ao outro e até dar a própria vida pela vida de quem se ama. Qual o pai que não daria a vida pelo seu filho? Qual o pai que amando não sofre?

Não há caminho cristão sem cruz, sem serviço, sem humildade, sem a pequenez que deixa transparecer a grandeza de Deus.

Jesus chama-os, reúne-os à Sua volta – Cristo deve estar sempre no centro, no meio, Ele preside – e senta-se. É a atitude de quem ensina. E diz-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos». E, para que não haja dúvidas, Jesus toma uma criança, coloca-a no MEIO deles, abraça-a e sublinha: «Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».

Curioso: eles discutem o futuro para um tempo sem Jesus; Jesus propõe-lhes um futuro em que estará sempre no MEIO, pelo Espírito Santo, ou pelos mais pequenos do Reino. Não são os discípulos que devem ocupar o MEIO mas aqueles que eles devem servir.

______________________

Textos para a Eucaristia (B): Sab 2, 12. 17-20; Sl 53 (54); Tg 3, 16 – 4, 3; Mc 9, 30-37.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

 

28.03.15

Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?

mpgpadre

1 – A celebração do Domingo de Ramos visualiza diversas faces da nossa existência. Há uma multidão de gente pobre e humilde, trabalhadora e cheia de fé, que acompanha Jesus, da Galileia para Jerusalém, do mundo para a cidade santa. Há um murmúrio que se eleva, aclamando e reconhecendo Jesus como o Messias.

À Sua passagem depõem capas e ramos, para que o chão de Jesus seja macio e, sobretudo, como reconhecimento da Sua realeza. É um Rei sem coroa e sem exército, sem pompa nem circunstância. Não vem armado nem ostenta riqueza.

Sobe o entusiasmo à volta de Jesus, faz-nos olhar na Sua direção. Os discípulos estão entre aquela multidão. Seguem empolgados com tão grande manifestação de afeto para com o Seu Mestre.

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2 – Algumas horas depois, o empolgamento dará lugar ao desencanto, à tristeza, à desilusão. «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?». Quantas situações na nossa vida em que nos apetece gritar bem alto: Meu Deus, meu Deus, porquê, porquê a mim? Porquê logo neste momento da minha vida?

O salmo inicia com uma pergunta que dá lugar a uma súplica confiante: Senhor, não me abandoneis, sois a minha força.

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3 – Umas horas antes… Como judeus, Jesus e os discípulos vão celebrar a Páscoa, recordando a libertação do Egipto. O ambiente começa a agitar-se. Em Betânia, à mesa, nova oportunidade para Jesus assentar o estômago aos seus discípulos. "Veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro com perfume de nardo puro de alto preço". Os discípulos percebem o desperdício mas não a abundância do arrependimento e do amor. Também não percebem que aquela unção antecipa a unção de um corpo que daqui a algumas horas estará no sepulcro.

Ao cair da tarde, quando as trevas se adensam, diz-lhes Jesus: «Um de vós, que está comigo à mesa, há de entregar-Me». Como é possível num grupo de amigos! Logo depois, Jesus antecipa a Sua morte e a Sua ressurreição. «Tomai: isto é o meu Corpo... Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens... Não voltarei a beber do fruto da videira, até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus».

Mas antes desse DIA NOVO, a noite prolonga-se. Abandono, traição, negação. «Todos vós Me abandonareis». Já no horto das Oliveiras, a oração intensa de Jesus. Os discípulos dormem de cansaço e de medo. A prisão. O discípulo de confiança, Judas, entrega o Mestre com um beijo. Açoites, injúrias e agressões, acusações e falsas testemunhas. Parece que vale tudo para condenar um homem.

O julgamento apressado e a fácil condenação à morte. A cruz pesada demais para um homem só, de tal que requisitam Simão de Cirene para ajudar. No alto da Cruz, Jesus olha para nós e puxa o nosso olhar para o Céu. Está rodeado de dois salteadores, como se fora um deles! E mesmo crucificado, a morrer, é insultado. Já desfalecido, solta forte grito e morre. A afirmação do Centurião mostra a estupefação diante da valentia com que aquele homem frágil enfrentou todos os que escarneciam d'Ele e a violência com que o faziam.

Há ainda lugar a um gesto de carinho. «José comprou um lençol, desceu o corpo de Jesus e envolveu-O no lençol; e rolou uma pedra para a entrada do sepulcro. Entretanto, Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde Jesus tinha sido depositado».

____________________________

Textos para a Eucaristia (ano B): Is 50, 4-7; Sl 21 (22); Filip 2, 6-11;Mc 14, 1 - 15,47.

 

Reflexão Dominical COMPLETA na págian da Paróquia de Tabuaço

e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.

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