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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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10.03.13

Este meu filho estava morto e voltou à vida...

mpgpadre

       1 – O evangelho deste dia apresenta-nos uma das mais extraordinárias parábolas de Jesus, um exclusivo de São Lucas, conhecida como a Parábola do Filho Pródigo. Uma verdadeira pérola!

       2 – A figura central é o Pai, que facilmente se pode identificar com Deus (PAI). Depois de algumas murmurações, Jesus deixa claro que Deus é Pai, e ama como Pai e como Mãe, é um AMOR entranhado na vida, na história do ser humano.

       Aquele pai cria as condições para os filhos. Trabalha em função deles. Quer que não lhes falte um abraço, a presença dos amigos, a alegria de desfrutar da vida, diariamente, no meio das fragilidades, em dias mais alegres e em dias mais sombrios. Quer que aprendam a trabalhar, a ser responsáveis, a cuidar da casa. Os filhos acompanham-no nos negócios. Partilha com eles a responsabilidade. Não se esconde nas preocupações do trabalho ou na acumulação de fortunas. Os filhos também vão para o campo. Misturam-se com os criados, pois para o Pai também contam, também precisam de casa, de amigos, de apreciar a vida.

       Os filhos já estão crescidos. Já orientam a sua vida, assumem as suas responsabilidades e as consequências dos seus atos. Conhece os filhos como a palma das suas mãos. Deteta sinais de alarme no filho mais novo. Dá-lhe espaço, mas está mais vigilante. Vê-o inquieto, ansioso. Não vê motivos para isso. Mas sabe que os filhos têm de viver a sua vida e passar por momentos menos bons. Também assim se cresce. Que andará a turbar-lhe a mente? Com a naturalidade de sempre pergunta-lhe sobre o que lhe vai na alma. Não obtém resposta satisfatória. Vê que o filho se mantém distante e a fazer perguntas e mais perguntas aos servos e aos viajantes.

       Está a desligar-se. Está a crescer. Está a pensar pela sua cabeça. Há que esperar e dar tempo ao tempo. Eis que o filho mais novo se abeira cheio de si mesmo: “Pai, dá-me a parte da herança que me toca”. E parte. O pai sente que lhe falta o ar. Uma parte de si é-lhe arrancada. Não quer acreditar. Morre um pouco. O pedido do filho é um desejo de morte. A herança herda-se pela morte dos pais, e não em vida. O filho deseja que o pai morra.

 

       3 – Durante a ausência do filho, o Pai cuida da casa, para que o outro filho se sinta protegido. O tempo cura as maleitas dos afetos e dos sentimentos. Pelo menos dilui. A sua casa está incompleta, falte-lhe um membro. Todos os dias fixa o olhar no horizonte, aguardando que o AMOR profundo que nutre pelo filho o faça regressar. A sua aposta não é defraudada. Demorou demasiado tempo. Vê uma sombra ainda distante. Não tem dúvidas. Só pode ser o seu filho que “estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado”. Lança-se ao seu encontro. Abraça-o. Devolve-lhe a dignidade de filho. No seu coração continuou a ser filho. Não o avalia pelos desaires, mas pelo coração. O amor não tem preço. Não há nada que pague o bem do filho. É a vez de esbanjar a sua riqueza com o regresso do filho pródigo. A sua maior riqueza é o amor. Pelos filhos. Não importa o que tem de fazer. “Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos”.

       A mesma atitude diante da intransigência do filho mais velho. Procura entender as razões que lhe assistem. Sempre esteve em casa. Certinho. Cumpridor. Fiel. De tão zeloso que não quer desculpar a safadeza e a rebeldia do irmão. Como é possível o regresso à normalidade? Como é possível que o Pai o trate como se nunca tivesse ido para longe, como se nunca lhe tivesse desejado a morte? Será que o pai perdeu o juízo e a vergonha? Só o amor do Pai/Mãe entende como o coração tem razões que a razão desconhece.

       Jesus mostra-nos como é imenso o amor de Deus por nós. Muito maior que a nossa fragilidade e o nosso pecado. Se nós quisermos, não há nada que nos possa separar do amor de Deus.


Textos para a Eucaristia (ano C): Jos 5, 9a.10-12; 2 Cor 5, 17-21 ; Lc 15, 1-3.11-32.

 

12.06.11

Fomos resgatados pelo mesmo Sangue, o de JESUS

mpgpadre

       1 – "Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem... a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua".

       São Lucas, no seu segundo livro - Actos dos Apóstolos -, após nos ter narrado o episódio da Ascensão de Jesus ao Céu, apresenta-nos o Pentecostes como manifestação/envio do Espírito Santo sobre os Apóstolos reunidos.

       Continuamos no mesmo contexto pascal: ressurreição de Jesus, Ascensão para junto do Pai e envio do Espírito Santo. A Páscoa de Jesus Cristo traz um tempo novo, para os discípulos e para todos os que se abrem à acção do Espírito Santo.

       As Festas Pascais, na cidade santa de Jerusalém, reúnem judeus vindos de diversos lugares, da Judeia, da Galileia, da Grécia, de povos vizinhos por onde se tinham espalhado. Regressam cada ano para celebrar o Deus Libertador, a passagem da escravidão para a liberdade, do Egipto para a terra da promessa.

       Quando se dá a manifestação do Espírito Santo, há muita gente na cidade.

       Com agitação, as pessoas aproximam-se para ver o que sucede. Os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, começam a falar abertamente, sem medo. Nasce a comunidade. Os que acreditam, são baptizados, recebem também a graça do Espírito Santo. Forma-se a assembleia crente.

 

       2 – O acolhimento do Espírito Santo não é individual nem egoísta. Derramado sobre os Apóstolos e sobre a multidão, o envio do Espírito Santo implica compromisso e missão. Os discípulos, com o Espírito Santo, assumem a missão de dar testemunho de Jesus Cristo. Aqueles que ouvem, inspirados pelo Espírito Santo, compreendem as palavras humanas que comunicam a Palavra de Deus. Só no Espírito Santo poderemos compreender e acolher o mistério que nos é dado por Deus.

       Jesus, ao dar o Espírito Santo, compromete os discípulos.

       "Jesus disse lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».

       Doravante, a paz que receberam alargar-se-á a todos os que encontrarem. Como Jesus é enviado do Pai, assim envia os Seus seguidores, para que se tornem dispensadores das graças de Deus, do perdão, da misericórdia e da caridade.

 

       3 – Antes de partir, Jesus, na Oração Sacerdotal, manifestou um desejo muito concreto, que todos os que acreditavam e todos os que viessem a acreditar se tornassem um como Ele e o Pai são UM. O projecto da unidade dos cristãos, e de toda a humanidade, não foi inventado, é um desígnio de salvação claramente expresso e vivido por Jesus.

       O Pentecostes mostra como facilmente se vive a unidade, a assembleia, no acolhimento do Espírito. Todos compreendem a linguagem da caridade e do bem, todos compreendem na sua própria língua. Não são precisos tradutores. Ainda que sejamos diferentes, ainda que falemos línguas diversas.

       Como nos diz sabiamente o Apóstolo São Paulo: "Há diversidade de dons espirituais, mas o Senhor é o mesmo. Há diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum... todos nós - judeus e gregos, escravos e homens livres - fomos baptizados num só Espírito, para constituirmos um só Corpo. E a todos nos foi dado a beber um único Espírito".

       Recebemos o mesmo baptismo. Fomos resgatados pelo mesmo sangue, o de Jesus Cristo, que deu a vida por nós. Se a origem é a mesma, a meta há-de ser a mesma: DEUS.


Textos para a Eucaristia (ano A): Act 2,1-11; 1 Cor 12,3b-7.12-13; Jo 20,19-23.

 

05.06.11

A Ascensão de Jesus dá lugar à missão dos Apóstolos

mpgpadre

       1 – "Os onze discípulos partiram para a Galileia, em direcção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos»".

         A Ascensão de Jesus dá lugar à missão dos Apóstolos.

       Por um tempo, Jesus apareceu-lhes, atestando a Sua ressurreição. O sepulcro está vazio, abandonado. Ressuscitou como dissera atempadamente. A desilusão que os discípulos enfrentaram com a prisão do Mestre e com todo o processo que O leva da condenação à morte, dá lugar ao dia, à luz, à ressurreição. Jesus volta para eles. Por pouco tempo. É Jesus quem o prometera. Porquanto, eles podem ver, podem falar cara a cara, podem tocar, podem fazer uma experiência extraordinária de descoberta e de encontro, de vida nova e de comunidade.

       Logo Ele ascenderá aos Céus, para junto de Deus Pai.

      Já os tinha avisado. Já os prevenira. Tiveram tempo para se habituarem àquela que será uma ausência muito próxima: da vastidão de Deus, Jesus estará perto de todos e não apenas daquele pequeno grupo de discípulos. A morte biológica, na ascensão de Jesus ao Céu, deixa de ser um obstáculo para que o Filho de Deus Se manifeste a todo o mundo!

 

       2 – «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra». Dito isto, elevou-Se à vista deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos. E estando de olhar fito no Céu, enquanto Jesus Se afastava, apresentaram-se-lhes dois homens vestidos de branco, que disseram: «Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».

       São Lucas, no seu segundo livro, os Actos dos Apóstolos, apresenta este quadro da Ascensão, do qual se podem retirar importantes lições para os discípulos daquele e deste tempo.

       Jesus começa por alertar quanto à preocupação do tempo e dos momentos. Deus é o Senhor do tempo e da eternidade. Não nos afadiguemos com o que não nos compete. Deus dá-nos o tempo e a vida gratuitamente.

       A ascensão é uma graça, uma bênção sobre os discípulos. 

       O Espírito Santo descerá sobre eles, para que se tornem testemunhas do Mestre. Refira-se, uma vez mais, que o Espírito Santo não é dado para auto-glorificação, mas como instrumento de evangelização. Recebemos o Espírito para nos tornarmos verdadeiras testemunhas da verdade e do bem, da justiça e da caridade que Jesus nos comunica.

       Com efeito, Ele foi elevado para junto de Deus Pai, que fazemos a olhar para o Céu?

       Agora é o tempo de meter mãos à obra e trabalhar pelo Reino de Deus, vamos anunciar a todos os povos a boa-nova, baptizando em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinando tudo o que Jesus nos mandou.

       Não temamos. Ele está connosco até ao fim dos tempos. Encontremo-l'O onde quer que estejamos!

 

       3 – São Paulo, na saudação à comunidade de Éfeso, suplica para os crentes a sabedoria e a luz de Deus, para que todos compreendam o dom de Deus, e dessa forma se insiram na construção do Reino de Deus.

       "O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito de sabedoria e de luz para O conhecerdes plenamente e ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória que encerra a sua herança entre os santos e a incomensurável grandeza que representa o seu poder para nós os crentes".

       Primeiro a conversão a Jesus Cristo, acolhendo os tesouros que nos chegam de Deus, tornando proveitosa a Sua graça. Depois, ou concomitantemente, o testemunho que há-de brilhar como luz, como sol refulgente para o mundo e para os contextos em que vivem os crentes. Acolhamos a graça de Deus e como a recebemos assim a comuniquemos entre nós.

 


Textos para a Eucaristia (ano A): Act 1,1-11; Ef 1,17-23; Mt 28,16-20

 

29.05.11

Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós

mpgpadre

       1 Disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos... Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós. Daqui a pouco o mundo já não Me verá, mas vós ver-Me-eis, porque Eu vivo e vós vivereis... Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».

        Jesus é um grande pedagogo. Guia-nos pela mão para que possamos captar a Sua mensagem. Quando as palavras podem ser dúbias, apresenta-nos exemplos, imagens, comparações, parábolas. Permitindo-nos também uma escolha, pessoal, livre, despreconceituosa. Deixa margem para que possamos dizer não, ou para que sintamos que o nosso sim é mesmo nosso, é interior. Não se impõe, mas também não lava as mãos, oferece-Se por nós e coloca-nos diante de uma proposta de vida. A Sua tolerância não é de todo indiferença, mas acolhimento, compreensão, perdão, desafio. É Amor. Quer o nosso sim, mas como o Pai, também Jesus age numa dinâmica paterna, respeita o nosso não, ou dá-nos tempo para repensarmos, está sempre disponível, espera por nós, impele-nos para Ele, sem forçar.

       Quando sabe próxima a Sua hora, como morte e entrega, mas também como ressurreição/ascensão ao Céu, Jesus não deixa os Seus discípulos às escuras, em incerteza absoluta. A incerteza pode provocar medo e este por sua vez pode tornar-se uma fonte de poder e de controlo. Jesus deixa claro os tormentos por que vai passar, e a que estarão sujeitos os que O seguirem. Para que mais à frente não se sintam defraudados. Mas e ao mesmo tempo, a garantia que a Sua morte, como a Sua ascensão aos Céus, não será um abandono, mas um "até já", Ele enviará o Espírito Santo Consolador.

       Mais, Ele fica connosco se guardarmos os Seus mandamentos. É a oportunidade para Lhe mostrarmos o quanto O amamos, e a certeza que Ele e o Pai permanecem em  nós, fazem em nós a Sua morada.

 

       2 São Pedro sustenta o fundamento da justiça e do bem: Jesus Cristo. O bem deverá ser o horizonte de todo o crente, mesmo que implique, por vezes, a perseguição, a prisão e a própria morte!

       A este propósito, São Pedro, na sua primeira epístola, é categórico:"... Mais vale padecer por fazer o bem, se for essa a vontade de Deus, do que por fazer o mal. Na verdade, Cristo morreu uma só vez pelos nossos pecados o Justo pelos injustos para nos conduzir a Deus. Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito".

       Com efeito, Jesus, prosseguindo a vontade de Deus, passando pelo mundo fazendo o bem, optando pela verdade e pela justiça, é morto. Mas morre pelo Seu projecto de amor para com toda a humanidade. Na cruz, todos nós fomos/somos redimidos. Cumpre com a vontade de Deus. E a vontade de Deus é que leve até às últimas consequências o amor, a entrega por amor, mesmo que as últimas consequências signifiquem a morte.

       Assim como Jesus Cristo em relação a nós, também nós, pela nossa parte, deveremos prosseguir com o bem, mesmo que isso acarrete padecimentos. Sabendo, por outro lado, que Jesus Cristo está vivo e a agir em nós e no mundo através do Espírito Santo.

 

       3 O início da Igreja é fulgurante, se pensarmos no número de discípulos e nos meios disponíveis para o anúncio da Palavra de Deus. Para se deslocarem de terra em terra precisavam de dias, de semanas, ou mesmo anos. Mas o que é certo, depois da ressurreição/ascensão de Jesus aos Céus, os discípulos espalham a boa notícia em Jerusalém e arredores.

       A perseguição a que estão sujeitos a partir daquela que deveria ser a cidade principal do cristianismo, Jerusalém e foi-o nos primeiros tempos , vai acelerar a evangelização. Obrigados a abandonar a cidade santa, vislumbram uma nova oportunidade para testemunhar em nome de Jesus Cristo, falando dos Seus tormentos e sobretudo do Seu projecto de amor para com todos.

       O Livro dos Actos dos Apóstolos, que nos narra os progressos da evangelização, hoje, fala-nos de Filipe e como este espalha a boa nova, seguindo-se a ligação à Igreja-Mãe no apostolado de Pedro e de João.

       "Filipe desceu a uma cidade da Samaria e começou a pregar o Messias àquela gente. As multidões aderiam unanimemente às palavras de Filipe, ao ouvi-las e ao ver os milagres que fazia... houve muita alegria naquela cidade. Quando os Apóstolos que estavam em Jerusalém ouviram dizer que a Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhes Pedro e João. Quando chegaram lá, rezaram pelos samaritanos, para que recebessem o Espírito Santo, que ainda não tinha descido sobre eles. Então impunham lhes as mãos e eles recebiam o Espírito Santo".

        No cristianismo o que se recebe de graça, de graça se dá, se comunica. E desta forma, os Apóstolos comunicam o Espírito Santo que receberam de Jesus Cristo, para que todos os que adiram a Jesus possuam o Espírito de Deus e se convertam em suas testemunhas.


Textos para a Eucaristia (ano A): Act 8,5-8.14-17; 1 Ped 3,15-18; Jo 14,15-21 

 

22.05.11

Não se perturbe o vosso coração, acreditai em Mim

mpgpadre

       1 «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim. Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Mas desde agora já O conheceis e já O vistes». A resposta de Jesus a Tomé e a Filipe deixa clarividente que Jesus é o ROSTO de DEUS. Já não vivemos nas trevas, ou à media luz, vivemos no dia, na luz, no tempo em que Jesus nos dá a conhecer o próprio Deus. Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta». Respondeu-lhe Jesus: «Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai...».

        Sublinhe-se, uma vez mais, que o cristianismo não é uma Religião do Livro (a Bíblia), ou um conjunto de verdades, de leis, de decretos, mas é antes de mais e sobretudo, uma PESSOA e um acontecimento, Jesus Cristo com o mistério da Sua morte e Ressurreição, momento pelo qual nos oferece a Deus, redimindo-nos de todo o mal, e (re)colocando-nos em Deus.

       E nem a Sua ascensão ao Céus O afastará do mundo e sobretudo das pessoas: «Não se perturbe o vosso coração. Se acreditais em Deus, acreditai também em Mim. Em casa de meu Pai há muitas moradas...". Vai para junto do Pai, preparar a nosso morada, mas ainda mais próximo de cada um. Daí a nossa alegria, por sabermos que - tal como Deus Seu e nosso Pai - Ele ficará agora mais disponível, sem as limitações espácio-temporais.

       Ele é o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA. N'Ele a garantia que o nosso presente e futuro estão assegurados. E se é certo que há tantos caminhos quantas as pessoas, como há alguns anos o referiu o então Cardeal Ratzinger. Cada um acolhe a fé à sua maneira, encaminhando-nos todos para Ele, o nosso caminho, caminho da Igreja, caminho da humanidade.

 

       2 Com efeito, isto é tanto assim, que depois da ressurreição/ascensão de Jesus, os Apóstolos não ficam paralisados pelo medo anterior mas sentem-se animados pelo Espírito de Jesus Cristo e, destemidamente, testemunham a presença de Cristo vivo em cada um, nas comunidades crentes, nos sacramentos, no bem a promover.

       E cedo começam a ver que as limitações pessoais são superadas pela força do Espírito Santo. Os frutos aparecem. Novas necessidades, novas dificuldades, novas potencialidades.

       "Aumentando o número dos discípulos, os helenistas começaram a murmurar contra os hebreus, porque no serviço diário não se fazia caso das suas viúvas. Então os Doze convocaram a assembleia dos discípulos e disseram: «Não convém que deixemos de pregar a palavra de Deus, para servirmos às mesas. Escolhei entre vós, irmãos, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para lhes confiarmos esse cargo. Quanto a nós, vamos dedicar-nos totalmente à oração e ao ministério da palavra»".

       O importante, em cada nova situação, é confiar em Deus e deixar que Ele seja protagonista. Quando assim acontece, as dificuldades tornam-se novo ponto de partida para o anúncio do Reino e para a solidificação do Evangelho.

       Mais pessoas a quem atender, sem secundarizar o anúncio da Palavra de Deus.

       São escolhidos 7 homens, honrados, justos, de entre a comunidade. Surgem os diáconos (= aquele que serve... serviço das mesas = caridade). A dimensão caritativa não é dispensável, não é acessória, não é engavetável, é o rosto da Igreja, porque é também o rosto de Jesus Cristo. Ele não vem para ser servido mas para servir. Diante dos discípulos para lhes lavar os pés, a reafirmação: assim como Eu vos fiz, fazei-o também vós uns aos outros. Ele é o caminho a percorrer. Mas cada pessoa, como rosto de Cristo para este tempo, é caminho para a salvação.

 

       3 "Aproximai-vos do Senhor, que é a pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus. E vós mesmos, como pedras vivas, entrai na construção deste templo espiritual, para constituirdes um sacerdócio santo, destinado a oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo..."

       Cada um de nós faz o seu caminho.

       Caminhamos juntos, mas não uns em vez dos outros!

       Temos uma identidade, preocupações e anseios específicos, sonhos e projectos determinados. Como crentes, somos pedras vivas. Cada um de nós é peça importante na construção do Reino de Deus. Contudo, o nosso caminho, como cristãos, há-de levar-nos a Jesus Cristo, é Ele a Pedra Viva, preciosa aos olhos de Deus. E assim, como referido no início, o nosso caminho, na sua dinâmica pessoal, vai-se aproximando de Jesus Cristo, o Caminho, a Verdade e a Vida, inserido-nos assim na comunidade crente, na dinâmica comunitária da fé. Juntos formamos o Corpo de Cristo que é a Igreja, como pedras vivas, formamos o Templo santo do Senhor.

       Cada um de nós faz o seu caminho.

       Caminhamos juntos, mas não uns em vez dos outros!

       Olhando para o lado, não vendo ninguém, o caminho torna-se desértico, arenoso.

       Mas com os outros, e com Deus no nosso caminho, tudo se torna mais luminoso, mais seguro, ainda que as dificuldades persistam. Sabemos com Quem caminhamos e para onde vamos. O nosso caminhar torna-se mais decidido.


Textos para a Eucaristia (ano A): Act 6, 1-7; 1 Ped 2, 4-9; Jo 14, 1-12.

 

23.11.10

Deus ama-te apaixonadamente, como és!

mpgpadre

Deus ama-te apaixonadamente, tal como és. (...)

O Senhor é um Deus apaixonado por ti.

Deus é amor e não pode, não sabe, não é capaz de fazer outra coisa

senão amar-te, gostar de ti, querer-te bem. (...)

 

O Senhor ama-te porque Ele é bom, porque é amor.

Não está à espera que tu sejas anjo ou santo para te amar.

Ele sabe que és barro, que és frágil e por isso te ama, te quer bem.

Não duvides deste amor e abre-te a Ele. (...)

 

Recorda o que o Senhor disse a Catarina de Sena:

«faz-te receptiva e Eu serei torrencial».

Aprende a ser receptivo, aprende a ter um coração pobre, despojado e humilde,

e o Senhor será, em ti, torrencial, encher-te-á, mais e sempre mais, do seu amor. (...)

Deixa Deus ser Deus, deixa Deus amar-te, abraçar-te, beijar-te,

acariciar-te como faz o Pai do pródigo.

Não fujas, não recues, não te afastes, não coloques obstáculos.

Deixa-te amar por Deus. (...)

Antes de pensares nos teus pecados, contempla o amor que Deus tem por ti,

antes de olhares as tuas misérias, descobre a ternura amorosa do teu Deus. (...)

Convence-te, cada dia sempre mais, que Ele não é capaz de deixar de te amar»

Dário Pedroso, s.j. , in Paróquia de Tarouca.

23.06.10

Ama-me como és

mpgpadre

«Eu, teu Deus,

conheço a tua miséria, os combates e as tribulações da tua alma,

a fraqueza e as enfermidades do teu corpo;

conheço a tua frouxidão, os teus pecados, as tuas falhas;

mesmo assim, eu te digo:

"Dá-me o teu coração, ama-me como és".

Se esperas ser um anjo para te entregares ao amor, nunca me amarás.

Embora tornes a cair muitas vezes nessas faltas que desejarias nunca conhecer,

embora sejas indolente na prática da virtude,

não te permito que não ames.

Ama-me como és.

Em cada instante e em qualquer situação em que te encontrares,

no fervor ou na aridez, na fidelidade ou na infidelidade,

ama-me tal como és.

Quero o amor do teu coração indigente.

Se, para me amares, esperas ser perfeito, nunca me amarás.

Meu filho, deixa-me amar-te, eu quero o teu coração.»

 

Luís Rocha e Melo S.J. , em "Se tu soubesses o dom de Deus", in Conhecer e Seguir Jesus

07.12.07

Todos somos família

mpgpadre
Para Deus não há descriminação!
         Todos são igualmente amados:
         Sem distinção de:
         » raça
         » cor 
         » religião 
         » língua   
         » estrato social
         » cultura
         » país
Formamos todos uma grande família.
As desigualdades entre os seres humanos não fazem sentido aos olhos de Deus!
Quando dizemos Pai-nosso fazemo-lo a pensar e a orar por todos principalmente pelos que sofrem.
 
Nesta oração fazemos que o Céu desça à terra
E, por outro lado, elevamos a terra ao céu
 
É esse o sentido da Encarnação:
Deus humanizou-se para que o homem se divinizasse
 
Maria foi a grande cooperadora e corredentora porque aceitou ser simultaneamente Mãe de Deus e dos homens!
 
Venha a nós o vosso reino (não o nosso!) É o reino de Deus!
O Mais importante que possamos pedir é um coração dócil. Para que seja Deus a reinar em nós. O reino de Deus vem através do coração dócil (não obriga; não impõe)
Este é o seu caminho!
E para que isto aconteça temos que rezar sempre com muita fé, para que o reino de Deus se manifeste nas nossas vidas.
 
Isto concretiza-se quando se dá o encontro com Cristo. Ele é o reino de Deus em pessoa. Onde Ele está, aí está o reino de Deus.
 
Queremos sempre mais tranformar-nos n’Ele, seremos assim, um só com Ele.
S. Paulo dizia: já não sou eu que vivo. É Cristo que vive em mim.
Há como que uma identificação; uma configuração…
 
Venha a nós…
Significa que nós estamos a dizer: faz-nos ser teus, Senhor.
Vive em nós
Reúne no teu corpo a humanidade dispersa
Para que em Ti tudo fique submetido a Deus
E possas depois entregar o universo ao Pai, para que Deus seja tudo em todos (1 Cor 15, 26-28).
Pe. António José Ferreira

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