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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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23.03.22

D. António Couto - As Mulheres nas Cartas de São Paulo

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D. ANTÓNIO COUTO (2022). As Mulheres nas Cartas de São Paulo. Gaeiras: Alêtheia Editores. 130 Páginas.

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Há tempos, através da transmissão da Missa dominical, cuja segunda leitura trazia uma das cartas de São Paulo, em que falava da submissão de todos a Cristo, mas, na continuação da leitura, falava na submissão da mulher ao marido, como da Igreja a Cristo. Para quem ler o texto com honestidade, vê que a submissão, em lógica de amor e serviço, é recíproca. Ao marido é dito claramente que há de amar a mulher como ao seu próprio corpo, portanto, não se trata de o homem submeter a mulher, mas de amá-la como Cristo amou a Igreja e deu a vida por ela.
Mas logo surgiram algumas pessoas escandalizadas, multiplicando as partilhas e a polémica e, diria eu, evidenciando uma grande ignorância religiosa (bíblica). Para ajudar a clarificar os escritos de São Paulo, os genuínos e os que foram retocados. D. António resolveu colocar em pratos limpos a visão de São Paulo, bem como os acrescentos que foram feitos posteriormente.
 
“Dados os ‘apupos’ que se fizeram ouvir um pouco por toda a comunicação social e redes sociais por causa de um texto notável de São Paulo que, aparentemente, à primeira vista e audição, impunha à mulher submissão ao marido, resolvi também eu, ilustre Teófilo, examinar atentamente tudo e oferecer de forma ordenada e a quem o desejar, também ao mundo moderno, um percurso em que se mostra com suficiente clareza a maneira excecional como Paulo se relacionou com as mulheres concretas, com nome, que encontrou no seu caminho, e como refletiu sobre a sua condição e missão nas comunidades cristãs primitivas.
O leitor atento terá oportunidade de encontrar nas páginas que se seguem alguns dos textos mais emblemáticos e problemáticos que tanto espanto têm provocado. Terá oportunidade de os encontrar e de os compreender, e até de se surpreender e encantar com o excesso de sentido que deles emana.
É tempo de alguns preconceitos caírem, como caiu o muro de Berlim. O que não se espera, também pode acontecer".

18.08.16

VL – Enraizados em Deus, para olhar o sofrimento de frente

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       Etty Hillesum, a holandesa judia, morta em Auschwitz, surpreendeu-me pela serenidade com que enfrentou o sofrimento, as adversidades, procurando, através da oração, de joelhos, da meditação e da própria escrita, olhar de frente o mal, mas sem se dar por vencida e sem dar a primazia ao mal. Apesar de todo o mal infligido, o bem está a germinar por toda a parte e há de vencer. Por ora é tempo de lutar para que as pessoas não enterrem Deus nos seus corações.
       O mundo parece desmoronar-se e a violência gratuita (sobretudo) contra os judeus acentua-se, apesar disso, Etty Hillesum continua a esperar em Deus. Para sermos felizes não nos permitimos simplesmente virar as costas ao sofrimento. “Somos sobretudo nós próprios que nos roubamos. Acho a vida bela e sinto-me livre. Os céus estendem-se tanto dentro como acima de mim. Creio em Deus e nos homens e atrevo-me a dizê-lo sem falso pudor. A vida é difícil, ma isso não é grave… Meu Deus, dou-te graças por me teres criado tal como sou. Dou-te graças porque às vezes me permites estar tão cheia de vastidão, daquela vastidão que não é senão o meu ser transbordante de Ti”.
       O poder da violência é por agora invencível, mas não nos podem roubar a vida, não podem entrar no nosso íntimo, lugar onde encontramos Deus. “Dentro de mim há uma nascente muito profunda. E nessa nascente está Deus. Por vezes, consigo alcançá-lo, a maior parte das vezes, está coberta de pedras e de areia: nessas alturas, Deus está sepultado. Então há que voltar a desenterrá-lo. Imagino que certas pessoas rezam com os olhos fixos no céu: elas procuram Deus fora de si. Há outras que inclinam a cabeça, escondendo-a entre as mãos: creio que estas procuram Deus dentro de si”.
       E se Deus não me ajudar? Então serei eu a ajudar Deus…
       “Prometo-te uma coisa, meu Deus: tentarei ajudar-Te para que Tu não sejas destruído dentro de mim… A única coisa que podemos salvar destes tempos, e também a única coisa que conta de verdade, é um pedaço de Ti em nós mesmos, meu Deus. E talvez também possamos contribuir para te desenterrar dos corações devastados dos outros homens… Eu não ponho em questão a tua responsabilidade, mais tarde serás Tu a declarar-nos responsáveis a nós… Tu não nos podes ajudar, mas cabe-nos a nós ajudar-te a Ti, defender até ao fim a tua casa em nós... acredita, não te expulsarei do meu território”.
 
Publicado na Voz de Lamego, n.º 4372, de 19 de julho de 2016

18.08.16

VL – Etty Hillesum - a oração enraíza-nos em Deus

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       Parafraseando Ortega Y Gasset, a pessoa é com as suas circunstâncias. Certamente. Tudo o que nos rodeia nos influencia. Tempo. As pessoas. As situações luminosas ou obscuras. Até a forma de acordar, ou a roupa que se veste, o descanso ou a falta dele. Uma palavra, um sorriso, a presença de alguém que estimamos, podem alterar positiva ou negativamente o nosso dia.
       Porém, o essencial é a atitude com que encaro a vida, as pessoas, os acontecimentos do tempo presente. Mudamos conforme as circunstâncias ou procuramos que as circunstâncias, ainda que contem, não definam, em definitivo, a nossa personalidade?
       Hillesum sabe que, mais dia, menos dia, será levada para o campo de extermínio, como outros judeus, para ser morta. Desabafa confiante: “Estamos em casa. Estamos em casa sob céu. Estamos em casa em qualquer lugar, se trouxermos tudo dentro de nós. Muitas vezes me tenho sentido, e ainda sinto, como um navio que transporta a bordo uma carga preciosa: os cabos são cortados e agora o navio parte, livre para navegar por toda a parte. Temos de ser a nossa própria pátria”.
        E quando não restar mais nada?
        “Quando a borrasca for demasiado forte, e eu já não souber como escapar, restar-me-ão sempre duas mãos juntas e um joelho dobrado. É um gesto que a nós, judeus, não foi transmitido de geração em geração. Tive de aprendê-lo a custo… Como é estranha a minha história – a história de uma rapariga que não se sabia ajoelhar. Ou, com uma variante: da rapariga que aprendeu a rezar. É o meu gesto mais íntimo”.
       A oração é a casa de Etty Hillesum. Onde se encontra e onde encontra Deus. “De repente, compreendi como uma pessoa, com o rosto escondido atrás das mãos juntas, pode deixar-se cair violentamente de joelhos e depois ter paz… Devo tornar-me mais simples, deixar-me viver um pouco mais. Agora sei qual a minha cura: acocorar-me a um canto e escutar aquilo que tenho dentro de mim própria”.
       E se o mundo conhecido desaparecer?
       “Falarei contigo, meu Deus. Posso? Como as pessoas vão desaparecendo, não me resta outra coisa senão o desejo de falar contigo. Amo assim tanto os outros porque em cada um deles amo o pedacinho de Ti, meu Deus. Procuro-Te em todos os homens e, frequentemente, encontro neles alguma coisa de Ti. E procuro desenterrar-Te do seu coração, meu Deus”.
 
Publicado na Voz de Lamego, n.º 4373, de 26 de julho de 2016

18.08.16

VL – Enraizados em Deus, para viver a própria vida

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        Há situações que nos deixam sem chão, sem palavras e cuja esperança quase desaparece. Etty Hillesum, como se pode descobrir no seu diário, nas suas cartas ou em livros sobre ela, como judia holandesa, viveu uma das tragédias do século XX. Viria a morrer, com 29 anos, no campo de extermínio de Auschwitz, como outros milhares de judeus. Foi um período negro para a humanidade, mas de onde surgiram figuras que continuam a iluminar o nosso tempo, pela perseverança e resiliência. Foram mortas mas não se deixaram matar pela história. Sobreviveram aos carrascos pelo testemunho que nos legaram.

       Diz-nos acerca dela Frei Michaeldavide (Etty Hillesum. Humanidade enraizada em Deus): é uma "mulher, cuja vida está prestes a ser violentamente despedaçada, ainda consegue acreditar… é uma jovem mulher que soube transfigurar a própria vida, deixando-a amadurecer até à plenitude, aprendendo a rezar e a meditar... Mediante a oração aprendeu a meditar sobre as trevas humanas através da luz de Deus, sem as negar, mas também sem as tornar mais densas... vive e abraça até ao fundo o contexto terrível de uma das páginas mais sombrias da humanidade – talvez a mais tenebrosa, por ter sido concebida e dada à luz pela civilização europeia enraizada na tradição do cristianismo”. Com efeito, “Etty Hillesum é mestra de total lucidez: na capacidade de atribuir um nome preciso àquilo que se pode verificar de negativo, sem esquecer que, no preciso momento em que qualquer coisa de terrivelmente negativo está a acontecer, continua a crescer o bem, que existe desde sempre e que é o futuro, enquanto o mal não tem futuro, mesmo quando parece tão tremendo que atrai toda a nossa atenção”.
       A dimensão do mal pode levar à desistência, ao lamento, à resignação (passiva). Com facilidade soçobramos ao mal que nos é infligido, gastando-nos, incendiando-nos o coração com trevas. Etty Hillesum tinha tudo para reclamar pelo infortúnio, mas opta pela esperança enraizada em Deus. “Entre a vida que recebemos e a vida que devemos receber oscila a nossa vida, aquela que, de momento, vivemos ou não vivemos… Se toda a dor não alargar os nossos horizontes e não nos tornar mais humanos, libertando-nos das mesquinhices e das coisas supérfluas desta vida, terá sido inútil… O homem ocidental não aceita a dor como parte desta vida: por isso, nunca consegue extrair forças positivas… Fomos marcados para sempre pela dor. Contudo, a vida é maravilhosamente boa... basta que façamos com que Deus, apesar de tudo, esteja em segurança nas nossas mãos".
 
Publicado na Voz de Lamego, n.º 4371, de 12 de julho de 2016

18.08.16

VL – Enraizados em Deus, para ver além do mal

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       No dia 13 de fevereiro de 2013, Quarta-feira de Cinzas, dois dias depois de anunciar a renúncia ao pontificado, Bento XVI apresentava figuras cujas conversões são testemunho e interpelação. Uma dessas figuras proposta é “Etty Hillesum, uma jovem holandesa de origem judaica, que morrerá em Auschwitz. Inicialmente distante de Deus, descobre-o olhando em profundidade dentro de si mesma e escreve: «Dentro de mim existe um poço muito profundo. E naquele poço está Deus. Às vezes consigo alcançá-lo, mas na maioria das vezes está coberto por pedras e areia: então Deus está sepultado. É necessário que eu o volte a desenterrar» (Diário, 97). Na sua vida dispersa e inquieta, ela encontra Deus precisamente no meio da grande tragédia de Novecentos, o Shoah. Esta jovem frágil e insatisfeita, transfigurada pela fé, transforma-se numa mulher cheia de amor e de paz interior, capaz de afirmar: «Vivo constantemente em intimidade com Deus»”.
       Diante de tanto mal, poderia advir o desânimo. E se nos lembrarmos do extermínio de milhares de judeus, sob o império do mal perpetrado por Hitler e o nazismo, não será fácil sobreviver ao desencanto e a uma resignação destrutiva. Todavia, Etty Hillesum recorda que nenhum mal pode eliminar completamente o bem. O mal não tem futuro. O bem tem futuro. O mal, pela sua extensão, pode amedrontar-nos. Mas não é definitivo.
       Também o tempo atual parece sombrio: a crise económico-financeira, o Brexit, a crise dos refugiados, os atentados terroristas, a violência gratuita, xenófoba, racista, a falta de emprego e a insegurança quanto ao futuro, parecem destruir o sonho de um mundo seguro e onde todos se reconheçam como irmãos.
       Etty Hillesum desafia-nos a enraizar a vida em Deus, enfrentando assim a dor e o sofrimento. “É verdade que de vez em quando podemos estar tristes e abatidos por aquilo que nos fazem, é humano e compreensível. A vida é difícil, mas não é grave… Uma paz futura só o poderá ser verdadeiramente se antes tiver sido encontrada por cada um dentro de si próprio – se cada homem se tiver libertado do ódio contra o próximo de qualquer raça ou povo, se tiver superado esse ódio e o tiver transformado em algo diferente, talvez a longo prazo, em amor… É a única solução possível. Esse pedacinho de eternidade que trazemos dentro de nós… Meu Deus, ainda não se dão conta de que todas as coisas que existem são areias movediças, a não ser Tu”.
       Quanto mais em Deus, mais disponíveis para os outros.
 
Publicado na Voz de Lamego, n.º 4370, de 5 de julho de 2016

13.10.12

Sem um olho, vejo melhor...

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María de Villota - 32 anos - era piloto de Fórmula 1. Apaixonada pela velocidade e pelos carros, conseguira atingir o seu sonho. Era a única mulher num mundo dominado por homens. Um dia teve um acidente grave e azarado: regressando dos testes na pista - sem que se perceba porquê - acelerou e embateu contra a traseira de um camião. Na altura pensou-se que teria a vida em risco. "María, te hemos salvado la vida... pero tenemos que decirte que has perdido el ojo" - disse-lhe o médico, depois da operação. "Usted es cirujano?" - respondeu María - "… y usted necesita dos manos para operar? pues yo soy piloto de Fórmula 1 y necesito dos ojos!…". Passados três meses de recuperação, em conferência de imprensa, partilha com todos a transformação interior que sofreu: "…te dás cuenta que ves más que antes… porque yo antes sólo veía la Fórmula 1, sólo me veía encima de un coche compitiendo, y no veía lo que era realmente importante en la vida; la claridad de decir "joder, estoy viva" y que en ese momento no estaba valorando lo más grande que es que esa persona que estaba allí me haya salvado"; "este ojo me ha devuelto el Norte; me ha devuelto lo importante"; "esta nueva oportunidad la voy a vivir al cien por cien"; "hoy cuando me miro al espejo estoy orgullosa porque realmente pienso que mi aspecto actual dice más de quién es María de Villota"; "llevo mi historia y la llevo con mucho cariño y orgullo". Mais nada.

 

 

[Fotografia de GrandPrixMotoriOnline]

07.02.12

38. Descomplique / Simplifique / Descomprima / Alivie

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Descomplique / Simplifique / Descomprima / Alivie

Nem sempre é fácil olharmos para a nossa existência quotidiana com serenidade, ponderação, de forma descontraída. Por vezes é preciso demasiado pouco para alterarmos a cor com que vemos os outros e o mundo que nos rodeia. Basta uma leve irritação para que tudo se torne diferente, pesado, feio, mau, irritante, provocador.

Augusto Cury fala nos primeiros 30 segundos em que tudo se decide. Um leve toque. Uma picada ligeira que mexe com o nosso cérebro, com o nosso sistema nervoso, uma insinuação, uma palavra, um gesto fora de tempo, um clique, e a nossa mente dispara. E se dispara torna-se muito difícil corrigir a trajetória. Daí que os primeiros segundos de uma altercação sejam essenciais, para manter a calma ou para perder a paciência.

 

Obviamente, nem todas as pessoas são iguais. Cada pessoa é única e tem reações diferentes às mesmas provocações. No entanto, o clique que vai despoletar uma alteração, se não se resguardar a mente, embora diferente, há clique para todos. O importante é tentar não responder de imediato, em 30 segundos, para que o clique que espicaça a nossa mente possa ser redirecionado, assimilado, compreendido. Por vezes reagimos quase por reflexo.
Augusto Cury conta uma pequena história. Num tribunal, perante um júri, o advogado de defesa, para defender o seu cliente e justificar que por vezes uma palavra, ou um estalo, podem desencadear uma guerra violenta e mortífera, pega um copo com água, e sem ninguém (quase) dar por isso, zás, atira a água para a cara do Juiz... o que acontece... de imediato o Juiz irritado se põe a discutir com o advogado, ameaçando expulsá-lo do tribunal e da própria Ordem... O ponto de vista do advogado: se um copo de água arremessado contra alguém provoca tamanha irritação, quanto mais...

Sabendo isto, podemos ver que muitas vezes reagimos de imediato ainda antes de  compreendermos o verdadeiro motivo, as razões, ou nos irritamos com alguém logo que abre a boca... mas aquela palavra, aquele gesto, aquela frase, já as conhecemos e o nosso cérebro melhor, aquece rapidamente, reage instintivamente, defende-se, fecha-se logo... Somos admiráveis. Deus criou-nos admiravelmente.

Pensemos num outro exemplo.
Sublinhamos de novo que cada pessoa é ela mesma um mistério, única e irrepetível, um milagre de Deus (ou da natureza, do ocaso!). E por outro lado, nem tudo é linear, pode dar-se numas pessoas e outras não. A vida não é branca ou preta, é um conjunto de mil cores, colorida pelas mãos de Deus.

Imaginemos que a nossa vida é um novelo de lã. Um fio que nos conduz de uma ponta a outra. Para nós crentes, é um fio que nos traz do Céu à terra, de Deus à história, pela criação, e que nos faz regressar de novo ao Céu, como a água que cai e não volta sem ter produzido fruto. Estamos ligados.
Por um lado, o fio de lã que é a nossa vida entrelaça-se com outros fios de lã que são as vidas das muitas pessoas que se cruzam connosco, ou que direta ou indiretamente têm a ver connosco.

 

Por outro lado, no feminino e no masculino, salvando a identidade e a irrepetibilidade de cada pessoa, também aqui as diferenças e características masculinas e femininas... o homem é quase sempre apenas um fio que se desprende de cada vez, dois ou três fios que se desprendem do novelo já é muito para um cérebro masculino; para a mulher, podem desprender-se vários fios, ao mesmo tempo, que consegue dar conta do recado tal é a riqueza da sua mente.
Mas à parte estas diferenças, que podem ajudar a compreender melhor a mente humana, na sua masculinidade e na sua feminilidade, sabendo que todos temos as duas dimensões. Na mulher acentua-se o feminino. No homem, o masculino. Mas cada um de nós, em diferentes situações, pode acentuar mais o masculino ou o feminino que nos caracteriza...

 

Se há vários fios entrelaçados, os nossos (para já não falar nos fios que entrelaçamos com todos aqueles com quem nos cruzamos), podemos chegar a uma altura que nos desorientamos completamente. Para uns e outros, homens e mulheres, importa pegar num fio condutor, ver de onde parte e para onde vai, onde passa e o que está a impedir que se desenvencilhe. Elas, talvez consigam pegar em vários fios e testá-los. Em certas situações é um emaranhado tal que nenhum homem é capaz de compreender, é uma riqueza muito grande para um homem só. Para eles, um problema é um problema, mas também se pode diabolizar de tal forma que pareça muitos fios, muitos problemas, muito difícil de perceber-se...

Descomplique, descontraia, simplifique. Lembre-se, por vezes a árvore - um problema que se agiganta - pode esconder toda a beleza da floresta, pode esconder a riqueza da outra pessoa.
Os pássaros voam porque não complicam. Também temos asas, mas por vezes a amargura da vida, as desilusões, os fracassos, os tropeços, podem impedir-nos de voar, de ver mais longe.
Que o fio da nossa vida nos ligue aos outros. Que o fio da nossa vida nos ligue a Deus. Se todos nos ligarmos a Deus, estaremos ligados entre nós. Seja feliz.

08.03.11

Bem-aventuranças da Mulher

mpgpadre

  • Bem-aventurada a mulher que cuida do próprio perfil interior e exterior, porque a harmonia da pessoa faz mais bela a convivência humana.

  • Bem-aventurada a mulher que, ao lado do homem, exercita a própria insubstituível responsabilidade na família, na sociedade, na história e no universo inteiro!

  • Bem-aventurada a mulher chamada a transmitir e a guardar a vida de maneira humilde e grande!

  • Bem-aventurada a mulher quando nela e ao redor dela acolhe, faz crescer e protege a vida!

  • Bem-aventurada a mulher que põe a inteligência, a sensibilidade e a cultura a serviço dela, onde ela venha a ser diminuída ou deturpada.

  • Bem-aventurada a mulher que, em seu caminho, encontra Deus: escuta-O, acolhe-O, segue-O, como tantas mulheres ao longo da História, e se deixa iluminar por Ele na opção da vida!

  • Bem-aventurada a mulher que se empenha em promover um mundo mais justo e mais humano!

  • Bem-aventurada a mulher que, dia após dia, com pequenos gestos, com palavras e atenções que nascem do coração, traça sendas de esperança para a humanidade!”

       Reconheça e agradeça a DEUS pelas mulheres que foram e continuam a ser importantes na sua vida: a sua mãe, irmãs, esposa (se casado), companheiras de trabalho, amigas... Todas elas foram e continuarão a ser presenças da bondade e do amor de DEUS na vida de todos nós...

 

“SER MULHER É TRAZER EM SI MESMA A FORÇA E A SENSIBILIDADE QUE LHE PERMITE TRANSFORMAR A PRÓPRIA ESSÊNCIA EM UMA EXISTÊNCIA DE CARINHO E AFECTO.”

(Rosemére Cordeiro).

“A MULHER QUE TEME O SENHOR, ESSA SERÁ LOUVADA.”

(Provérbios 31,30).

“RECOMENDO-VOS A NOSSA IRMÃ FEBE, QUE ESTÁ SERVINDO À IGREJA DE CENCRÉIA, PARA QUE A RECEBAIS NO SENHOR... PORQUE TEM SIDO PROTETORA DE MUITOS E A MIM INCLUSIVE.”

(Rom 16,1-2a. Febe, uma mulher que exercia a liderança na comunidade cristã do século I)

 

BÊNÇÃO DAS MULHERES

Que o Deus de Eva te ensine a discernir o bem e o mal.

Que o Deus de Agar conforte a ti e a todas as mulheres quando se sentem sós no deserto da vida.

Que o Deus de Miriam te faça instrumento de libertação.

Que o Deus de Débora te conceda audácia e coragem para lutar pela justiça.

Que o Deus de Ester te conceda fortaleza para afrontar os poderosos.

Que o Deus de Maria de Nazaré abra o teu coração para que tu possas receber o gemem Daquele que vive para sempre.

JESUS E AS MULHERES:

       Jesus, que disse à Samaritana tudo aquilo que ela havia feito, te torne evangelizadora do teu povo.

       Jesus, que curou a mulher encurvada, liberte a ti e a todas as mulheres oprimidas pelas tradições culturais da escravidão.

       Jesus, que se deixou ungir a cabeça por uma mulher, te conceda ser profetiza para que o reconheça sempre como Senhor e Messias.

       Jesus, o amigo de Maria Madalena, te envie como uma apóstola para que possas levar a mensagem de libertação a todos os povos.

       Que o Espírito te consagre para que em Jesus Cristo, tu possas anunciar boas notícias aos pobres e liberdade aos prisioneiros, em nome de Deus que é, que era e que sempre será o Deus-connosco. Assim seja!!!

10.02.10

O defeito da mulher

mpgpadre

Quando Deus fez a mulher, já estava a trabalhar há seis dias consecutivos.

Apareceu um anjo que lhe perguntou:

- Deus, porque estás a perder tanto tempo com esta criação?

Ao que Deus respondeu:

- Já viste a minha lista de especificações para este projecto? Ela tem que ser completamente lavável, mas sem ser de plástico, tem mais de 200 partes móveis, todas substituíveis, e é capaz de sobreviver à base de coca-cola light e restos de comida, tem um colo capaz de segurar em quatro crianças ao mesmo tempo, tem um beijo capaz de curar qualquer coisa desde um arranhão no joelho a um coração ferido e faz isto tudo apenas com duas mãos.

O anjo ficou estupefacto com estas especificações.

- Só duas mãos!? Impossível! E esse é apenas o modelo normal? É muito trabalho só para um dia. É melhor acabares só amanhã.

- Nem pensar, protestou Deus.

- Estou quase a acabar esta criação que me é tão querida. Ela já é capaz de se curar a si própria quando fica doente e consegue trabalhar 18 horas por dia.

O anjo aproximou-se e tocou na mulher.

- Mas fizeste-a tão macia e delicada, meu Deus.

- Sim, mas também pode ser muito resistente. Nem fazes ideia o que ela pode fazer e aguentar.

- E ela vai ser capaz de pensar? perguntou o anjo.

- Não só é capaz de pensar como é capaz de negociar e convencer.

O anjo então reparou num pormenor e tocou na cara da mulher.

- Ups, parece que tens uma fuga neste modelo. Eu disse-te que estavas a tentar fazer demais numa criatura só.

- Isso não é uma fuga, é uma lágrima.

- E para que é que isso serve? perguntou o anjo.

- A lágrima é o seu modo de exprimir alegria, pena, dor, desilusão, amor, solidão, luto e orgulho.

O anjo estava impressionado.

- És um génio, Deus. Pensaste em tudo.

 

E de facto as mulheres são verdadeiramente espantosas.

Têm capacidades que surpreendem os homens.

Carregam fardos e dificuldades, mas mantendo um clima de felicidade, amor e alegria.

Sorriem quando querem gritar.

Cantam quando querem chorar.

Choram quando estão felizes e riem quando estão nervosas.

Lutam por aquilo em que acreditam e não aguentam injustiças.

Não aceitam um 'não' quando acreditam que existe uma solução melhor.

Prescindem de tudo para dar à família.

Vão com um amigo assustado ao médico.

Amam incondicionalmente.

Choram quando os seus filhos são os melhores e aplaudem quando um amigo ganha um prémio.

Ficam radiantes quando nasce um bebé ou quando alguém se casa.

Ficam devastadas com a morte de alguém querido, mas mantêm a força além de todos os limites.

Sabem que um abraço e um beijo pode curar qualquer desgosto.

Existem mulheres de todos os formatos, tamanhos e cores.

Elas conduzem, voam, andam e correm ou mandam e-mails só para mostrar que se preocupam contigo.

O coração de uma mulher mantém este mundo a andar.

Elas trazem alegria, esperança e amor.

Dão apoio moral à sua família e amigos.

As mulheres têm coisas vitais a dizer e tudo para dar.

 

NO ENTANTO, EXISTE UM DEFEITO NAS MULHERES...

"É QUE ELAS SE ESQUECEM CONSTANTEMENTE DO SEU VALOR!"

 

Postado a partir do nosso blogue Caritas in Veritate.

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