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10.04.15

Manuel Forjaz e JAC: 28 minutos e 7 segundos de vida

mpgpadre

MANUEL FORJAZ e JOSÉ ALBERTO CARVALHO (2015). 28 minutos e 7 segundos de vida. Alfragide: Oficina do Livro. 4.ª Edição. 248 páginas.

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        Em tempos recomendamos o livro de Manuel Forjaz: NÃO TE DISTRAIAS DA VIDA. Neste livro, Manuel Forjaz deixou um testemunho comovente, pela frontalidade, pelas ideias, pela resiliência face à doença. Dizia então: “A doença provavelmente vai matar-me, não sei quando e não me preocupo com isso. O que sei é que o cancro não vai conseguir matar-me a vida” (p. 153). E prosseguia: “Sei que tenho um cancro e que um dia me vai vencer. Mas esse dia ainda não chegou e até lá tenciono continuar a aproveitar cada momento. Tive várias derrotas na minha vida, mas de todas as vezes caí de pé. É preciso nunca deixar de viver” (p. 155). Veja algumas frases solucionadas AQUI sobre Deus, escolhas, doença, fé, vida, morte.

       Na ocasião em que publicava este livro, convidando a não nos distrairmos da vida, entrou num projeto televisivo com conhecido apresentador José Alberto Carvalho, em programa que teve como título: 28 MINUTOS E 7 SEGUNDOS DE VIDA. Título (quase) aleatório, conjugando minutos e segundos, "porque o tempo pode ser igual para um relógio, mas não para um homem", frase emprestada de Michel Proust e com a qual JAC terminava cada programa. O 10.º programa já não tem a presença física de Manuel Forjaz. Iria ser gravado na quarta-feira de manhã e transmitido na TVI24 nesse dia à noite, porém, no domingo (imediatamente) anterior, a 6 de abril de 2014, o coração de Manuel Forjaz parou. Tinha 50 anos. O 10.ª programa seria gravado com os filhos de Manuel Forjaz. António e José Maria, recordando episódios pessoais e familiares, histórias, mensagens.

       O livro transcreve as conversas de José Alberto Carvalho com Manuel Forjaz, com breves introduções do Jornalista e Diretor da TVI, situando ou contextualizado cada programa e a respetiva escolha dos temas.

       Como ouvimos dizer, não há doenças, mas doentes. Nas intervenções de Manuel Forjaz fica claro que nem todos reagem de maneira semelhante a exames médicos, aos tratamentos, aos comentários que os outros fazem, mas ainda assim compromete-se a falar da vida, do futuro, de projetos. Morreu de cancro... mas não deixou de viver pelo facto de ter cancro, mesmo que tenha tido necessidade de alterar algumas rotinas.

20.03.14

Leituras: MANUEL FORJAZ - Não te distraias da vida

mpgpadre
MANUEL FORJAZ. Não te distraias da vida. Poderei morrer da doença, mas a doença não me matará. Oficina do Livro. Alfragide 2014. 172 páginas.
       Quase por acaso, ou talvez não, encomendei, via Internet, este livro, sem conhecer o autor. Vi a promoção da publicação e pela descrição seria uma leitura interessante e envolvente afinal era o testemunho de alguém que tem cancro e que já passou por muitas intervenções, tratamentos, por melhoras e por recaídas, por momentos em que o otimismo natural o predispunha a celebrar a vida, outras vezes as notícias que se tornavam desanimadoras sobretudo quando chegavam novos exames a contradizer a esperança de vencer a doença. Num dia seguinte, encontrei o José Alberto Carvalho, na TVI 24, a entrevistar um homem, sem cabelo, que me fez lembrar o economista Vítor Bento (outro Vítor que poderia ter sido Ministro das Finanças). Afinal, pelo desenrolar da conversa, me apercebi que era precisamente o autor do livro que tinha encomendado nas vésperas.
       Como diria Tolstoi, as famílias felizes são todas iguais, as famílias tristes são cada uma à sua maneira. Ou como popularmente se vai dizendo, não há doenças, há doentes, pois cada pessoa reage de maneira específica à manifestação da doença, que pode ter o mesmo nome, mas cuja reação interage com a pessoa. Acrescentaríamos que a doença se faz particular na pessoa, a pessoa "faz" a doença ser diferente que noutras pessoas. Assim também o cancro, no caso concreto num pulmão. Uns querem falar da doença, outros não. Uns reagem com esperança e não quebram as rotinas, a não ser que a isso sejam forçados, outros deixam de viver.
       O livro resulta do desejo de acalentar a esperança para os que enfrentam situações semelhanças e para as pessoas que convivem com doentes oncológicos. Há pouco tempo recomendámos a leitura do livro da Fernanda Serrano - Também há finais felizes -, que viveu momentos de grande aflição e que parece ter superado os anos de maior risco da doença "reincidir". Pelo que se vê no presente testemunho, Manuel Forjaz continua a viver à espera do próximo tratamento, da próxima experiência, sem deixar de procurar, de lutar, de incentivar outros. Além do livro, tem usado várias plataformas para contar a sua experiência, para responder a quem busca respostas, fazendo sugestões para enfrentar a doença, mas também acompanhar, trabalhando na área de empreendedorismo, a criação de empresas.
       É uma história de vida, como filho, como marido, como pai, como católico, como professor, como diretor de empresas de sucesso mas que também passam por dificuldades. O importante é não desistir. Como refere no subtítulo: «poderei morrer da doença, mas a doença não me matará [a vida]». Há tantas coisas que se podem fazer. Não adiar para amanhã. Não desanimar. Pior é ter cancro no Sudão do Sul onde os cuidados médicos são muito deficitários. Não se contente com uma resposta, busque outras.
       Uma das perspetivas, e apesar da doença por vezes o deixar de rastos, é a procura por manter hábitos e rotinas. Veio à memória outro livro, outra história comovente, a de um médico oncologia, José Maria Cabral, em quem se manifestou o cancro. O título - O desafio da Normalidade - mostra como é possível arranjar forças para procurar viver a vida com os amigos e com a família, não deixando que a doença ganhe na qualidade dos afetos e dos sentimentos.
       Conheça ou não alguém com cancro, tenha alguém na família ou não, esta leitura será sempre um desafio, uma provocação. Pode lembrar-nos, no meio das nossas aflições, que há outros cujo sofrimento é bem mais violento e constante. Por outro lado, e numa perspetiva de fé que o autor também expressa, não valerá a pena perguntar: "Porquê eu?", pois pode acontecer a todos. Não é certamente um castigo de Deus. Integra a fragilidade biológica do ser humano. A fé pode abrir outra perspetiva, dando-nos força mas também esperança diante da eminência da morte.

ANEXO 1
O MEU CANCRO: REGRAS PARA VIVER MELHOR
- Proíba quem quer que seja de lhe falar de quem morreu de cancro; quem tem cancro tem presente que vai morrer provavelmente mais cedo que a maioria, não precisa ser lembrado todos os dias;
- Por outro lado, e em sentido contrário, estimule quem o rodeia a contar histórias de quem venceu, está a vencer ou vive com a doença há muito tempo; inspire-se nas boas histórias, sem nunca perder o bom senso;
- Não tenha pena de si próprio. Isso gera um círculo fechado de tristeza e angústia de que é difícil libertar-se;
- Não tente perceber «porquê eu?». Porque sim. Uns cancros são genéticos, outros são ambientais, outros são profissionais. Acontece, não há razões místicas ou religiosas. Toca a muitas pessoas, aqui e no Sudão do Sul, onde claramente as condições de tratamento são bem piores;
- Se ainda assim tem tendência para ficar a remoer esse tipo de pensamentos, lembre-se (quem, como eu, tiver filhos) que ainda bem que fomos nós e não eles;
- Perceba que vai morrer, mas lembre-se que morrem todos os dias 155 mil pessoas, algumas em circunstâncias bem piores que a sua. E vai morrer, mas não é já amanhã. E até lá, a vida segue, bela, poderosa, pujante, cheia de coisas boas, cheia de amor, de pequenos prazeres, de sol e peixe grelhado;
- Não perca demasiado tempo a pensar na sua morte e no disparate das bucket list (apesar de ser tolerável ir ver o filme de Morgan Freeman e Jack Nicholson). Se o fizer, esquece-se de viver. Manter tudo exatamente na mesma - contactos, vida social e profissional -, praticar exercício físico e seguir uma boa alimentação, é a melhor maneira de continuar a viver;
- Siga as medicinas alternativas que entender, mas só depois de as estudar, de ouvir testemunhos credíveis e certificar-se de que não afetam os tratamentos clássicos que estiver a seguir.
Anexo II
O CANCRO DOS OUTROS: REGRAS PARA LIDAR COM A DOENÇA
- Lembre-se que ninguém morre logo amanhã; às vezes morre-se em poucas semanas, mas a vastíssima maioria dos doentes com cancro dura bastante mais e alguns sobrevivem além da idade de morrer de velho;
- Prepara-se para possíveis recaídas. Muitos doentes tratam-se à primeira, outros à segunda e outros à terceira (mas nunca desistimos);
- Não dramatize. A medicina evoluiu muito e hoje os doentes vivem com razoável qualidade de vida;
- Há doentes que querem falar do cancro e outros que preferem não tocar no assunto. Respeite essa decisão mas, em qualquer caso, se não está psicologicamente preparado é melhor não se armar em enfermeiro ou psicólogo;
- Esqueça as tragédias alheias e as histórias de quem nãos e safou, disso os doentes já têm chegue. Dê sorrisos, miminhos e amor que é tudo o que um doente com cancro precisa na eterna luta contra a doença;
- A quimioterapia não é um horror de diarreias, enjoos e aftas. Há dois dias de «psicadélicos», ao segundo e ao terceiro dia, mas cada caso é um caso e cada pessoa reage de maneira diferente. O segredo para reforçar a energia é «canja de galinha», muito mar, se possível, e boa disposição à volta;
- Ficar careca acontece a muita gente, mas o cabelo volta a crescer, não há drama nenhum nisso - brinquem com a situação (só os carecas mesmo é que perdem o cabelo para sempre);
- Todos morremos, disso ninguém escapa. O segredo não é por isso falar de morte, que é óbvia e absoluta, mas sim lembrar o outro de não se esquecer de viver a vida, que é fantástica, surpreendente e extraordinária;
- Nunca digam a alguém com cancro que está mal ou vai morrer, sejam, louca e racionalmente positivos e otimistas.
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