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05.06.21

José Luiz Silva - DEFINIÇÕES DE CANALHA

mpgpadre
DEFINIÇÕES DO CANALHA, segundo José Luiz Silva, Na Calçada do Café São Luiz (1982)...

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O canalha é aquele que não concorda contigo, mas diz que estás certo.
O canalha é aquele que aprova sem aprovar, que aplaude sem aplaudir, que sofre sem sofrer, que manda cartões de pêsames sentindo parabéns.
Os amigos do canalha duram o tempo da função que eles exercem.
O canalha pode ser tratado permanentemente por excelência, mas jamais será excelente.
Onde reside o canalha? Em todos os lugares, todas as situações, menos nele mesmo.
O Canalha é um sertanejo às avessas. Ele é, antes de tudo, um fraco.
O canalha engorda com a inflação.
Quem diz que o canalha dorme? Ele é um eterno vigilante. Por isso, com ele os bons não conseguem sobreviver.
Quando Jesus Cristo disse que os filhos das TREVAS são mais espertos do que os filhos da LUZ, Ele via diante de Si a multidão de canalhas querendo usufruir o poder. Lá na Palestina…
Quando um canalha mora num palácio, ele se diz pragmático.
O canalha jamais aceitará um concorrente. Ele vive de jogadas. Aliás, para ele a vida é simplesmente um jogo.
O carro preto à mão de um canalha, será o carro fúnebre do povo.
As artimanhas do canalha, muitas vezes o transformam em amado. Aí reside o grande perigo. Mussolini foi amado por algum tempo. Hitler também.
Um país está em decadência, quando não consegue distinguir quem não é canalha.
Não se preocupe com o que estou escrevendo.
O CANALHA JAMAIS SOFRE.
 
José Luiz Silva, in Tribuna do Norte 18/04/82

27.05.21

José Luiz Silva - O GRANDE HOMEM

mpgpadre

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O grande homem não ama. E não desama. Tem mulher para casa e amante para exibições mundanas. As duas presas à sua condição de grande homem.

O grande homem tem emoções, mas controla-as através de um computador miniaturizado que carrega no ventre próspero. Tem coração, mas as suas pulsações são controladas pelo marca-passo. Tudo nele é funcional. O riso e o sorriso, a cara fechada, as piscadelas, o suor na fronte, a untuosidade, os dedos grossos, as unhas curtas encerradas. Até o pigarro é motivo para desfraldar o lenço branco e atrás esconder o seu enfado.

O grande homem não trai. Faz política. Tem jogo de cintura. Traidores são os que divergem de suas opiniões pendulares, da sua verdade granítica, os que enfarados o abandonam.

O grande homem não rouba. É negociante. Ladino. Comércio é isso desde que o mundo é mundo. Desde que surgiu na terra o primeiro grande homem. Ladrão é pequeno e desonesto, que ousou o primeiro avanço, quis imitá-lo, repetindo no varejo o que só no atacado conquista imunidades.

O grande homem não mente. Falta com a verdade. É otimista. Ilude-se com as aparências. É traído pelas perspetivas. A sua palavra é lei. A sua verdade também. Chamando a legislar, não se enquadra nos mandamentos legais, que cria pata disciplinar o vulgo.

O grande homem entende que as pessoas existem em função dele. Ao seu serviço. Para ele, quando não servem são descartadas. Enquanto ele não tem contas a prestar. Às vezes, na sua intuição (o grande homem é intuitivo), vende o servidor que já não lhe interessa. Negócio é negócio.

O grande homem criou, numa de suas iluminações interiores (ele é um iluminado), um código de ética ao seu serviço. E outro para limitar os outros. Pelo seu código, “amigos, amigos, negócios à parte”. No código alheio, um descuido é traição ou dureza de coração.

O grande homem não se prende à lealdade. Leais devem ser os servos. Ele paira acima das contingências.

O grande homem não ouve ninguém fora do círculo próprio dos grandes homens. Decide. E exige obediência, coerência. Daí porque é líder. E nele descobrem veios do carisma.

O grande homem pode comercializar, negociar, instrumentalizar, atendendo aos seus interesses. O homem comum, não. Quem nada tem, deve ter vergonha na cara.

Diante de outros grandes homens, o grande homem é humilde e manso de coração. Pede. Suplica. Requer. Espera deferimento. Oferece. Dá. Diante do homem comum, é impetuoso, valente, intransigente, moralista. A humanidade, olha-a de cima para baixo, se possível e quando, em gesto de compunção.

O grande homem vive dos outros, dos favores, conceções, condescendência, credulidade, trocas, arreglos, advocacia administrativa, conluios, mordomias, ociosidade (se possível com dignidade). Grandes frases, grandes discursos, grandes patriotismos. O homem comum pede pouco, o sobejo da mesa, o mínimo sem o qual (Santo Tomaz de Aquino) a própria virtude não é exigível. É um impertinente, importuno, postulante, chato.

José Luiz Silva, in Tribuna do Norte 18/04/82

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