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20.06.17

VL – Como (não) idolatrar o Papa - 2

mpgpadre

Papa Francisco e Papa Emérito Bento XVI.jpg

Bento XVI, Papa Emérito, em “Conversas finais” respondeu a uma questão sobre se tinha regredido e exemplo disso era o de dar a comunhão na boca. A resposta é clarificadora: “Sempre dei a Comunhão das duas maneiras. Só que, havendo tanta gente na Praça de São Pedro que o poderia entender mal (havia quem, por exemplo, metesse a hóstia no bolso), pareceu-me que a Comunhão na boca, como sinal, era um gesto muito acertado. Mas que eu fosse nisso de algum modo retrógrado… Devo dizer, aliás, que essas categorias de velho e de novo não se aplicam à liturgia”.

Guardariam as hóstias para algum tipo de bruxaria ou porque assim tinham uma “relíquia” recebida das mãos do Papa. Um pouco como aqueles que vão a um concerto, a um grande evento, querem tocar no artista, tirar um selfie com ele, assinar um autógrafo para emoldurar. Com a figura do Papa também pode acontecer. Ir ao encontro de João Paulo II a um estádio de futebol ou ir ver um cantor famoso para alguns é a mesma coisa, pois no final o mais importante é que se esteve perto, se trouxe uma recordação, se tocou na figura.

No Evangelho Jesus depara-se com algo semelhante. Vendo os sinais milagrosos que fazia, alguns queriam fazê-l’O rei (à força). Por isso, Jesus retira-se sozinho para o monte (cf. Jo 6, 14-15). Percebe-se como Jesus recomendava discrição quando realizava alguns prodígios, correndo-se o risco de se perder o essencial, a conversão, a luta diária por um mundo melhor, a resiliência e persistência nas dificuldades e a confiança para prosseguir, a entreajuda solidária. Por outras palavras, o risco de deixarmos a Deus o que nos cabe realizar, ficando de braços cruzados a olhar para o Céu!

Em Listra, Paulo e Barnabé, depois da cura de um coxo, são aclamados como deuses. Ao saberem disto os apóstolos rasgam as vestes e alertam: «Também nós somos homens da mesma condição que vós, homens que vos anunciam a Boa-Nova de que deveis abandonar os ídolos vãos e voltar-vos para o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles se encontra». É a custo que impedem que lhes ofereçam um sacrifício (Atos 14, 8-20).

As palavras de Francisco no regresso ao Vaticano alertam precisamente para este risco: aderirmos a uma jornada e/ou peregrinação, irmos ver o Papa, mas depois na prática deixarmos de lado o que a Igreja nos pede e os valores e princípios que nos identificam como católicos e nos enraízam no Evangelho.

 

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4414, de 30 de maio de 2017

19.06.17

VL – Como (não) idolatrar o Papa

mpgpadre

maxresdefault.jpg

Ano de 1999: Viagem Apostólica de João Paulo II ao México e à cidade de St. Louis, nos EUA. O Papa apresentava-se já muito desgastado mas atraía cada vez mais multidões. Já não se tratava do que dizia, mas da pessoa e do que representava na Igreja e no mundo.

O início do pontificado de João Paulo II não foi fácil. Quando precisava de ser duro, mesmo em público, João Paulo II era-o de facto, como em certa ocasião a um sacerdote da América Latina que se tinha envolvido na política partidária e que se ajoelhou, preparando-se para o cumprimentar e lhe beijar o anel, o Papa passou-lhe uma reprimenda e avançou sem lhe estender a mão. Com os anos e sobretudo depois do atentado que sofreu a 13 de maio de 1981 na Praça de São Pedro, do qual sobreviveu por milagre que o próprio atribui a Nossa Senhora de Fátima, João Paulo II passou a ser seguido cada vez por mais pessoas com uma clara aura de santidade. Afinal tinha sobrevivido a um atentado e a nova tentativa no ano seguinte em Fátima.

Na Viagem aos EUA entrevistaram alguns jovens acerca da “personalidade” de João Paulo II e porque é que estavam nas ruas para o aclamar e as respostas assentavam precisamente no facto de ser uma figura mundial. Quando perguntaram se estavam sintonizados com as posições do e da Igreja acerca da vida, da moral, da família, a resposta foi perentória: isso já não!

Na Viagem Peregrina de Francisco a Fátima, no regresso ao Vaticano, a bordo do avião, na habitual conferência de impressa com os jornalistas, foram-lhe colocadas perguntas sobre questões fraturantes na sociedade atual. Sem se querer alongar muito, para que não fossem desvalorizados os motivos e o conteúdo da peregrinação a Fátima, respondeu que “a consciência católica não é, às vezes, uma consciência de pertença total à Igreja, por trás disto não há uma catequese variada, uma catequese humana”, no que concerne a temas sobre a vida e sobre a família.

Acrescentou o Papa que a Igreja tem de promover a formação, o diálogo, a catequese, a consciencialização de valores humanos.

O Papa Francisco é, hoje, para a Igreja e para o mundo, uma figura incontornável, com sinais e marcas que envolvem, desafiam, provocam, remetendo para Jesus e o Evangelho da Alegria e do Serviço. Logo no início o Papa Francisco dizia que um Bispo ou um Padre não tem que estar a falar do que o Papa disse ou diz, mas a falar do Evangelho e a apontar para Cristo.

 

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4413, de 23 de maio de 2017

11.01.12

11. Só Deus é DEUS

mpgpadre

Só Deus é Deus.
Deus e a idolatria.
Religião e Maçonaria.
(Im)perfeição humana: ilusão e desilusão.
Só Deus é Deus. Só a Deus devemos considerar Deus. Só a Ele a nossa adoração.
O ser humano, por mais perfeito que seja, é sempre humano, limitado e finito.
A Sagrada Escritura diz-nos que Deus criou o ser humano pouco abaixo dos anjos, criou-os para se tornarem deuses. Mas a mesma Bíblia faz uma clara separação de águas. Deus é Transcendente, Criador. O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, é chamado à comunhão com Deus, a aperfeiçoar-se, a assemelhar-se a Deus, com a mesma capacidade de amar e ser amado.
Por um lado, a nossa identidade liga-nos a Deus, trazemos em nós os gérmenes do divino. Por outro lado, vem ao mundo para nos ensinar a viver humanamente.
Se reconhecermos que esta ou aquela pessoa, esta ou aquela ideologia, podem ser absolutizadas, embarcamos no que se chama idolatria. Esta pode referir-se a adoração de uma pessoa, de uma ideologia, de um aspeto da vida.
Quando se exclui Deus, facilmente, assim pensamos, se substitui por outro Deus, por outro absoluto. Se olharmos para a história, os que foram endeusados ou que se endeusaram, tornam-se ditadores, assassinos, corruptos, violentos. E assim também, o foram em nome de ideologias.
Reconhecer que só Deus é Deus e que o ser humano é ser humano ajuda também a viver as nossas relações humanas com mais facilidade. Havemos de olhar para o outro como rosto de Deus, para o respeitarmos, para o amarmos. Mas sem absolutos. Continua a ser pessoa. Em qualquer altura pode errar. Errar é humano.
Religião e maçonaria.
Deixando de lado as polémicas que se têm acentuado, com maçonaria que considera a religião como ponto de partida e de chegada e a maçonaria a-religiosa, laica, dois pontos de contacto importantes:
a) Ordem existente. Reconhecimento de "ALGO", Alguém. Pode recusar-se Deus, e as estruturas e dogmas e ritos que orientam as religiões tradicionais, mas vai-se a ver e afinal a maçonaria tem regras bem rígidas (ou dogmáticas), estruturas formais, ritos rigorosos, degraus, hierarquia, estruturas de obediência e de poder.
b) Na Igreja, na maçonaria, nos grupos, em movimentos, associações, fundamentadas em regras voluntariosas, mas que se concretizam muitas vezes na imposição. Quando a tentação do poder ultrapassa o serviço ao semelhante, à sociedade, aos mais frágeis, os fins para os quais surgiram desaparecem. Importa, também aqui, a vigilância, a atenção, para não se "cair" rapidamente naquilo que se procurava combater. É necessário um discernimento constante.

Do que se disse até aqui, um outra acentuação.
Reconhecer Deus como Deus - só Ele é perfeito - reconhecer o ser humano na sua imperfeição e finitude, para viver saudavelmente com os outros.
Se apostarmos na perfeição de alguém, mais cedo ou mais tarde, podemos magoar-nos profundamente. A pessoa não é Deus. Não é omnipotente, todo o poderoso, omnisciente, omnipresente.
Quando pensamos que nos encontramos diante de uma pessoa perfeita devemos saber que poderemos estar diante de uma pessoa boa, generosa, humilde, honesta, mas não diante de alguém infalível.
Podemos iludir-nos, porque procurávamos alguém assim, alguém perfeito, alguém que superasse a nossa imperfeição, ou nos completasse, alguém que não nos desiludisse, alguém em quem não se encontrassem os defeitos e as limitações que tínhamos encontrado no passado. Mas a ilusão pode dar lugar à desilusão, à mágoa.
Augusto Cury lembra-nos para não depositarmos demasiada confiança nas pessoas.
Não significa que não se aposte nas pessoas, ou que não se confie nelas, mas não ao ponto de as considerar como a Deus, pois na volta a mágoa poderá ser destrutiva.
Há que confiar, vivendo humanamente, na procura pela superação, pedindo a Deus o discernimento para escolhermos o que nos liga aos outros, o que nos realiza como pessoas, e como filhos de Deus.

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