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A estátua da Pietá e o seu autor, o célebre pintor/escultor Miguel Ângelo, também autor do Juízo Final da Capela Sistina no Vaticano, são o mote para este romance: Pietá ou a Imitação do Mestre, de Francisco Gouveia (Editalma. Porto: 2000).
Já tínhamos recomendado para leitura o seu romance Escadas do Céu. Neste Pietá o tema é outro, ainda que as terras do interior e a proximidade ao Douro seja visível. Ana é uma mulher do povo, simples, devota, trabalhadora. Na capela onde vai rezar, existe um quadro com a imagem/réplica da Pietá, onde muitas vezes vai rezar. Pergunta ao Pe. Mário como se chama o autor daquela obra e assim coloca ao seu único filho o nome desta celebridade. O filho seguirá as pisadas do seu patrono.
No Porto, entra para a Escola de Belas Artes, mas cedo verificará que a sua veia de artista não lhe traz muito sucesso, com uma crítica feroz, vende sobretudo quadros de imitação. É uma artista a imitar Miguel Ângelo. Cada raço, cada insinação.
A vida de artista não é fácil. O álcool é um refúgio cada vez mais frequente. Depois chegará a droga.
Aqui se concentra este romance, o mundo obscuro e degradande da toxicodependência e a extrema dificuldade em alguém se livrar desse mundo. E por outro, a família que é arrastada para o submundo. Ana identifica-se com a mãe da Pietá, com Maria com o seu filho morto no Seu regaço...
Intenso; é, como se diz na contracapa, um hino à coragem maternal e á redenção humana...
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