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...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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22.12.21

Filho, teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura...

mpgpadre

1 – "Tudo seria bem melhor se o Natal não fosse um dia, se as mães fossem Maria e se os pais fossem José; e se a gente parecesse com Jesus de Nazaré". Na canção do Pe. Zezinho está o desafio a fazermos com que o espírito do Natal esteja presente nas relações pessoais, familiares e profissionais, os valores do respeito, do amor e do cuidado, da vida, da alegria e da ternura, da simplicidade, da pobreza e da comunhão. Por outro lado, a referência à família de Nazaré como modelo, ainda hoje, para as famílias.

São Lucas apresenta-nos a perda e o encontro de Jesus no Templo, entre os Doutores da Lei (5.º mistério gozoso). Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém para celebrarem a Páscoa (judaica). Sem ostentação nem sobranceria, José e Maria assumem-se crentes entre os crentes, família como tantas outras, que procuram cumprir com os requisitos da religião. A família de Jesus está inserida na vida da comunidade, temente a Deus, cumpridora!

Sagrada Família.jpg

2 – A família de Nazaré está imersa na tradição judaica, ainda que habitualmente houvesse a geração de mais filhos, sinal de bênção divina. Na pequena cidade de Nazaré, as famílias entreajudam-se, vivendo do que a terra produz. Nas hortas e nos campos, têm árvores de fruto, vinha, animais de pequeno porte, cabras e ovelhas, que garantem o leite, o fabrico do queijo e a lã; ajudam-se, trocando produtos e trabalho, e potenciam a arte de alguns (são José era carpinteiro). Ao sábado reúnem-se em família e em comunidade, para rezar, ler e meditar a Sagrada Escritura. Partilham as alegrias, o nascimento de uma criança, e as tristezas, a morte de um familiar.

 

3 – Maria, José e Jesus vão a Jerusalém com outras famílias. No regresso, apercebem-se da ausência de Jesus. Sabem-n’O ajuizado e julgam que vem com outros jovens da sua idade, em brincadeiras ou a falar da passagem à idade madura. Ao fim do dia, a família mais estrita junta-se para a última refeição e para dormirem no mesmo espaço, juntos. É aí que se dão conta que Ele não está. Procuram-n'O e verificam que não está na caravana. Têm de voltar atrás. Voltam a Jerusalém, onde O viram da última vez. Tinham feito um dia de viagem, fazem outro dia no regresso à cidade santa e encontram-n'O ao terceiro dia.

 

4 – Deste encontro podemos encontrar lições importantes:

– Podemos rezar em qualquer lado, em casa e no trabalho, e fazer da vida uma oração, mas a ida ao Templo permite-nos sair do nosso espaço e conforto para nos encontrarmos com Deus e com os outros. A oração há de ser, diz-nos Jesus, em espírito e verdade, em casa ou no Templo; terá que transparecer a nossa alma, comprometendo-se com a verdade, com a justiça e com a misericórdia.

– Ao Templo levamos a nossa vida, o louvor a Deus, a gratidão pelas graças recebidas; levamos também as nossas súplicas, pedidos e preocupações. Reencontramo-nos ao encontrá-l'O, fazendo silêncio e deixando que Ele nos fale ao coração. Os outros e a oração conjunta permitem-nos avalizar da nossa sintonia com Deus, afastando o risco da (auto)idolatria!

– O Templo, a Igreja, retempera a nossa vida, e faz-nos regressar a casa, iluminados pela Graça de Deus, revestidos do Seu amor.

– O regresso não nos dispensa de vigilância. Podemos perder-nos e dispersarmos do essencial. Como Maria e José, se perdemos Jesus, se Ele não está, é bom que regressemos para O reencontrar!

– Onde podemos encontrá-l'O? Podemos encontrar Jesus nas pessoas crentes e praticantes. Mas teremos, sempre, que ir mais atrás, até ao Templo, até ao coração, pelo silêncio, pela oração, pela Palavra, para que Ele nos fale ao coração.

– Três dias depois… o texto remete-nos para a vida nova que reencontramos em Jesus Cristo. Ele ressuscitará ao terceiro dia!

– E novamente, voltar a casa, à terra, à vida quotidiana e ser-Lhe submissos, isto é, dispostos a acolher a Sua vontade, traduzindo-a em obras de caridade.

 

5 – "Senhor, Pai santo, que na Sagrada Família nos destes um modelo de vida, concedei que, imitando as suas virtudes familiares e o seu espírito de caridade, possamos um dia reunir-nos na vossa casa para gozarmos as alegrias eternas".

____________________________________________________________________________________________

Textos para a Eucaristia (ano C): Sir 3, 3-7. 14-17; Sl 127; Col 3, 12-21; Lc 2, 41-52.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

30.12.17

Maria e José levaram Jesus a Jerusalém...

mpgpadre

1 – «Senhor, Pai santo, que na Sagrada Família nos destes um modelo de vida, concedei que, imitando as suas virtudes familiares e o seu espírito de caridade, possamos um dia reunir-nos na vossa casa para gozarmos as alegrias eternas».

No Seu amor imenso, Deus vem habitar connosco. Assume-nos por inteiro, nas nossas fragilidades e na nossa finitude. O nosso Deus, Deus de nossos Pais, Abraão, Isaac e Jacob, Moisés e David, o Deus que Se revela plenamente em Jesus, é um Deus de amor, que nos ama sem desistir de nós. Ama-nos como Pai e como Mãe. É este o mistério do Natal, expressão visível da Encarnação de Deus.

Deus criou-nos por amor, à Sua imagem e semelhança, capazes de amar e ser amados. Deus é Amor, Deus é família: Pai, Filho e Espírito Santo, comunidade de vida e amor.

Para entrar no mundo, Deus escolheu uma família humana. Jesus não é um extraterrestre, ou uma espécie de super-homem caído do espaço. Deus humaniza-Se, encarnando, por ação do Espírito Santo, no ventre virginal de Maria. Na normalidade da família de Jesus, Maria e José, Deus mostra-nos o caminho do amor que une e salva.

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2 – José e Maria são um casal jovem, judeus, descendentes da linhagem de David. Em Belém ou em Nazaré, ninguém dirá que Aquele Menino é Filho de Deus. Nada há de estranho na família de Jesus. Os Seus pais trabalham arduamente para terem o necessário para viverem com dignidade, participam na vida da comunidade, nas festas e nos lutos, entreajudam-se nos trabalhos do campo e da vinha, trocam saberes e bens que manufaturam segundo a arte de cada um.

Como praticantes judeus, completando-se os dias da purificação, Maria e José levam Jesus ao Templo de Jerusalém para O apresentarem ao Senhor, cumprindo as prescrições da Lei de Moisés. É um momento importante para os Pais, pois dessa forma confiam o seu filho a Deus e inserem-se na Aliança de Deus com o Seu povo.

No Templo, Maria e José vão escutar palavras promissoras acerca do Seu querido filho. Um filho é uma bênção, ou deveria ser, nunca um estorvo ou empecilho. O Filho de Maria e de José foi inesperado, talvez até fora de tempo, acolhido com todo o amor. No Templo vão perceber que Ele será uma bênção para todo o Povo, conforme as palavras de Simeão: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo».

Também Ana, profetisa, mulher de idade avançada louva o Senhor Deus pelas maravilhas que fará através d'Aquele Menino.

 

3 – Mas a história não acaba aqui, muito pelo contrário.

Os pais tudo farão para evitar qualquer sofrimento ao(s) seu(s) rebento(s). As palavras de Simeão e de Ana acalentam a esperança de um futuro risonho para o Seu Menino. Porém, a vida é um mistério que se abre à nossa frente e que o futuro só a Deus pertence. Haverá sempre surpresas e nem todas fáceis de dirigir. É a vida! Um mistério a viver! Uma história a sonhar e a realizar. Os imponderáveis fazem parte da vida.

O Velho Simeão tem um recado para Maria e para José, ainda que se volte mais para Maria: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações».

A Luz de Israel – iluminará as Nações da terra inteira – ferirá os olhos habituados às trevas, à escuridão do pecado, do egoísmo e da vida cómoda; levará uns a lutar pela justiça e pela verdade, exporá outros que vivem à custa da exploração corrupta, à custa dos mais frágeis. A vida de Jesus, Aquele Menino-Deus, será uma caixinha de surpresas. Será uma bênção, entre muitas adversidades!


Textos para a Eucaristia (ano B):Sir 3, 3-7. 14-17a; Sl 127 (128); Col 3, 12-21; Lc 2, 22-40.

26.12.15

Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?

mpgpadre

1 – Jesus, Deus connosco, ensina-nos o caminho da fraternidade, da partilha, da comunhão, pelo perdão e pelo amor, colocando os outros em primeiro lugar, servindo-os. A quadra de Natal recorda-nos esta família de Nazaré, cujo ambiente promove o diálogo, o respeito pelas diferenças e pela missão de cada um, e sobretudo, o acolhimento da vontade de Deus.

Não é uma família extraordinária e, muito menos, extraterrestre. É uma família simples, pobre ou remediada, de uma pequena cidade-aldeia, de Nazaré. Não vive num palácio. São José trabalha a pedra, a madeira e em tudo o que é necessário às construções daquele tempo. Maria cuida da casa, dos animais, recolhe o leite, fabrica o queijo, fia a lã, trata das roupas, amassa a farinha e coze o pão. E, como em qualquer família judaica, Maria tem o cuidado por Jesus, ensina-O a rezar, a ler, a comportar-se. Sendo rapaz, a partir dos 7/8 anos, passa a acompanhar o pai, ajudando-o e aprendendo a mesma profissão. Filho de um carpinteiro, carpinteiro será.

A religião marca o ritmo das famílias e das aldeias. Como sublinha São Lucas, a Sagrada Família ia todos os anos a Jerusalém pela festa da Páscoa. É nesse contexto que "perdem” Jesus. É a idade em que os rapazes são iniciados na vida adulta: vão ao Templo e, pela primeira vez, leem a Sagrada Escritura em público.

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2 – Indo em caravana, com os membros da família alargada e com as pessoas da mesma cidade, protegendo-se mais facilmente dos salteadores, era possível que as crianças, nas correrias e brincadeiras, se afastassem dos pais. No regresso de Jerusalém, Maria e José "perdem-se" de Jesus.

Durante o dia da caminhada, as crianças mais crescidas poderiam ir juntas. No final do dia, a família reúne-se para a refeição e para descansar. É então que se apercebem que Jesus não voltou e procuram-n'O entre familiares e conhecidos.

Encontram-n’O no Templo entre os doutores da Lei, que se admiram com a sua sabedoria. Maria questiona-O: «Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus responde-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?».

Sobrevém o clima de diálogo. Maria pergunta a Jesus se tinha consciência de que Ela e São José estavam preocupadíssimos. Jesus responde-lhes com outra pergunta e que aponta para a Sua identidade original e para a missão que terá de assumir.

Visualiza-se a delicadeza de Maria e de José. Maria guarda estes acontecimentos e palavras no coração e certamente também José. Logo o evangelista nos lembra que "Jesus ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens".

A família de Nazaré também tem a sua dose de dificuldades, por ocasião do nascimento de Jesus, na fuga para o Egipto e agora na "perda" de Jesus. Como é que se terão sentido Maria e José?

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3 – O texto do Evangelho diz-nos, entre muitas coisas, algo essencial: se nos perdermos de Jesus, como aconteceu com Maria e José, e por mais caminho que tenhamos percorrido, é imprescindível que regressemos a todos os lugares onde O pudermos encontrar. Não adianta correr se não sabemos para onde vamos.

Peçamos com fé: "Senhor, Pai santo, que na Sagrada Família nos destes um modelo de vida, concedei que, imitando as suas virtudes familiares e o seu espírito de caridade, possamos um dia reunir-nos na vossa casa para gozarmos as alegrias eternas".

Maria e José estão atentos à vontade de Deus, fazendo com que Jesus esteja no centro das suas preocupações e das suas vidas, por maiores que sejam as dificuldades e os desafios. Assim ter de ser connosco. Encontrar Jesus, para O levarmos na nossa vida…

______________________

Textos para a Eucaristia: Sir 3, 3-7. 14-17a; Sl 127 (128); Col 3, 12-21; Lc 2, 41-52.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

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