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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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14.07.18

Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois.

mpgpadre

1 – A nossa vocação, discipulado e apostolado partem de Jesus, assentam em Jesus e encaminham-se para Jesus. Somos chamados para O seguir. Somos discípulos para aprendermos com Ele, uma e outra vez. Somos enviados para anunciar a Boa Nova aos pobres e, com Ele, fazermos do mesmo jeito, libertando os outros das amarras da pobreza, da exclusão, da solidão e de todo o mal.

Seguir Jesus não visa sentar-nos com Ele na cavaqueira à espera que o tempo passe, que a vida aconteça, enquanto vamos passando entre os pingos da chuva, procurando não nos molharmos, assobiando para o lado, lavando as mãos, cruzando os braços, encolhendo os ombros, fazendo de conta que não é nada connosco!

A vida, o mundo, os outros, são responsabilidade nossa. Desde o início. Desde sempre. Deus criou-nos para os outros, por causa dos outros. Somos auxiliares semelhantes. Da mesma costela, da mesma carne. Do mesmo sangue. Com a mesma origem. Temos origem em Deus. Mas a meta da nossa vida também é Deus. Pelo meio não podemos e não devemos andar arredados daqueles que são parte essencial da nossa vida. Não podemos andar de costas voltadas quando queremos chegar ao mesmo lugar, ao coração do Pai.

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2 – Jesus chama os 12 Apóstolos e envia-os dois a dois. O compromisso missionário não nos permite ir sozinhos, nem em nome próprio. Vamos dois a dois, uns com os outros, fazemos parte da Igreja, e vamos em nome de Cristo, para fazer como Ele fez.

O próprio Jesus lhes/nos dá as instruções para o apostolado, para a missão. Dá-lhes o poder sobre os espíritos impuros, mas também a responsabilidade da cura, da inclusão, da paz!

Para irmos precisamos de leveza. Quantas mais coisas tivermos para levar, a quantas mais coisas estivermos presos, mais difícil será partirmos em missão. O que é necessário? O bastão, para nos apoiarmos, para nos sentirmos como pastores! "Nem pão, nem alforge, nem dinheiro... Calçados com sandálias", levando apenas uma túnica. Só o essencial, só o que não nos impede de chegar aos outros, de nos aproximarmos dos outros. As coisas podem pesar-nos, podem interpor-se entre nós. Uma imagem rápida: levamos dois sacos pesados, com coisas preciosas, um em cada mão, como fazemos para nos abraçarmos?! E se temos medo que alguém nos roube o que temos nos sacos? Colocámos no chão ou optamos por não abraçar?

Para seguirmos Jesus, não devemos deixar que o pão, o dinheiro, o vestuário, ou as nossas roupagens obstaculizem à missão, ao serviço aos irmãos, ao anúncio da paz, ao compromisso com a justiça. Que tudo seja oportunidade para nos entreajudarmos.

 

3 – O Evangelho é Boa Notícia. É uma proposta de vida. Não é uma imposição, uma desculpa, uma fuga. Não é um analgésico para os contratempos, ou uma bolha que nos protege nas dificuldades. É um acontecimento, é uma Pessoa, é Jesus Cristo na nossa vida! Não é uma guerra que se ganha pela força, pela retórica, pela chantagem ou pela ameaça. É um desafio e um compromisso. Desafia-nos a darmos o melhor de nós mesmos, não contra os outros, mas a favor de todos. É um compromisso com aqueles que estão no mundo, no mesmo barco que nós, e especialmente como os mais desfavorecidos.

Eis a recomendação: «Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali. E se não fordes recebidos em alguma localidade, se os habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés como testemunho contra eles».

O encontro com os outros há de comprometer-nos a ficar, a permanecer, e não a saltar de casa em casa, de lugar em lugar. Há tempo para tudo. A fé também se fortalece com os laços de amizade que nos aproximam e nos irmanam. Por outro lado, se as nossas palavras e o nosso testemunho forem recusados, nem por isso devemos deixar de transparecer Jesus.

Naquele tempo, os Apóstolos procuraram corresponder às recomendações de Jesus, partindo e pregando o arrependimento, expulsando os demónios, ungindo com óleo os doentes e curando-os. Hoje cabe-nos fazer como eles, cabe-nos seguir Jesus, procurando agir do mesmo modo, anunciando-O e transparecendo o Seu amor.

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Textos para a Eucaristia (ano B): Amós 7, 12-15; Sl 84 (85); Ef 1, 3-14; Mc 6, 7-13.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

17.06.17

Ide... e proclamai que está perto o reino dos Céus

mpgpadre

1 – Neste XI Domingo do Tempo Comum, a primeira oração da Eucaristia com a oração de coleta: «Deus misericordioso, fortaleza dos que esperam em Vós, atendei propício as nossas súplicas; e, como sem Vós nada pode a fraqueza humana, concedei-nos sempre o auxílio da vossa graça, para que as nossas vontades e ações Vos sejam agradáveis no cumprimento fiel dos vossos mandamentos».

A oração predispõe-nos a escutar a Palavra de Deus e a acolher a Sua graça misericordiosa. Sob os auspícios da bênção divina, o compromisso por corresponder à vontade de Deus, cumprindo os Seus mandamentos. Os mandamentos são uma proposta de vida, que nos conduzirá ao bem, à verdade e à justiça, que nos conduzirá a fazer novas todas as coisas, preenchendo a nossa vida com o amor e a compaixão em que Jesus nos introduz.

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2 – Eu não vim para condenar, mas para salvar, reconciliar, incluir, para reconduzir para Deus todos os seus filhos dispersos pelo pecado, pela exclusão, pelo egoísmo ou pelas circunstâncias da vida.

Num minuto pode mudar-se a vida de alguém. Pode mudar-se a própria vida. Temos uma vida inteira para nos deixarmos converter por Deus, mas como não sabemos nem o dia nem a hora, é bom desde já colocar-nos à escuta para percebermos que Deus nos chama a viver na grandeza e na generosidade, na alegria e no serviço, no amor e na ternura que nos redimem.

Ao longo de três anos de vida pública, Jesus deixa uma marca indelével de bem-fazer e de bem-dizer. Jesus anuncia o Reino de Deus. Ele é o Reino de Deus que chega até nós. Ao longo desse tempo espalha a doçura, a bondade e o perdão. Em palavras, gestos e em obras. Faz opções. As Suas opções levam-n'O às periferias, aos doentes, aos pecadores, aos publicanos, aos estrangeiros, mulheres e crianças, aos desprezados e excluídos da sociedade. Preferir não é excluir. Trata-se de incluir, de elevar, de devolver a dignidade aos que estão abaixo, aos que são desconsiderados, aos que não contam.

A opção preferencial pelos mais pobres evidenciada por Jesus é  uma opção de todos chamar, de a todos incluir, de a todos reconhecer como irmãos. A Sua há de ser também a nossa opção, para nos tornarmos verdadeiramente Seus discípulos.

 

3 – A misericórdia de Deus é visível em Jesus Cristo. Ele traz-nos Deus. Ele dá-nos Deus. Ele é Deus no meio de nós. Deus feito Homem. Não vem de fora! Ele nasce da Virgem Maria, pela ação do Espírito Santo, para ser um de nós, para caminhar connosco.

Jesus vai à frente, mostra-nos o caminho. Olha para as multidões e enche-Se de compaixão. São como ovelhas sem pastor. Cansadas e abatidas. Não tem mãos a medir. Como um de nós, Ele está limitado pelo tempo e pelo espaço. E, por conseguinte, chama e envia. Chama os Doze e dá-lhes o poder de curar, de expulsar os espíritos impuros, dá-lhes o poder para serem bênção especialmente para as pessoas mais frágeis, fustigadas pela doença, pelos sofrimentos, pelos demónios, pelos vazios, pela solidão, pela incompreensão.

Tudo começa na oração. É a primeira resposta e o primeiro chamamento. Colocar-nos diante de Deus, confiar-lhe a nossa vida, com as suas alegrias e esperanças, com as suas incompreensões e limitações. Ele bem sabe o que precisamos, mas a oração faz-nos ver com o olhar de Deus, com a Sua vontade, com o Seu amor. Rezamos, não para que Deus faça o que podemos fazer, mas para que nós façamos o que está ao nosso alcance, dando, dando-nos.


Textos para a Eucaristia (A): Ex 19, 2-6a; Sl 99 (100); Rom 5, 6-11; Mt 9, 36 – 10, 8.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

02.07.16

Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos!

mpgpadre

1 – Seguir Jesus é a vocação primeira do cristão. Sem pausas nem descanso. Segui-l'O em todas as circunstâncias.

Para O seguir e para O imitar, para O viver e O anunciar é necessário abrir-Lhe o coração e a vida para que Ele nos habite e nos transforme, nos converta e nos redima. Não é possível amar o que não se conhece. O conhecimento é um primeiro passo para amar. Quanto mais se amar mais se quer conhecer e quanto mais se conhecer maior a possibilidade de amar a pessoa e não uma imagem da mesma.

A oração é o ambiente natural para saber quem é Jesus para nós. A oração, a escuta, a meditação da palavra de Deus. O cristão, como a Igreja, deve ter a consciência da sua identidade lunar. Jesus Cristo é o nosso Sol. Somos embaixadores e não chefes de estado. O embaixador não se comunica, mas comunica o seu povo. Somos de Cristo. Somos cristãos. Sermos embaixadores de Jesus é um compromisso, para que Cristo viva em nós e através de nós chegue a todo o mundo.

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2 – Somos discípulos missionários. Expressão que ganhou corpo na Assembleia Geral do Episcopado da América Latina e Caribe, em 2007, em Aparecida, no Brasil, sob o tema "Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida".

Bento XVI, no discurso inaugural, clarificou a estreita ligação: "O discípulo, fundamentado assim na rocha da Palavra de Deus, sente-se impelido a anunciar a Boa Nova da salvação aos seus irmãos. Discipulado e missão são como os dois lados de uma mesma medalha: quando o discípulo está apaixonado por Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que somente Ele nos salva (cf. Atos 4, 12)… o discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não existe esperança, não há amor e não existe futuro".

O Papa Francisco, relator-presidente de Aparecida, utiliza amiúde esta expressão, muitas vezes sem a conjunção aditiva "e", acentuando o perigo da autorreferencialidade do cristão e da Igreja. O centro, o SOL, é Jesus Cristo. Devemos d'Ele aprender a vida e o amor, a verdade e o serviço. Discípulos. Para O darmos aos outros, levando a todos os Evangelho de Jesus. Missionários. Não podemos ser missionários se não formos verdadeiros discípulos do Senhor. Sendo discípulos autênticos procuraremos imitá-l’O e como Ele anunciar a Boa Nova a todos. A luz que nos habita não se pode esconder.

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3 – "Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho". Para seguir Jesus é necessário deixarmos de lado todos os acessórios que nos pesam. Ele envia-nos. Ele não nos chama para ficarmos instalados à sombra da bananeira, mas para irmos ao encontro dos outros. Por aldeias e cidades. De coração a coração. Não há desculpas nem justificações. "Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus". Podemos adiar, arranjar outras coisas que fazer, mas serão sempre passatempos, porque a missão é seguir Jesus e dá-l'O aos outros.

"Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’… Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa". Não é uma mensagem qualquer que levamos, mas o próprio Jesus. Só Ele conta. Vamos para levar a Sua paz e bênção e salvação.

"Quando entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saí à praça pública e dizei: ‘Até o pó da vossa cidade que se pegou aos nossos pés sacudimos para vós. No entanto, ficai sabendo: Está perto o reino de Deus’”. A fé não se impõe, propõe-se. Façamos o que nos compete: anunciar o Reino de Deus e a Sua proximidade. Deus fará o resto.

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Textos para a Eucaristia (C): 1 Reis 19, 16b. 19-21; Sl 15 (16); Gal 5, 1. 13-18; Lc 9, 51-62.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

11.07.15

Jesus chamou os 12 apóstolos e começou a enviá-los...

mpgpadre

1 – Deus chama-nos para nos enviar. A primeira e mais original vocação do cristão é a santidade, isto é, a disponibilidade para acolher Deus, deixando-se transformar pela Sua graça, identificando-se progressivamente com Jesus Cristo e com o seu jeito de viver, de amar, de perdoar, de Se assumir irmão, sobretudo dos mais frágeis.

Jesus chama os apóstolos e envia-os. Se, por momentos, eles entendem que o seguimento é um privilégio, com benefícios materiais, sociais ou políticos, cedo vão perceber que seguir Jesus é uma missão da qual poderá advir a perseguição e a própria morte.

Partem de mãos vazias. Como nos tem lembrado o nosso Bispo, D. António Couto, de mãos vazias como as de Deus, que tudo nos dá; a bênção faz-se com as mãos abertas e estendidas e hão de corresponder às nossas mãos abertas para receber os dons de Deus, mantendo-as abertas para repartir pelos irmãos. "Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão: nem pão, nem alforge, nem dinheiro; que fossem calçados com sandálias, e não levassem duas túnicas". O importante mesmo é a mensagem que levam. Quanto mais leves mais disponíveis e mais próximos das pessoas. O que levamos pesa-nos, atrasa-nos o andar, afasta-nos dos outros, cria medo de perder o que temos, faz-nos desconfiar dos outros e das suas intenções…

Os apóstolos – hoje somos nós – não estão sós. Jesus envia-os dois a dois. Jesus vai com eles, vai connosco através do outro e da comunidade. Quando dois ou três vos reunirdes em Meu nome, Eu estarei no MEIO de vós (cf. Mt 18, 20). Sozinhos perder-nos-emos. Desanimaremos rapidamente, perderemos a direção, duvidaremos facilmente sobre o caminho que seguimos. O nosso GPS é Jesus, que segue connosco através da comunidade, a Igreja, que é o Seu Corpo.

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2 – O discípulo será sempre discípulo. Para os cristãos o Mestre é Jesus. Quem se assumir como mestre deixa de ser cristão para ser outra coisa qualquer. Fixando-nos nos dois termos "discípulo" e "apóstolo", diríamos que o cristão terá que ser sempre discípulo mesmo quando é apóstolo. Por sua vez, o apóstolo, para se manter fiel a Jesus Cristo, será sempre discípulo, aluno, aprendiz. Por outras palavras, e assumindo a linguagem que se foi aprofundando nas Conferências Gerais do Episcopado da América Latina (CELAM), a junção da condição de discípulo com a de missionário. Daí que o cristão, todo o cristão, seja discípulo missionário. Não podemos ser seguidores de Jesus se não para O vivermos e O anunciarmos ao mundo inteiro.

Jesus dá-lhes o poder sobre os espíritos impuros, com o seguinte mandato: «Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali. E se não fordes recebidos em alguma localidade, se os habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés como testemunho contra eles».

É Jesus quem os envia. O mandato é de Cristo. A mensagem que hão de anunciar – a proximidade do reino, o arrependimento e a fé no Evangelho (cf. Mc 1, 14-15) – é de Cristo. O risco dos discípulos é tornarem-se mestres desligando-se do verdadeiro Mestre, de Jesus Cristo, e em vez de anunciarem o Evangelho, anunciarem-se a si mesmos. E assim também o perigo da Igreja – constituída por todos os discípulos de Jesus –, de se debruçar sobre si mesma, protegendo-se, protegendo os privilégios que adquiriu. Desde o início do seu pontificado, Francisco tem-se referido à doença de uma Igreja ensimesmada, autorreferencial, voltada para o interior onde já só se encontra uma ovelha. Ao invés, a Igreja deve sair, à procura das 99 ovelhas que se tresmalharam, e anunciar Jesus. Como a Lua reflete a luz do Sol, assim a Igreja tem que refletir a Luz de Cristo.

"Os Apóstolos partiram e pregaram o arrependimento, expulsaram muitos demónios, ungiram com óleo muitos doentes e curaram-nos" e regressam para junto de Jesus, como veremos no próximo Domingo. O ponto de partida é Jesus. O ponto de encontro dos cristãos, dos discípulos missionários, é Jesus. Ele é o ponto de convergência e de irradiação da salvação.

3 – A oração de coleta deste domingo recolhe e sublinha a palavra proclamada: "Senhor nosso Deus, que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade para poderem voltar ao bom caminho, concedei a quantos se declaram cristãos que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome, sigam fielmente as exigências da sua fé".

A oração torna-nos mais íntimos de Deus, que nos envia aos nossos semelhantes. A fé salva-nos, mas aferimos da sua autenticidade quando nos tornamos irmãos e cuidamos uns dos outros.

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Textos para a Eucaristia (B): Amós 7, 12-15; Sal 84 (85); Ef 1, 3-14; Mc 6, 7-13.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.

20.09.14

Ide vós também para a minha vinha

mpgpadre

       1 – Jesus compara o Reino dos Céus a um proprietário que sai muito cedo para contratar trabalhadores para a sua vinha, ajustando com eles um denário por dia. «Saiu a meia-manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo’. E eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’. Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha’»

       Bem sabemos que há muitas pessoas que querem trabalhar e não podem, pela idade, pela doença, por que têm de tomar conta de alguém, ou não têm quem os ajude, quem os chame para trabalhar. Outros, porém, preferem que lhes caia do Céu. Na vinha do Senhor, todos podemos trabalhar.

       2 – «Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».

       No final do dia, o dono da vinha manda pagar o salário, a começar pelos últimos que chegaram para trabalhar. A cada um é pago um denário, aos das primeiras horas e aos que chegaram ao entardecer. Os que tralharam todo o dia julgam que receberão mais do que os outros, ainda que o ajustado tivesse sido um denário. Recebem o mesmo. Murmuram, pois suportaram o peso do dia e o calor, ao passo que os que chegaram por último pouco trabalharam.

       Eis a resposta do dono da vinha: «Amigo, em nada te prejudico. Não foi um denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?».

       Na economia de mercado, pelo mesmo trabalho, com qualificações iguais, o mesmo ordenado. Pode atender-se à produtividade: quanto mais produzires mais ganharás, promovendo o mérito. No entanto, as mulheres pelo mesmo trabalho ganham menos!

       Duas pessoas fazem o mesmo trabalho. Ordenado igual, como ponto de partida, ajustando-se em conformidade com a família que tem para sustentar. Não é igual ganhar € 500,00 e viver sozinho, ou € 500,00 e ter 3, 4 ou 5 pessoas que dependem daquele vencimento. Claro que cada caso é um caso.

       Na comunidade cristã, posto tudo em comum, distribuíam conforme as necessidades, para que nenhuma família passasse privações. Por ocasião da Páscoa, a família escolhia um cordeiro de acordo com os seus membros. Se a família fosse pouco numerosa, para o tamanho do cordeiro, deveria dividi-lo por outra família que não tivesse possibilidades de matar um cordeiro, para que ninguém deixasse de comemorar a Páscoa com dignidade, à volta da mesa.

       3 – A lógica de Deus é diferente da lógica de mercado. Uma Mãe não se dá em parte, reservando algo para si. Assim Deus. Dá-Se por inteiro, como o testemunha Jesus na Cruz. Deus é TUDO para TODOS. Não é divisível. O amor autêntico não é divisível. O amor é um todo. Para a Mãe, para os pais, o filho que está em casa merece tudo. O filho que saiu sem dar notícias, merece a mesma predileção, mas o coração dos pais andará sempre sobressaltado. O regresso dá lugar à alegria e agradece-se a Deus pelo reencontro de toda a família.

       Deus dá-nos tudo, sempre. O que é necessário: reconhecermo-nos pecadores, arrepender-nos de tudo o que transtorna a nossa relação com Ele e com o outros, empenharmo-nos na Sua vinha.

       «Deixe o ímpio o seu caminho e o homem perverso os seus pensamentos…» 

       Não nos preocupemos com a bondade de Deus para com todos, preocupemo-nos em andar nos caminhos do Senhor.

       No reino de Deus há lugar para todos. Quantos mais levarmos connosco, melhor! Se excluímos alguém neste mundo, como poderemos ir para o mesmo coração do Pai, para a mesma habitação eterna? 


 

Textos para a Eucaristia (ano A): Is 55, 6-9; Sl 144 (145); Filip 1, 20c-24.27a; Mt 20, 1-16a.

 

23.06.14

Tabuaço: Compromisso e envio - 2014 - 9.º ano de Catequese

mpgpadre

Santa Missa com crianças, dedicada especialmente à catequese. 21 de junho: Festa do Compromisso e envio, 9º ano de catequese. Algumas das fotos da celebração, mormente o ato penitencial e ofertório (sal, luz e pão), e no momento de ação de graças, Pegadas na Areia.

 

ATO PENITENCIAL

– Jesus viu muita gente preocupada apenas em enriquecer, insensível às desigualdades sociais. A sua resposta foi viver pobre e denunciar o culto do dinheiro.

– Jesus viu muita gente que procurava o prestígio, as honras sociais, as vénias dos outros...e Jesus recomendou aos seus seguidores que se comportassem com simplicidade.

– Jesus viu muita gente agarrada ao poder e a exercê-lo despoticamente. E Ele não só fez da sua vida um serviço, como disse aos seus discípulos, que o maior é aquele que mais serve.

– Jesus viu gente desprezada e posta à margem da sociedade...mas Jesus não tem preconceitos, vai ao seu encontro, diz que para eles foi enviado e acolhe-os.

– Jesus viu muito egoísmo coração das pessoas que dava origem a uma sociedade cruel e anunciou uma única lei...o AMOR!

TODOS: "É com Jesus Cristo o nosso compromisso!"

OFERTÓRIO

– Senhor, num mundo sem alegria, queremos ser SAL, que dá um novo sabor à vida, tornando os homens mais felizes!

– Senhor, num mundo onde se multiplicam as trevas do mal, da mentira, queremos ser LUZ, que indica caminhos de felicidade. – Senhor, num mundo que avança para futuros sempre inesperados, queremos ser FERMENTO, que faz levedar um mundo segundo o projeto de Jesus Cristo e que torna os homens irmãos.

AÇÃO DE GRAÇAS

"Pegadas na areia" 

"Uma noite eu tive um sonho...

Sonhei que andava a passear na praia com o Senhor, e, no firmamento, passavam cenas da minha vida.

Após cada cena que passava, percebi que ficavam dois pares de pegadas na areia: um era meu e o outro era do Senhor.

Quando a última cena da minha vida passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia.

Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiados do meu viver. Isso aborreceu-me deveras e perguntei então ao Senhor:

– Senhor, Tu disseste-me que, uma vez que resolvi seguir-Te, Tu andarias sempre comigo, em todos os caminhos. Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu viver, havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo porque é que, nas horas em que eu mais necessitava de Ti Tu me deixaste sozinha.

O Senhor respondeu-me:

– Minha querida filha, jamais te deixaria nas horas de prova e de sofrimento.

Quando viste na areia apenas um par de pegadas, eram as minhas. Foi exatamente aí que peguei em ti ao colo".

Para visualizar outras fotos visite a página da Paróquia de Tabuaço no Facebook

31.05.14

IDE E FAZEI DISCÍPULOS

mpgpadre

       1 –  IDE E FAZEI DISCÍPULOS.

       Jesus aproximou-Se deles e aproxima-Se de nós, e diz: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».

       Ide e fazei discípulos. Mandato para todos. CHAMADOS para O seguir, para O amar, para O viver. ENVIADOS a transparecer no mundo o Seu amor em nós. A nossa Diocese de Lamego vive este ano pastoral sob este desafio: IDE E FAZEI DISCÍPULOS, na certeza que o encontro com Jesus abre as portas do nosso coração e da nossa vida para irmos ao encontro de outros, sobretudo dos que se encontram em situação mais frágil.

       2 – Lucas, nos Atos dos Apóstolos, narra a Ascensão de Jesus, em perspetiva de envio. O Céu nunca poderá ser desculpa para nos afastarmos dos outros ou para deixarmos de os servir. Pelo contrário, porque, em Jesus, o Céu chegou até nós, e está a descoberto, outra obrigação não nos cabe que não seja despertar os outros para o que a presença de Cristo vivo no meio de nós, através da voz e da vida.

       Jesus começa por os prevenir para que não percam energias a saber quando Deus restaurará o reino de Israel: «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas… até aos confins da terra».

       O importante é receber o Espírito Santo, para sermos verdadeiramente testemunhas de Jesus em todo o mundo.

 

       3 – Depois das últimas recomendações, Jesus "elevou-Se à vista deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos". Extasiados, os discípulos ficam a olhar para os Céus. Já se tinham habituado à presença corpórea de Jesus. Que sensações terão experimentado? Que será de nós? Como saberemos que Ele está connosco? Como Se manifestará o Espírito Santo em nós? Seremos capazes de prosseguir com os Seus gestos? Até onde e até quando anunciaremos o Reino de Deus? Quem nos há de liderar? Como viver ao jeito do Mestre sem a Sua presença física?

       Faz-se caminho, caminhando. "Apresentaram-se-lhes dois homens vestidos de branco, que disseram: «Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu». O Céu é um referencial constante, foi de lá que veio Jesus e que de novo virá. Há que procurá-l'O entre nós, servindo-O nas outras pessoas. O que fizerdes ao mais pequeno dos irmãos, a Mim o fazeis. IDE E FAZEI DISCÍPULOS, anunciai o Evangelho, batizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Eu estarei sempre convosco, diz-nos Jesus.

       4 – Ficar a olhar para o céu, de braços cruzados, nunca será solução. Choverá e fará sol quando Deus quiser. Não adianta ficarmos a cismar, ou a rezar para que Deus faça a nossa vontade.

       A oração, sem dúvida, é uma oportunidade de acolhermos o Espírito que vem de Deus, far-nos-á sentir mais próximos uns dos outros, pois quanto mais estivermos próximos de Deus, que é Pai de todos, mais estaremos em relação aos irmãos. A oração não é apenas um porto de abrigo. É isso, mas é muito mais. É bênção, é luz, é desafio. Prepara-nos para as dificuldades, ajuda-nos a encontrar soluções, deixando que Deus nos conforte e nos apoie contra todo o mal. A oração compromete-nos com o melhor que há em nós.

 

       5 – Ascensão do Senhor e Dia Mundial das Comunicações Sociais. Jesus ascende para enviar o Espírito Santo que nos revela toda a verdade. Ascende para Se tornar mais próximo, comunicando-Se através do Espírito a agir nos Seus discípulos. A comunicação social há de ser meio privilegiado para anunciar a verdade, a justiça e a transparência, para aproximar pessoas e comunidades, para levar as pessoas a tomar consciência da sua responsabilidade por um mundo mais justo e fraterno. Os meios da comunicação social permitem-nos hoje estar bem informados, tornarmo-nos vizinhos, mas nem sempre nos fazem irmãos (Bento XVI).

       Para os cristãos e para a Igreja, os meios de comunicação social são instrumento para levar mais longe a Palavra de Deus, e para um compromisso mais efetivo com os mais frágeis do mundo que nos são mostrados, por vezes, sublinhando o escândalo, outras, provocando indiferença pela multiplicação e repetição de notícias que põem a descoberto a miséria humana. Por outro lado, os próprios meios de comunicação social, nomeadamente as redes sociais, merecem cuidado e são espaço de evangelização. Algumas pessoas só se encontram mesmo neste ambiente, com as suas fragilidades e com os seus sonhos de vida, e merecem sempre uma resposta ao modo de Jesus: atenção e cuidado, testemunho e oração.


Textos para a Eucaristia (ano A): Atos 1, 1-11; Sl 46 (47); Ef 1, 17-23; Mt 28, 16-20.

 

03.02.14

Plano Pastoral 2013.2014 - IDE E FAZEI DISCÍPULOS

mpgpadre

«Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos»

(Mt 28, 19-20).

        Após a Ressurreição, Jesus aparece aos seus discípulos e envia-os. Envia-nos.

Ide e fazei discípulos.

       Nunca deixamos de ser discípulos, alunos, aprendizes de Jesus Cristo. Simultaneamente, a missão de comunicar a alegria que recebemos. Ilustrativo o encontro de Maria com Isabel: “Logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio” (Lc 1, 44). Quem recebe a Boa Notícia, não pode fazer outra coisa senão passá-la ao próximo.

Ide e fazei discípulos.

       É uma tarefa de sempre. Como os discípulos da primeira hora, temos de viver Jesus, deixando que Ele nos fale e atue em nós, pelo Espírito Santo. Logo nos tornamos mensageiros do Seu amor, da Boa Notícia da salvação.

       Refere São Paulo: “se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!” (1Cor 9,16).

       O Papa Francisco, em vésperas da Sua eleição, já convocava a Igreja para sair a levar esta boa notícia a todos os recantos: “Evangelizar supõe na Igreja a "parresia" [coragem, entusiasmo] de sair de si mesma. A Igreja está chamada a sair de si mesma e ir para às periferias, não só as geográficas, mas também as periferias existenciais: as do mistério do pecado, as da dor, as da injustiça, as da ignorância e da indiferença religiosa, as do pensamento, as de toda a miséria… Quando a Igreja não sai de si mesma para evangelizar torna-se autorreferencial e então adoece… A Igreja, quando é autorreferencial, sem se aperceber, julga que tem luz própria, deixa de ser o mysterium lunae [mistério da lua]… [que o próximo Papa] …ajude a Igreja a sair de si para as periferias existenciais, que a ajude a ser a mãe fecunda que vive da “doce e reconfortante alegria de evangelizar”.

       O nosso Bispo, D. António Couto, na Carta Pastoral que enforma o ano pastoral e o lema que enquadra a vivência da fé neste chão da Diocese de Lamego, sublinha algumas prioridades, algumas delas constantes: primado da graça; vida de oração; proximidade; amor; Igreja como casa aberta a todos, dando também continuidade ao lema pastoral do ano anterior, "Vamos juntos construir a Casa da Fé e do Evangelho"; missão evangelizadora/missionária da Igreja; acolhimento do Evangelho com alegria, para o comunicar por palavras e com a vida; formação de cristãos conscientes e empenhados.

“Santa Maria, Mãe da Igreja e nossa Mãe, Senhora dos Remédios e de Fátima, [Virgem da Conceição], ícone do primado da graça e da oração, do serviço humilde que gera laços de comunhão e de missão, sê nossa companheira nos caminhos que agora nos propomos percorrer para sabermos melhor levar Cristo aos nossos irmãos e os nossos irmãos a Cristo.

Que Deus nos abençoe e nos guarde,

Que nos acompanhe, nos acorde e nos incomode,

Que os nossos pés calcorreiem as montanhas,

Cheios de amor e de alegria,

Que a tua Palavra nos arda nas entranhas,

E nos ponha no caminho de Maria”.

          (D. António Couto, Carta Pastoral, 24.11.2014)

 

       O IDE pressupõe o estar com Jesus, alimentar-se d’Ele, escutando a Sua Palavra, acolhendo a Sua mensagem, procurando imitá-l’O nas Suas obras. Deixemo-nos atrair por Jesus, identificando-nos com a Sua vontade e o Seu projeto de conciliação e amor, para depois nos deixarmos fazer ENVIADOS, na expressão do Papa Francisco, sermos verdadeira e simultaneamente discípulos missionários. IDE E FAZEI DISCÍPULOS…

 

       Pode fazer o download da calendarização pastoral da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição:

07.07.13

“Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos

mpgpadre

       1 – VOCAÇÃO, SEGUIMENTO, ENVIO. Jesus chama. A primeira vocação é a proximidade com Ele. Habitar com Ele. Deixar que Ele nos habite. Vem e segue-me, diz Jesus a cada um. Vinde e vede. A minha casa será também a vossa casa. A minha vida será também a vossa vida. O meu Pai será também o vosso Pai. Meu Deus e vosso Deus. Vinde.

       Como víamos no domingo anterior, é um chamamento que nos envolve na totalidade. Assim também o seguimento é para todas as horas. O envio está inscrito no chamamento, na vocação, e agrafado ao seguimento. Jesus chama-nos para O seguirmos, para vivermos com Ele e para nos enviar. Não há vocação sem seguimento. Não há seguimento de Jesus, sem envio aos irmãos.

       2 – O envio descrito hoje no Evangelho é preparatório, é um estágio. O ENVIADO é Jesus. É o Enviado do Pai. Entretanto, os discípulos que O seguem, são introduzidos na Sua vida, e na lógica do serviço à humanidade. Qual novo Moisés – o grande líder do judaísmo escolheu 72 anciãos para o ajudarem a governar o Povo eleito –, Jesus designa 72 discípulos e envia-os dois a dois, a todas as cidades onde irá depois. À imagem de João Batista, também eles vão preparar o caminho, ao mesmo tempo que se preparam para o futuro, quando Jesus já não estiver fisicamente no meio deles.

       A primeira condição, no chamamento, no seguimento e no envio, é a ORAÇÃO. A ligação estreita Àquele que nos assume como filhos. Sem a ligação ao Pai, em Jesus Cristo, pelo Espírito Santo, não poderá haver ligação aberta e generosa aos outros. A seara é grande. É à minha porta e em minha casa. Mas a minha casa é também o mundo. São os meus vizinhos. Os amigos e os que me provocam azia. A seara é o mundo inteiro, para o qual somos enviados a transformar com o amor de Deus. A incendiar com a Luz da Fé, da Esperança e da Caridade. O dono da Seara não nos faltará. Sempre enviará. Com a oração tomamos consciência desta certeza, predispondo-nos à escuta de Deus e da Sua vontade para nós.

       A intimidade com Deus leva-nos à CONFIANÇA. Se é Deus que nos chama e nos envia, nada há a temer. Ele vai connosco. Acompanha-nos onde nos encontra, no caminho que percorremos. “Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias”. Neste sentido, a LEVEZA. Não precisamos de muitas coisas, precisamos de ser mediadores da Palavra. Levamos Deus. Qual Tesouro em vasos de barro!

       O envio provoca PRESSA, como a pressa de Maria quando se dirige para a montanha em auxílio da Sua prima Isabel. Não podemos fixar-nos muito tempo no acessório e secundário. Por isso não poderemos ir sobrecarregados com os nossos medos e ambições. Há que levar Cristo a toda a parte, a todas as dimensões da vida, social, política, económica, desportiva, cultural. Não “vos demoreis a saudar alguém pelo caminho”. Não vos entretais com desculpas. Ide. Avançai. O tempo urge. É necessário espalhar a Boa Nova.

        E o que levamos nós? Cristo e a PAZ que Ele nos dá. E se vamos, entramos. Não ficamos a meio do caminho, entremos na casa, no coração, na vida das pessoas. Não tenhamos medo do compromisso e do envolvimento com os outros. Assim em cada casa, assim em cada cidade. Sem imposições. A Paz que ora levamos, e o anúncio do reino de Deus, é uma proposta. Temos que tornar credível a proposta que fazemos, sem a impor pela força, pela ameaça, ou pelo desvirtuamento da mensagem. A mensagem é uma Pessoa: JESUS CRISTO.

 

       3 – Se Jesus vai connosco no caminho, caminhamos mais seguros. Os méritos não são nossos, mas d'Ele, no Espírito Santo que nos assiste, contando com os nossos dons e com as nossas fragilidades através das quais o Senhor faz maravilhas. Como diz o Apóstolo, não me glorio “a não ser na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

       Uma das dádivas do Senhor é a ALEGRIA. Se estamos constantemente carrancudos, como podemos testemunhar a beleza do Evangelho, como podemos anunciar a confiança em Deus?

       Os discípulos regressam cheios de entusiasmo. Sabem que o sucesso é devido ao NOME de Jesus, a Quem até os espíritos demoníacos obedecem. “Não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos porque os vossos nomes estão escritos nos Céus”.


Textos para a Eucaristia (ano C): Is 66, 10-14c; Gal 6, 14-18; Lc 10, 1-12.17-20.

 

15.07.12

Jesus chamou os Doze e começou a enviá-los dois a dois

mpgpadre

       1 – De casa para a cidade e para o mundo.

       Jesus regressa à sua terra, em Nazaré, e também entre os seus comunica, com alegria e desprendimento, um DEUS próximo, amigo, que Se pode encontrar nas coisas simples, nos acontecimentos presentes, e nas pessoas concretas que vivem connosco.

       Sem (mais) lamentos nem ameaças coléricas, Jesus segue o Seu caminho, segue para o mundo, para outras cidades e aldeias, para outras casas, deixando um rasto de esperança e de sonho, de bondade e de vida nova. Quer contar, conta connosco. Chama discípulos – pessoas como nós – para uma experiência admirável. Envia-os, para serem pescadores de homens.

       A casa é lugar de encontro, de aprendizagem, de gestação, lugar onde se aprende a ser gente e se retemperam as forças. É de casa que os discípulos são enviados para o mundo – campo de evangelização.

“Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros e ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão: nem pão, nem alforge, nem dinheiro; que fossem calçados com sandálias, e não levassem duas túnicas. Disse-lhes também: «Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali. E se não fordes recebidos em alguma localidade, se os habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés como testemunho contra eles». Os Apóstolos partiram e pregaram o arrependimento, expulsaram muitos demónios, ungiram com óleo muitos doentes e curaram-nos”.

       Não vão sozinhos, mas dois a dois. Não vão em nome próprio, mas enviados por Jesus. Não se anunciam mas à Palavra de Deus, com o poder de curar, e com a leveza da vida e do serviço. Não precisam de muitas coisas, mas de disponibilidade para levarem Deus.

 

       2 – Apóstolos e/ou Profetas, de ontem e de hoje, não podem levar muitas coisas, muitos recursos, ou técnicas, mas a leveza e a simplicidade da Palavra de Deus, com sandálias nos pés, sem artifícios, nem manhas. Leveza para transparecer o amor de Deus. A opacidade é contraproducente, e existe quando baseamos/centramos a missão nas nossas capacidades. Leveza para aceitar as dificuldades e os obstáculos.

       Jesus desengana rapidamente os seus discípulos. Podem não vos ouvir. Podem não estar sensibilizados para acolher as vossas palavras. Não façais disso um bicho-de-sete-cabeças. Sacudi o pó das sandálias e parti para outra localidade.

       O profeta Amós - Aquele que ajuda a levar o fardo - envida uma missão épica, de trazer o povo de Israel de novo para a Lei de Deus. De forma simples, às vezes rude, em linguagem profética, não se cala perante os desvios e afastamentos da Aliança. Amasias, sacerdote de Betel, disse a Amós: 

«Vai-te daqui, vidente. Foge para a terra de Judá. Aí ganharás o pão com as tuas profecias. Mas não continues a profetizar aqui em Betel, que é o santuário real, o templo do reino». Amós respondeu a Amasias: «Eu não era profeta, nem filho de profeta. Era pastor de gado e cultivava sicómoros. Foi o Senhor que me tirou da guarda do rebanho e me disse: ‘Vai profetizar ao meu povo de Israel’». 

       Originalmente não era profeta, educado no campo, era criador de animais (e não apenas pastor). Chamado por Deus, luta contra as injustiças sociais, contra a opulência dos ricos e a miséria dos pobres, contra o ritualismo religioso, esplêndido mas vazio de vida e de Deus. Usa imagens riquíssimas do campo, denunciando falsas seguranças na riqueza e nos ritos religiosos.

 

       3 – “Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis e a quantos de coração a Ele se convertem. A sua salvação está perto dos que O temem e a sua glória habitará na nossa terra”.

       O salmista revela, em jeito de oração, uma premissa essencial da Aliança de Deus com o Seu povo, Deus quer o bem, a paz e a felicidade de todos. Por conseguinte, envia constantemente mensageiros, os profetas e os sinais que os acompanham. Mais, vem Ele próprio, como Bom Pastor para o meio do rebanho, em Jesus Cristo, que por sua vez assegura a Sua permanência através da Palavra e dos Sacramentos, através dos Seus apóstolos, de ontem e de hoje.

“Em Cristo fomos constituídos herdeiros, por termos sido predestinados, segundo os desígnios d’Aquele que tudo realiza conforme a decisão da sua vontade, para sermos um hino de louvor da sua glória, nós que desde o começo esperámos em Cristo... o Espírito Santo prometido é o penhor da nossa herança, para a redenção do povo que Deus adquiriu para louvor da sua glória” (segunda leitura).

       Os Apóstolos, como os profetas, são enviados para fazer regressar a Deus todos aqueles que se perderam pelo pecado e pela fragilidade do egoísmo e da inveja. São incumbidos de curar as doenças do corpo e do espírito. Em Nazaré, Jesus não fez muitos milagres, mas curou os doentes que Lhe apresentaram. Dá a mesma missão aos discípulos: curar, reconciliar, converter. Somos herdeiros da Aliança de Deus com o Seu povo, somos filhos no Filho, recebemos o Espírito da redenção, para sermos transformados pela Sua graça e para testemunharmos em nós a salvação que Ele nos dá.


Textos para a Eucaristia (ano B): Amós 7, 12-15; Salmo 84 (85); Ef 1, 3-14; Mc 6, 7-13. 

 

Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço.

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