Quem praticar os Mandamentos será grande no reino dos Céus
1 – Quando gostamos genuinamente de alguém, procuramos que as nossas palavras e os nossos gestos digam o que sentimos e expressem alegria, gratidão, felicidade. «O que tu és fala tão alto que mal consigo ouvir o que tu dizes» (Ralph Waldo Emerson). A pessoa não é o que veste, o que come, o que fala, o que faz. É tudo isso. É um ser mais complexo. Daí que nos seja sempre difícil e falível julgar as pessoas apenas por uma aspeto, uma impressão imediata.
O cristianismo é, antes de mais e sobretudo, a história de um encontro, de uma descoberta, o nosso encontro com Jesus, Crucificado e Ressuscitado. Um encontro pessoal que desemboca na comunidade. Se vários nos encontramos com Jesus, mais cedo ou mais tarde vamos querer falar d'Ele, partilhar com outros a nossa experiência, vamos querer enriquecer-nos com a experiência de outros. Por outro lado, Jesus desafia-nos à comunhão, a congregarmo-nos como irmãos.
Regras e sinais de trânsito. Alguém vai pensar que estes são para nos proibir e limitar os nossos movimentos? O código da estrada tem o ensejo de proteger as pessoas. Protegem-nos e protegem os outros. Resultam do bom senso, da experiência, da reflexão, do estudo, da preocupação de criar as condições mais favoráveis e seguras…
2 – Jesus não só não destrói a Lei como quer completar, levar à plenitude. Esta tem como conteúdo o amor: o amor que se predispõe a dar a vida. «Aquele que praticar e ensinar [os Mandamentos] será grande no reino dos Céus!». A mensagem de Jesus é inclusiva: assume o passado e as lições que podem ajudar no presente e no futuro.
Mas não apenas isso. Jesus vai mais longe: «Se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos Céus». O Mestre dos Mestres dá vida, carne, músculo, sentido, humanidade a toda a Lei. Esta há de estar ao serviço da dignidade do ser humano e do bem comum.
Daí a contraposição: «ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás; quem matar será submetido a julgamento’. Eu, porém, digo-vos:Todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido a julgamento… Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele a caminho... Digo-vos que não jureis em caso algum: nem pelo Céu, que é o trono de Deus; nem pela terra, que é o escabelo dos seus pés; nem por Jerusalém, que é a cidade do grande Rei. Também não jures pela tua cabeça, porque não podes fazer branco ou preto um só cabelo».
O ensinamento de Jesus conduz à coerência de vida: devemos pôr em prática na nossa vida o que professamos e o que exigimos aos outros. É também nesta lógica que Jesus exige aos seus discípulos uma linguagem simples e respeitadora do outro: «A vossa linguagem deve ser: ‘Sim, sim; não, não’. O que passa disto vem do Maligno».
Textos para a Eucaristia (ano A): Sir 15, 16-21; Sl 118 (119); 1 Cor 2, 6-10; Mt 5, 17-37.
Reflexão Dominical COMPLETA na Paróquia de Tabuaço
e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE