Leituras - SOLOMON NORTHUP - 12 Anos Escravo
SOLOMON NORTHUP (2014). 12 Anos Escravo. Queluz de Baixo: Marcador Editora. 264 páginas.
Como o próprio título indica, o livro fala de escravidão, na primeira pessoa. No final do século XIX, nos Estados Unidos da América. Alguns Estados já não permitiam a escravatura, mas havia outros onde estava em vigor. Solomon Northup é um homem livre, que nasceu livre, no Estado de Nova Iorque, com a mulher os filhos. A sua vida é tranquila, trabalhando por uma vida digna. É um bom carpinteiro e toca rabeca como ninguém.
Em busca de trabalho, é abordado por dois homens que lhe prometem bom salário, prémios, na trabalhar num circo. Após um a noite de copos, acorda acorrentado se sem documentos que ateste a sua liberdade. Sempre que um "preto" viajasse teria que ter documentos como era um homem livre, para não correr o risco de ser levado à justiça, ou feito escravo num estado em que a escravatura fosse admissível. Mais tarde esses registo e os testemunhos vão ser uma enorme ajuda para ser declarado homem livre.
Silenciado pela violência para não revelar que é homem livre, originário de Nova Iorque, com mulher e filhos, será vendido para o dono de uma plantação no Lusiana. É feito escravo. Durante 12 anos. Na própria pele fica a saber o que significa ser escravo e tratado como outro animal, cujo valor se calcula pela utilidade. Para o patrão cada escravo é uma mercadoria que pode dar-lhe dinheiro a ganhar. Ainda assim encontra patrões com bom coração, que julgam que a escravatura não tem nada de mal, mas que tratam os escravos com benevolência. Outros patrões cometem todo o tipo de tropelias. Para alguns as chicotadas são o pão nosso de cada dia. Cada escravo tem que produzir cada vez mais.
Durante todo o tempo, Solomon sonha em regressar a casa, assumindo a sua vida de homem livre, para encontrar os braços da esposa e o carinho dos filhos.
Fugir ou pedir a intercessão de quem possa levar informações a pessoas de bem que em Nova Iorque poderão despender esforços em vista à sua libertação. Alguns esforços são em vão. Outros são descobertos, dificultando ainda mais a vida como escravo. A rabeca ajuda-o a ter alguma paz, bem como os dotes para a carpinteira. Uma carta chega à sua terra natal, dando origem à sua libertação e respetivo regresso a casa. A mãe entretanto morrera e já tem um neto.
O relato é feito pelo próprio Solomon, um ano depois de regressar à liberdade. É um testemunho na primeira pessoa, dando uma ideia mais precisa e real do que significa ser escravo.
A história já está em filme, nomeado para 9 Óscares e venceu o Globo de Ouro para melhor drama.