Leituras: CARLA ROCHA - Fale menos. Comunique mais
CARLA ROCHA (2016). Fale menos. Comunique mais. 10 estratégias para se tornar um grande comunicador. Barcarena: Manuscrito Editora. 148 páginas.
Para quem escuta rádio, sobretudo a RFM, Carla Rocha é um nome conhecido, como locutora que fazia parceria com o José Coimbra, no Café da Manhã, e posteriormente no programa próprio, também na RFM, Carla Rocha no Ar. É licenciada em Ciências da educação e pós-graduada em Gestão de Marketing, Comunicação e Multimédia, docente na licenciatura de Ciências da Comunicação da Universidade Europeia e formadora na área da comunicação; é coordenadora do programa Atletas Speakers ( da Comissão de Atletas Olímpicos e pelo Comité Olímpico de Portugal); tem participado em diversas convenções e formações, intervindo em seminários, em formação nas empresas, tendo escrito vários artigos sobre comunicação, publicados em livros e revistas.
Embora pareça orientado para pessoas que tenham de falar em público, fazer apresentações, este livro pode ser lido por todos e contribuir para uma melhor comunicação, mas assertiva, positiva, divertida, envolvente. A vida até pode ser cinzenta, mas a atitude que assumimos na relação com os outros pode treinar-se positivamente. Na comunicação todos podemos melhorar e melhorando a comunicação, melhorará por certo a nossa relação com os outros e com a vida. As técnicas sugeridas ajudam a treinar-nos na empatia, no bom humor, procurando colocar-nos na comunicação. Mais que ser perfeito, importa a sinceridade, mais que um powerpoint importa a mensagem e sobretudo a pessoa que veicula a mensagem.
Dicas e sugestões para descomprimir, conhecer os espaços e as pessoas, usar histórias, o humor, sorrir, colocar-se dentro da mensagem a comunicar, com exemplos concretos da vida pessoal, familiar ou de amigos. A autora serve-se da sua experiência pessoal e familiar, mas nos prender à mensagem que veicula, desde a primeira vez que participou num programa de rádio - uma experiência "para esquecer" - até à entrada na RFM.
As 10 estratégias para melhorar a comunicação:
- Assertividade
- Escutar
- Simplicidade
- Conte histórias
- Empatia
- Mantenha a mente aberta
- Linguagem corporal
- Capacidade para mostrar
- Autenticidade
- Humor
Antes das estratégias a importância de uma boa conversa... meter conversa até com estranhos, e não apenas para falar do tempo... Depois, como fazer apresentações inspiradas, aplicando precisamente as diferentes estratégias. Numa apresentação, o importante é preparar bem, mas não decorar tudo, palavra por palavra, saber o que vair dizer, o que quer que as pessoas saibam, façam e sintam, o que se pretende que os formandos mudem ou façam. A espontaneidade, o humor, o sorriso, o conhecer o espaço em que se vai falar e eventualmente contactar com algumas das pessoas que vão estar na apresentação, perguntando por exemplo sobre o que esperam daquela apresentação ou formação. Começar por uma história, um vídeo engraçado, alguma coisa que prenda...
Como li o livro de fio a pavio e sem fastio, recomendo-o vivamente, porque...
"Certamente já passou pela situação de estar a falar com amigos e sentir que quem o ouve não percebeu exatamente o que quis dizer. de estar preparado para fazer uma apresentação e perceber que, ao fim de poucos minutos, a sua audiência já não o está a ouvir. de falar com o seu marido ou mulher e, sem saber como, sentir que criou um mal-entendido.
Uma má comunicação traz conflitos, discussões, problemas na nossa vida pessoal, familiar e profissional" (Contracapa)
"Quando a comunicação falha põe em causa uma relação amorosa, uma relação de amizade, uma relação familiar, tem um forte impacto nas relações profissionais e nas organizações. Sim, problemas de comunicação podem comprometer uma vida que se quer repleta de oportunidades e experiências gratificantes" (p 15).
"As relações humanas dão trabalho, não somos todos iguais, temos pontos de vista diferentes, entramos em choque muitas vezes. É mais fácil mandar um email. Não deixe que as tecnologias,ou outras formas fugazes de comunicação, o afastem do contacto humano. É durante uma conversa que tomamos consciência das nossas fraquezas, dos nosso pontos fortes e estreitamos ligações" (p 19).
"Quando a comunicação falha é porque alguém não percebeu a ideia, ou não apreendeu o seu valor, ou porque a ideia está perdida no meio de números, gráficos, tabelas ou palavras inaudíveis, intensas no significado mas curtas no entendimento" (p 22).
"A qualidade de uma conversação depende mais da qualidade da escuta do que da qualidade do discurso. É na escuta que percebemos o ponto de vista do outro e encontramos pontos comuns... Fico espantada com a quantidade de pessoas que admitem que não escutam porque estão mais preocupadas em falar e em fazer valer as suas ideias sem reparar no que os outros estão a dizer" (p 37).
Veja o vídeo-entrevista com a Carla Rocha, clicando sobre a imagem (acima) ou AQUI: Fale Menos. Comunique Mais.