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19.05.14

LEITURAS - SAMPERI - Nossa Senhora Desatadora de Nós

mpgpadre

 

MIGUEL CUARTERO SAMPERI (2014). Nossa Senhora Desatadora de Nós. História de uma devoção mariana. Lisboa: Paulus Editora. 56 páginas.

       Um opúsculo sobre uma devoção muito original, mas com uma ligação histórica interessante: nasce na Alemanha e espalha-se na Argentina; existia na Itália, e espalha-se para todo o mundo com o Papa Francisco, que antes tinha levado a devoção para a Argentina.

       No início do século XVII, um casal estava em vias de se divorciar. O marido, Wolfgang, decidiu ir a um mosteiro, em Augsburg, cujo responsável era o sacerdote, Jakob Rem, jesuíta, e onde havia a devoção a Nossa Senhora "três vezes admirável". Na Capela do mosteiro, a imagem de Nossa Senhora das Neves, atualmente padroeira da cidade de Buenos Aires e com devoção também na cidade de Roma. O sacerdote recomenda o casal a Nossa Senhora, uma oração durante 28 dias, o ciclo de reprodução feminino, ou o ciclo para preparar e gerar uma nova vida. Assim o refere o autor.

       O sacerdote confiou a Maria as dificuldades do casal, para que Ela desatasse os NÓS que havia no seu casamento. Um dia, ainda que não haja dados históricos, o sacerdote viu nas mãos de Nossa Senhora um elástico com nós que entretanto Ela foi desatando e o elástico voltou a ser brilhante, branco, como no dia do casamento. A tradição, na celebração do casamento, era colocar um elástico branco em volta das mãos do casal, entrelaçando as suas vidas. A esposa de Wolfgang, Sophie, por cada dificuldade atava um nó no elástico. Nossa Senhora das Neves devolveu a brancura do mesmo e o casal resolveu os problemas.

       O neto do casal, Von Langenmantel (1666-1709, entrou para a vida religiosa e tornou-se cónego da Igreja Sankt Peter  Perlach, em Augsburg (Augusta). Dedicou então um altar em honra dos avós, com um tela em honra da Santíssima Virgem do Bom Conselho, acrescentando-lhes alguns pormenores que recordassem a história da família Lanenmanttel. E assim surge a imagem de Nossa Senhora Desatadora de Nós, com um manto da família, possivelmente um símbolo da família, com um Anjo a passar o elástico a Nossa Senhora que o desata. Outro Anjo recebe o elástico sem nós. Aparece as coroa de doze estrelas, em conformidade com o Apocalipse, e ainda, sob a imagem, um Anjo que leva Tobias ao encontro daquela que será a sua esposa.

       O então Pe. Mario Bergoglio, agora Papa Francisco, tem um papel fundamental na divulgação desta devoção. Tendo ido preparar o doutoramento, na Alemanha, em Augsburg. Aí toma conhecimento desta devoção. Regressando a Buenos Aires leva várias estampas com a Nossa Senhora que desata Nós, que entrega a sacerdotes, casais, que coloca nas cartas que envia a uns e a outros.

       Em 1996, o Cardeal Quarracino autoriza que o pároco de São José del Talar, divulga a devoção na paróquia. E 2010, o Cardeal Bergoglio eleva a paróquia a Santuário de Nossa Senhora que desata nós. No dia 8 de cada mês e especialmente no dia 8 de dezembro, uma multidão de fiéis recorre a Nossa Senhora Desatadora de Nós.

       A devoção existe também em Roma.

       O livrinho faz um enquadramento histórico, teológico, bíblico. Ao mesmo tempo contém uma novena e bem como orações, uma aprovada pelo então Cardeal Jorge Mario Bergoglio, e outra do Papa Francisco, no dia 31 de maio de 2013.

       A Leitura demora alguns minutos.

30.11.13

LEITURAS: Nello Scavo - A lista de Bergoglio

mpgpadre

NELLO SCAVO. A Lista de Bergoglio. Os que foram salvos por Francisco durante a ditadura. Paulinas editora. Prior Velho 2013. 208 páginas.

       Quem não ouviu falar da Lista de Schindler, cujo filme colocou em evidência o trabalho de Oskar Schindlerque terá salvo centenas de judeus. A lista dos que foram livres da matança Nazi sublinham a barbárie perpretada contra os judeus e a generosidade de pessoas muito concretas que tudo fizeram, o que estava ao alcance, para salvar vidas, correndo o risco de eles próprios serem arrestados para a tortura e para a morte. Há também um português de quem se poderia fazer uma lista, Aristides de Sousa Mendes.

       Vamos para o continente americano, mais ao sul, ditaduras ora à esquerda ora à direito, mas com os mesmos métodos: silenciar as vozes incómodas e de opinião ou prática contrária. A Argentina ainda sara as feridas desses tempos, meados dos anos 70 e 80, com milhares de desaparecidos depois do golpe militar que impôs uma ditadura de direita, com muitos silenciamentos, alguns dos quais cansados da bárbarie anterior.

       Quando foi eleito o Cardeal Ratzinger, escolhendo o nome de Bento (XVI), minutos depois já havia insinuações de que o papa eleito tinha integrado o exército Nazi e, nesse propósito, teria sido conivente com o regime. Não foi preciso qualquer desmentido, pois foi claro, num olhar mais honesto, que como jovem foi obrigado a entrar na vida militar, com 16 anos, desertando no ano seguinte, correndo o sério risco de ser morto. Por outro lado, era evidente na sua biografia que o próprio pai, O seu pai, comissário da polícia, oriundo de uma família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições económicas, por não estar sintonizado com as políticas governamentais foi mudado de posto em ocasiões sucessivas. Apesar de não haver dúvidas, a não ser por maldade, ainda hoje, por vezes na comparação com o Papa atual, se refere que Ratzinger era nazi, ou que teve alguma coisa a ver.

       Paralelamente, ou não, mal foi conhecido o nome do Cardeal Bergoglio, como Papa Francisco, logo se levantaram suspeitas sobre a sua vida e atuação, enquanto Provincial dos Jesuítas da Argentina, durante a ditadura de direita, nomeadamente insinuando-se que dois jesuítas, que se encontravam em processo de deixarem a Companhia de Jesus, tinham sido entregues por ele, ou pelo menos nada tinha feito para os libertar.

       Nello Scavo, jornalista, encetou uma investigação independente, sem recorrer ao Vaticano, ou a fontes católicas, mas a documentação existente, a pessoas que conheceram e lidaram com Bergoglio, a sobreviventes que ele ajudou, descobrindo com facilidade que Bergoglio tinha uma rede clandestina para sobretrair à prisão e a morte muitos dos que eram procurados pelo regime, sacerdotes, religiosos, catequistas e até pessoas sem fé ou sem identidade religiosa.

       É um livro verdadeiramente clarificador. O jornalista que lançou a "bomba" procurando mostrar que Bergoglio tinha sido cúmplice no rapto dos dois padres jesuítas retirou as suspeitas ao ouvir um dos sacerdotes a confessar claramente que Bergoglio nada teve a ver com o caso, pelo contrário, tudo fez até que os dois jesuítas foram libertados, ajudando depois ao seu exílio para evitar futuras prisões. Com efeito, Bergoglio, jovem sacerdote, ajudada muitos a esconder-se no Colégio dos Jesuítas, outros a sairem do país, sendo acolhidos no país de destino por outros contactos seus, incentivando-os a denunciar o que se passava na Argentina. Sempre de forma discreta, mas bastante eficaz.

       Depois de algumas personagens que fazem parte da Lista de Bergoglio terem capítulos dedicados, na parte final a transcrição de interrogatório feito pelo tribunal que deve julgar os crimes da ditadura, com juizes, advogados das vítimas, advogados de defesa, com o agora Papa Francisco a responder com clareza, sem medo, mostrando total abertura e acesso a toda a documentação existente no Arcebispado de Buenos Aires ou na Conferência Episcopal.

       Há testemunhos que mostram à saciedade o trabalho incansável do Pe. Bergoglio, conduzindo o carro pelas ruas da capital, procurando não atrair atenções. Por vezes nem os colegas sabiam o que ele fazia: levava jovens para o colégio e apresentava-os como sendo jovens que iam fazer um retiro.

        O livro ajuda a compreender muitas das intervenções duras de Francisco, enquanto Cardeal e Arcebispo de Buenos Aires e ajudam também a conhecer a história e o temperamento dos argentinos.

       Leitura obrigatória para quem quer conhecer a vida do Papa e o seu caráter decidido.

05.07.13

Mario Bergoglio/Papa Francisco - O verdadeiro poder é servir

mpgpadre

Jorge Mario BERGOGLIO - Papa FRANCISCO. O verdadeiro poder é servir. Por uma Igreja mais humilde. Um novo compromisso de fé e de renovação social. Nascente. 3.º edição. Amadora 2013, 384 páginas.

       Um pouco mais de 100 dias depois de ter sido eleito Papa, escolhendo como patrono do seu magistério São Francisco de Assis, num ideário que sublinha o despojamento, a simplicidade, a pobreza, o serviço ecológico a toda a humanidade, numa atenção redobrada aos mais pobres, como aliás é apanágio de Igreja e das comunidades, se a referência primeira e última é Jesus Cristo. Bem na linha dos Seus Predecessores, João XXIII, João Paulo II ou Bento XVI, cuja sabedoria e santidade colocaram ao serviço da Igreja, da humanidade, sendo vozes sonoras na defesa e promoção da paz, da justiça social, da verdade, na procura de sanar feridas e conflitos, protegendo a vida, a mais frágil.

       Com  o avançar dos dias, vê-se cada vez melhor a espontaneidade dos gestos, a verdade dos mesmos, a autenticidade de um homem de Deus que os senhores Cardeais "fizeram" vestir de branco no passado dia 13 de março. Gestos, palavras, alegria, sorriso, proximidade, abertura, firmeza. O fito: anunciar Jesus Cristo, mostrá-l'O vivo, próximo, amigo, compreensivo.

       Os meios de comunicação, como o então Cardeal Bergoglio refere num dos textos colhidos nesta obra, podem aproximar ou afastar. E aproximar bem ou mal. E bem, têm sido favoráveis na divulgação das palavras e dos gestos do Papa Francisco, aproximando-o das pessoas, e ajudando a que mais pessoas se aproximem dele e de Deus. Esta aproximação é merecida e equilibrada.

Para se conhecer alguém, que não vive perto de nós, ou ao qual não temos um acesso imediato, não há como ler sobre essa pessoa e, se possível, ler o que ela disse, escreveu, ou o que é que fez. Neste livros, os editores originais procuram recolher, para publicar na Argentina, os textos de José Mario Bergoglio, optando por publicar os que ainda o não tinham sido. Assim, neste livro coleccionam intervenções, homilias, mensagens do então Arcebispo e depois (2001) Cardeal Bergoglio, desde 1999 a 2007.

       A distribuição dos textos, segundo os próprio editores. Primeiro núcleo - textos catequéticos e dirigidos aos catequistas, textos sobre educação e sobre Maria; num segundo núcleo, as homilias de Natla, Quinta-feira Santa, Vigília Pascal e Corpo de Deus; no terceiro núcleo, textos dirigidos ao mundo da cultura, diálogo com o país, comprometimento social e político a favor dos mais frágeis.

Muitas das expressões, contextos, gestos que o Papa Francisco comunica agora ao mundo, são-lhe naturais, como quando era Arcebispo de Buenos Aires, com alegria, simplicidade, apelando à beleza, à intervenção política dos cristãos, ao compromisso de todos no combate à pobreza, na abertura para Deus, na identidade como povo e como Pátria (a Argentina).

       É uma coletânia que vai valer a pena ler, meditar, refletir. Por aqui se vê que o Papa Francisco não caiu do Céu, é um trabalhador da vinha, empenhado, interventivo, simples, usando uma linguagem de proximidade, convidativa, desafiadora, simples, acessível. Há expressões que são muito próprias do Papa, e que eram muito características do Cardeal Bergoglio.

       Para conhecer melhor, para se deixar tocar pela Mensagem de Cristo e do Evangelho, para dialogar, para abrir a mente e o coração, não deixe de ler estes ou outros escritos do Papa Francisco. Pelo meio vai encontrar alegria, fé, testemunho de vida, comunhão com as pessoas mais simples, comunhão com a Argentina, diálogo com o poder, serviço aos mais frágeis, proximidade com João Paulo II, cumplicidade crente com Bento XVI, grande intimidade com o Sacrário.

       O prefácio à edição portuguesa é do Cónego António Rego.

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