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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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21.04.18

Eu sou o Bom Pastor, que dá a vida pelas suas ovelhas

mpgpadre

1 – Jesus regressa ao MEIO para seguir à frente, precedendo-nos e impelindo-nos, com a paciência e a argúcia do pastor, com o olhar atento, com a agilidade para recuar atrás, avançar, saltar uma vedação, um muro, pegar na ovelha que se tresmalha. E como alguém diz por aqui, Ele é o Bom Pastor e nós somos (as ovelhas mas também) os cães-pastores que cuidamos de incentivar as ovelhas a regressarem ao rebanho e de seguirem o Mestre.

Bento XVI, o Papa Emérito, no Seu brasão episcopal e papal tem um urso. Segundo o próprio, o primeiro Bispo de Frisinga, São Corbiniano, viajava em cavalo para Roma. Ao atravessar uma floresta foi atacado por um urso, que lhe devorou o cavalo. O santo homem fez com que o URSO o acompanhasse e levasse a carga até Roma. Bento XVI ter-se-á sentido como um urso que carrega a responsabilidade como Pastor, e como Urso torna-se obediente, disponível para transportar a Palavra de Deus e testemunhar Jesus Cristo.

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2 – «Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas». Jesus vem para congregar, alargando a Sua família a todos os que assim o entenderem: minha Mãe, minhas irmãs e meus irmãos são aqueles que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática. Mais felizes são aqueles que fazem a vontade de Meu Pai que está nos Céus. Quem Me vê, vê o Pai. Se guardardes os Meus mandamentos permaneceis no Meu amor, Meu Pai vos amará, e nós viremos habitar em todos vós que guardardes os Meus mandamentos.

No Antigo Testamento, a referência ao pastoreio traz a promessa que o próprio Deus virá como Pastor apascentar o Seu povo. David torna-se o grande Rei de Israel. É um jovem pastor que governará, em nome de Deus, aquele Povo. Os salmos fazem eco das promessas de Deus: se o Senhor Deus é o meu pastor nada me faltará.

 

3 – Os pastores foram os primeiros a adorar Jesus aquando do Seu nascimento, em Belém da Judeia. Na vida simples de Nazaré, Jesus contactou com a vida também simples e árdua do campo. Conhecia bem a dedicação e a preocupação dos pastores. É possível que também ele tenha assumido essa tarefa de juntar num só rebanho as ovelhas e cabras de cada família, procurando as melhores pastagens. Os cordeiros e os cabritos eram parte da sobrevivência, fornecendo a carne, o leite, para beber e para fazer queijo, e a lã para os agasalhos de inverno. Haveria dias de luta em que tinham que andar à procura de alguma ovelha. Deixar alguma para trás trazia mais dificuldades à sobrevivência das famílias. Além da responsabilização.

A realidade experimentada na juventude é visível nas palavras de Jesus: «O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a vida pelas minhas ovelhas». É um pré-anúncio da Sua morte, para que n'Ele tenhamos vida e vida em abundância.

O contraponto é o mercenário, «como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário não se preocupa com as ovelhas».

 

4 – O global tem visibilidade na particularidade, no concreto. Amar o mundo inteiro é igual a amar mundo nenhum, se não se amam pessoas (de carne e osso) que estão à nossa beira.

Jesus vem para a humanidade inteira, mas começa naquele tempo, naquela região, com aqueles Doze. A multidão nunca impede Jesus de encontrar e encontrar-Se com rostos, com pessoas, com as suas histórias e os seus dramas, com as suas lágrimas e sorrisos, com os seus sonhos e esperanças.

O pastoreio de Jesus expande-se, geográfica e temporalmente: «Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor. Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida».


Textos para a Eucaristia (B): Atos 3, 13-15. 17-19; Sl 4; 1 Jo 2, 1-5a; Lc 24, 35-48.

10.09.16

Este meu filho estava morto e voltou à vida...

mpgpadre

1 – "Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és". Junta-te aos bons e serás como eles, junta-te aos maus e serás pior que eles! Qualquer um de nós está certo destes princípios. Facilmente nos colocaríamos do lado dos escribas e fariseus, contestando a promiscuidade de Jesus, que convive e come com publicanos e pecadores! Jesus anda em "más" companhias. Vai correr mal!

Conta-lhes, e a nós também, uma parábola, desdobrável em três. «Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’. Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos, que não precisam de arrependimento. Ou então, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e tendo perdido uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente a moeda até a encontrar? Quando a encontra, chama as amigas e vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’. Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa».

O Pastor deixa tudo e vai procurar a ovelha perdida. Ao encontrá-la, coloca-a aos ombros e faz festa com os amigos. O ambiente é adverso, o deserto. As complicações da vida podem conduzir ao desnorte e à perdição. Mas também podemos perder-nos dentro de casa, dentro da Igreja, no caminho da fé. A mulher perde a dracma em casa. Quando encontra a moeda perdida, faz festa com as amigas. Deus sempre faz festa, no nosso regresso! Antes, precisamos de arrumar a casa, acender a lâmpada da fé, de varrer tudo o que é poeira e estorvo, desviar os empecilhos, para então encontrarmos a moeda perdida.

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2 – Na terceira parábola, Jesus fala num Pai que ama até ao limite e dois filhos que não se reconhecem como irmãos e lidam com o Pai como Patrão. O Pai procura salvá-los pelo amor. Os filhos relacionam-se em dinâmica de poder, disputando para ver quem é o melhor.

O pai reparte os bens pelos seus filhos. Poderia não o fazer, pois só a morte o exigiria. Mas abaixa-se à vontade dos filhos. Por amor. A sua tristeza é evidente. Não se revolta. Não contesta os filhos. Continua a amá-los com amor materno. Parte-se-lhe o coração. Mas não desiste. Deus nunca desiste de nós. Espera, espreita o horizonte contando que o filho regresse. Quando isso acontece, não se faz rogado, "ainda ele estava longe, quando o pai o viu: enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos".

O filho continua a fixar-se em si mesmo e não no Pai. Quer ser acolhido como empregado. Regressa pela miséria em que caiu. Para o pai é suficiente um esboço de arrependimento: "Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho". Está tão feliz que nem espera pelas justificações do filho: "Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado". A misericórdia de Deus cancela as nossas dívidas, o nosso pecado; só não atua se não lhe abrirmos qualquer brecha.

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3 – A festa começa e, quando tudo parece bem, eis que vem o filho mais velho… Ciumento e invejoso, não vê o irmão que regressa vivo, mas um concorrente – esse teu filho – a disputar as graças do patrão! "Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo".

O filho mais velho reclama direitos. Sempre certinho, cumpridor, mas sem experimentar a alegria da proximidade com o pai. Não partilha alegrias, só trabalho. Não saboreia a vida, só obrigações. A relação com o Pai não assenta na familiaridade, mas em deveres.

Para o Pai, em todas as situações, prevalece o amor, a compaixão, a proximidade. Não há nada mais importante que os filhos. Podem maltratá-lo, esbanjar os bens, acusarem-no. O importante é que os filhos se sintam em casa e que estejam bem e sejam felizes. «Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado».


Textos para a Eucaristia (C): Ex 32, 7-11. 13-14; Sl 50 (51); 1 Tim 1, 12-17; Lc 15, 1-32.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

25.04.15

Eu sou o Bom Pastor, que dá a vida pelas suas ovelhas

mpgpadre

1 – A morte e ressurreição de Cristo, mistério maior da nossa fé, põe a descoberto o amor de Deus para connosco, que nos assume como filhos bem-amados.

São João, na segunda leitura, coloca em evidência uma das revelações mais significativas do Evangelho: Deus é nosso Pai. Pai de Jesus e, em Jesus, nosso Pai: «Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamarmos filhos de Deus... Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é».

Precisamos do olhar dos outros mas sobretudo daqueles que em nós confiam e nos amam. Deus vê-nos e os seus óculos filtram amor, carinho, ternura, ainda que agora nos caiba a nós viver, caminhar, lutar, com os escolhos que encontraremos pela frente. Mas o Seu olhar, o Seu amor de Pai, é um desafio e uma segurança.

Olhar para Deus como Pai quando as experiências filiais são tremendas poderá ser contraproducente. Quando falamos do Pai e da Mãe – Deus é Pai e Mãe (João Paulo I) – estamos certos que são aqueles que geram, que cuidam, que se dispõem a dar a vida pelos filhos, em todas as circunstâncias. Escutávamos há dias o Papa Francisco: “Numerosas crianças são rejeitadas, abandonadas e subtraídas à sua infância e ao seu futuro… Elas nunca são «um erro».

Há situações dramáticas de abuso, de violência continuada, de pressão e chantagem que podem tornar incompreensível a linguagem terna, íntima, carinhosa de Jesus para com Deus, Seu e nosso Pai.

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2 – «Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a minha vida pelas minhas ovelhas».

As ovelhas são o ganha-pão de muitas famílias. Perder uma ovelha significará perder o lucro de semanas ou meses. O pastor leva as ovelhas às melhores pastagens, cuida para que nenhuma seja atacada por um lobo ou por um cão alheio ao rebanho. Conhece as ovelhas e elas conhecem a sua voz. O pastor apega-se às suas ovelhas, põe-lhes nomes, pega nelas ao colo quando pequeninas ou aleijadas.

Jesus relaciona o pastoreio com a filiação. O amor do Pai move-O para o cuidado das ovelhas. A filiação conduz, inevitavelmente, à fraternidade. A intimidade com o Pai leva-O a assumir-nos como irmãos. Assim nós também: se nos reconhecemos como Filhos de Deus, teremos que nos movimentar como irmãos, um só rebanho.

 

3 – A filiação (filhos de Deus) conduz à fraternidade (irmãos em Jesus Cristo).

Lembrava o papa Francisco, no início do Seu pontificado, fazendo eco das palavras de Jesus, que hoje é preciso deixar a ovelha que está dentro e sair à procura das 99 ovelhas que se encontram fora, distantes, sedentas, ignorando que há uma água mais límpida…

É preferível  uma Igreja acidentada, em saída, que uma Igreja enferma, de mãos cruzadas, comodamente instalada, qual água estagnada. Estas palavras refletem o pensamento do agora Papa Francisco, audíveis nos dias anteriores à Sua eleição para a cátedra de Pedro e posteriormente sublinhadas, e visualizáveis no Evangelho:

«Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor. Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida, para poder retomá-la. Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou…».

__________________________

Textos para a Eucaristia (B): Atos 4, 8-12; Sl 117 (118); 1 Jo 3, 1-2; Jo 10, 11-18

 

Reflexão COMPLETA no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.

11.10.14

Convidai para as bodas todos os que encontrardes

mpgpadre

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1 – Depois de três parábolas sobre a vinha, Jesus compara agora o reino de Deus a um rei que oferece um banquete. Para este banquete, convida os seus amigos. No entanto, um a um vão-se desculpando, apresentando todo o tipo de justificações ou de desculpas. Recusam o convite, e ainda tratam mal os emissários. Então o rei manda os seus exércitos para lhes dar uma lição definitiva, destruindo a cidade.

O rei alarga o convite: «Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes». Os servos reuniram todas as pessoas que encontraram pelo caminho, bons e maus.

Quando o rei entrou viu que a sala do banquete estava cheia de (novos) convidados. Reparou, contudo, que havia um homem que não estava com o traje nupcial: «Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?». Como não obtivesse resposta, o rei mandou os criados que lhe amarrassem as mãos e os pés e o lançassem no exterior.

Jesus conclui o seu relato, dizendo: «Muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos».

 

2 – Esquecendo a parte bélica da parábola, o rei é o próprio Deus que convida. Aqueles que se julgam salvos, afinal estão a cavar a própria sepultura.

Jesus, na Sua missão evangelizadora, vem pelos caminhos e encruzilhadas da vida, e chama maus e bons. A salvação é para todos. A condição é deixar o que se está a fazer, a vida anterior, tudo o que nos distancia de Deus e dos outros, para entrar no banquete nupcial, na alegria da salvação, entrar no reino de Amor que Jesus inaugura. Ninguém está a mais. A sala enche-se a partir do momento em que todas as ruelas e vielas ficam vazias, a partir do momento em que as periferias vêm para o centro, vêm para Jesus, ou no momento em que o amor, Jesus, a vida em abundância, chega a todos os recônditos.

Um aviso apenas: quando seguimos Jesus devemos segui-l'O por inteiro. Temos de vestir o traje nupcial, despindo a roupagem anterior e vestindo um traje luminoso, que nos torne transparentes, afáveis, próximos, mais iguais, mais irmãos, dóceis, mais justos, mais amigos, mais família; um traje ágil, leve, atraente, que nos permita acariciar, dar as mãos, beijar, afagar o rosto do outro; trajes que não nos afastem e não nos cataloguem em categorias que nos dividam e nos levem a ter gestos mecânicos com muita etiqueta mas com pouco amor. Precisamos deixar que a nossa vida, atravessada pelo Espírito Santo, se converta e transpareça Jesus Cristo.

 

3 – A linguagem do Evangelho é sugestiva. Quem não se sente bem entre iguais, entre irmãos, num banquete, sem formalismos vazios, mas com a dignidade de se sentir convidado, de se sentir em família, de se sentir como príncipe ou princesa?! Somos mais que isso. Somos filhos. Estamos em casa, descontraídos, felizes.

Vejamos a descrição de Isaías sobre este banquete:

"Sobre este monte, o Senhor do Universo há de preparar para todos os povos um banquete de manjares suculentos, um banquete de vinhos deliciosos: comida de boa gordura, vinhos puríssimos… O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e fará desaparecer da terra inteira o opróbrio que pesa sobre o seu povo"

É um banquete para todos, com os melhores manjares, à discrição. O melhor que pode haver. É motivo para aclamar: «Eis o nosso Deus, de quem esperávamos a salvação; é o Senhor, em quem pusemos a nossa confiança. Alegremo-nos e rejubilemos, porque nos salvou. A mão do Senhor pousará sobre este monte». «O Senhor é meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma. / Para mim preparais a mesa à vista dos meus adversários; com óleo me perfumais a cabeça e o meu cálice transborda».


Textos para a Eucaristia (ano A): Is 25, 6-10a; Sl 22 (23); Filip 4, 12-14. 19-20; Mt 22, 1-14.

 

10.05.14

Eu sou a porta. Quem entrar por Mim será salvo!

mpgpadre

       1 – A belíssima imagem do pastor e das ovelhas, em Dia Mundial das Vocações, sublinha a iniciativa de Deus, que cria por amor, respeita a nossa liberdade, mantem-Se próximo, potencia as nossas capacidades e opções. Se Ele é o Bom Pastor, nós somos o rebanho que deve fixar o olhar em Jesus Cristo. Para não nos desviarmos, para não nos perdermos, para não corrermos o risco de ser devorados pelos lobos, pelo mal, pelo egoísmo.

       Quando nos centramos no nosso interesse, naquilo que comemos, naquilo que temos, a séria possibilidade de nos perdermos dos outros e de Jesus Cristo. Imagem clarificadora: se uma ovelha pastar, preocupada em saciar a sua fome, mas esquecendo-se das que seguem ao lado, ou deixando de avistar o pastor, poderá perder-se momentaneamente ou para sempre. Assim connosco. Em todo o caso, o Pastor vigia o tempo todo e, se o rebanho é muito grande, conta com ajudantes, companheiros, parentes, ou cães de guarda. Nós somos as ovelhas, o rebanho do Senhor, mas somos também os Seus ajudantes, procurando, com a nossa voz e o nosso peregrinar, fazer com que nenhuma ovelha se perca, e como ovelhas não perder de vista os que nos acompanham e Aquele que é o Bom Pastor.

       O Bom Pastor dá a vida pelas ovelhas, congregando-as na unidade, procurando as melhores pastagens. «O Senhor é meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma» (Salmo). Se alguma tem dificuldade em acompanhar o rebanho, o Pastor volta atrás, pega-lhe ao colo ou põe-na aos ombros. É o que faz Jesus pela humanidade. É o que deveremos fazer uns pelos outros. Ele identifica-Se connosco,  para que nós possamos tornar-nos semelhantes a Ele, seguindo-O.

       2 – O pastor conhece as ovelhas pelo nome e sabe as características específicas de cada uma. Elas, por sua vez, conhecem a sua voz, percebem a aproximação até pelo jeito de andar. Se entra no aprisco um ladrão ou salteador, as ovelhas ficam agitadas.

       «Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. As ovelhas conhecem a sua voz. Ele chama cada uma delas pelo seu nome. Caminha à sua frente e as ovelhas seguem-no, porque conhecem a sua voz. Se for um estranho, não o seguem, mas fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos».

       O pastor entra pela porta, às claras, falando, cantando. O salteador, o inimigo, entra silencioso, sorrateiro, para que ninguém se aperceba da sua presença, de noite quando todos dormem, ou em momentos em que o pastor não está por perto. É um pouco como os lobos, pronto para devorar. As obras do bem e da verdade não precisam de estar acobertas da noite e da escuridão.

       Outra imagem sugestiva usada por Jesus:

       «Eu sou a porta das ovelhas. Aqueles que vieram antes de Mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os escutaram. Eu sou a porta. Quem entrar por Mim será salvo: é como a ovelha que entra e sai do aprisco e encontra pastagem. O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que as minhas ovelhas tenham vida e a tenham em abundância».

       É por Ele que seremos salvos. Podemos abrandar o nosso passo, distrair-nos, afastar-nos. Poderemos seguir por outras portas, ou ir atrás de outros "pastores", mas no final é n'Ele que nos encontraremos como irmãos. Identificando-nos com Jesus, sabemos que estamos no bom caminho. A salvação que chega até nós não nos castiga ou destrói. Como referia Bento XVI, nas Jornadas Mundiais da Juventude, em Colónia, Cristo não nos tira nada. Ele vem precisamente para que tenhamos a vida e vida em abundância.


Textos para a Eucaristia (ano A): Atos 2, 14a. 36-41; Sl 22 (23), 1 Ped 2, 20b-25; Jo 10, 1-10.

 

29.10.13

Pelos prados e campinas... É o Senhor que me leva

mpgpadre

       Proposta como cântico na Eucaristia Dominical, na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Tabuaço. Autoria do Pe. Zezinho:

 

1. Pelos prados e campinas verdejantes eu vou,

é o Senhor que me leva a descansar.

Junto às fontes de águas puras repousantes eu vou,

minhas forças o Senhor vai animar.

 

Tu és Senhor, o meu pastor:

por isso, nada na minha vida faltará. (2x)

 

2. Nos caminhos mais seguros junto d’Ele eu vou,

e para sempre o Seu nome eu honrarei.

Se eu encontro mil abismos nos caminhos eu vou,

segurança sempre tenho em Suas mãos.

 

3. Ao banquete em Sua casa muito alegre eu vou,

um lugar na Sua mesa me preparou.

Ele unge minha fronte e me faz ser feliz,

e transborda a minha taça em Seu amor.

 

4. Com alegria e esperança caminhando eu vou,

minha vida está sempre em Suas mãos.

E na casa do Senhor eu irei habitar,

e este canto para sempre irei cantar.

29.04.12

Vede que admirável amor o Pai nos consagrou...

mpgpadre

       1 – “Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamarmos filhos de Deus. E somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é porque não O conheceu a Ele. Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é”.

       Jesus Cristo é a surpresa admirável de Deus. Milagre do amor de Deus para connosco. É a Palavra que Se faz vida, é o sorriso que nos envolve, o abraço que nos embala, é o olhar que nos afaga. Jesus é a Pessoa, de carne e osso, que Deus nos envia. A Sua vida, a Sua história, mistura-se com a nossa vida e com a nossa história, no nosso tempo, ontem como hoje, na Judeia como nas nossas ruas.

       Deu-nos o Filho para n'Ele nos tornarmos filhos e herdeiros, para partilharmos a origem e o destino, a mesma herança, a vida eterna. Trazemos em nós as marcas do Céu, fomos por Ele criados; com Jesus somos assumidos como filhos de Deus e irmãos uns dos outros; quando entrarmos na glória de Deus, conhecer-nos-emos então totalmente, ao vê-l'O, ao sermos vistos por Ele, a nossa existência tornar-se-á luminosa, mais brilhante que o sol, plena de alegria, de felicidade, em comunhão perfeita com o Deus da vida, o Seu olhar redentor refazer-nos-á em perfeição.

       Na vastidão do Céu, todos teremos um lugar especial, no coração de Deus. Sem privilégios, sem máscaras, sem manhosices. Estaremos expostos, como fomos criados, como somos, como vivemos, despidos de todos os trapos que muitas vezes ofuscam a beleza com que Ele nos criou.

 

       2 – Jesus é o Bom Pastor, o Rosto de Deus Pai e que transparece o Seu amor, a Sua dedicação e devoção à humanidade. Um Pai com amor de Mãe. Respeita a liberdade daqueles que gerou mas como Mãe debruça-se, permanentemente sobre o seu amor maior, a razão maior da sua existência, para que no seu olhar de mãe, olhar de ternura, de paixão, de estímulo, o filho encontre segurança e forças para voltar à vida.

       «Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. O mercenário, como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário não se preocupa com as ovelhas. Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor. Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida, para poder retomá-la. Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e de a retomar: foi este o mandamento que recebi de meu Pai».

       Jesus é o “INSTRUMENTO” de salvação, por excelência. Como Bom Pastor – de Deus para a humanidade –, vem habitar o mundo, vem preencher o coração humano com o dinamismo do Espírito Santo, com o Amor de Deus. Dá-Se por inteiro, em palavras, em gestos, no anúncio da boa notícia, no chamamento dos discípulos e das populações, no acolhimento dos mais pobres dos pobres, os pecadores públicos, os ostracizados da sociedade do seu tempo, os publicanos, as pessoas rudes do campo, os trabalhadores, os escravos, os doentes, os aleijados, os idosos, as crianças, as mulheres, os estrangeiros (entre os quais, os samaritanos, vizinhos e da mesma religião judaica, mas considerados impuros por terem misturado o seu sangue com pessoas dos povos invasores, ou com os naturais das nações para onde foram exilados). Ele dará a vida pelas Suas ovelhas, conhece-as pelo nome, sabe das suas necessidades e dos seus sonhos.

       Ele está dentro do aprisco, está no meio, onde se encontra a humanidade, está onde pulsa a vida. Morreu, ressuscitou, e permanece, pelo Espírito Santo, em cada discípulo, na Palavra proclamada, acolhida, celebrada, nos Sacramentos, em todo o bem feito em Seu nome.

 

       3 – Admirável Pastor, que não parte sem antes assegurar que "as ovelhas" têm novos guias, com o mesmo espírito, a mesma dedicação, a mesma entrega. Aproximando-se a hora da partida para o Pai, prepara um grupo de discípulos/apóstolos, para que mantenham o rebanho em segurança e possam também eles ser instrumentos de salvação e de unidade, "ajuntando" as ovelhas que estão arredadas. Dá-lhes (e a nós também, para este tempo) o Espírito Santo, para que vão, anunciem o reino de Deus, façam discípulos em toda a parte, curando, salvando, provocando a generosidade, a partilha, a comunhão e a caridade sem fim.

       Quando escutamos as narrações dos Atos dos Apóstolos, vemos como um grupo tão pequeno, mas tão “sabido”, tão cheio do Espírito Santo, se torna capaz de ir tão longe, até ao fim do mundo para O dar a conhecer.

       Pedro, uma vez mais, com os outros apóstolos, surge afoito, destemido, dirigindo-se a todos, mesmo aos que os querem calar:

       “Chefes do povo e anciãos, já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e o modo como ele foi curado, ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se encontra perfeitamente curado na vossa presença. Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a tornar-se pedra angular. E em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos”.

       Envolvidos pela certeza inabalável do amor de Deus por nós, deixemo-nos guiar pelo Espírito Santo, para sermos, hoje, testemunhas audazes de Jesus Cristo, a pedra angular, transparecendo nos gestos, nas palavras e nas obras a nossa identidade, a nossa filiação divina, a nossa pertença ao Corpo de Cristo que é a Igreja, da qual somos pedras vivas.


Textos para a Eucaristia (ano B): Atos 4,8-12; 1 Jo 3,1-2; Jo 10,11-18.

 

16.05.11

Jesus, o nosso Bom Pastor

mpgpadre

        1 - Neste quarto Domingo da Páscoa, Jesus é-nos apresentado como o BOM PASTOR. Esta imagem belíssima, presente no Antigo Testamento - onde se refere claramente que Deus virá até ao Povo eleito como o Pastor, para apascentar o seu rebanho, cuidando das ovelhas feridas, provendo que nenhuma se perca - é assumida por Jesus Cristo e pelos Seus discípulos que O têm por Guia, Mestre e Senhor.

       Jesus é o Bom Pastor, conhece cada um pelo nome, cuida de todos, em especial dos que precisam de mais atenção. O verdadeiro pastor conhece as suas ovelhas, as que têm dificuldade em caminhar, as que facilmente dispersam, as que precisam de mais atenção para sobreviver, as que estão feridas. Conhece também os melhores pastos. Assim Jesus para a humanidade.

        D'Ele podemos dizer com o salmista: "O Senhor é meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma... Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome. Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos, não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo..."

       Usando esta imagem, Jesus sublinha acerca do pastor: "... Ele chama cada uma delas pelo seu nome e leva-as para fora. Depois de ter feito sair todas as que lhe pertencem, caminha à sua frente e as ovelhas seguem-no, porque conhecem a sua voz. Se for um estranho, não o seguem, mas fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos".

       É Ele, Jesus o Bom Pastor, que nos conduz, que vai à nossa frente, que dá a vida por nós, que testemunha o amor de Deus por cada um, que nos leva à abundância da vida, saciando a nossa fome e a nossa sede, mesmo e apesar das provações do tempo presente.

 

       2 - Vale a pena ler com atenção todo o texto da Epístola de São Pedro, onde o Apóstolo parte da iniciativa de Jesus, vindo da parte de Deus, e que sofre por nós, dá a vida pela humanidade, desafiando-nos a viver do jeito que vivia Jesus, imitando os seus gestos, as suas atitudes:

       "Se vós, fazendo o bem, suportais o sofrimento com paciência, isto é uma graça aos olhos de Deus. Para isto é que fostes chamados, porque Cristo sofreu também por vós, deixando vos o exemplo, para que sigais os seus passos. Ele não cometeu pecado algum e na sua boca não se encontrou mentira. Insultado, não pagava com injúrias; maltratado, não respondia com ameaças; mas entregava Se Àquele que julga com justiça. Ele suportou os nossos pecados no seu Corpo, no madeiro da cruz, a fim de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas suas chagas fomos curados. Vós éreis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes para o pastor e guarda das vossas almas".

       O discípulo não é superior ao Mestre. Se o Mestre dá a outra face, também nós. Se o Mestre responde ao mal com o bem, também nós. Se Ele vem para servir, também nós, na certeza que Ele nos acompanha como Bom Pastor, n'Ele fomos salvos e n'Ele temos a vida eterna.

 

       3 - O desafio que São Pedro renova na Epístola é o mesmo que vem dos primeiros tempos da pregação, com a certeza de que Deus age em nós e através de nós. A iniciativa é de Deus, que quer a nossa salvação, que em Jesus Cristo nos devolve a alegria e a confiança, e que nos insere nesta vida nova.

       O que é necessário então para vivermos em Jesus Cristo?

       Responde-nos Pedro: "Convertei-vos e peça cada um de vós o Baptismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis então o dom do Espírito Santo, porque a promessa desse dom é para vós, para os vossos filhos e para quantos, de longe, ouvirem o apelo do Senhor nosso Deus".

 


Textos para a Eucaristia (ano A): Act 2,14a.36-41; Sl 22 (23); 1 Ped 2,20b-25; Jo 10,1-10.

 

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