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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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14.11.15

Hão de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens

mpgpadre

1 – Olhamos a vida, habitualmente, em função do hoje e do amanhã. O passado pode bloquear-nos, retirando-nos a confiança, ou permitir enfrentar o futuro com esperança. O convite da palavra de Deus é para acolher a vida como dom a viver todos os dias e com o olhar fito no nosso encontro definitivo com Deus.

As contas fazem-nos no fim, mas podemos ir organizando a contabilidade para que no final tudo bata certo, sem precisarmos de medidas extraordinárias. Viver cada dia (carpe diem) com as suas preocupações e com a confiança em Deus, não nos dispensa do empenho na transformação do mundo, pelo contrário, quanto mais perto de Deus e mais certos do Seu amor por nós mais implicados uns com os outros. Somos filhos de Deus e, tendo Deus por Pai, somos irmãos.

Quem vai para o mar prepara-se em terra. Quando sabemos ao que vamos torna-se mais fácil lidar com os imprevistos.

«Depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas. Então, hão de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória. Ele mandará os Anjos, para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais, da extremidade da terra à extremidade do céu». Apesar de todas as contrariedades e contradições que tenhamos de enfrentar, a certeza da salvação.

Jesus previne os seus discípulos para que não fiquem pasmados à espera que o Céu lhes caia em cima, mas, com a força do Espírito, ponham os dons a render. «Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece: nem os Anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai».

Cabe-nos trabalhar para que os tempos se tornem favoráveis.

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2 – Prosseguindo, Jesus utiliza uma imagem da natureza: «Aprendei a parábola da figueira: quando os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta».

Em alguns momentos da história, grupos de pessoas, que aumentaram nos finais de século e milénio, viveram atormentados por estas mensagens apocalípticas (revelações). O que desperta e prende mais a nossa atenção são as más notícias ou revelações catastróficas. Certamente nos lembramos das ocasiões em que Jesus anuncia a sua morte e logo anuncia também a sua ressurreição! Os discípulos fixam-se no anúncio da morte, e daí a tristeza que sentem e as negociatas de lugares que encetam para o tempo após e sem Jesus.

Hão de ver o Filho do Homem, com grande poder e glória, com os Seus Anjos, a recolher os eleitos, da extremidade da terra à extremidade do céus, dos quatro pontos cardeais. Eleitos pelo batismo, precisamos de permanecer eleitos, deixando que a Misericórdia de Deus nos molde e nos implique na caridade com todos.

 

3 – A primeira leitura apresenta a mesma linguagem apocalíptica, entenda-se REVELAÇÃO: Deus vem salvar-nos. Não será uma salvação a prazo ou às prestações, mas integral, extensível a todos.

«Surgirá Miguel, o grande chefe dos Anjos, que protege os filhos do teu povo. Será um tempo de angústia... Mas nesse tempo, virá a salvação para o teu povo, para aqueles que estiverem inscritos no livro de Deus. Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna, outros para a vergonha e o horror eterno».

O texto de Daniel faz emergir, tal como vimos no Evangelho, a mesma dicotomia: por um lado, tempos conturbados, limitados no tempo, e, por outro lado, a salvação de Deus, definitiva. A angústia do tempo presente em nada é comparável com a alegria e a glória de Deus. Poderíamos de novo usar a imagem da mulher que está para ser mãe: as dores do parto darão lugar à alegria e satisfação pelo nascimento do filho. A toma de medicamentos é mais fácil quando há a certeza que vamos melhorar.

São palavras de conforto e de esperança, para não nos perdermos nas dificuldades, para não cairmos no desencanto e no vazio, para não nos deixarmos abater, por maiores que sejam os tormentos.

________________________

Textos para a Eucaristia (B): Dan 12, 1-3; Sl 15 (16); Hebr 10, 11-14. 18; Mc 13, 24-32.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

21.04.13

Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me

mpgpadre

       1 – No 4.º domingo da Páscoa, as leituras fazem-nos olhar para Deus como o Bom Pastor. É Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Somos chamados a seguir Jesus, indo no Seu encalço, deixando-nos conduzir por Ele, como ovelhas pelo Pastor.

       Vale a pena reler as palavras de Bento XVI, na última Audiência Geral como Papa: “sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas do Senhor. E o Senhor não a deixa afundar; é Ele que a conduz, certamente também por meio dos homens que escolheu, porque assim quis. E é por isso que o meu coração transborda de gratidão a Deus, porque nunca deixou faltar a toda a Igreja e também a mim a sua consolação, a sua luz, o seu amor”.

       Jesus traz-nos a ternura do Pai, que nos ama com amor de Mãe. Reflitamos no convite feito por Bento XVI:

“Queria convidar todos a renovarem a confiança firme no Senhor, a entregarem-se como crianças nos braços de Deus, seguros de que aqueles braços nos sustentam sempre e nos permitem caminhar todos os dias, mesmo no cansaço. Queria que cada um se sentisse amado por aquele Deus que entregou o seu Filho por nós e nos mostrou o seu amor sem limites. Queria que cada um sentisse a alegria de ser cristão”.

       Nas palavras simples e sábias de Bento XVI ressoa a certeza, que vem da fé e é testemunhada pela palavra de Deus, que o próprio Deus será o pastor de Israel.

       A missão do Pastor é reunir, congregar, ajuntar todo o rebanho. Diz-nos Jesus: «As minhas ovelhas escutam a minha voz. Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».

       Ele entranha-se no MEIO, entre as ovelhas, para que haja um só rebanho e um só Pastor.

       2 – Na Mensagem para o 50.º Dia Mundial da Oração pelas Vocações, Bento XVI sublinha que “o fundamento seguro de toda a esperança está aqui: Deus nunca nos deixa sozinhos e permanece fiel à palavra dada”. Desde sempre. Deus cria-nos por amor. Somos Sua imagem e semelhança, na capacidade de amar e ser amados e na dinâmica dialógica do amor que gera vida.

       Muitas vezes, o rebanho dispersa, as ovelhas seguem por atalhos desviantes, por ruas e vielas sem saída. Quantas pessoas se colocam à margem e contra membros da mesma família e da mesma comunidade!

       A comunidade cristã é, neste sentido, entendida como o REBANHO do Senhor Jesus. Ele está no MEIO. Quando alguém se transvia e dispersa o reconhecimento do outro como irmão fica em risco. Tomé não reconhece o testemunho dos irmãos, pois não está na comunidade. Pedro precisa de seguir o discípulo predileto para voltar a reconhecer o Senhor. Só quando o Senhor está no centro, e nos inserimos na comunidade, entre irmãos, só nesse momento somos verdadeiramente Seus discípulos.

 

       3 – No Apocalipse de São João entrelaçam-se duas imagens fortíssimas. Jesus é o CORDEIRO que se torna PASTOR. É o Cordeiro que está no meio para ser Pastor. Sob a Sua tenda nos acolhemos e nos alimentamos até à eternidade. A salvação que Cristo nos dá não tem peso nem medida. “O Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva. E Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos».

 

       4 – A evangelização irradia a partir de Jerusalém. Israel é a LUZ das nações que não pode encerrar-se na delimitação de um território ou de um grupo de privilegiados. Já experimentaram tapar a luz com as mãos? Ou deixamos de a ver, ou se apaga ou tende a escapulir por entre os dedos? É o entendimento de Paulo e Barnabé. Chamados para partir, ir de casa em casa e fazer Casa em todo o mundo.

       “Muitos judeus e prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé... Mas os judeus desencadearam uma perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território...”


Textos para a Eucaristia (ano C): Atos 13, 14.43-52; Ap 7, 9.14b-17; Jo 10, 27-30.

 

Reflexão Dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.

14.04.13

Rapazes, tendes alguma coisa de comer?

mpgpadre

       1 – Belo o texto que São João nos apresenta como Boa Notícia de salvação. O túmulo vazio já ficou para trás. Lá não há vida. O passado pode ser raiz, ponto de partida, mas não cais ou ponto de chegada. Será que alguém roubou o corpo de Jesus? Têm que O procurar em outro lugar? Onde? Com o avançar da manhã Jesus está mais longe, mais próximo, mais espiritual, mais disponível, mais acessível. A vastidão de Deus irrompe com a ressurreição do Mestre. O Céu não tem uma abertura, é o próprio Céu que se espalha por toda a parte. O nosso Céu é Jesus Crucificado e Ressuscitado.

       De novo Jesus Se planta no caminho dos Apóstolos. O cenário agora é diferente. Jesus encontra-os em casa, a caminhar, junto ao túmulo e agora no próprio local de trabalho. Ele está por toda a parte. Ele vai a todo o lado. Está onde está o ser humano. Que belíssima NOTÍCIA: onde eu estou, Deus quer estar também.

       2 – Os discípulos saíram de casa. O medo que antes os fez prisioneiros entre quatro paredes, com as portas e janelas fechadas, dá vez à LUZ que Jesus traz. A luz entra por todos os lados, e no coração de cada um. Voltam a fazer o que faziam.

       Quando acabamos de acordar, ficamos a estremunhar, também os discípulos ainda estão ensonados, sem saber bem o que hão de fazer. Têm nas mãos a batata quente, mas que fazer com ela? Pedro, habituado ao trabalho, e mais vocacionado para isso do que para intelectualidades, ou profundas reflexões, decide sair de casa para trabalhar: «Vou pescar». Os outros acompanham-no, afinal não têm muito que fazer nem muito em que pensar, ainda estão atordoados.

       “Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele”. Eram horas de terminar a pescaria e regressar à praia para arrumar as redes e limpar o barco. Então eis o inesperado, Jesus pergunta-lhes: «Rapazes, tendes alguma coisa de comer?». Como não tinham pescado nada respondem negativamente, desconsolados. Mais uma interpelação inusitada: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Com a manhã a surgir, as condições para a pesca são mínimas, se antes não conseguiram nada, quanto mais agora! Mas não têm nada a perder.

       Mais uma agradável surpresa: “Lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes”. As condições da pesca afinal não são menores na manhã quando o Senhor está com eles, quando Jesus está connosco. Todo o esforço feito sem Deus, sem Jesus, dá em nada. Tudo o que se faça com Jesus multiplica-se em abundância sem fim.

 

       3 – Os olhos dos discípulos abrem-se e veem o Mestre. O primeiro a reconhecê-lo é o discípulo predileto, que diz a Pedro: «É o Senhor». Não se conhece o nome daquele discípulo. Pode ser cada um de nós. Pode ser a comunidade em situação de escuta a Jesus e às pessoas. Somos prediletos quando O reconhecemos.

       Pedro deixa-se guiar pelo discípulo predileto. Ele tinha vacilado antes. É necessário estar atento aos companheiros, entrar na lógica da comunidade crente. O discípulo predileto é expressão da constância, da fé, mesmo nos momentos de dor, de morte, de desencanto. Ele esteve sempre, reclinado sobre o peito de Jesus, junto à Cruz, aos pés de Jesus, a correr para o túmulo, ao encontro do Mestre, inserido na comunidade aquando das aparições do Mestre. Ele guia Pedro e guia-nos também a nós, para sermos também discípulos diletos.

       E assim também os demais discípulos que recolhem os muitos peixes e correm ao encontro de Jesus. O ambiente era o da pesca, agora é o da partilha. Uma MESA improvisada. Não importa esperar pelas condições mais favoráveis, ou pelas condições ideais, é sempre hora para repartir, é sempre tempo para dar. O mundo inteiro é CASA do cristão. Tendo Jesus por perto, não faltará o alimento. Podem ser poucos os recursos, mas quando a vontade é grande, é possível fazer muito. Com Jesus é possível tudo. Ele fará em nós maravilhas, não de forma automática ou milagrosa, mas connosco e através de nós.

       Ele prepara o banquete, mas conta com o nosso esforço e com o nosso amor, com os poucos peixes que possamos dar, mas sem os quais não haverá refeição com Jesus. A pesca é d'Ele, mas Ele quer que seja nossa também. Espera por nós. Está lá, e em toda a parte, aguarda que cheguemos com os nossos peixes, para que a refeição aconteça. E a salvação.


Textos para a Eucaristia (ano C): Atos 5, 27b-32.40b-41; Ap 5, 11-14; Jo 21, 1-19.

 

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