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...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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21.09.14

LEITURAS - Papa Francisco: O Mistério da Igreja - Catequeses

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PAPA FRANCISCO (2014). O mistério da Igreja. Catequeses do primeiro ano de pontificado. Lisboa: Paulus Editora. 120 páginas.

       Neste livro, as catequeses do Papa Francisco, nas Audiências Gerais das Quarta-feiras, durante o primeiro ano de pontificado, à excepção da última, referente ao tempo do Advento. A 13 de março de 2013, o Cardeal Jorge Mario Bergoglio aparecia à varanda do Palácio Apostólico como Papa Francisco, em pleno Ano da Fé, instituído e iniciado por Bento XVI, pelo que as catequeses seguem a linha escolhida pelo Predecessor, mormente a reflexão dos diversos artigos do Credo.
       A continuidade não é apenas na temática, mas na acessibilidade da mensagem, simples, direta, numa linguagem de fácil compreensão, com imagens para ilustrar o que se está a dizer, ainda que cada Papa deixe transparecer o seu estilo mais pessoal.
       As catequese são dividas em 4 partes.

 

 

  • PARTE I - NÃO DEIXES QUE TE ROUBEM A ESPERANÇA
  1. Semana Santa, tempo de graça do Senhor
  2. As mulheres, as primeiras testemunhas da ressurreição
  3. Cristo Ressuscitado, a Esperança que não engana
  4. Subiu aos Céus, está sentado à direita de Deus Pai
  5. O fim dos tempos
  6. São José Operário e início do mês mariano
  7. O Espírito Santo, fonte inesgotável de vida
  8. O Espírito de Verdade
  • PARTE II - O MISTÉRIO DA IGREJA
  1. Sintamos a alegria de evangelizar
  2. A Igreja, família de Deus
  3. Igreja, Povo de Deus
  4. Igreja, Corpo de Cristo
  5. Igreja, Templo do Espírito
  6. As colunas da Igreja
  7. Igreja, nossa Mãe
  8. O Rosto da Igreja-Mãe
  • PARTE III - CREIO NA IGREJA
  1. Igreja Una
  2. Igreja Santa
  3. Igreja Católica
  4. Igreja Apostólica
  5. Maria, imagem e modelo da Igreja
  • PARTE IV - A FÉ PROFESSADA
  1. Creio na comunhão dos santos
  2. A comunhão nas coisas sagradas
  3. Professo um só batismo
  4. Para a remissão dos pecados
  5. Creio na ressurreição da carne
  6. Ressuscitaremos com Cristo
  7. Creio na vida eterna
       Vamos ouvindo e lendo uma frase, uma expressão, um tema desenvolvido pelo Papa Francisco.
       Mas como em muitas situações, ler integralmente a mensagem, ou escutar na íntegra a intervenção não é o mesmo que ler ou escutar uma passagem, isolada do seu contexto e muitas vezes utilizada abusivamente para ilustrar outros argumentos. Vale sempre a pena ler todo o texto, pelo que assim deixamos este convite. São reflexões breves, de fácil leitura, quase nos sentimos na assembleia com quem o Papa Francisco interage.
       Também poderá aceder aos textos a partir da página do VaticanoAQUI.

23.11.13

Este é o Rei dos judeus. Salva-te e ti e a nós também...

mpgpadre

       1 – A realeza de Jesus Cristo assenta no Amor. É uma realeza frágil, exposta, carente, dependente do acolhimento e da aceitação alheia. Não é imposta e não vive pela força. Impõe-se pelo serviço, pelo testemunho, como lâmpada que se acende para irradiar Luz.

       Hoje são vários os motivos que nos levam/trazem à Eucaristia: solenidade de Cristo Rei, Senhor do Universo, Dia da Igreja Diocesana de Lamego, Encerramento do Ano da Fé, convocado por Bento XVI e concluído pelo Papa Francisco.

       A síntese e o enquadramento do Ano da Fé pode encontrar-se na primeira carta Encíclica do novo Papa, Lumen Fidei, escrita a quatro mãos, preparada por Bento XVI e assumida, com as suas contribuições pessoais, por Francisco. Melhor síntese ainda: a passagem de testemunho de um a outro papa, sublime Evangelho da Humildade. Um, a fé, o serviço e o despojamento, pondo em evidência o que sempre foi: simples trabalhador da vinha do Senhor. Outro, com a temperatura muito latina, próximo, afável, universalizando o que era como sacerdote e cardeal, pastor da proximidade e da clareza, do encontro e da ternura. Outra síntese luminosa, anunciada neste ano, a canonização do Bom Papa João XXIII e do infatigável papa João Paulo II, a realizar em 27 de abril de 2014.

       2 – A coroação de Jesus realiza-se na Cruz, bela expressão do Amor sem fronteiras nem reservas, sem condições prévias.

       Alguns zombam de Jesus: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito»; «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo»; «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também». O próprio letreiro pregado na cruz refere a realeza de Jesus: «Este é o Rei dos judeus».

       A zombaria contrasta com a bondade de Jesus durante a vida pública. Ele prega e vive a proximidade com todos, especialmente com as pessoas mais frágeis e desconsideradas social, política e religiosamente, acerca-se delas, faz-Se caminho para pessoas portadoras de deficiência, publicanos, crianças, mulheres. Coloca no centro precisamente aqueles que foram colocados nas periferias da vida.

       A última tentação, na Cruz e na vida, é cada um procurar salvar-se a si mesmo, usando todos os meios, mesmo que à custa de outros. «Salva-te e ti e a nós também». Jesus não quer salvar a pele e muito menos à custa do sacrifício de outros. Ao invés, Jesus oferece-Se como sacrifício, como Amor partilhado, para salvar a todos. Não se livra do sofrimento, do suplício e da morte. Mas aprouve a Deus que na Sua oferenda todos fôssemos reconciliados com Ele, eternamente.

       No final, Jesus não tem nada, nem sequer a roupa do corpo. Tudo é para Deus. É todo de Deus. É todo para a humanidade.


Textos para a Eucaristia (ano C): 2 Sam 5, 1-3; Sl 121 (122); Col 1, 12-20; Lc 23, 35-43.

 

Reflexão Dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.

31.10.13

LEITURAS: Joseph Ratzinger - Introdução ao Cristianismo

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JOSEPH RATZINGER. Introdução ao cristianismo. Prelecções sobre o «Símbolo Apostólico». Principia. Cascais 2006. 272 páginas.

 

       A Introdução ao Cristianismo é uma obra de referência para a teologia do século XX mas que entra inevitavelmente neste novo século e milénio, não fosse o seu autor um dos mais conceituados teólogos do mundo católico e cristão, Joseph Ratzinger, que viria a ser Bispo, Cardeal, Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, braço direito de João Paulo II e de Papa Bento XVI, de 19 de abril de 2005 a 28 de fevereiro de 2013, tendo decidido resignar para que o Evangelho ganhasse vigor num mundo cada vez mais exigente.

       Tinha sido um dos peritos do Concílio, acompanhando o seu Bispo. Era, e continuou a ser, um promissor teólogo. Professor, estudioso. Não deixando de o ser, mesmo assumindo a missão de Pastor.

       Este livro foi dado à estampa em 1968. Como se refere no prefácio à 10.ª edição, em pouco mais de um ano “vulgarizou-se”, com uma venda invulgar “ultrapassando inclusive as fronteiras entre o Oeste e o Leste e entre os diversos credos religiosos”.

       Em 2000, novo prefácio, que assinala dois anos especiais que atravessaram os 30 anos que tinha a obra: 1968 e 1989. Dois acontecimentos verdadeiramente revolucionários. No entanto, Ratzinger, agora Cardeal, mantem as linhas orientadoras do seu estudo, como contributo para a reflexão teológico, centrado no credo, no Símbolo dos Apóstolos, desde o início em que foi surgindo nas fórmulas batismais, de pergunta e resposta, e à volta do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Profissão de Fé que vem antes do dogma.

       Obviamente, ao longo doa anos, Ratizinger publicou outras obras, que aprofundam alguns aspetos, com outras matizes, com outros enquadramentos. Certamente que este é um livro fundamental para conhecer o pensamento de Ratzinger/Bento XVI. Vislumbram-se muitas das intuições presentes posteriormente em outros estudos, mas também em homilias, mensagens, discursos, conferências.

       Introdução ao Cristianismo foi preparado para ser publicado em livro, mas nasceu das prelecções proferidas pelo sacerdote Joseph Ratzinger, para audiências de todas as faculdades durante o semestre de verão de 1967, em Tübingen.

       É um texto de fácil compreensão, mas não tanto como outros mais pastorais. Evidentemente trata-se de uma obra de estudo, de reflexão, académica, ainda que bastante expositiva, viva no debate, com exemplos, pequenas histórias, centrando-se no CREDO mas dialogando com diversos ambientes, autores, épocas, diferentes áreas do saber.

       Duas notas muito em evidência em todo o texto: humildade de quem faz teologia, respeito por quem discorda acolhendo os aspetos mais relevantes. Desde o início que o sacerdote/professor deixa claro que a teologia não encerra o mistério de Deus. Quem pretender absolutizar a teologia corre o sério risco de limitar a omnipotência, colocando-se em seu lugar. Por outro lado, Ratzinger lança diversas pontes de diálogo e discussão com autores católicos, protestantes, e até judeus. Mesmo recusando argumentos de alguns autores bem conhecidos, sublinha sempre o trabalho, a seriedade que tiveram ou aqueles princípios que terão que ser melhor estudados, ou que deram um importante contributo à reflexão teológico e/ou científica, nesta ou naquela área. També aqui cai por terra, com facilidade, o preconceito que rodeou o teólogo, o Cardeal e o Papa (Bento XVI) que seria déspota ou demasiado rígido. Leia-se e ver-se-á a disponibilidade para o diálogo, e a humildade diante do mistério de Deus. E no final, como valor maior o amor. A fé é razão. O Verbo encarnou. O Verbo é o Logos, é razão. A fé é razoável. A fé não é escuridão, mesmo que haja momentos de treva, é sobretudo luz. É Palavra. É Pessoa, Jesus Cristo. É amor. Estas intuições estão muito presentes na primeira Carta Encíclica do Papa Francisco, preparada por Bento XVI.

       Outros livros mais acessíveis e onde Bento XVI aprimora o seu discurso, tornando-o mais simples e claro. Jesus de Nazaré (em três volumes), publicado já como Papa Bento XVI, obra sobre Jesus Cristo, mistério da encarnação, vida pública, morte e ressurreição; A Alegria da Fé, recolha de textos, discursos, homilias, trechos das encíclicas, exortações, centrados no CREDO e nos Sacramentos. Um livrinho que também recomendámos e que aborda sobretudo a questão da fé: Aprender a acreditar. Estas leituras são mais fáceis, acessíveis, mais pastorais, mais orais, se quisermos. Mas para quem quiser aprofundar mais o pensamento de Bento XVI, ou acompanhar um pouco mais o processo de reflexão, de argumentação, de estudo, será revelador a leitura desta obra.

29.10.13

Avalanches da Fé na paróquia de Tabuaço

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       No passado dia 12 de outubro, realizaram-se as Avalanches da Fé na Paróquia de Tabuaço. As vindimas e a apanha da maça dificultou a presença de mais jovens. De qualquer forma, com alegria e entusiasmo, juntaram-se jovens de Tabuaço e jovens que acompanharam o Pe. Giroto e o Pe. Ricardo, responsável pela Juventude no Arciprestado de Moimenta, Sernancelhe e Tabuaço. Aos jovens agregaram-se alguns adultos.

       Pelas 9h00, a oração da manhã e o envio. Pelas 13h00, o almoço. A Eucaristia, juntamente com as crianças da catequese, pelas 17h00, com a animação coral dos jovens. O dia de festa terminou com um lanche conjunto com os jovens das avalanches e com os meninos da catequese, pais e catequitas. Disponibilizamos algumas imagens deste dia:

Para outras fotos visite a Paróquia de Tabuaço no facebook

29.10.13

LEITURAS: Bento XVI - Aprender a acreditar

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BENTO XVI. Aprender a Acreditar. Paulus Editora. Lisboa 2012. 98 páginas.

       Envolvido na reflexão do papa Bento XVI, que há dias atrás propusemos para leitura – a Alegria da Fé – escolhemos outra obra para ler e que nos permite continuar a saborear a forma leve, acessível, contagiante da escrita/reflexão do Papa ancião. Homilias, discursos, cartas, mensagens, coligidos de forma sistemática por Giuliano Vigini, numa temática concreta, desta feita “Aprender a Acreditar”, título que integra uma coleção da Paulus Editora, “Introdução à Fé”, encorpando a compreensão do Ano da Fé, convocado por Bento XVI e que será concluído pelo Papa Francisco.

       Segundo Vigini, no prefácio a esta obra, “porque estamos num tempo de esquecimento de Deus, o Ano da Fé é como «a cidade levantada num monte» para o qual Bento XVI nos convida a subir. Daquele lugar, afastamo-nos com a imaginação e o coração desde os confins deste pequeno muno ancorado no presente; vamos subindo e observamos o espaço na direção dos horizontes sem confins da realidade futura, onde a luz ilumina de esperança a atualidade do homem. Inicia, por, ou retoma, a viagem à procura de Deus, com o propósito de O encontrar ou de O reencontrar, ou seja, de estabelecer com Ele uma relação pessoa que entre mais em profundidade no espaço e no testemunho da vida. Aprender a acreditar é um convite, uma exortação, um empenhamento”.

       Quatro capítulos cujos títulos são elucidativos: 1) A inquietação do coração; 2) O caminho da Procura; 3) Porque é difícil crer; 4) As respostas da Fé.

       O ponto de partida é a inquietação, partindo da humildade do coração. Nesta perspetiva, a inquietação dos jovens com tanta vida pela frente. Papel preponderante é a Esperança, não apenas em nós ou nas coisas materiais ou no tempo presente. À medida que realizamos as nossas aspirações, outras maiores vão surgindo, e a alma, nas palavras de Santo Agostinho, um dos santos prediletos de Bento XVI, conjuntamente com São José e São Bento (nomes de batismo e de pontificado, respetivamente), a nossa alma anda inquieta enquanto não repousar em Deus, a Esperança maior, a grande esperança, que não é aniquilada com a morte.

       A procura é contínua. Ajuda a reflexão de Santo Agostinho. Procurar, encontrar, voltar a procurar. Trata-se da conversão permanente, estamos a caminho. Por outro lado, procuramos Deus, mas também Deus nos procura, vem ao nosso encontro, em Jesus Cristo, caminha connosco. O Deus que Jesus nos mostra não é o da filosofia, distante, mas é Amor, próximo. Coração que ama. Sentindo-nos amados respondemos com amor. Daí também a perspetiva da caridade, sabendo que existem situações em que primeiro amamos, servimos, e só depois anunciamos Deus. Mas se Deus é amor, então ao amarmos já estamos a comunicar Deus.

       Um dos aspetos amplamente refletidos por Bento XVI, e de que dá nota esta recolha de textos, a dialética entre fé e razão. O mundo atual, e sobretudo o Ocidente, endeusou a ciência em contraponto com a fé. Bento XVI, em diversas ocasiões, afirma claramente a riqueza da fé, a fé como LUZ e não como obscuratimos, e como a fé e a razão se conjugam, se ajudam e mutuamente se purifica. A ciência leva ao desenvolvimento, mas falta-se a ética, que vem da fé, e da razão.

       A fé é dom, acolhido, rezado, celebrado. É uma luz na escuridão, uma Luz que irradia de Jesus e que se enriquece em Igreja, em comunidade. Sobretudo na quarta parte vislumbra-se a reflexão que está amplamente difundida na primeira Carta Encíclica do Papa Francisco, A Luz da Fé, preparada, num primeiro esboço, pelo próprio papa Bento XVI e cujas intuições aparecem na largueza das suas meditações, assumida por inteiro pelo atual Papa que lhe deu o seu cunho, aqui e além.

       Mais um belíssimo texto para ler. Não é preciso muito tempo. É necessário começar a ler e deixar-se conduzir pela fluidez do discurso. Vai poder enriquecer o seu vocabulário espiritual, humano.

28.10.13

LEITURAS: Viver o Ano da Fé

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PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO. Viver o ano da fé. Paulus Editora. Lisboa 2012. 226 páginas.

       Com a finalidade de ajudar a viver o Ano da Fé, o Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, seguindo de perto as preocupações de Bento XVI, deu à estampa este subsídio, coordenado pelo Presidente do Conselho, Rino Fisichella, e com o contributo de alguns párocos, em Portugal integra uma coleção da Paulus Editora, “Introdução à Fé”. Além da reflexão teológica, várias sugestões pastorais, ou pelo menos desafios para concretizar nas comunidades.

       Logo no prefácio, Rino Fisichella diz ao que vem: “Este subsídio pastoral tem como intenção corresponder ao desejo do Santo Padre. Apresenta-se como um instrumento simples e sintético que percorre de novo quatro indicações propostas: confessar, celebrar, viver e rezar. Ele é fruto de uma reflexão comum e participada que envolveu teólogos, responsáveis da catequese e párocos”.

       Ao longo de diversas páginas, destaca-se, primeiramente, o CREDO, com os seus diversos artigos de fé, verdades que nascem das comunidades e da necessidade de assumir e professar publicamente o que se crê. Credo como identidade. Pai, Filho, Espírito Santo. Santa Igreja Católica, Una, Santa e Apostólica. Catecismo da Igreja Católica. Sacramentos. Da iniciação: batismo, eucaristia, confirmação. Da cura: penitência e unção dos enfermos. Em ordem à comunhão: ordem e matrimónio. Enquadramento. Celebração litúrgica. Fundamentos bíblicos. Evolução.

       Ao aproximar-se do final, a indicação mais prática de algumas atitudes a assumir nas comunidades paroquiais. Apresenta-se, especificamente, o episódio/imagem de Emaús, para uma Igreja missionária. Os dois discípulos em fuga e como um forasteiro, Jesus, vai ao seu encontro suscitando neles do desejo e a decisão de voltar a Jerusalém. Atitudes: APROXIMAR, PERGUNTAR, ESCUTAR, PROPOR, PARTIR. A comunidade há de procurar assimilar a postura de Jesus Cristo, aproximar-se e caminhar com eles. Perguntar, mesmo antes de dar respostas. Escutar, sem censurar, “escutar com o coração, perscrutar com os olhos afetuosos a experiência dos outros para os conduzir a Deus”. Propor, testemunhando o que aconteceu. Quem se predispõe a caminhar, a escutar, também poderá propor Jesus. Partir. “A comunidade parte sempre de Jerusalém, já não desiludida, porque a experiência de ter visto e encontrado o Senhor não pode ser simplesmente guardada para nós”.

       Esta é uma excelente obra para leitura, meditação, para formação cristã. Traz também a sugestão de celebrações para o Ano da Fé, para o início e para o encerramento.

       Certamente, que desde o início do ano da fé, muitos foram os títulos enquadrados com a preocupação de tornar a fé uma alegre notícia. Basta visitar uma livraria (religiosa), ou aceder através da internet. Com a resignação do Bento XVI e a eleição do Papa Francisco, mais se acentuou a pertinência da fé, a proximidade da Igreja, de Jesus Cristo, recuperando-se a reflexão de anos do Papa emérito, e com um olhar redobrado nas palavras e nos gestos do papa Francisco. Até este acontecimento foi providencial, clarificando a fé e a experiência de proximidade com Jesus Cristo, que transborda para a proximidade com os outros.

13.10.13

LEITURAS: Bento XVI - a Alegria da Fé

mpgpadre

BENTO XVI. A Alegria da Fé. Paulinas Editora. Prior Velho 2012

        O Papa Bento XVI é uma comunicador por excelência, porque comunica o que lhe vai na alma, fruto de uma experiência profunda de fé, na proximidade com Jesus Cristo, enxertado e mergulhado na história da Igreja, como estudioso, sacerdote, professor, catedrático, pastor, bispo, e como "humilde servidor da vinha do Senhor", desde 19 de abril de 2005 a 28 de fevereiro de 2013. Depois de convocar o Ano Paulino (2000 anos do nascimento de São Paulo) , de convocar o Ano Sacerdotal, convocou o Ano da Fé, a estender-se de 11 de outubro de 2012 (50 anos após o início do Vaticano II e 20 anos após a publicação do Catecismo da Igreja Católica) a 24 de novembro de 2013, solenidade do Cristo Rei do Universo.

       Num ambiente largamente fragmentado, em que ideias/ideologias, convicções, religiões, tudo é igual, marcado por doses significativas de indiferença em relação aos outros, de marginalização e privatização da fé e do fenómeno religioso, sobretudo na Europa e no mundo ocidental ou ocidentalizado, em que as prioridades na sua maioria são novas e velhas formas de escravização, colocando a economia no lugar de Deus, liberalizando e mercantilizando a vida, destruindo os mais frágeis, ser humanos por nascer e idosos vulneráveis arrumados para não incomodar... a convocação do Ano da Fé traz consigo o propósito de mostrar como a Luz da Fé clarifica o que é verdadeiramente importante. Para os cristãos a Porta da Fé é Jesus Cristo, que nos traz Deus, que nos abre a mente e o coração para os valores da vida, para a dinàmica e a essencialidade do amor e da verdade, para a prioridade da pessoa face ao mercado liberalizado e utilitarista.

       Um dos desideratos sublinhados por Bento XVI é a ALEGRIA da fé, a alegria de nos sabermos amados por Deus, nos descobrimos filhos no Filho, redimidos na morte e na ressurreição de Jesus, vastidão do Amor de Deus que clama por amor. Reconhecendo que vivemos no amor de Deus, a urgência de comunicá-lo aos outros para que que todos caminhemos como irmãos, na descoberta constante dos laços de ternura e de amizade que nos unem, na edificação do reino de justiça, de paz e de bem.

       Nesta publicação, Giuliano Vigini faz um apanhado de diversos textos de Bento XVI, homilias, mensagens, discursos, intervenções, cartas encíclicas, ajeitando-os nos grandes temas que nos remetem para o Credo, do Credo para a comunidade, da comunidade para o mundo inteiro: Creio em Deus Pai, Jesus Cristo, Espírito Santo, Igreja, Vida Eterna, Ressurreição dos mortos e comunhão Santos, Sacramentos, Eucaristia, Confirmação, Penitência, Batismo.

       Para aqueles que estão familiarizados com a escrita de Bento XVI têm aqui mais uma oportunidade de se deixarem tocar pela leveza, simplicidade, envolvência, como se estivesse a ouvir e não a ler, tal é a intensidade do texto, a clareza, assomando uma fé profunda, vivida, partilhada, com diversas experiências de vida, dentro da Igreja e em ambientes diversificados. É certo que nestes dias o olhar se fixa mais facilmente no Papa Francisco e na fluidez e espontaneidade do seu discurso e dos seus gestos, mas, para quem não for preconceituoso (em relação ao Papa alemão), não há antagonismo. Estou em crer que quem apreciar ao forma de comunicar de Francisco não terá dificuldade em entender a mensagem de Bento XVI, ainda que aqui ou acolá possam relevar a especificidade de cada um dos Papas, mas a leveza é demasiado similar.

       Para quem se tem deixado tocar pela presença, pelas palavras, pelos gestos do Papa Francisco, e que sempre se sentiu mais distante de Bento XVI, e se calhar nunca o escutou com atenção, com o coração, ou não o leu, terá aqui uma excelente oportunidade para de fazer uma juízo de valor mais equilibrado. São pedaços de uma vida preenchido, transparecendo a Luz de Jesus Cristo, pelo Espírito Santo, na Igreja que formamos.

       Vai valer a pena deixar-se contagiar pela alegria da Fé, que irradia das intervenções de Bento XVI.

26.09.13

Papa Francisco - Na Universidade das Mães

mpgpadre

Amados irmãos e irmãs, bom dia!

       Hoje, volto a falar sobre a imagem da Igreja como mãe. Gosto muito desta imagem da Igreja como mãe. Por este motivo quis voltar a falar sobre ela, porque me parece que esta imagem nos diz não só como é a Igreja, mas também que rosto esta nossa Mãe-Igreja deveria ter cada vez mais.Gostaria de frisar três situações, considerando sempre as nossas mães, tudo o que elas fazem, vivem e sofrem pelos próprios filhos, continuando aquilo que eu disse na quarta-feira passada. Interrogo-me: o que faz uma mãe?
       Antes de tudo, ensina a caminhar na vida, ensina a comportar-se bem na vida, sabe como orientar os filhos, procura sempre indicar o caminho recto na vida para crescer e para se tornar adultos. E fá-lo sempre com ternura, carinho e amor, até quando procura endireitar o nosso caminho, porque nos desviamos um pouco na vida ou seguimos veredas que levam para um precipício. A mãe sabe o que é importante, para que o filho caminhe bem na vida, e não o aprendeu dos livros, mas do próprio coração. A Universidade das mães é o seu coração! Ali elas aprendem a orientar os seus filhos.
       A Igreja age do mesmo modo: orienta a nossa vida, oferece-nos ensinamentos para caminhar bem. Pensemos nos dez Mandamentos: indicam-nos uma senda a percorrer para amadurecer, para dispor de pontos firmes no modo de nos comportarmos. E são fruto da ternura, do amor do próprio Deus que no-los concedeu. Vós podereis dizer-me: mas são ordens! São um conjunto de «nãos»! Gostaria de vos convidar a lê-los — talvez os tenhais esquecido um pouco — e depois a considerá-los positivamente. Vereis que dizem respeito ao modo de nos comportarmos em relação a Deus, a nós mesmos e ao próximo, precisamente como nos ensina a nossa mãe, para vivermos bem. Convidam-nos a não construir ídolos materiais que depois nos tornam escravos, a recordar-nos de Deus, a ter respeito pelos pais, a ser honestos, a respeitar os outros... Procurai vê-los assim, a considerá-los como se fossem as palavras, os ensinamentos sugeridos pela mãe para caminhar bem na vida. A mãe nunca ensina o que é mal, mas só quer o bem dos filhos, e é assim que a Igreja age.
       Gostaria de vos dizer algo mais: quando um filho cresce, torna-se adulto, toma o seu caminho, assume as suas responsabilidades, caminha com as próprias pernas, faz o que quer e, às vezes, pode até sair do caminho, acontece algum incidente. Em todas as situações, a mãe tem sempre a paciência de continuar a acompanhar os filhos. O que a impele é a força do amor; a mãe sabe acompanhar com discrição e ternura o caminho dos filhos e até quando erram procura sempre o modo de os compreender, para estar próxima, para ajudar. Nós — na minha terra — dizemos que a mãe sabe «dar la cara». Que significa? Quer dizer que a mãe sabe «dar a cara» pelos próprios filhos, ou seja, é levada a defendê-los sempre. Penso nas mães que sofrem pelos filhos na prisão, ou em situações difíceis: não se perguntam se são culpados ou não, continuam a amá-los e muitas vezes sofrem humilhações, mas não têm medo, não deixam de se doar.
       A Igreja é assim, é uma mãe misericordiosa que entende, que procura sempre ajudar, encorajar, até quando os seus filhos erram, e nunca fecha as portas da Casa; não julga, mas oferece o perdão de Deus, oferece o seu amor que convida a retomar o caminho até aos filhos que caíram num precipício profundo, a Igreja não tem medo de entrar na sua noite para dar esperança; a Igreja não tem medo de entrar na nossa noite, quando estamos na escuridão da alma e da consciência, para nos infundir a esperança, pois a Igreja é mãe!

        Um último pensamento. A mãe sabe também pedir, bater a todas as portas pelos próprios filhos, sem calcular; fá-lo com amor. E penso no modo como as mães sabem bater, também e sobretudo, à porta do Coração de Deus! As mães rezam muito pelos seus filhos, especialmente pelos mais frágeis, por quantos enfrentam maiores necessidades, por aqueles que na vida empreenderam caminhos perigosos ou errados. Há poucas semanas celebrei na igreja de Santo Agostinho, aqui em Roma, onde estão conservadas as relíquias da sua mãe, santa Mónica. Quantas orações elevou a Deus aquela santa mãe pelo filho, e quantas lágrimas derramou! Penso em vós, amadas mães: quanto rezais pelos vossos filhos, sem vos cansardes! Continuai a rezar, a confiar os vossos filhos a Deus; Ele tem um coração grande! Batei à porta do Coração de Deus com a prece pelos filhos!
       E assim age também a Igreja: põe nas mãos do Senhor, com a oração, todas as situações dos seus filhos. Confiemos na força da oração da Mãe-Igreja: o Senhor não permanece insensível. Ele sabe surpreender-nos sempre, quando menos esperamos. A Mãe-Igreja sabe fazê-lo!
       Eis, estes eram os pensamentos que que vos queria transmitir hoje: vejamos na Igreja uma boa mãe que nos indica o caminho a percorrer na vida, que sabe ser sempre paciente, misericordiosa, compreensiva, e que sabe pôr-nos nas mãos de Deus.
 
in Audiência Geral, Praça de São Pedro, Quarta-feira, 18 de Setembro de 2013: AQUI.

23.09.13

Papa Francisco - a Igreja é Mãe

mpgpadre

Amados irmãos e irmãs, bom dia!

       Retomemos hoje as catequeses sobre a Igreja, neste «Ano da fé». Entre as imagens que o Concílio Vaticano II escolheu para nos levar a compreender melhor a natureza da Igreja, existe a da «mãe»: a Igreja é a nossa mãe na fé, na vida sobrenatural (cf. Const. dogm. Lumen gentium, 6.14.15.41.42). Trata-se de uma das imagens mais usadas pelos Padres da Igreja nos primeiros séculos e na minha opinião ela pode ser útil também para nós. Para mim, é uma das imagens mais bonitas da Igreja: a Igreja-mãe! Em que sentido e de que modo a Igreja é mãe? Comecemos a partir da realidade humana da maternidade: o que faz uma mãe?

       Antes de tudo, a mãe gera para a vida, leva no seu ventre por nove meses o seu filho e depois abre-o à vida, gerando-o. Assim é a Igreja: gera-nos na fé, por obra do Espírito Santo que a torna fecunda, como a Virgem Maria. Tanto a Igreja como a Virgem Maria são mães; o que se diz da Igreja pode ser dito também de Nossa Senhora; e o que se diz de Nossa Senhora pode ser dito inclusive da Igreja! Sem dúvida, a fé é um acto pessoal: «eu creio», eu, pessoalmente, respondo a Deus que se faz conhecer e quer entrar em amizade comigo (cf. Enc. Lumen fidei, 39). Mas eu recebo a fé de outros, numa família, numa comunidade que me ensina a dizer «eu creio», «nós cremos». O cristão não é uma ilha! Não nos tornamos cristãos em laboratórios, não nos tornamos cristãos sozinhos e só com as nossas forças, mas a fé é uma dádiva, um dom de Deus que nos é concedido na Igreja e através da Igreja. E a Igreja doa-nos a vida de fé no Baptismo: este é o momento no qual nos faz nascer como filhos de Deus, o instante em que nos concede a vida de Deus, que como mãe nos gera. Se fordes ao Baptistério de São João de Latrão, a Catedral do Papa, encontrareis uma inscrição latina que reza mais ou menos assim: «Aqui nasce um povo de estirpe divina, gerado pelo Espírito Santo que fecunda estas águas; a Igreja-Mãe dá à luz os seus filhos nestas ondas». Isto leva-nos a entender algo importante: o nosso fazer parte da Igreja não é um dado exterior e formal, não consiste em preencher um papel que nos dão, mas é um gesto interior e vital; não se pertence à Igreja como se pertence a uma sociedade, a um partido ou a uma organização qualquer. O vínculo é vital, como aquele que temos com a nossa mãe porque, como afirma santo Agostinho, «a Igreja é realmente mãe dos cristãos» (De moribus Ecclesiae, I, 30, 62-63: PL 32, 1336). Interroguemo-nos: como considero a Igreja? Se estou grato também aos meus pais, porque me concederam a vida, estou grato à Igreja, porque me gerou na fé mediante o Baptismo? Quantos cristãos recordam a data do próprio Baptismo? Gostaria de vos dirigir uma pergunta aqui, mas cada qual responda no seu coração: quantos de vós recordam a data do seu Baptismo? Alguns levantam as mãos, mas quantos não recordam! Todavia, o dia do Baptismo é a data do nosso nascimento na Igreja, a data em que a nossa Igreja-mãe nos deu à luz! E agora dou-vos um dever para fazer em casa. Hoje, quando voltardes para casa, ide procurar bem qual é a data do vosso Baptismo, e isto para a festejar, para dar graças ao Senhor por este dom. Fá-lo-eis? Amamos a Igreja como amamos a nossa mãe, sabendo entender também os seus defeitos? Todas as mães têm defeitos, todos nós temos defeitos, mas quando se fala dos defeitos da mãe, nós cobrimo-los, amamo-la assim. E inclusive a Igreja tem os seus defeitos: amamo-la como amamos a nossa mãe, ajudamo-la a ser mais formosa e mais autêntica, mais em conformidade com o Senhor? Deixo-vos estas perguntas, mas não vos esqueçais do dever: procurar a data do vosso Baptismo para a manter no coração e festejar.

       Uma mãe não se limita a dar a vida, mas com grande atenção ajuda os seus filhos a crescer, dá-lhes o leite, alimenta-os, ensina-lhes o caminho da vida, acompanha-os sempre com as suas atenções, com o seu carinho e com o seu amor, até quando são adultos. E nisto sabe também corrigir, perdoar e compreender, sabe estar próxima na enfermidade e no sofrimento. Em síntese, uma mãe boa ajuda os filhos a sair de si mesmos, a não permanecer comodamente debaixo das asas maternas, como uma ninhada debaixo das asas da galinha. Como uma mãe boa, a Igreja faz a mesma coisa: acompanha o nosso crescimento, transmitindo a Palavra de Deus, o qual é uma luz que nos indica o caminho da vida cristã; administrando os Sacramentos. Alimenta-nos com a Eucaristia, concede-nos o perdão de Deus através do Sacramento da Penitência e apoia-nos na hora da doença com a Unção dos enfermos. A Igreja acompanha-nos durante toda a nossa vida de fé, em toda a nossa vida cristã. Então, podemos fazer outras perguntas: qual é a minha relação com a Igreja? Sinto-a como mãe que me ajuda a crescer como cristão? Participo na vida da Igreja, sinto-me parte dela? A minha relação é formal ou vital?

       Um terceiro breve pensamento. Nos primeiros séculos da Igreja, era muito clara uma realidade: enquanto é mãe dos cristãos, enquanto «faz» os cristãos, a Igreja é também «feita» de cristãos. A Igreja não é algo diverso de nós mesmos, mas deve ser vista como a totalidade dos fiéis, como o «nós» dos cristãos: eu, tu, todos nós fazemos parte da Igreja. São Jerónimo já escrevia: «A Igreja de Cristo outra coisa não é, a não ser as almas daqueles que acreditam em Cristo» (Tract. Ps 86: PL 26, 1084). Então, a maternidade da Igreja é vivida por todos nós, pastores e fiéis. Às vezes ouço: «Creio em Deus, mas não na Igreja... Ouvi que a Igreja diz... os sacerdotes dizem...». Mas uma coisa são os sacerdotes, pois a Igreja não é formada só por sacerdotes, todos nós somos a Igreja! E se tu dizes que crês em Deus e não na Igreja, dizes que não acreditas em ti mesmo; e esta é uma contradição. Todos nós somos a Igreja: desde a criança recentemente baptizada, até aos Bispos e ao Papa; todos nós somos Igreja e todos somos iguais aos olhos de Deus! Todos somos chamados a colaborar para o nascimento de novos cristãos na fé, todos somos chamados a ser educadores na fé, a anunciar o Evangelho. Cada um de nós deve perguntar-se: o que faço para que os outros possam compartilhar a fé cristã? Sou fecundo na minha fé, ou vivo fechado? Quando repito que amo uma Igreja não fechada no seu espaço, mas capaz de sair, de se mover até com alguns riscos, para levar Cristo a todos, penso em todos, em mim, em ti, em cada cristão. Participamos todos na maternidade da Igreja, a fim de que a luz de Cristo alcance os extremos confins da Terra. Viva a santa Igreja-mãe!

 

in Audiência Geral, Praça de São Pedro, Quarta-feira, 11 de Setembro de 2013: AQUI.

11.07.13

Papa FRANCISCO - Carta Encíclica LUMEN FIDEI

mpgpadre

       Com a chancela do Vaticano, datada de 29 de junho de 2013, solenidade do martírio de São Pedro e São Paulo, a primeira Carta Encíclica, LUMEN FIDEI, do Sumo Pontífice FRANCISCO aos bispos, aos presbíteros e aos diáconos, às pessoas consagradas e a todos os fiéis leigos sobre a FÉ.

       Como reconhece o Papa, esta é uma encíclica muito forte sobre a fé, a luz da fé, que brota do amor de Deus, que implica escuta do chamamento de Deus e da Sua Palavra, que Se revela ao longo da história e assume um ROSTO humano, Jesus Cristo... foi escrita a 4 mãos:

"Estas considerações sobre a fé — em continuidade com tudo o que o magistério da Igreja pronunciou acerca desta virtude teologal — pretendem juntar-se a tudo aquilo que Bento XVI escreveu nas cartas encíclicas sobre a caridade e a esperança. Ele já tinha quase concluído um primeiro esboço desta carta encíclica sobre a fé. Estou-lhe profundamente agradecido e, na fraternidade de Cristo, assumo o seu precioso trabalho, limitando-me a acrescentar ao texto qualquer nova contribuição. De facto, o Sucessor de Pedro, ontem, hoje e amanhã, sempre está chamado a «confirmar os irmãos » no tesouro incomensurável da fé que Deus dá a cada homem como luz para o seu caminho" (LF 7).

       Esta é uma CARTA escrita com fé, com alma, de forma muito simples, acessível, procurando comunicar a FÉ em Cristo, vivida em Igreja, ao longo da história, com a memória que transmite a fé, mas que vem do futuro e que a todos nos atrai com a Sua luz, com o Seu amor.

       Curioso: se tentarmos ver que partes escreveu Bento XVI e o Papa Francisco, será muito difícil, ainda que possa haver algumas expressões características de um ou de outro, e que poderá ficar mais especialistas. É a primeira Encíclica do Papa Francisco, em que assume um esboço já muito avançado sobre a vivência da fé e da luz que esta irradia sobre a pessoa, sobre o mundo. Lendo, poderíamos dizer que Bento XVI a escreveu do início ao fim. Lendo-a, poderíamos dizer que é inteiramente de Francisco. Para quem lê ou escuta Bento XVI ou Francisco (também como Cardela Jorge Bergoglio), percebe-se, nos dois, uma grande força espiritual, uma linguagem muito simples, de fácil leitura, com exemplos que ajudam a perceber o que se quer transmitir, com poucas citações, a não ser as citações bíblicas, ainda assim com citações dos Padres da Igreja, mas também de intelectuais além da Igreja visível.

        Quatro partes - Acreditamos no amor (cf. Jo 4, 16); Se não acreditardes, não compreendeis (cf. Is 7, 9); Transmito-vos aquilo que recebi (cf 1 Cor 15, 3); Deus prepara para eles uma cidade (cf. Heb 11, 16). Nesta parte final, salienta-se o testemunho de fé de Nossa Senhora - Feliz daquela que acreditou (cf. Lc 1, 45).

"A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas lâmpada que guia os nossos passos na noite, e isto basta para o caminho... o serviço da fé ao bem comum é sempre serviço de esperança que nos faz olhar em frente, sabendo que só a partir de Deus, do futuro que vem de Jesus ressuscitado, é que a nossa sociedade pode encontrar alicerces sólidos e duradouros. Neste sentido, a fé está unida à esperança, porque, embora a nossa morada aqui na terra se vá destruindo, há uma habitação eterna que Deus inaugurou em Cristo, no seu corpo (cf. 2 Cor 4, 16 - 5, 5). Assim o dinamismo de fé, esperança e caridade (cf. 1 Tes 1, 3; 1 Cor 13, 13) faz-nos abraçar as preocupações de todos os homens, no nosso caminho rumo àquela cidade, «cujo arquitecto é o próprio Deus» (Heb 11, 10), porque «a esperança não engana» (Rom 5, 5)".

       É um texto, para quem tem fé, para quem gosta de ler, para quem gosta de se enriquecer espiritualmente, um texto excelente. Como é possível que tamanha sabedoria se veja na maior das simplicidades? O grande faz-se pequeno. Deus Infinito assume a nossa finitude e fragilidade. Bento XVI e Francisco escrevem e falam como se estivessem olhos nos olhos diante de cada um de nós e com a clara preocupação de serem transparentes, compreensíveis, deixando que nas suas palavras muito humanas deixem que fale a Palavra de Deus.

       Já aqui trouxe muitas sugestões de livros ou textos. Eis uma CARTA que por nada perderia. Do princípio ao fim. No final bem que poderia ser assinada, não por Bento XVI ou Francisco, mas poderia ser assinada por Jesus, tanta é a luminosidade que transmite.

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