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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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23.02.19

Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam...

mpgpadre

1 –  Amar os amigos, rezar pelas pessoas de quem se gosta, emprestar de quem se espera algo em troca, fazer favores para mais tarde os cobrar, não é nada do outro mundo. Jesus convida a ir mais longe, a amar mais, a dar-se mais, a gastar-se totalmente em prol dos outros. «Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, orai por aqueles que vos injuriam. A quem te bater numa face, apresenta-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, deixa-lhe também a túnica. Dá a todo aquele que te pedir e ao que levar o que é teu, não o reclames. Como quereis que os outros vos façam, fazei-lho vós também».

Aquele é (ou era) uma pessoa cinco estrelas, amigo do seu amigo. Eu sou amigo de toda a gente, desde que não me cheguem mostarda ao nariz, pois aí é que me ficarão a conhecer. É uma tautologia. Ser amigo do amigo não custa, é natural, lógico, não se esperaria outra coisa. Ora o Evangelho desafia-nos a superar-nos, a perdoar a quem nos ofende, a dizer bem (= a abençoar) de quem nos injuria, a optar por inverter qualquer resquício de ódio, de irritação contra o outro, colocando de lado a vontade de vingança. Não apenas a não dizer mal, não apenas a não fazer mal, mas positivamente, dizendo e fazendo bem.

A referência é Cristo, que passou fazendo o bem, sem exceção de pessoas. Isso não invalida a Sua opção preferencial pelos mais pobres, os excluídos da sociedade, da cultura, da política e da religião, da economia, doentes, leprosos e coxos, cegos e surdos, pecadores e publicanos, mulheres de vida duvidosa e crianças, estrangeiros e pedintes. A lógica é essa: incluir, devolver a dignidade perdida, recuperar, refazer o tecido humano e social, salvar pecadores.

Por vezes, ao olharmos para o mundo, podemos desanimar perante a espiral de violência, pobreza, corrupção, expressão de egoísmo, de inveja e de prepotência. Sempre foi assim… Isso é para quem tem dinheiro e conhecimentos... Que posso fazer para mudar as coisas? E, depois, ouvimos a Santa Teresa de Calcutá: o que faço pode ser apenas uma gota de orvalho no vasto oceano, contudo, essa gota faz diferença, sem ela o oceano não está completo.

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2 – Jesus não Se rende, não vacila, não Se cala diante das injustiças, da hipocrisia. Mais do que palavras usa a vida, os gestos, convivendo com os excluídos, misturando-Se com o povo, como dirá o Papa Francisco, tem o cheiro das ovelhas, entranha-Se nas suas vidas, com as suas alegrias e tristezas, lutas e sofrimentos.

Pela palavra e pelos gestos, Jesus não Se conforma com a falsidade, com a arrogância, com os abusos de poder, mas a Sua luta não passa pela força, pela violência, não passa por pagar com a mesma moeda. A Sua força é amor, a Sua vingança é o perdão, a Sua revolta é a compaixão.

 

3 – Para seguir Jesus, ser cristão, não basta não fazer mal, é preciso imitá-l'O, sendo fiel aos Seus ensinamentos. Há, a propósito, uma estória de um homem, que no seu viver escrupuloso pediu para ser encerrado numa cabana, com as mãos e os pés atados, para não fazer nada a ninguém. Quando morreu e foi à presença do Senhor, apresentou-se feliz pois nunca tinha feito mal a ninguém. Então o Senhor perguntou-lhe: e fizeste bem a quem? Quantas pessoas ajudaste? Os dons que eu te dei o que fizeste, guardaste-os para quem?

Seguir Jesus implica-nos com os outros, com a transformação positiva da realidade, procurando ser mais-valia em todas as situações. «Se amais aqueles que vos amam, que agradecimento mereceis? Também os pecadores amam aqueles que os amam. Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto».

Não precisamos de querer ser melhores que os outros, pelo menos na intenção e na definição, precisamos de ir mais além em tudo o que fazemos. «Amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca. Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e dar-se-vos-á: deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também convosco».

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Textos para a Eucaristia (ano C): 1 Sam 26, 2. 7-9.12-13.22-23; Sl 102 (103); 1 Cor 15, 45-49; Lc 6, 27-38.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

 

28.08.16

Leitura: TOMÁŠ HALÍK - QUERO QUE TU SEJAS

mpgpadre

TOMÁŠ HALÍK (2016). Quero que Tu sejas! Podemos acreditar no Deus do Amor. Prior Velho: Paulinas Editora. 272 páginas.

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       "Tomáš Halík nasceu emm Praga atual República Checa, no ano de 1948. Licenciou-se em Sociologia, Filosofia e Psicologia na Universidade de Charles, Praga, nos inícios dos anos 70. Estudou Teologia, clandestinamente, na mesma cidade, estudo que continuou na Universidade Lateranense, em Roma, e na Faculdade Pontifícia de Teologia, em Wroclaw (Polónia). Durante a ocupação comunista, sendo perseguido como «inimigo do regime», trabalhou como psicoterapeuta de toxicodependentes. Foi clandestinamente ordenado sacerdote em Erfurt (Alemanha do Leste, em 1978, e trabalhou na «Igreja subterrânea», onde foi um dos assessores mais próximos do cardeal Tomášek".

       Na lombada interior da capa, breve apresentação, de Tomáš Halík, de quem já sugerimos outro belíssimo título - O MEU DEUS É UM DEUS FERIDO. Depois de ter escrito sobre fé e esperança, alguém lhe perguntou porque não escrevia sobre o amor. 

       O autor começa por fazer uma pergunta que habitualmente vamos fazendo, mas para a qual nem sempre encontramos uma resposta satisfatória: deonde vem o mal?. "É possível que hoje em dia nos tenhamos acostumado tanto ao mal, à violência e ao cisnismo, que façamos a nós próprios, com surpresa, outra pergunta: donde provém a ternura e a bondade?

       Ao longo do livro, enraizado na Sagrada Escritura, mas também na história, na experiência, na cultura, o autor vai mostrando que o amor é fonte de todo o bem e em todo o bem é possível encontra Deus de amor. Um dos fios condutores é apresentar o duplo mandamento, a interligação entre o amor a Deus e ao próximo como a si mesmo. Amar a Deus, amando o próximo. Deus está em nós. O amor habita-nos na identidade mais profunda, onde podemos encontrar Deus.

       Mais que uma resposta, Deus é pergunta. Não é um dado adquirido, mas sempre me transcende. Vai além de toda a compreensão humana, ainda que Se deixe ver em Jesus Cristo. "Os meus livros não são destinados àqueles que têm certeza absoluta de que compreendem perfeitamente o que significa o mandamento do amor a Deus. Esses certamente já têm a sua recompensa. Eu dirigo-me àqueles que buscam o significado dessas palavras, quer se considerem crentes... quase-crentes ou «antigos crentes»... incrédulos e agnósticos ou não crentes".

 

Algumas expressões:

"Associar os mandamentos do amor a Deus e o mandamento do amor uns aos outros - o núcleo do Evangelho - é a forma de redescobrir o Deus que «desapareceu», especificamente, na nossa relação com o próximo. Deus acontece onde quer que nós amemos as pessoas, o nosso próximo".
"Deus não pode ser obejeto de amor porque Deus não é um obejeto; a perceção objetiva de Deus conduz à idolatria. Eu não posso amar a Deus da mesma maneira que amo outro ser humano, a minha cidade, a minha paróquia ou o meu trabalho. Deus não está diante de mim, tal como a luz também não está diante de mim: eu não consigo ver a luz, só posso ver as coisas iluminadas pela luz".
"Deus acontece ali onde nós amamos".
"É necessário despir a própria alma, porque só quando já nada restar entre nós e a vontade de Deus, se poderá dar aquela união com Deus a que se chama Amor. Nesse momento somos «transformados em Deus por amor»".
"Há vários anos que me sinto fascinado com um definição do amor que é atribuída a Santo Agostinho: amo: volo ut sis (Amo-te, quero que Tu seja!)... «Eu quero que tu sejas». Esta frase exprime a ausência de dúvidas acerca da existência do amado; a sua existência é óbvia para mim, e o meus sentidos podem prová-la. esta frase exprime a minha confirmação fundamental da existência do meu amado, a minha alegria por ele existir. Eu não me limito a notar a sua existência, experimento-a como gratidão, como qualquer coisa que enriquece fundamentalmente a minha própria vida, sem o meu amado, o meu eu profundo perderia a sua integridade, sem ele o meu mundo ficaria desolado e terrivelmente cinzento.
No amor eu abro um lugar de segurança dentro de mim para a pessoa que amo, no qual ela pode ser plena e livremente quem é. Não precisa de representar nem de fingir para mim, nem de tentar merecer continuamente o meu amor através das suas ações. Além disso, só messe lugar seguro de amor é que uma pessoa se pode tornar aquilo que até então só era em potência. Só agora se pode aperceber do seu pleno potencial, que, sem amor, ficaria atrofiado, murcho e sufocado nas suas próprias raízes.
Estou contente por te ter conhecido; alegro-me pelo milagre do amor; quero que a pessoa a quem amo continue a estar comigo. Sim, gostaria que vivêssemos juntos para sempre. A frase «Eu amo-te, quero que Tu sejas» de Agostinho conduz a outra frase, ou seja, à definição magnífica de Gabriel Marcel: «Amar alguém é dizer-lhe: "Tu não morrerás"»... Dentro do verdadeiro amor há sempre uma fonte de eternidade".
"Deus não é «uma terceira pessoa» na relação entre duas pessoas; Deus é a base e a fonte dessa relação".
"Amar a Deus significa sentirmo-nos profundamente gratos pelo milagre da vida e exprimir essa gratidão ao longo da própria vida, aceitando a minha sorte mesmo quando esta não condiz com os meus planos e expectativas. Amar a Deus significa aceitar com paciência e atenção os encontros humanos como mensagens de Deus cheias de sentido - mesmo quando sou incapaz de as compreender devidamente. Amar a deus significa confiar que até os momentos difíceis e obscuros me revelarão um doa o seu significado".
"Deus não pode forçar os seres humanos a aceitar a salvação, o perdão e a misericórdia. Teoricamente é possível que alguém, pelo seu profundo desejo de que «Deus não seja», manifeste esse perverso desejo de forma tão consistente que acabe por se esquivar fatalmente a Deus e por se condenar a si próprio ao eterno afastamento de Deus e separação em relação a Ele".
"Aquilo que Deus traz para a história, onde nós o devemos procurar, é o amor. Eu sou cristão porque aprendi a acreditar nesse amor".
"A fé requer a coragem de escolher e de confiar".
Citando Teilhard de Chardin, "O amor é a única força capaz de unificar as coisas sem as destruir"

09.05.15

O que vos mando é que vos ameis uns aos outros

mpgpadre

1 – «Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor».

Crescemos e amadurecemos imitando os outros no nosso comportamento, nos nossos gestos. O convívio prolongado acentua as parecenças até no timbre de voz. Ao telefone, confundimos a voz de dois irmãos, ou da mãe e da filha… Há filhos que caminham como os pais, têm os mesmos trejeitos e imitam-nos no vestir.

E como cristãos, quem é que imitamos? A quem seguimos?

Os valores que defendemos nem sempre estão em concordância com a nossa fé. Na última viagem apostólica de João Paulo II aos EUA, havia milhares de jovens que o aplaudiam. Quando lhes perguntaram sobre valores, da vida, da dignidade da pessoa humana desde a conceção à morte natural, as respostas eram curiosas: gostavam do Papa – figura mundial – mas não das ideias que defendia.

Temos um modelo a seguir: Jesus Cristo. Como o Pai me ama, também Eu vos amo. Amai-vos uns aos outros como EU vos amo.

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2 – As palavras movem, os testemunhos arrastam. Como sublinhava o Papa Paulo VI, o nosso tempo mais que mestres quer testemunhas, ou mestres que sejam testemunhas. Jesus dá-nos o exemplo. É a referência da nossa vida, dos nossos gestos. Devemos ser referência uns para os outros, mas na medida em que transparecemos Jesus Cristo e o Seu evangelho de verdade e de caridade. Como nos dirá São Paulo: sede meus imitadores como eu sou imitador de Cristo.

O plano original de Deus aponta para uma imitação libertadora, como família, revendo-nos uns nos outros. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Saímos das Suas mãos e do Seu coração. Auxiliares uns dos outros. O pecado surge não por sermos diferentes, mas por queremos excluir os outros da nossa vida e colocar-nos diante deles como senhores absolutos do mundo.

A Encarnação Cristo e o Seu mistério pascal recoloca-nos na senda de Deus, orientando-nos uns para os outros, assumindo-nos como irmãos, como família. Ele entrega a Sua vida por nós. «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos».

A amizade leva-nos à proximidade e à identificação. Identificamo-nos com os nossos amigos, aceitamos conselhos, recomendações, pedimos a opinião. «Fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros». Como ramos unidos à videira, também nós daremos muitos frutos se unidos a Cristo.

 

3 – Com efeito, diz-nos o apóstolo são João, na segunda leitura, «Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele».

O amor ao próximo não é uma opção. Se seguimos Cristo é para O imitarmos, acolhendo a Sua palavra. Somos discípulos missionários. Embrenhamo-nos no Evangelho e transparecemo-lo através da nossa vida, até que possamos dizer o mesmo que o apóstolo Paulo: «Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim» (Gl 2, 20), «Para mim, viver é Cristo» (Fil 1, 21).

Jesus dá a Sua vida por nós. Nesta entrega é visível que Deus nos ama primeiro para que também nós possamos amar-nos uns aos outros. É no amor que conheceremos a Deus e n'Ele permaneceremos.

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Textos para a Eucaristia (B): Atos 10, 25-26. 34-35. 44-48; Sl 97 (98); 1 Jo 4, 7-10; Jo 15, 9-17.

 

Reflexão dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.

25.10.14

Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?

mpgpadre

1 –  Primazia do amor a Deus concretizável e traduzido no amor ao próximo, ficariam desfeitas com a resposta de Jesus aos fariseus: «‘Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas».

Respondendo à pergunta dos fariseus, logo Jesus acrescenta um segundo mandamento, semelhante ao primeiro, juntando-os. Nos dois mandamentos está contida toda a Sagrada Escritura, a Lei e os Profetas. O amor a Deus conduz e exige o amor ao próximo. Quem é o meu próximo? Próximo é quem se aproxima para ajudar (cf. Lc 10, 29-37).

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2 – Em Jesus, a evidência: tudo o que nos liga a Deus, aproxima-nos dos outros. Até mesmo a oração. A vida de Jesus é disso exemplo. A cumplicidade com Deus não Lhe rouba tempo para estar onde é necessário estar.

A hipocrisia que Jesus vislumbra em alguns grupos dirigentes não é uma novidade. Os profetas – Isaías, Jeremias, Ezequiel, Joel – deixam transparecer a dicotomia entre a religião e a vida concreta. São palavras duras, sobretudo em relação àqueles que tinham a missão e a obrigação de cumprir a palavra de Deus, visualizando-a na justiça, no cuidado dos mais desfavorecidos, órfãos e viúvas, no acolhimento dos estrangeiros, na solidariedade com os vizinhos, no perdão aos ofensores e aos devedores, na concórdia dentro da família.

 

3 – Diz o Senhor: «Não prejudicarás o estrangeiro… Não maltratarás a viúva nem o órfão… Se emprestares dinheiro a alguém do meu povo, não o sobrecarregarás com juros. Se receberes como penhor a capa do teu próximo, terás de lha devolver até ao pôr-do-sol, pois é tudo o que ele tem para se cobrir…»

É vontade de Deus que a justiça, a proximidade, o acolhimento, a generosidade, façam parte do nosso estilo de vida. Deus olha e vê o seu povo e a miséria dos seus eleitos. O mal que fizermos aos outros ou o bem que deixarmos de fazer, pesará nas nossas contas com Deus.

 

4 – Se nos calarmos, se silenciarmos o grito dos injustiçados, dos esquecidos, dos sem voz nem vez, Deus há de pedir-nos contas. Mas Ele não Se esquecerá. Ele não deixará de ouvir o seu clamor, sobretudo o clamor do pobre:

"Eu Vos amo, Senhor, minha força, / minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador. / Na minha aflição invoquei o Senhor / e clamei pelo meu Deus. / Do seu templo Ele ouviu a minha voz / e o meu clamor chegou aos seus ouvidos".

Deus vem em meu auxílio, em todos os momentos da minha vida, conduz-me pela mão, e leva-me ao colo ou sustenta-me aos ombros. O pobre clamou, o Senhor ouviu a sua voz. 


Textos para a Eucaristia (A): Ex 22, 20-26; Sl 17 (18); 1 Tes 1, 5c-10; Mt 22, 34-40.

 

29.09.13

O Rico avarento e o Pobre Lázaro

mpgpadre

       1 – Mais uma parábola extraordinária de Jesus. O rico avarento e o pobre Lázaro.

       O rico não tem nome. Jesus não identifica os fautores do mal. Os pobres têm nome. Na alegria todas as famílias são iguais, na tristeza cada uma sofre à sua maneira. Na avareza não nos diferenciamos, tenhamos muito ou pouco. A pobreza tem rostos e tem nomes. Na sociedade deste tempo contam sobretudo como número. Tantos pobres. Tantos desempregados. Tantos a morrer de fome…

       Enquanto houver uma pessoa com fome, a viver na miséria, mesmo que já não entre nas contagens oficiais, não podemos cruzar os braços e assobiar para o lado como se não fosse nada connosco. É comigo. É contigo. Ajudar a matar a fome e a criar condições para que aquela pessoa possa gerir autonomamente a sua vida. É necessário dar o peixe e logo ajudar a pescar.

       É revoltante ver como os governantes, e a comunicação social, se alarmam com a descida de um por cento na bolsa e silenciem a morte de milhares de pessoas que todos os dias morrem à fome.

       O desemprego é, neste contexto, um drama. A pessoa que não tem emprego, mesmo que conte com a ajuda da família, ou com a subsidiariedade (obrigatória) do Estado, está carente da sua realização, colocando em causa a dignidade de ser pessoa.

       É Lázaro que pede as sobras, as migalhas que caem da mesa, e que mais facilmente damos aos cães, fazendo deles nossa família. Tratar bem os animais, mas sem esquecer a primazia que o outro nos merece, este sim nosso irmão, carne da minha carne, osso dos meus ossos… Lázaro – Deus ajuda. Sempre ajuda através de nós. Deus está de forma privilegiada no pobre, no mais pequenino. As migalhas que caem das nossas mesas, alimentos desperdiçados, correspondem ao PIB da Suíça, 1,3 mil milhões de toneladas que vão para o lixo todos os anos. 870 milhões de Lázaros.

       2 – Sinais preocupantes de individualismo e logo ao lado tantos gestos de partilha, abnegação, de solidariedade.

       Quando o ser humano se fecha e se fixa como medida de todas as coisas corre o sério risco de se tornar deus para os demais. Igualmente perigoso é endeusar o dinheiro, a riqueza, os bens materiais. Se a pessoa é escrava dos bens que deveriam facilitar a sua vida acabará na ruína (afetiva, emocional, como ser humano).

       A palavra de Deus não é para justificar a nossa inveja ou obrigarmos os outros a partilhar. A fé, o compromisso com Cristo, obriga-me. Obriga-te. Compromete-nos. Aquele que quiser ser o maior seja o servo de todos. Só seremos verdadeiramente discípulos se e quando nos identificarmos com o Mestre, que dá TUDO e Se entrega TOTALMENTE a nós, dá-nos o próprio Céu como herança.

       Alguém tem uma fortuna: ganhou-a honestamente, como herança ou fruto do trabalho, paga de forma justa aos seus empregados, cria mais emprego, paga os respetivos impostos no país onde gera a riqueza. Nada a reclamar. Tolera-se que um jogador ganhe pelo seu talento! E se um génio da medicina fosse pago a ouro?

       Os bens que possuímos são devedores de outras inteligências, de outros tempos, e toda a fortuna é gerada “à custa” de outros, nem sempre devidamente compensados. Pelo meio fica o trabalho infantil, mão-de-obra baratíssima, explorando pessoas/famílias carenciadas…

       3 – Há aqui uma linha que separa. Para Jesus, se há um Lázaro, eu sou responsável por ele. Se o deixo à fome, estou a desviar-se da minha identidade batismal. Como bem disse Santo Ambrósio, aquilo que damos aos pobres como esmola não nos pertence, é deles por direito. A lei que nos obriga é a Lei do Amor.

       No início da crise económico-financeiro e perante a ameaça o colapso financeiro, os governos injetaram nos bancos dinheiro mais que suficiente para acabar com a fome no mundo inteiro. Conclusão: existe fome no mundo porque não há vontade política de a irradiar.

       Na parábola deste dia, Jesus volta à perspetiva do Juízo final. O bem ou o mal que fazemos trará consequências, aqui na terra e na eternidade. O rico avarento há de ser julgado pelo egoísmo, indiferença e desprezo com que tratou os Lázaros que bateram à sua porta. Como refere, a propósito desta parábola, D. António Couto, chegará o dia em que o rico levantará o olhar para Deus… além do seu umbigo!


Textos para a Eucaristia (ano C): Am 6, 1a.4-7; 1 Tim 6, 11-16; Lc 16, 19-31.

 

28.04.13

Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros

mpgpadre

       1 – As últimas palavras e desejos de uma pessoa são para realizar. O evangelho que hoje nos é proposto faz-nos regressar atrás para logo nos devolver à atualidade, em tensão para o futuro. Durante a Última Ceia, ou a primeira de um tempo novo, com Jesus Cristo ao centro da Mesa e da refeição, “quando Judas saiu do cenáculo, disse Jesus aos seus discípulos: «Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros».

       Aproximam-se os últimos momentos da história temporal de Jesus. Senta-se à volta de uma refeição familiar, revivendo a tradição pascal dos judeus. O ambiente vai-se adensando. Um dos discípulos já se levantou da mesa e abandonou a casa, ainda que eles não saibam razões.

       O semblante de Jesus está sereno, com um olhar firme, profundo, penetrante. Olha em volta, para os discípulos, olhos nos olhos. Percebe-se que alguma coisa está para chegar. Jesus quer que os seus discípulos fiquem tranquilos, confiantes, pois nada do que acontecer escapará à vontade de Deus. É preciso vigilância, cuidado para não deixar que o coração se feche e enegreça.

       2 – Depois da morte de Jesus, e sucessiva aparição do Ressuscitado, os discípulos vão procurar as palavras mais importantes e significativas de Jesus, bem como os seus feitos. Estas palavras finais são essenciais no Testamento de Jesus: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Como é que Jesus nos amou? Deu a vida por nós. A referência é Ele – como EU vos fiz fazei vós também uns aos outros. Lavei-vos os pés para vos servir de exemplo. O discípulo não é maior que o Mestre. O Mestre veio para servir e dar a vida por todos. Os discípulos deverão sintonizar na frequência de Jesus, dando a vida, amando, servindo. Só dessa forma nos reconhecerão como Seus discípulos.

       Deus toma-nos a dianteira, no amor, na entrega. Dá-nos o Seu Filho. Agora é tempo de vivermos ao Seu jeito, seguindo os seus passos. Disse, por estes dias, o Papa Francisco: “nós seremos julgados por Deus sobre a caridade, sobre como nós O teremos amado nos nossos irmãos, especialmente os mais débeis e necessitados”.

       A marca do cristão é AMAR. Só desta forma seremos verdadeiramente discípulos de Jesus e n'Ele irmãos uns dos outros.

 

       3 – O que é preciso para nos tornarmos discípulos de Jesus?

       Responde Jesus de forma categórica: se vos amardes uns aos outros. O compromisso com os outros a partir do amor sem medida e cuja referência, fundamento e conteúdo é Jesus no Seu jeito de amar.

       O Papa Francisco, na primeira Eucaristia como Papa, celebrada na capela Sistina com os Cardeais, apontava três atitudes essenciais:

  • CAMINHAR. Caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor…
  • EDIFICAR. Edificar a Igreja, a Esposa de Cristo, sobre aquela pedra angular que é o próprio Senhor.
  • CONFESSAR. Podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo… tornar-nos-emos uma ONG sócio caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor.

       Foi precisamente isto que entenderem os seguidores de Jesus. Paulo e Barnabé prosseguem a missão evangelizadora, estabelecendo comunidades (1.ª leitura). As tribulações fazem parte do anúncio. Anuncia-se a Ressurreição mas também Cristo crucificado. Sobrevém o ADN dos cristãos: alegria, esperança e testemunho.

 

       4 – A raiz da nossa fé é Jesus. É Ele que vem, que constrói, que edifica em nós através do Seu Espírito de Amor. Ele fará em nós coisas novas, criará os novos Céus e nova Terra (2.ª leitura) onde habitaremos como irmãos, apesar dos sofrimentos e dos sinais diabólicos que persistem em destruir, dividir, em silêncios comprometidos com as injustiças sociais, violência sobre os mais débeis, corrupção que corrói e mina as democracias.

em todos.


Textos para a Eucaristia (ano C): Atos 14,21b-27 ; Ap 21,1-5a; Jo 13,31-33a.34-35.

 

Reflexão Dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e nosso blogue CARITAS IN VERITATE

04.11.12

Amarás o Senhor teu Deus... e o teu próximo como a ti mesmo

mpgpadre

       1 – Jesus é um extraordinário ACONTECIMENTO na vida do mundo, um DOM na história da humanidade. Cada gesto, palavra, olhar, sorriso, cada encontro, são expressão sublime do AMOR que Jesus nos vem trazer. Ele não anuncia um código de valores ou de obrigações, delimitando os direitos e os deveres e a linha divisória entre o bem e o mal, o aceitável e o condenável. A Sua vida é sobretudo presença, vida nova, proximidade, e não tanto discurso, texto.

       A aproximação ao CAMINHO de Jesus faz-se aceitando o colorido de experiências de cada um. Ninguém, em definitivo, poderá considerar-se como ser acabado, perfeito, impecável.

       Jesus não se detém a discutir os pormenores da Lei, ou os preceitos que autorizam e sancionam os que são dignos e puros perante a religião. Detém-se diante de pessoas, de carne e osso. Cada pessoa vale. Vale muito. Vale tudo. Ele deixa tudo por cada pessoa excluída.

        2 – Quando um doutor da Lei se aproxima de Jesus e Lhe pergunta sobre o maior dos mandamentos, a resposta, que ambos conhecem, está explícita na Sagrada Escritura: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes».

       Sabemos a formulação e o resumo dos mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Os seguidores de Jesus Cristo não precisam de mais leis. Têm o que é preciso: colocar Deus antes e acima de tudo e de todos.

       Como nos mostra o evangelista Marcos, nestes últimos domingos, o serviço ao outro, o amor sem limites, a inclusão dos excluídos, é a melhor forma, a única, de amar a Deus. Quem quiser seguir Jesus faça como Ele: ame. Viva para amar e para servir.

       O escriba sanciona com alegria as palavras de Jesus: «Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios».

       Jesus não fala do alto de uma tribuna, expondo, mas percorre a vida das pessoas, encontra-Se com estrangeiros, mulheres e publicanos, doentes, crianças e pecadores públicos. Não desvia o olhar de ninguém. A multidão que O acompanha não abafa a voz de um.

 

       3 – As leis, ontem como hoje, têm de servir as pessoas, a sua dignidade, a inclusão, a justiça, a verdade. Para as pessoas do povo, as leis têm de ser claras, diretas, sem subterfúgios. Para os entendidos, a complexidade das leis serve para iludir os demais…

       Jesus não é um fazedor de leis, mas curador de corações. Não dita ensinamentos, mas comunica a experiência de proximidade a Deus, ensina com a vida, a amar, a perdoar, a acolher, a dar, a reconhecer nos outros a presença de Deus.

       Amo a Deus, amando os que Ele me dá para amar.

 

       4 – A Epístola aos Hebreus, mostra-nos a originalidade do sacerdócio de Jesus Cristo, como paradigma e como desafio ao nosso compromisso sacerdotal. Em Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, o Céu desce à terra e da terra Jesus eleva o homem até à eternidade. Jesus é mediador da Graça de Deus. Santifica-nos.

       N'Ele o AMOR de Deus é-nos revelado em plenitude. Jesus é o ROSTO e a PRESENÇA de Deus no mundo.

“Tal era, na verdade, o sumo-sacerdote que nos convinha: santo, inocente, sem mancha, separado dos pecadores e elevado acima dos céus,… que Se ofereceu a Si mesmo, de uma vez para sempre”.


Textos para a Eucaristia (ano B): Deut 6, 2-6; Hebr 7, 23-28; Mc 12, 28b-34.

 

Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço

23.10.11

Amarás o Senhor teu Deus e o próximo como a ti mesmo

mpgpadre

       1 – Disse-lhes e diz-nos Jesus: «‘Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas».

       A pergunta feita a Jesus, por um doutor da lei, sobre o mais importante dos mandamentos, permite, uma vez mais, ao Mestre dos Mestres, lembrar que não basta saber é essencial que o saber leve ao compromisso concreto com o próximo.        É uma cilada, mas Jesus não deixa de responder. Segundo a Sagrada Escritura (que corresponde, para nós, ao Antigo Testamento) é inequívoco que o mandamento mais importante é amar a Deus antes e acima de tudo. O doutor da lei tem obrigação de saber. Para qualquer crente, judeu ou cristão, amar a Deus com todas as forças, com todas as capacidades intelectuais, volitivas, espirituais, é o ponto de partida e de chegada, é o princípio e o fim de todas as escolhas. As nossas opções devem procurar estar conformes à vontade de Deus, à Palavra do Senhor. Quando isso acontece, então tudo o mais se tornará fácil e o cumprimento dos restantes mandamentos já se inclui no amor a Deus sobre todas as coisas.

       Porém, se não há dúvidas quanto ao primeiro mandamento, já quanto à importância dos outros havia algumas discussões. Jesus acrescenta, desfazendo dúvidas e confusões, que o segundo mandamento é amar o próximo como a si mesmo. E o próximo é toda a pessoa que encontramos e não apenas os que fazem parte do nosso grupo, da nossa nacionalidade, da nossa religião. Mais, Jesus dirá mesmo que nós é que nos tornamos próximos sempre que nos predispomos a ir ao encontro do outro.

       Vivendo estes dois mandamentos, cumpre-se com todos os outros preceitos existentes na Sagrada Escritura.

 

       2 – Na primeira leitura, do Livro do Êxodo, Moisés explicita os mandamentos na relação com o próximo, concretizando com algumas situações reais em que se poderá provar e experimentar o amor ao próximo.

       "Não prejudicarás o estrangeiro, nem o oprimirás, porque vós próprios fostes estrangeiros na terra do Egipto. Não maltratarás a viúva nem o órfão... Se emprestares dinheiro a alguém do meu povo, ao pobre que vive junto de ti, não procederás com ele como um usurário, sobrecarregando-o com juros... Se receberes como penhor a capa do teu próximo, terás de lha devolver até ao pôr-do-sol, pois é tudo o que ele tem para se cobrir, é o vestuário com que cobre o seu corpo. Com que dormiria ele? Se ele Me invocar, escutá-lo-ei, porque sou misericordioso".

       Muitos anos antes de Jesus, já a Sagrada Escritura sanciona em concreto a vivência do amor ao próximo, atendendo com generosidade e hospitalidade ao estrangeiro que vem até nós, ajudando aqueles que estão numa situação mais frágil (mais precária), que ao tempo eram os órfãos e as viúvas; emprestando dinheiro aos pobres, mas sem juros... se não tem dinheiro para sobreviver como poderiam ter dinheiro para pagar juros... é o contrário do que fazem hoje os países do primeiro mundo em relação aos países do terceiro e do quarto mundos...

       A radicalidade do compromisso com o nosso semelhante já é por demais evidente no livro do Êxodo. Jesus colocará uma referência inelutável: amar o próximo dando a vida por ele, isto é, amar como Ele amou, até ao fim, dando a própria vida se necessário.

 

       3 - Com efeito, recorda-nos São Paulo na segunda leitura, a referência fundamental é Jesus Cristo, o Seu amor por nós. Ele salva-nos dando a Sua vida, oferecendo-Se em obediência ao projecto de Deus. "Vós sabeis como procedemos no meio de vós, para vosso bem. Tornaste-vos imitadores nossos e do Senhor, recebendo a palavra no meio de muitas tribulações, com a alegria do Espírito Santo; e assim vos tornastes exemplo para todos os crentes da Macedónia e da Acaia".

       O que Paulo nos recomenda, como à comunidade de Tessalónica, é que em tudo procuremos imitar Jesus Cristo. Por vezes torna-se mais fácil imitar o Senhor se tivermos por perto quem exemplifique este amor, como São Paulo para as comunidades que fundou. O Apóstolo relembra que se tornou testemunho do Evangelho de Jesus Cristo, mas que também a comunidade soube responder em zelo e dedicação, ainda que no meio de muitas tribulações.

        O mesmo desejamos para nós e para as nossas comunidades cristãs. No meio das tribulações do tempo presente não deixemos de procurar realizar a vontade de Deus na caridade sem limites, ao jeito de Jesus Cristo.


Textos para a Eucaristia (ano A): Ex 22,20-26; 1 Tes 1,5c-10; Mt 22,34-40.

 

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