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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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23.02.19

Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam...

mpgpadre

1 –  Amar os amigos, rezar pelas pessoas de quem se gosta, emprestar de quem se espera algo em troca, fazer favores para mais tarde os cobrar, não é nada do outro mundo. Jesus convida a ir mais longe, a amar mais, a dar-se mais, a gastar-se totalmente em prol dos outros. «Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, orai por aqueles que vos injuriam. A quem te bater numa face, apresenta-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, deixa-lhe também a túnica. Dá a todo aquele que te pedir e ao que levar o que é teu, não o reclames. Como quereis que os outros vos façam, fazei-lho vós também».

Aquele é (ou era) uma pessoa cinco estrelas, amigo do seu amigo. Eu sou amigo de toda a gente, desde que não me cheguem mostarda ao nariz, pois aí é que me ficarão a conhecer. É uma tautologia. Ser amigo do amigo não custa, é natural, lógico, não se esperaria outra coisa. Ora o Evangelho desafia-nos a superar-nos, a perdoar a quem nos ofende, a dizer bem (= a abençoar) de quem nos injuria, a optar por inverter qualquer resquício de ódio, de irritação contra o outro, colocando de lado a vontade de vingança. Não apenas a não dizer mal, não apenas a não fazer mal, mas positivamente, dizendo e fazendo bem.

A referência é Cristo, que passou fazendo o bem, sem exceção de pessoas. Isso não invalida a Sua opção preferencial pelos mais pobres, os excluídos da sociedade, da cultura, da política e da religião, da economia, doentes, leprosos e coxos, cegos e surdos, pecadores e publicanos, mulheres de vida duvidosa e crianças, estrangeiros e pedintes. A lógica é essa: incluir, devolver a dignidade perdida, recuperar, refazer o tecido humano e social, salvar pecadores.

Por vezes, ao olharmos para o mundo, podemos desanimar perante a espiral de violência, pobreza, corrupção, expressão de egoísmo, de inveja e de prepotência. Sempre foi assim… Isso é para quem tem dinheiro e conhecimentos... Que posso fazer para mudar as coisas? E, depois, ouvimos a Santa Teresa de Calcutá: o que faço pode ser apenas uma gota de orvalho no vasto oceano, contudo, essa gota faz diferença, sem ela o oceano não está completo.

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2 – Jesus não Se rende, não vacila, não Se cala diante das injustiças, da hipocrisia. Mais do que palavras usa a vida, os gestos, convivendo com os excluídos, misturando-Se com o povo, como dirá o Papa Francisco, tem o cheiro das ovelhas, entranha-Se nas suas vidas, com as suas alegrias e tristezas, lutas e sofrimentos.

Pela palavra e pelos gestos, Jesus não Se conforma com a falsidade, com a arrogância, com os abusos de poder, mas a Sua luta não passa pela força, pela violência, não passa por pagar com a mesma moeda. A Sua força é amor, a Sua vingança é o perdão, a Sua revolta é a compaixão.

 

3 – Para seguir Jesus, ser cristão, não basta não fazer mal, é preciso imitá-l'O, sendo fiel aos Seus ensinamentos. Há, a propósito, uma estória de um homem, que no seu viver escrupuloso pediu para ser encerrado numa cabana, com as mãos e os pés atados, para não fazer nada a ninguém. Quando morreu e foi à presença do Senhor, apresentou-se feliz pois nunca tinha feito mal a ninguém. Então o Senhor perguntou-lhe: e fizeste bem a quem? Quantas pessoas ajudaste? Os dons que eu te dei o que fizeste, guardaste-os para quem?

Seguir Jesus implica-nos com os outros, com a transformação positiva da realidade, procurando ser mais-valia em todas as situações. «Se amais aqueles que vos amam, que agradecimento mereceis? Também os pecadores amam aqueles que os amam. Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto».

Não precisamos de querer ser melhores que os outros, pelo menos na intenção e na definição, precisamos de ir mais além em tudo o que fazemos. «Amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca. Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e dar-se-vos-á: deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também convosco».

____________________________________________________________________________________________

Textos para a Eucaristia (ano C): 1 Sam 26, 2. 7-9.12-13.22-23; Sl 102 (103); 1 Cor 15, 45-49; Lc 6, 27-38.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

 

28.08.16

Leitura: TOMÁŠ HALÍK - QUERO QUE TU SEJAS

mpgpadre

TOMÁŠ HALÍK (2016). Quero que Tu sejas! Podemos acreditar no Deus do Amor. Prior Velho: Paulinas Editora. 272 páginas.

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       "Tomáš Halík nasceu emm Praga atual República Checa, no ano de 1948. Licenciou-se em Sociologia, Filosofia e Psicologia na Universidade de Charles, Praga, nos inícios dos anos 70. Estudou Teologia, clandestinamente, na mesma cidade, estudo que continuou na Universidade Lateranense, em Roma, e na Faculdade Pontifícia de Teologia, em Wroclaw (Polónia). Durante a ocupação comunista, sendo perseguido como «inimigo do regime», trabalhou como psicoterapeuta de toxicodependentes. Foi clandestinamente ordenado sacerdote em Erfurt (Alemanha do Leste, em 1978, e trabalhou na «Igreja subterrânea», onde foi um dos assessores mais próximos do cardeal Tomášek".

       Na lombada interior da capa, breve apresentação, de Tomáš Halík, de quem já sugerimos outro belíssimo título - O MEU DEUS É UM DEUS FERIDO. Depois de ter escrito sobre fé e esperança, alguém lhe perguntou porque não escrevia sobre o amor. 

       O autor começa por fazer uma pergunta que habitualmente vamos fazendo, mas para a qual nem sempre encontramos uma resposta satisfatória: deonde vem o mal?. "É possível que hoje em dia nos tenhamos acostumado tanto ao mal, à violência e ao cisnismo, que façamos a nós próprios, com surpresa, outra pergunta: donde provém a ternura e a bondade?

       Ao longo do livro, enraizado na Sagrada Escritura, mas também na história, na experiência, na cultura, o autor vai mostrando que o amor é fonte de todo o bem e em todo o bem é possível encontra Deus de amor. Um dos fios condutores é apresentar o duplo mandamento, a interligação entre o amor a Deus e ao próximo como a si mesmo. Amar a Deus, amando o próximo. Deus está em nós. O amor habita-nos na identidade mais profunda, onde podemos encontrar Deus.

       Mais que uma resposta, Deus é pergunta. Não é um dado adquirido, mas sempre me transcende. Vai além de toda a compreensão humana, ainda que Se deixe ver em Jesus Cristo. "Os meus livros não são destinados àqueles que têm certeza absoluta de que compreendem perfeitamente o que significa o mandamento do amor a Deus. Esses certamente já têm a sua recompensa. Eu dirigo-me àqueles que buscam o significado dessas palavras, quer se considerem crentes... quase-crentes ou «antigos crentes»... incrédulos e agnósticos ou não crentes".

 

Algumas expressões:

"Associar os mandamentos do amor a Deus e o mandamento do amor uns aos outros - o núcleo do Evangelho - é a forma de redescobrir o Deus que «desapareceu», especificamente, na nossa relação com o próximo. Deus acontece onde quer que nós amemos as pessoas, o nosso próximo".
"Deus não pode ser obejeto de amor porque Deus não é um obejeto; a perceção objetiva de Deus conduz à idolatria. Eu não posso amar a Deus da mesma maneira que amo outro ser humano, a minha cidade, a minha paróquia ou o meu trabalho. Deus não está diante de mim, tal como a luz também não está diante de mim: eu não consigo ver a luz, só posso ver as coisas iluminadas pela luz".
"Deus acontece ali onde nós amamos".
"É necessário despir a própria alma, porque só quando já nada restar entre nós e a vontade de Deus, se poderá dar aquela união com Deus a que se chama Amor. Nesse momento somos «transformados em Deus por amor»".
"Há vários anos que me sinto fascinado com um definição do amor que é atribuída a Santo Agostinho: amo: volo ut sis (Amo-te, quero que Tu seja!)... «Eu quero que tu sejas». Esta frase exprime a ausência de dúvidas acerca da existência do amado; a sua existência é óbvia para mim, e o meus sentidos podem prová-la. esta frase exprime a minha confirmação fundamental da existência do meu amado, a minha alegria por ele existir. Eu não me limito a notar a sua existência, experimento-a como gratidão, como qualquer coisa que enriquece fundamentalmente a minha própria vida, sem o meu amado, o meu eu profundo perderia a sua integridade, sem ele o meu mundo ficaria desolado e terrivelmente cinzento.
No amor eu abro um lugar de segurança dentro de mim para a pessoa que amo, no qual ela pode ser plena e livremente quem é. Não precisa de representar nem de fingir para mim, nem de tentar merecer continuamente o meu amor através das suas ações. Além disso, só messe lugar seguro de amor é que uma pessoa se pode tornar aquilo que até então só era em potência. Só agora se pode aperceber do seu pleno potencial, que, sem amor, ficaria atrofiado, murcho e sufocado nas suas próprias raízes.
Estou contente por te ter conhecido; alegro-me pelo milagre do amor; quero que a pessoa a quem amo continue a estar comigo. Sim, gostaria que vivêssemos juntos para sempre. A frase «Eu amo-te, quero que Tu sejas» de Agostinho conduz a outra frase, ou seja, à definição magnífica de Gabriel Marcel: «Amar alguém é dizer-lhe: "Tu não morrerás"»... Dentro do verdadeiro amor há sempre uma fonte de eternidade".
"Deus não é «uma terceira pessoa» na relação entre duas pessoas; Deus é a base e a fonte dessa relação".
"Amar a Deus significa sentirmo-nos profundamente gratos pelo milagre da vida e exprimir essa gratidão ao longo da própria vida, aceitando a minha sorte mesmo quando esta não condiz com os meus planos e expectativas. Amar a Deus significa aceitar com paciência e atenção os encontros humanos como mensagens de Deus cheias de sentido - mesmo quando sou incapaz de as compreender devidamente. Amar a deus significa confiar que até os momentos difíceis e obscuros me revelarão um doa o seu significado".
"Deus não pode forçar os seres humanos a aceitar a salvação, o perdão e a misericórdia. Teoricamente é possível que alguém, pelo seu profundo desejo de que «Deus não seja», manifeste esse perverso desejo de forma tão consistente que acabe por se esquivar fatalmente a Deus e por se condenar a si próprio ao eterno afastamento de Deus e separação em relação a Ele".
"Aquilo que Deus traz para a história, onde nós o devemos procurar, é o amor. Eu sou cristão porque aprendi a acreditar nesse amor".
"A fé requer a coragem de escolher e de confiar".
Citando Teilhard de Chardin, "O amor é a única força capaz de unificar as coisas sem as destruir"

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