Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele...
1 – Jesus Cristo convida-nos a um sentido positivo, inclusivo, acentuando a caridade e o perdão. Devemos combater o pecado, mas procurar, sempre, salvar o pecador, pois este é filho de Deus.
2 – Vejamos o texto do Evangelho:
«Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganho o teu irmão. Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou um publicano… Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus. Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles».
A REDENÇÃO só é possível pela CARIDADE traduzível e concretizável no PERDÃO.
Não se pode desistir do outro só porque nos ofendeu, ou porque não vamos com a sua cara. Não é cristão. Ser cristão é seguir as pegadas de Jesus, o seu jeito de DIZER e de FAZER.
Perdoar não é esquecer o mal feito, é aceitar o outro com as suas fragilidades e reconhecer que também nós somos barro e, mesmo que não seja intencional, podemos magoar os outros.
Há que esgotar todas as possibilidades de reconciliação.
3 – Somos responsáveis uns pelos outros no bem e no mal: «Sempre que Eu disser ao ímpio: ‘Ímpio, hás de morrer’, e tu não falares ao ímpio para o afastar do seu caminho, o ímpio morrerá por causa da sua iniquidade, mas Eu pedir-te-ei contas da sua morte…» (Ezequiel).
As palavras de Deus são inequívocas: pedir-te-ei contas! A nossa missão não é obrigar o outro, mas mostrar, em palavras e com a vida, o caminho que leva à felicidade, ao bem, a Deus.
4 – A nossa responsabilidade pelos outros deriva da CARIDADE que nos vem de Jesus. Seguindo-O, a nossa vida terá que se caracterizar pela compaixão, promovendo a dignidade de cada pessoa. Sou responsável especialmente pelo irmão desprotegido, desventurado.
Vejamos a belíssima página de São Paulo:
Não devais a ninguém coisa alguma, a não ser o amor de uns para com os outros, pois, quem ama o próximo, cumpre a lei. De facto, os mandamentos que dizem: «Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás», e todos os outros mandamentos, resumem-se nestas palavras: «Amarás ao próximo como a ti mesmo». A caridade não faz mal ao próximo. A caridade é o pleno cumprimento da lei.
Que mais acrescentar? Caridade. Caridade. Caridade. Como bem resumiu Santo Agostinho: Ama e faz o que quiseres. O amor aperfeiçoa todas as leis que abençoam e protegem.
5 – Nossa Senhora, evocada por estes dias, na nossa Diocese de Lamego, como Senhora dos Remédios, mostra-nos luminosamente o caminho para Jesus. No SIM ao anjo; acolhendo Jesus no seu ventre; dando-O à luz; correndo ao encontro de Isabel para a ajudar; colocando-O ao alcance dos Pastores e dos Magos; intervindo nas Bodas de Caná da Galileia; correndo ao encontro de Jesus, fixando o Seu olhar no olhar de Jesus, na Cruz; acolhendo-nos como Filhos para que A recebamos em nossa casa e aprendamos com Ela a dar Jesus ao mundo; mantendo a primeira comunidade unida, em oração, à espera de Jesus.
Condição primeira e comum: acolhê-l’O na nossa vida e deixando que Ele marque o ritmo dos nossos dias.
Textos para a Eucaristia (ano A): Ez 33, 7-9; Sl 94 (95); Rom 13, 8-10; Mt 18, 15-20.
Reflexão dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço
e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE