Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?
1 – Primazia do amor a Deus concretizável e traduzido no amor ao próximo, ficariam desfeitas com a resposta de Jesus aos fariseus: «‘Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas».
Respondendo à pergunta dos fariseus, logo Jesus acrescenta um segundo mandamento, semelhante ao primeiro, juntando-os. Nos dois mandamentos está contida toda a Sagrada Escritura, a Lei e os Profetas. O amor a Deus conduz e exige o amor ao próximo. Quem é o meu próximo? Próximo é quem se aproxima para ajudar (cf. Lc 10, 29-37).
2 – Em Jesus, a evidência: tudo o que nos liga a Deus, aproxima-nos dos outros. Até mesmo a oração. A vida de Jesus é disso exemplo. A cumplicidade com Deus não Lhe rouba tempo para estar onde é necessário estar.
A hipocrisia que Jesus vislumbra em alguns grupos dirigentes não é uma novidade. Os profetas – Isaías, Jeremias, Ezequiel, Joel – deixam transparecer a dicotomia entre a religião e a vida concreta. São palavras duras, sobretudo em relação àqueles que tinham a missão e a obrigação de cumprir a palavra de Deus, visualizando-a na justiça, no cuidado dos mais desfavorecidos, órfãos e viúvas, no acolhimento dos estrangeiros, na solidariedade com os vizinhos, no perdão aos ofensores e aos devedores, na concórdia dentro da família.
3 – Diz o Senhor: «Não prejudicarás o estrangeiro… Não maltratarás a viúva nem o órfão… Se emprestares dinheiro a alguém do meu povo, não o sobrecarregarás com juros. Se receberes como penhor a capa do teu próximo, terás de lha devolver até ao pôr-do-sol, pois é tudo o que ele tem para se cobrir…»
É vontade de Deus que a justiça, a proximidade, o acolhimento, a generosidade, façam parte do nosso estilo de vida. Deus olha e vê o seu povo e a miséria dos seus eleitos. O mal que fizermos aos outros ou o bem que deixarmos de fazer, pesará nas nossas contas com Deus.
4 – Se nos calarmos, se silenciarmos o grito dos injustiçados, dos esquecidos, dos sem voz nem vez, Deus há de pedir-nos contas. Mas Ele não Se esquecerá. Ele não deixará de ouvir o seu clamor, sobretudo o clamor do pobre:
"Eu Vos amo, Senhor, minha força, / minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador. / Na minha aflição invoquei o Senhor / e clamei pelo meu Deus. / Do seu templo Ele ouviu a minha voz / e o meu clamor chegou aos seus ouvidos".
Deus vem em meu auxílio, em todos os momentos da minha vida, conduz-me pela mão, e leva-me ao colo ou sustenta-me aos ombros. O pobre clamou, o Senhor ouviu a sua voz.
Textos para a Eucaristia (A): Ex 22, 20-26; Sl 17 (18); 1 Tes 1, 5c-10; Mt 22, 34-40.
Reflexão dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço
e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.