Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho!
1 – As pessoas que nos são mais próximas são as que mais nos surpreendem. Positiva e negativamente. Conhecemo-nos de ginjeira, mas um dia a pessoa faz algo que não nunca imaginaríamos .
A pessoa é única e irrepetível, é um mistério que nos escapa, nunca é totalmente decifrável. Por outro lado, a proximidade física e emocional pode toldar-nos a forma como vemos o outro, protegendo-o ou desconfiando que possa ultrapassar-nos seja no que for.
Jesus encontra-se na sinagoga de Nazaré, cidade onde cresceu. Entre a assembleia estão conhecidos, familiares, amigos. Conhecem-n'O: «Não é este o filho de José?». Mas é um conhecimento aparente, exterior. A fama de Jesus já os tinha surpreendido. Agora querem ver, não tanto o Jesus que conhecem, mas o fazedor de milagres.
2 – «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura». Assim terminava a homilia de Jesus sobre o trecho de Isaías: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres… a proclamar o ano da graça do Senhor».
Os olhos estão fitos em Jesus. "Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca". Aparentemente sobrevem uma visão positiva acerca de Jesus que rapidamente azeda.
Jesus lê nas entrelinhas. «Não é este o filho de José?». Perguntavam, ao que Jesus responde: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum... Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra». Jesus veio para o que era seu e os seus não O receberam (Jo 1, 11). A fama precede-O. Conhecem-n'O, mas como filho de José e não como Messias. Como é que um simples carpinteiro virou mestre?
Jesus evoca Elias que em fuga é acolhido pela viúva de Serepta, estrangeira, e Eliseu que curou o Naamã, leproso, o estrangeiro sírio. Os que estão na sinagoga ficam furiosos, levantam-se e expulsam-n’O da cidade, levam-n’O ao alto da colina para o precipitarem dali abaixo, “mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho".
3 – Nada nos deve impedir ou condicionar de fazer o bem. Por vezes é necessário muita resiliência para levar a bom porto os projetos que nos animam, insistindo uma e outra vez, nunca desistindo.
Jesus segue o Seu caminho: ser bênção, anúncio e vida nova para Israel e para todos os povos. Faz-Se Caminho por nós. Vem procurar-nos para nos conduzir a Deus. As adversidades não O impedem de prosseguir. Querem matá-l'O mas ainda não chegou a Sua hora! É tempo de anunciar a Boa Nova aos pobres e a libertação aos cativos.
Deus desafia Jeremias: «Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi… te consagrei e te constituí profeta entre as nações. Cinge os teus rins e levanta-te, para ires dizer tudo o que Eu te ordenar. Não temas diante deles… Eles combaterão contra ti, mas não poderão vencer-te, porque Eu estou contigo».
Palavras elucidativas: "Não temas, faço de ti uma cidade fortificada, uma coluna de ferro, uma muralha de bronze... se recuares serei Eu que te farei temer". Venha quem vier, a Mensagem de Deus tem prioridade. O profeta não tem como se esquivar. Jesus Cristo, o Profeta por excelência, não recua um passo, segue caminho, irrompe por entre aqueles que O ameaçam em Nazaré…
4 – Jesus não está sozinho, segue confiante, sabe que o Pai está com Ele e O guia até que o tempo seja cumprido em plenitude. Jeremias é chamado por Deus e, por conseguinte, em todos os momentos Deus o acompanhará – Eu estou contigo para te salvar!
Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Mandamento novo, amor sem limites. A caridade leva-nos ao Céu. A caridade que nos vem de Jesus e nos atravessa, converte-nos e compromete-nos com os outros, para sempre, até à eternidade.
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Textos para a Eucaristia (ano C): Jer 1, 4-5. 17-19; Sl 70 (71); 1 Cor 12, 31 – 13, 13; Lc 4, 21-30.
REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço
e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE


