Ela é a aurora e a imagem da Igreja triunfante
1 – A salvação da pessoa é sempre dom de Deus. É Ele que nos salva. Criando-nos por amor, por amor nos integra na Sua vida. Podemos, como fazemos em relação aos nossos pais, distanciar-nos, partir, manter-nos à distância e renunciar à nossa filiação. Porém, eles continuam a ser nossos pais e nós continuamos a ser seus filhos.
Maria é salva por Deus. Todavia, se Deus nos cria por amor sem nós, parafraseando Santo Agostinho, não nos salva sem nós. Maria responde à graça de Deus com um SIM confiante, abrindo-se plenamente à Sua misericórdia e realizando a Sua vontade: faça-se em Mim segundo a Tua Palavra. Maria escutou a prece do Anjo e respondeu positivamente. Deus veio ao mundo, assumindo a nossa natureza humana, fez-Se Um connosco e entre nós, elevando-nos à Sua família.
Um SIM inicial que se traduz durante toda a vida. Como evidencia Jesus, Ela é bem-aventurada porque O trouxe no ventre, mas «mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática». Nesta expressão em que aparentemente Se afasta da Sua Mãe, Jesus coloca-A como referência e possibilidade. Não podemos ser pais/mães biológicos de Jesus, mas seremos bem-aventurados se, como Ela, escutarmos a palavra de Deus, colocando-a em prática.
2 – O evangelho remete-nos de imediato para a postura a assumir como crentes: "Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá".
Esta pressa há de configurar a nossa vida. Ela precede-nos no SIM a Jesus, acolhendo-O no ventre e realizando a Sua vontade. O facto de ser "Cheia de Graça" não A encerra numa concha de privilégio. O sim à Palavra de Deus, que n'Ela Se faz carne, fá-l’A sair. Ela é a Arca da Nova Aliança, uma ARCA viva que não está fixa num templo, mas em trânsito acelerado para encontrar Isabel e lhe ser prestável, mas também para lhe levar a Alegria do Evangelho, experimentável na proximidade das duas Mães com os seus filhos: «Logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».
Maria precede-nos no acolhimento a Jesus e precede-nos na eternidade. A Assunção de Maria é sinal de esperança, antecipando o destino da nossa vida, mostrando que a promessa de Jesus, de ir para o Pai para nos preparar um lugar, já se cumpriu em Maria.
“Ela é a aurora e a imagem da Igreja triunfante, ela é sinal de consolação e esperança para o vosso povo peregrino. Vós não quisestes que sofresse a corrupção do túmulo Aquela que gerou e deu à luz o Autor da vida, vosso Filho feito homem” (Prefácio da Assunção).
3 – O sinal que aparece no Céu, segundo o Apocalipse, imagem da Igreja mas também de Maria, é um sinal de esperança. O tempo que passa, quais dores do parto que darão ao mundo uma vida nova, com a sua violência, guerras e conflitos, fome e corrupção, é um tempo passageiro, porque já se vislumbra a salvação. "Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça".
A oração do Magnificat assume esta CONFIANÇA na misericórdia de Deus e move-nos para o HOJE e para o AMANHÃ:
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada
todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço
e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência para sempre».
Textos para a Eucaristia: Ap 11, 19a; 12, 1-6a.10ab; 1 Cor 15, 20-27; Lc 1, 39-56.
REFLEXÃO COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço
e no meu outro blogue CARITAS IN VERITATE