Deus enviou o Seu Filho para salvar o mundo!
1 – “Sede alegres, trabalhai pela vossa perfeição, animai-vos uns aos outros, tende os mesmos sentimentos, vivei em paz. O Deus do amor e da paz estará convosco. A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco”.
São Paulo, partindo da realidade das comunidades, sabendo que não é fácil conjugar variadas sensibilidades, remete para a origem e fundamento da fé e da comunidade: o Deus de Jesus Cristo – o amor do Pai, a graça do Filho, Jesus Cristo, e a comunhão do Espírito Santo. Que todos diferentes, procurem viver com os mesmos sentimentos.
2 – Somos pouco trinitários, na Igreja e na sociedade. Existem pessoas e grupos que promovem a corresponsabilidade, a participação de todos, procurando as melhores soluções, criando as condições para que todos se sintam em casa. Porém, o ideal "eu quero, posso e mando" está muito vincado e são demasiadas as situações que vem ao de cima a prepotência, o egoísmo, a imposição das próprias ideias pela chantagem, pelo poder, pelo controlo dos instrumentos de decisão.
3 – O papa Francisco, tal como fazia em Buenos Aires, tem insistido na cultura do encontro, na cultura do diálogo. Esta cultura implica dar e receber. Se parto para um diálogo para impor a minha vontade, decidido a não fazer cedências, esperando que os outros renunciem às suas convicções, pois as minhas são as melhores do mercado, não será possível encontrar-me verdadeiramente com o outro. Em vez de diálogo temos monólogo, em vez de encontro, submissão, em vez de compromisso, imposição.
Em grupos eclesiais, partidos políticos, clubes desportivos, vem muitas vezes ao de cima a prevalência de uma pessoa, ou de um conjunto de ideias que rejeitam tudo o mais. Vejam-se as disputas eleitorais. Quem ganha, ilude-se, muitas vezes, pensando que as suas ideias são as melhores do mundo.
Na cultura do encontro, o diálogo fala e escuta, acolhe e contribui, interage para melhorar propostas. Se eu sei tudo e ninguém me pode ensinar, em nenhum aspeto, fecho-me a toda a novidade e a toda a riqueza que outros me tragam, deixo de progredir. Um sonho sonhado sozinho não passa de um sonho, um sonho sonhado com os outros torna-se realidade (frase atribuída a John Lennon).
A evolução humana, social, política, cultural e religiosa, passa pelo diálogo, pelo encontro, pelo contributo de várias pessoas e povos. Há génios e descobertas extraordinárias. Mas ainda assim contam com os outros, a começar pelos genes, pela vida, e por intuições anteriores. Dessa forma, a humanidade avança. O "criador" humano avança a partir de alguma coisa, de outros, de outras invenções.
4 – A cultura do encontro há de conduzir à civilização do amor, de que falava Paulo VI, tema retomado muitas vezes por João Paulo II. É a o AMOR, o Espírito Santo, que une o Pai e o Filho. O Pai que ama, o Filho que é amado, e o Espírito Santo, o Amor que faz a comunhão. É na Trindade que nasce a Igreja. É por amor, para nos salvar, que, em Jesus, Deus assume a nossa frágil condição humana. É por amor que Jesus vai até ao fim, dando a última gota de sangue. É por amor que Deus faz permanecer Jesus, através do Espírito Santo.
Diz Jesus a Nicodemos: «Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele».
A condenação não é querida por Deus. Resulta da nossa liberdade. Podemos recusar o amor, podemos destruir a esperança. Podemos fechar-nos em oposição aos outros. A vontade de Deus é a vida dos homens, a sua salvação. Moisés faz essa experiência de proximidade: invoca Deus que desce da nuvem e vem ao seu encontro. A oração de Moisés ajuda-nos a colocar-nos diante de Deus
Apesar da dureza do caminho, e também por isso, Moisés, em nome de todo o povo, pede que Deus caminhe no meio, perdoando os seus, os nossos, pecados.
Textos para a Eucaristia (ano A): Ex 34, 4b-6. 8-9; 2 Cor 13, 11-13; Jo 3, 16-18.
Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço
e no nopsso blogue CARITAS IN VERITATE