Alegrai-vos sempre no Senhor... Seja de todos conhecida a vossa bondade»
1 – «Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos. Seja de todos conhecida a vossa bondade». O 3.º Domingo do Advento é conhecido como Domingo da Alegria (Gaudete) e a liturgia da palavra dá-nos o fundamento e as razões para tal alegria.
A alegria dá trabalho, exige dedicação e até esforço. Esta maneira de dizer pode soar estranha, contudo, para lá da alegria espontânea, há a alegria que se conquista, que se procura, há a opção pelo copo meio cheio, a escolha da positividade. Uma pilha tem dois polos, um positivo e outro negativo. Também a vida, ainda que mais multifacetada, com matizes variadas, dependendo de muitas circunstâncias, crónicas e/ou pontuais, interiores ou exteriores, próprias ou alheias. E até o clima pode modificar a disposição e os comportamentos. Mas como somos seres racionais, com vontade própria, podemos insistir numa dinâmica positiva. Não precisamos de ser ingénuos, mas podemos escolher seguir adiante, apostar em tudo o que nos faz bem e nos aproxima dos outros.
O apóstolo Paulo convida à alegria, mas logo a agrafa à bondade. É que o bem que dizemos e que fazemos, e a habituação ao mesmo, ajuda-nos a solidificar a alegria com que acolhemos as maravilhas que o Senhor realiza em nós e através de nós.
2 – Depois de João Batista pregar o arrependimento, a conversão, alguns perguntam-lhe o que fazer. Que fazer para a vida nos assemelhe a Deus? Como chegar a uma alegria que nos leve a acreditar na força do amor, do perdão e da confiança em Deus? E João responde-nos, concretizando: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo» (todos); «Não exijais nada além do que vos foi prescrito» (publicanos e nós); «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo» (soldados, eu e tu).
3 – João Batista prepara e anuncia a Boa Nova que está a chegar. É necessário preparar o coração e a vida para Aquele que está a chegar. «Eu batizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro».
Numa das passagens do Principezinho (de Antoine Saint-Exupéry), a raposa diz ao pequeno Príncipe: "Se vieres, por exemplo, às quatro horas da tarde, eu, a partir das três, já começo a ser feliz. Quanto mais se aproximar a hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já estarei agitada e inquieta; descobrirei o preço da felicidade!" É esta alegria que hoje evocamos, a alegria de sabermos que o Senhor está a chegar e que nos traz a salvação de Deus. Alegria que nos faz agir, aplanar os caminhos da nossa vida para que o Senhor possa passear-Se e viver em nós.
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Textos para a Eucaristia (ano C): Sof 3, 14-18a; Sl Is 12, 2-3. 4bcd. 5-6; Filip 4, 4-7; Lc 3, 10-18.
REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço