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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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16.09.12

E vós quem dizeis que Eu sou?

mpgpadre

       1 – A Epístola de São Tiago, segunda leitura, lavra a ligação íntima e fundamental entre a fé e a vida. O apóstolo exemplifica com situações concretas, reais e exequíveis:

“De que serve a alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Poderá essa fé obter-lhe a salvação? Se um irmão ou uma irmã não tiverem que vestir e lhes faltar o alimento de cada dia, e um de vós lhe disser: «Ide em paz. Aquecei-vos bem e saciai-vos», sem lhes dar o necessário para o corpo, de que lhes servem as vossas palavras? Assim também a fé sem obras está completamente morta. Mas dirá alguém: «Tu tens a fé e eu tenho as obras». Mostra-me a tua fé sem obras, que eu, pelas obras, te mostrarei a minha fé”.

       A fé autêntica, em e com Jesus Cristo, conduz-nos aos outros.

       2 – Não há compromisso social puro, autêntico, libertador, se antes não se der um encontro transformador com Jesus Cristo. A fé é DOM recebido, acolhido e aprofundado na partilha. A fé há de levar-nos a imitá-l'O, pelo que nos compromete nas obras, como expressão, visualização, e comprovação da nossa adesão firme a Jesus e ao Seu Evangelho de caridade.

       Tudo se inicia em Jesus. Ele desce de Deus e traz-nos Deus. Mas não Se impõe. Cabe-nos acolher a nossa vocação, o Seu chamamento. Cabe-nos escolher o caminho que nos guia ao CAMINHO. Cabe-nos, livremente, aceitar a salvação que Ele nos dá, deixarmos que a nossa vida se transforme por inteiro e sermos portadores desta boa notícia em nós, pelas palavras e pelas obras.

 

       3 – Pergunta-nos Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?»

       Não basta a opinião dos outros. Não vale responder com o que ouvimos dizer: João Baptista; Elias; um dos profetas…

       Chega um momento em que se tornam insuficientes as respostas dos outros, precisamos de responder por nós. Quem é Jesus para mim? Que importância tem na minha vida? Toca a minha alma? Mobiliza-me para a comunhão e para a comunidade? Posso dizer com Pedro: «Tu és o Messias», o enviado de Deus? És Deus para mim? És a minha salvação e o meu descanso? És a minha bússola, o meu norte?

       Que resposta dar? Não assobiemos para o lado como se não fosse nada connosco. É connosco que Jesus está a falar.

 

       4 – Jesus conta connosco mas não contemos com a vida facilitada. Aliás, sublinhe-se desde logo, quem segue um caminho de honestidade e de trabalho cedo encontrará escolhos e inimigos. Não se pode agradar a toda a gente. «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Na verdade, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a vida, por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á».

       Jesus anuncia tempos conturbados, de que dá nota a contestação de Pedro. É o fim das expetativas dos discípulos. E eles que pensavam que o reino de Deus seria imposto sem custo e sem esforço! E afinal vai custar pelo menos a vida do Mestre.

 

       5 – A Palavra de Deus não promete vida fácil, mas promete a presença permanente de Deus. O Seu olhar não se desviará do nosso, como na Cruz não se desprendeu da Mãe e não se desprendeu do Pai. Como rezamos com o salmo: “O Senhor guarda os simples: estava sem forças e o Senhor salvou-me”.

       Ou como visualiza o profeta Isaías:

“O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba… O Senhor Deus vem em meu auxílio. Quem ousará condenar-me?”

       A certeza que Deus vem salvar-nos, anima-nos a caminhar, conforta-nos, puxa-nos para a frente e para cima. Não nos deixa desistir.


Textos para a Eucaristia (ano B): Is 50,5-9a; Sl 114 (116); Tg 2,14-18; Mc 8,27-35.

 

Reflexão Dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

ou no nosso blogue CARITAS IN VERITATE

19.08.12

O maior DOM de Deus à humanidade é JESUS CRISTO

mpgpadre

       1 – O maior DOM de Deus à humanidade é JESUS CRISTO. Deus faz-Se homem no seio da Virgem Imaculada, pela graça do Espírito Santo, e assume a nossa humanidade, no tempo e prepara-nos para a eternidade.

       O cordeiro pascal agora é Jesus Cristo, que Se sacrifica pela humanidade inteira e de uma vez para sempre. Ele é o pão da vida. E o pão que Ele nos dá é a Sua carne, a Sua vida por inteiro.

       Adensa-se o clima: “Os judeus discutiam entre si: «Como pode ele dar-nos a sua carne a comer?»… «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós… A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida… quem comer deste pão viverá eternamente»”.

       Ele dá-nos o Seu corpo, a Sua vida, para nossa salvação, para que tenhamos a vida em abundância, até à vida eterna.


       2 – A primeira leitura convida ao alimento, que é corporal, mas que aponta para o mundo espiritual, um pão que sacia a fome e que anima o espírito para caminhar.

“A Sabedoria edificou a sua casa e levantou sete colunas. Enviou as suas servas a proclamar nos pontos mais altos da cidade: «Quem é inexperiente venha por aqui». E aos insensatos ela diz: «Vinde comer do meu pão e beber do vinho que vos preparei. Deixai a insensatez e vivereis; segui o caminho da prudência»”.

       Atente-se na clareza do texto: o pão, símbolo de todo o alimento, não é apenas pão, é mais que pão. Releia-se: Vinde comer... deixai a insensatez e vivereis, segui o caminho da prudência!

       O alimento que Deus nos dá há de orientar-nos para o bem, dando sentido às nossas escolhas, fundamentando a nossa esperança, cuidando do nosso peregrinar.


       3 – Jesus apresenta-Se despudoradamente como o PÃO da VIDA, o verdadeiro alimento que vem de Deus.

       E se O acolhemos como alimento, todo o nosso ser se abrirá à Sua graça infinita. Não estamos sós. Nunca mais. Ele está connosco. Veio para ficar. Deixa-nos o Seu corpo, a Sua vida. Não Se divide em dois, nem no tempo nem na eternidade. Não se reparte em metades, uma junto de Deus e outra junto de nós.

       Uma comparação entre a presença de Cristo na cruz e na Eucaristia: Nos crucifixos vemos Jesus Cristo mas Ele não está (o crucifixo é apenas uma imagem). Na Eucaristia não Se vê mas Ele está realmente presente, pela força do Espírito Santo.


       4 – Se acolhemos Jesus Cristo como o verdadeiro Pão que Deus nos dá, ALIMENTO de salvação, então a nossa vida muda. Muda como quando gostamos de alguém e queremos ser-lhe agradáveis, fazendo muitas vezes não o que mais gostamos mas o que sabemos ser do agrado da pessoa amada, que queremos fazer feliz.

       A Palavra de Deus faz-nos passar rapidamente do alimento para o compromisso. Alimentamo-nos para viver. Em sentido espiritual, o alimento que é Cristo há de levar-nos a agir como Ele agiu.

“Guarda do mal a tua língua e da mentira os teus lábios. Evita o mal e faz o bem, procura a paz e segue os seus passos” (Salmo), saboreamos a presença de Deus em nós e evitamos todo o mal.

       Do mesmo jeito, o apóstolo São Paulo, mostra-nos como nos configurarmos ao Corpo de Cristo, do qual somos membros:

“Não vivais como insensatos… Aproveitai bem o tempo, porque os dias que correm são maus… procurai compreender qual é a vontade do Senhor. Não vos embriagueis… mas enchei-vos do Espírito Santo,… dando graças, por tudo e em todo o tempo, a Deus Pai”.

       O alimento corporal é essencial, mas essencial é também a vida, a graça de Deus, a sabedoria, a companhia, a beleza, a presença dos irmãos, sentirmo-nos parte de algo maior e mais duradouro.


Textos para a Eucaristia (ano B): Prov 9,1-6; Sl 33 (34); Ef 5,15-20; Jo 6,51-58.

 

08.07.12

Levanto os olhos para Vós, para Vós que habitais no Céu

mpgpadre

       1 – O profeta, pela sua missão, está exposto à crítica, ao boato e à perseguição. Hoje como ontem. Foi assim com os profetas de Israel, com João Batista e com Jesus Cristo, e com todos aqueles que ao longo do tempo "carregaram", com alegria e criatividade, o compromisso de viver segundo os ideais da palavra de Deus, promovendo a justiça, a honestidade, a coerência de vida, anunciando, em palavras e em obras, novos tempos, denunciando situações anquilosadas, pecaminosas, destrutivas da sociedade.

       Ontem como hoje, junto dos mais próximos ou dos mais distantes, ora acarinhados e adulados, ora perseguidos e denegridos no seu bom nome, sob pressão, ameaça e chantagem, mas sempre vigilantes e fiéis à verdade, à justiça e ao bem, conscientes de serem portadores das boas notícias de Deus.

       Na primeira leitura, o profeta Ezequiel fala-nos da sua vocação. É chamado por Deus e enviado a um povo rebelde, que, em terra estrangeira, no exílio, se afasta cada vez mais dos desígnios de Deus. "O Espírito entrou em mim e fez-me levantar. Ouvi então Alguém que me dizia: «Filho do homem, Eu te envio aos filhos de Israel, a um povo rebelde que se revoltou contra Mim»".

       A sua missão não é nada compensadora, e nada fácil, humanamente falando. Tenta a todo o custa relembrar ao povo a sua identidade, denunciando os desvios e acalentando a esperança de regresso à terra da promessa.

 

       2 – Por vezes é entre os nossos que somos mais mal-amados e incompreendidos. Na hora de chamar a atenção somos mais tímidos e comedidos em contextos de amizade, de família, de camaradagem, ora pela grande cumplicidade, ora pelo medo de colocarmos tensão no relacionamento com aqueles com quem contamos. Sublinhe-se, porém, que em muitas situações também nos tornamos mais repentinos, mais espontâneos, menos tolerantes para com aqueles que vivem à nossa beira.

       Em sentido inverso, aqueles que se sentem mais próximos poderão pedir/exigir o que sabem não ser exigível por ninguém. Veja-se, como exemplo, as “cunhas” a que (quase) todos recorrem, a troca de influências (muitas vezes decente e honesta).

       Ezequiel é enviado para o povo de onde é originário. O facto de alertar para os desvios criar-lhe-á dissabores entre os próprios familiares. Jesus vai experimentar o desconforto entre os seus. Na expetativa, porque O conhecem de pequenino, e porque pensam merecer e exigir mais, bloqueiam a mente e o coração a qualquer novidade.

“Jesus dirigiu-Se à sua terra... «De onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos? Não é ele o carpinteiro, Filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?»... Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa». E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos”.

       Jesus, contudo, não deixa de pregar a Palavra de Deus e curar os doentes. Também em Nazaré, Ele quer deixar uma marca de bem, de divino, de milagre, também na sua terra Ele desafia, propõe, também aí Ele leva Deus.

 

       3 – O Mestre dos Mestres regressa a casa, física e espiritualmente. É de casa que parte, pois é em casa que aprende a ser gente, a relacionar-se social e religiosamente, a desenvolver os laços de profunda interdependência, no diálogo tranquilo e afável, na partilha espontânea, na convivência inocente e apaziguadora, na solidariedade alegre para com os mais pobres que passam, na ligação inevitável à terra e à natureza.

       É em casa que começamos a ser cristãos e onde primeiro se verifica a autenticidade da nossa fé. É em família e com a família. São as primeiras pessoas que Deus nos deu (e nos dá) para amar, para servir, para acolher, para defender, para abençoar, para proteger, para nos deixarmos enriquecer com a sua presença. É em casa. Primeiro coração, primeiro amor: a família. Conceito só compreendido e extensível à família cristã, à família de Deus, se antes se compreende e se experimenta, em casa, a ternura, a afabilidade e a bondade.

       Jesus levou 34 anos a crescer, junto de José e de Maria, e dos seus parentes. Só na idade madura está pronto para alargar a família e para nos ensinar a transpor as fronteiras da nossa, para constituirmos família com os outros que se encontram nas vizinhanças. Em 3 anos, tão curto e tão profícuo tempo, Jesus colocará em ação toda a Sua experiência, criatividade, toda a bagagem que construiu e tornando-Se "semeador" de sonhos, de vida nova, de salvação. É um vendaval. Arrasta multidões. A fama vai à frente. Na sua terra, talvez não se surpreendam, já O conheciam, não veem diferente, é o filho do carpinteiro. Não se abrem ao ideal, às surpresas de Deus. Mas é Deus Quem Ele anuncia, Quem Ele comunica.

 

       4 – Na nosso frágil e belo peregrinar, não cessemos de ser profetas, propondo o bem que venha de Deus, e acolhendo dos outros o que de Deus nos podem ofertar.

       São Paulo empresta-nos palavras de confiança (e desafio):

"Ele disse-me: «Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se manifesta todo o meu poder». Por isso, de boa vontade me gloriarei das minhas fraquezas, para que habite em mim o poder de Cristo. Alegro-me nas minhas fraquezas, nas afrontas, nas adversidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor de Cristo, porque, quando sou fraco, então é que sou forte".

       Sem Deus, nada. Com Deus, tudo, e até as fraquezas se converterão em fonte de vida e de salvação, em oportunidade para que Deus reluza através da nossa pobreza.

"Levanto os olhos para Vós, para Vós que habitais no Céu, como os olhos do servo se fixam nas mãos do seu senhor. Como os olhos da serva se fixam nas mãos da sua senhora, assim os nossos olhos se voltam para o Senhor nosso Deus, até que tenha piedade de nós" (Salmo).

       Nas cercanias ou nos desertos da nossa vida, confiemos: Deus será a mão que nos segura e nos levanta, o olhar que nos envolve, a nossa esperança, a Luz que nos salva, a terra firme que pisamos, o porto seguro, o nosso abrigo. Como crianças que se deixam guiar pela voz e pelo olhar da/o mãe/pai, em passos hesitantes ou em passos experimentados, assim nós nos deixemos conduzir pela Sua Palavra e pelo Seu amor.


Textos para a Eucaristia: Ez 2,2-5; Salmo 122 (123); 2Cor 12,7-10; Mc 6,1-6. 

 

Reflexão dominical na página da Paróquia de Tabuaço

04.01.12

Além das receitas - editorial da Agência Ecclesia

mpgpadre

Todos podemos aprender a ouvir mais atentamente a terceira idade, envolvendo-a nas paróquias

        A UE pretende desenvolver, até 2014, uma série de iniciativas/respostas ao crescente envelhecimento da sua população. A mais saliente de entre elas será a celebração do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo, que agora começa.

       Os números justificam-no claramente: “em 2060 haverá apenas uma pessoa em idade ativa (15-64) por cada pessoa com mais de 65 anos”. É, pois, evidente o desafio que daqui emerge; mas também a oportunidade de pensamento e mudança que tal comporta. Sobretudo, se tal fizer aprofundar políticas sociais e alterar preconceitos...

       Um deles é a ideia, muito assimilada, de que a vida (quase) termina no dia em que se passa à reforma. A pessoa em causa facilmente sente que perdeu status numa sociedade que considera que deixar de trabalhar é deixar de produzir e aumentar o número dos descartáveis.

       Contrariar esta mentalidade e aprender a tirar partido da vida em tais circunstâncias é uma tarefa de cada um; mas há, igualmente, que fazer ver à opinião pública o potencial dos mais idosos para o serviço à sociedade e à economia: não os afastando do mercado do trabalho e incrementando a sua participação na vida da comunidade. Concretamente, proporcionando contextos para a transmissão dos respetivos conhecimentos, que enriquecem outras gerações e salvaguardam a própria autoestima. Ao mesmo tempo, os mais idosos também se enriquecem, pois que nenhuma geração tem o monopólio do saber: cada um tem conhecimentos de que outros carecem!

       Este é um caminho a percorrer, contra o individualismo que ameaça dominar-nos e nos fecha dentro de fronteiras que os outros rotulam: de um lado, os “cotas”; do outro, os “inconscientes”. Uns e outros, porém, fechando aos demais as condições do seu (des)envolvimento pessoal e social.

       Entendo que neste ano e neste diálogo indispensável a Igreja tem muito a aportar. A começar pela prática - mostrando que, no seu seio, não há lugar para a discriminação. Pelo contrário, assumindo-se como lugar onde cada ser humano vale e é reconhecido pelo que é e não pelo que faz ou produz.

       Todos podemos aprender a ouvir mais atentamente a terceira idade, envolvendo-a nas paróquias, mediante o acolhimento dos seus dons. E o voluntariado não é o menor dos espaços de participação, sendo que a imaginação e a sensibilidade pastoral saberão encontrar outros ministérios.

       Comecemos por deixar intervir, contrariando a tentação de manter ou desejar idosos passivos ou como meros e mais frequentes fregueses da Missa e outros sacramentos...

       A este propósito encontrei citado, acho que apropriadamente, o Salmo 92 “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos para anunciar que o Senhor é reto”.

       Amá-los e respeitá-los é muitíssimo mais que ter saudades dos contos do avô ou das receitas da avozinha!

 

João Aguiar Campos, Editorial da Agência Ecclesia.

 

14.07.11

O Senhor ama a cidade

mpgpadre

Deus ama a cidade, apesar dos sinais proibidos, dos sentidos obrigatórios e dos jardins fechados

 (Adaptação do) SALMO 87

O Senhor ama a cidade,

e todos os que nela vivem.

 

O Senhor está na cidade

E vai à loja do cidadão

Para fazer o registo dos povos.

 

O Senhor conduz a cidade

ao ritmo da sua eternidade

e não dos nossos relógios.

 

O Senhor alimenta a cidade

Com as fontes da Sua palavra

e o pão do nosso suor.

 

O Senhor constrói a cidade,

a partir da sua sabedoria infinita

e dos nossos precários projectos.

 

O Senhor ilumina a cidade;

também as favelas, bidonvilles e musseques.

 

O Senhor caminha na cidade,

indiferente aos radares

e sinais vermelhos

dos que não O deixam passar.

 

O Senhor faz parar a cidade

para levar pão e água,

pelas passagens dos peões,

ao outro lado da rua da humanidade.

 

Grandes coisas se dizem de ti,

ó cidade de Deus e dos homens!

 

Frei Manuel Rito Dias, in Revista Bíblica, n. 335, Julho-Agosto 2011

16.05.11

Jesus, o nosso Bom Pastor

mpgpadre

        1 - Neste quarto Domingo da Páscoa, Jesus é-nos apresentado como o BOM PASTOR. Esta imagem belíssima, presente no Antigo Testamento - onde se refere claramente que Deus virá até ao Povo eleito como o Pastor, para apascentar o seu rebanho, cuidando das ovelhas feridas, provendo que nenhuma se perca - é assumida por Jesus Cristo e pelos Seus discípulos que O têm por Guia, Mestre e Senhor.

       Jesus é o Bom Pastor, conhece cada um pelo nome, cuida de todos, em especial dos que precisam de mais atenção. O verdadeiro pastor conhece as suas ovelhas, as que têm dificuldade em caminhar, as que facilmente dispersam, as que precisam de mais atenção para sobreviver, as que estão feridas. Conhece também os melhores pastos. Assim Jesus para a humanidade.

        D'Ele podemos dizer com o salmista: "O Senhor é meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma... Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome. Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos, não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo..."

       Usando esta imagem, Jesus sublinha acerca do pastor: "... Ele chama cada uma delas pelo seu nome e leva-as para fora. Depois de ter feito sair todas as que lhe pertencem, caminha à sua frente e as ovelhas seguem-no, porque conhecem a sua voz. Se for um estranho, não o seguem, mas fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos".

       É Ele, Jesus o Bom Pastor, que nos conduz, que vai à nossa frente, que dá a vida por nós, que testemunha o amor de Deus por cada um, que nos leva à abundância da vida, saciando a nossa fome e a nossa sede, mesmo e apesar das provações do tempo presente.

 

       2 - Vale a pena ler com atenção todo o texto da Epístola de São Pedro, onde o Apóstolo parte da iniciativa de Jesus, vindo da parte de Deus, e que sofre por nós, dá a vida pela humanidade, desafiando-nos a viver do jeito que vivia Jesus, imitando os seus gestos, as suas atitudes:

       "Se vós, fazendo o bem, suportais o sofrimento com paciência, isto é uma graça aos olhos de Deus. Para isto é que fostes chamados, porque Cristo sofreu também por vós, deixando vos o exemplo, para que sigais os seus passos. Ele não cometeu pecado algum e na sua boca não se encontrou mentira. Insultado, não pagava com injúrias; maltratado, não respondia com ameaças; mas entregava Se Àquele que julga com justiça. Ele suportou os nossos pecados no seu Corpo, no madeiro da cruz, a fim de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas suas chagas fomos curados. Vós éreis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes para o pastor e guarda das vossas almas".

       O discípulo não é superior ao Mestre. Se o Mestre dá a outra face, também nós. Se o Mestre responde ao mal com o bem, também nós. Se Ele vem para servir, também nós, na certeza que Ele nos acompanha como Bom Pastor, n'Ele fomos salvos e n'Ele temos a vida eterna.

 

       3 - O desafio que São Pedro renova na Epístola é o mesmo que vem dos primeiros tempos da pregação, com a certeza de que Deus age em nós e através de nós. A iniciativa é de Deus, que quer a nossa salvação, que em Jesus Cristo nos devolve a alegria e a confiança, e que nos insere nesta vida nova.

       O que é necessário então para vivermos em Jesus Cristo?

       Responde-nos Pedro: "Convertei-vos e peça cada um de vós o Baptismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis então o dom do Espírito Santo, porque a promessa desse dom é para vós, para os vossos filhos e para quantos, de longe, ouvirem o apelo do Senhor nosso Deus".

 


Textos para a Eucaristia (ano A): Act 2,14a.36-41; Sl 22 (23); 1 Ped 2,20b-25; Jo 10,1-10.

 

27.03.11

Nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é o Salvador do mundo!

mpgpadre

       1 – A nossa vida é uma busca incessante.

       Nas sábias palavras de Blaise Pascal, o homem ultrapassa infinitamente o homem. Ou seja, o nosso corpo, a nossa identidade corpórea-espiritual não nos confina à nossa dimensão biológica, mas portamos connosco um desejo permanente de ir mais longe, para lá de todas as nossas limitações. Diríamos, como crentes cristãos, que a nossa identidade divina nos faz ansiar pelo Infinito, por Deus, a nossa origem, e, como refere Santo Agostinho, o nosso coração anda inquieto enquanto não repousar no Senhor da vida. Numa outra perspectiva: a nossa vida funda-se na ESPERANÇA que mais à frente nos encontraremos numa situação mais favorável, mais compensadora e que nos fará verdadeiramente felizes.

       No fundo, a nossa busca sem fim tem como fim (finalidade) a felicidade que se realizará em plenitude na eternidade mas que experimentamos, e ainda bem, já agora, na nossa vida terrena. Nunca se esgota o nosso desejo de sermos felizes. Por vezes devora-nos na ânsia do prazer imediato, do bem-estar, do comodismo. A felicidade é sempre caminho, compromisso, procura, nunca se esgota nas satisfações biológicas. Há algo maior, a nossa identidade que aponta e nos atrai para Deus.

       2 – O encontro de Jesus com a mulher samaritana é, a este propósito, paradigmático. Para lá do contexto em que acontece – um judeu que fala com uma mulher e ainda para mais estrangeira, inimiga –, o ensinamento categórico de Jesus: a salvação é oferecida a todos os povos independentemente da cultura, da história ou da religião. Uma vez mais, o que importa verdadeiramente não é o ponto de partida, a situação actual em que nos encontramos, mas o caminho que podemos fazer. É uma primeira lição.

       Depois, o diálogo sobre a verdadeira sede e a verdadeira água.

       Jesus diz claramente à mulher samaritana que há uma sede que é bem maior que a sede biológica. Esta precisa de ser saciada e é-o no imediato com água, elemento da natureza. Mas há, em todos nós, uma sede maior, um desejo mais profundo, um sentido para a vida. Como nós, também ela é levada a compreender que muitos acontecimentos na sua vida pessoal, encontros e desencontros, não passaram de tentativas para responder a esta ânsia de felicidade, mas esgotaram-se na brevidade, como quem consome biologicamente os alimentos e precisa de repetidamente se alimentar.

       "Se conhecesses o dom de Deus e quem é Aquele que te diz: ‘Dá Me de beber’, tu é que Lhe pedirias e Ele te daria água viva"... A água viva que Jesus nos dá sacia a nossa procura, é resposta aos nossos anseios mais profundos, é um sentido para a vida presente. Por aqui sabemos que as satisfações corporais são passageiras como passageiras são as adversidades actuais, o que permanece é o que fazemos por amor, o que nos liga ao outro, o que nos torna irmãos.

       E, por conseguinte, é mais óbvia a resposta que Jesus dá aos seus discípulos quando estes regressam com alimentos: o meu alimento é fazer a vontade de Meu Pai. Vale mais que tudo. Vale sempre. Nem só de pão vive o homem, ainda que aquele seja necessário, mas da Palavra de Deus, que nos impele para a verdade e para a vida.

 

       3 – O povo de Israel experimenta a tentação e o desânimo. Deixa-se vencer pela murmuração contra Deus e contra Moisés. No primeiro Domingo de Quaresma, víamos como Jesus superou as tentações em que o povo fracassou. A referência é e há-de ser sempre: fazer a vontade de Deus.

       Hoje, na primeira leitura, ouvimos a ressonância dos murmúrios do povo. Rapidamente se esqueceu das maravilhas de Deus, la libertação do Egipto. Para que todos se lembrem do dia e do local em que se voltaram contra Deus e contra Moisés,... "chamou àquele lugar Massa e Meriba, por causa da altercação dos filhos de Israel e por terem tentado o Senhor, ao dizerem: «O Senhor está ou não no meio de nós?»" Não apenas para recordar, mas sobretudo para que não vença a tentação, mas a fé em Deus.

       O salmista faz-nos rezar com as palavras de Deus, com o novo desafio: "Quem dera ouvísseis hoje a sua voz: «Não endureçais os vossos corações, como em Meriba, como no dia de Massa no deserto, onde vossos pais Me tentaram e provocaram, apesar de terem visto as minhas obras»".

 

       4 – A nossa busca, o nosso caminho, não se faz de olhos fechados, mas sob a luz de Jesus Cristo. O encontro com Ele reorienta a nossa procura, dá sentido novo à nossa vida. A alegria da Samaritana é contagiante. Em Cristo, ela descobre o sentido da sua existência, e partilha-o com os habitantes da sua cidade. Eles mesmos fazem a experiência de encontro com Jesus, como Messias de Deus: "Já não é por causa das tuas palavras que acreditamos. Nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é realmente o Salvador do mundo".

       Não basta ouvir dizer. É fundamental que façamos a experiência de encontro com Jesus Cristo, deixando-O entrar na nossa vida e nas nossas escolhas de bem. Ele não engana.

       "Ora, a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores... Deus prova assim o seu amor para connosco: Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores".

       É nesta esperança que radicamos a nossa vida crente, a nossa procura, o desejo de sermos felizes, experimentando a felicidade em cada gesto de perdão, de amor e de bem.

_________________________

Textos para a Eucaristia (ano A): Ex 17,3-7; Sl 94 (95); Rom 5,1-2.5-8; Jo 4,5-42.

 

17.10.10

Nem sempre a oração nos traz conforto...

mpgpadre

       1 – A oração é a expressão da nossa fé. É, para todo o homem crente, um espaço vital, de encontro consigo mesmo, ouvindo a voz da sua consciência, de diálogo com Deus, deixando que o Espírito Santo inspire os seus desejos e acções, de distanciamento em relação aos outros e ao mundo, para se converter num maior compromisso com a realidade circundante.

       Dito de outra forma, a oração coloca-nos antes de mais e sobretudo na intimidade com Deus, escutando a voz da nossa consciência, onde nos encontramos connosco e com a voz de Deus que fala em nós. Contudo, a oração não é estanque, como o não é a fé. Não é algo de abstracto ou desligado da vida. Mesmo que a oração exija distanciamento, recolhimento, silêncio, retiro em relação a pessoas e espaços, é sempre aberta e comprometida com o bem dos outros e com a transformação do mundo. Tal como a fé leva à caridade e nela se fortalece, assim também a oração nos leva a Deus, no-l’O traz ao nosso íntimo, e nos embrenha na acção, na prática do bem, da justiça, na vivência da caridade. Uma oração que não nos comprometesse com os outros e com o mundo, seria uma oração vazia. 

       Mesmo que seja súplica, ou agradecimento (sobretudo pessoal), a oração conduz-nos à comunidade, na partilha, no aprofundamento da fé, no testemunho de vida, na celebração. Quem se sente abençoado não deixará de extravasar para os outros a sua alegria. Quem sofre deverá assumir em humildade a comunhão de outros, sentindo-se mais fortalecido pela oração e pelos gestos de apoio de toda a comunidade. 

 

       2 – Somos convidados à oração por diversos motivos e por várias necessidades. E, do mesmo modo, poderemos ter posturas diferentes em relação aos frutos da oração, seja pessoal ou comunitária. A oração pode ser súplica, prece, agradecimento, promessa, partilha da fé. Pode enriquecer-nos interiormente, ser conversão, amadurecimento, compromisso com os outros. Mas sempre nos coloca na rota de Deus, a Quem nos dirigimos e a Quem acolhemos no nosso íntimo, a Quem agradecemos e/ou com Quem "discutimos". 

       Às vezes a oração dá-nos certezas, outras vezes provoca-nos inquietações. Mas que sempre nos conduza a sermos melhores, mais santos, mais felizes. 

       Na primeira leitura há uma ligação de causa e efeito, entre a oração e as suas consequências: "quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec". 

 

       3 – Porém, nem sempre a oração nos traz conforto, ou respostas imediatas. Quantas vezes rezamos, voltamos a rezar e ficamos com a sensação que não somos ou não fomos ouvidos nas nossas súplicas?! Talvez até aconteça que quando tudo nos corre de feição tenhamos disponibilidade interior para rezar e agradecer, mas logo que alguma dificuldade nos bate à porta, logo duvidamos da oração, de Deus, da fé que professamos! 

       As leituras de hoje dizem-nos que podemos sempre confiar mesmo quando nos parece que Deus não nos escuta. No Salmo, o autor sagrado mostra-se convicto: "O Senhor te defende de todo o mal, o Senhor vela pela tua vida. Ele te protege quando vais e quando vens, agora e para sempre".

       No Evangelho, por sua vez, Jesus utiliza uma parábola sobre uma mulher pobre e um juiz iníquo que, sendo desonesto e egoísta, demora em responder aos apelos da pobre viúva, mas atende-a para que ela não o importune continuamente. E Jesus contrapõe: "E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre esta terra?" 

       Fica depois este questionamento de Jesus: Deus responderá e nós cultivaremos a fé no meio das dificuldades e das dúvidas?! 

 

       4 – A fé, como a oração, em Jesus Cristo, leva-nos ao seguimento. Seguir Jesus compromete-nos com a Sua palavra, com os seus ensinamentos. Acolhemo-l'O na nossa vida, para O anunciar ao mundo inteiro. A oração permite-nos viver na intimidade com Deus, em Jesus Cristo, no Espírito Santo. Mas é uma intimidade e um amor que necessita de ser anunciado, partilhado, testemunhado.

       Ouçamos as palavras de São Paulo a Timóteo e a cada um de nós, na segunda leitura, "Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de quem o aprendeste. Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça... Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina".

       O compromisso em Cristo leva-nos à missão. Não recebemos a Palavra de Deus, a Sua graça e sabedoria, para a aprisionarmos, mas para a partilharmos e quanto mais a partilharmos melhor a acolheremos.

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Textos para a Eucaristia (ano C): Ex 17,8-13a; Salmo 120 (121); 2 Tim 3,14-4,2; Lc 18,1-8

 

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