Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me
1 – No 4.º domingo da Páscoa, as leituras fazem-nos olhar para Deus como o Bom Pastor. É Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Somos chamados a seguir Jesus, indo no Seu encalço, deixando-nos conduzir por Ele, como ovelhas pelo Pastor.
Vale a pena reler as palavras de Bento XVI, na última Audiência Geral como Papa: “sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas do Senhor. E o Senhor não a deixa afundar; é Ele que a conduz, certamente também por meio dos homens que escolheu, porque assim quis. E é por isso que o meu coração transborda de gratidão a Deus, porque nunca deixou faltar a toda a Igreja e também a mim a sua consolação, a sua luz, o seu amor”.
Jesus traz-nos a ternura do Pai, que nos ama com amor de Mãe. Reflitamos no convite feito por Bento XVI:
“Queria convidar todos a renovarem a confiança firme no Senhor, a entregarem-se como crianças nos braços de Deus, seguros de que aqueles braços nos sustentam sempre e nos permitem caminhar todos os dias, mesmo no cansaço. Queria que cada um se sentisse amado por aquele Deus que entregou o seu Filho por nós e nos mostrou o seu amor sem limites. Queria que cada um sentisse a alegria de ser cristão”.
Nas palavras simples e sábias de Bento XVI ressoa a certeza, que vem da fé e é testemunhada pela palavra de Deus, que o próprio Deus será o pastor de Israel.
A missão do Pastor é reunir, congregar, ajuntar todo o rebanho. Diz-nos Jesus: «As minhas ovelhas escutam a minha voz. Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».
Ele entranha-se no MEIO, entre as ovelhas, para que haja um só rebanho e um só Pastor.
2 – Na Mensagem para o 50.º Dia Mundial da Oração pelas Vocações, Bento XVI sublinha que “o fundamento seguro de toda a esperança está aqui: Deus nunca nos deixa sozinhos e permanece fiel à palavra dada”. Desde sempre. Deus cria-nos por amor. Somos Sua imagem e semelhança, na capacidade de amar e ser amados e na dinâmica dialógica do amor que gera vida.
Muitas vezes, o rebanho dispersa, as ovelhas seguem por atalhos desviantes, por ruas e vielas sem saída. Quantas pessoas se colocam à margem e contra membros da mesma família e da mesma comunidade!
A comunidade cristã é, neste sentido, entendida como o REBANHO do Senhor Jesus. Ele está no MEIO. Quando alguém se transvia e dispersa o reconhecimento do outro como irmão fica em risco. Tomé não reconhece o testemunho dos irmãos, pois não está na comunidade. Pedro precisa de seguir o discípulo predileto para voltar a reconhecer o Senhor. Só quando o Senhor está no centro, e nos inserimos na comunidade, entre irmãos, só nesse momento somos verdadeiramente Seus discípulos.
3 – No Apocalipse de São João entrelaçam-se duas imagens fortíssimas. Jesus é o CORDEIRO que se torna PASTOR. É o Cordeiro que está no meio para ser Pastor. Sob a Sua tenda nos acolhemos e nos alimentamos até à eternidade. A salvação que Cristo nos dá não tem peso nem medida. “O Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva. E Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos».
4 – A evangelização irradia a partir de Jerusalém. Israel é a LUZ das nações que não pode encerrar-se na delimitação de um território ou de um grupo de privilegiados. Já experimentaram tapar a luz com as mãos? Ou deixamos de a ver, ou se apaga ou tende a escapulir por entre os dedos? É o entendimento de Paulo e Barnabé. Chamados para partir, ir de casa em casa e fazer Casa em todo o mundo.
“Muitos judeus e prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé... Mas os judeus desencadearam uma perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território...”
Textos para a Eucaristia (ano C): Atos 13, 14.43-52; Ap 7, 9.14b-17; Jo 10, 27-30.
Reflexão Dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço
e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.