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03.01.13

Viver o Natal no ano de 2013

mpgpadre

(Esboço do Editorial Voz Jovem - dezembro 2012)

 

       1 – Como é que um acontecimento tão longínquo pode dizer-nos respeito e modificar a nossa vida? Como é que a nossa fé poderá hoje ter a vitalidade que tinha para os apóstolos e nas primeiras comunidades cristãs?

       Com efeito, o Natal é tão atual agora como no tempo de Jesus. Como? Precisamente porque se trata de um evento intemporal. O mistério de Deus envolve a humanidade toda. Jesus nasce para todos. É luz de Israel que revelará a todas as nações, como profetiza o velho Simeão por altura da apresentação de Jesus no templo (Lc 2, 21-39).

        O grande salto de Deus é a Encarnação. Ora Se Deus pode ENCARNAR, de forma discreta, quase no anonimato e dar-Se a conhecer ao mundo inteiro, simbolizado na adoração dos Magos, então o acesso ao Deus Menino é igual para as pessoas de todos os tempos e lugares. Os pastores souberam da boa e alegre NOTÍCIA, a partir do Céu, sob o qual também nos encontramos. Pisámos a mesma terra, protegida pelo mesmo Céu.

       As circunstâncias são diferentes como diferente é o tempo que passa, mas é o mesmo Deus que quer habitar em nós e ficar entre nós. Um dia lá em Belém, hoje em qualquer coração, em todas as casas, em todas as aldeias e cidades.

 

 

       2 – Como reagiria eu se Maria e José me batessem à porta? Tenho lugar para Deus na minha vida? São interpelações feitas por Bento XVI na missa da noite de Natal, no Vaticano. Como viver hoje o Natal?

       Se estamos cheios de nós mesmos não há lugar para os outros. Importa voltar ao mistério do Natal. Deus, na Sua grandeza ousa assumir a nossa natureza frágil, “como se dissesse: Sei que o meu esplendor te assusta, que à vista da minha grandeza procuras impor-te a ti mesmo. Por isso venho a ti como menino, para que Me possas acolher e amar” (Bento XVI, missa da noite de Natal).

       A LUZ projetada então em Belém, há de invadir-nos de novo. A glória a Deus implica-nos na promoção da paz e da justiça na terra dos homens. Voltemos à expressividade de Bento XVI:

       “Onde não se dá glória a Deus, onde Ele é esquecido ou até mesmo negado, também não há paz… Se a luz de Deus se apaga, apaga-se também a dignidade divina do homem. Então deixamos de ser, todos, irmãos e irmãs, filhos do único Pai que, a partir do Pai, se encontram interligados uns aos outros”.

       Esta é a candura de Deus que Se faz Menino, vulnerável, mas cuja Luz é redenção. Com o Menino aprendamos a ser irmãos, tornemo-nos verdadeiramente filhos de Deus, reconhecendo no outro a PRESENÇA do Deus altíssimo que por amor Se faz criança, inocente, frágil, com um olhar que nos procura e nos desafia.

 

       3 – Viver hoje o Natal imitando Maria.

       Docilidade que escuta e se dispõe a acolher o mistério que vem de Deus. Não compreende tudo. Nem tudo se encerra nos nossos esquemas racionais, há mais vida para lá das nossas justificações e para lá do que é palpável. O essencial só é visível aos olhos do coração.

       Docilidade que interroga. Não aceitar tudo o que vem do mundo, ou das pessoas que nos rodeiam ou que venha com a roupagem do divino. Em ano da fé, importa de novo interrogar os fundamentos da nossa fé, as razões da nossa esperança. Ela interroga o Anjo. Interroga Jesus. Medita os acontecimentos.

       Docilidade no serviço. Pressa em ser prestável. Primeiro ajudar e só depois pensar. Quem pensa demasiado como ajudar, quase nunca descobre a alegria de servir. Simplesmente servir, em casa da sua prima Isabel (Lc 1, 39-45), nas bodas de Canaã (Jo 2, 1-11). Serviço que começa por casa e pela família.

 

       4 – Viver hoje o Natal imitando José.

       Não fazer julgamentos precipitados. José descobre que Maria está grávida. O filho não é seu. Não se precipita. Aguarda. Pensa. Reflete. Sonha. Só então percebe como os planos de Deus vão além dos planos humanos e temporais. É um homem justo. Não lhe conhecemos palavras. Mas conhecemos o compromisso com Maria e com Jesus. Conhecemo-lo como trabalhador. Protege a sua casa com trabalho e com dedicação, dá um nome a Jesus e constrói a casa para serem verdadeiramente família, em Belém ou em Nazaré.

 

       5 – Viver hoje o Natal com a Família de Nazaré.

       A vida nunca é a ideal. Maria e José encontram dificuldades por altura do nascimento, tem de ser criativos para protegerem o Menino, e logo depois a necessidade de deixarem a casa e a terra para sobreviverem. Tinham o suficiente. Sem ostentações. Mas em clima de oração e de diálogo. Cumprem com as tradições religiosas. Apresentam Jesus no Templo. Todos os anos vão ao Templo de Jerusalém, pela Páscoa. Estão inseridos na comunidade, vivem a fé na abertura à comunidade. Quando encontram Jesus não O recriminam, perguntam-lhe as razões de tal atitude…

       Compreensão e tolerância. A religião há de aproximar, proteger, promover a vida, o diálogo, a harmonia. Não é propriedade privada. A religião abre-nos aos outros. Maria e José colocam Jesus na manjedoura, abrem as portas para os pastores, para os magos, para nós!

 

       6 – Viver hoje o Natal com a postura de Jesus.

       Jesus alimenta-se da vontade de Deus. Vive a partir de Deus. Isso não significa que não deva obediência a Maria e a José. O episódio narrado por Lucas é significativo (Lc 2, 41-52). Não se trata apenas da perda de Jesus no templo. Muito mais. Primeiro, mostra como a família se insere na prática da religião. Como Jesus acompanha os pais. Como nos situa no essencial: ocupamo-nos das nossas coisas, Jesus ocupa-se sobretudo com as coisas de Deus. Quando não há lugar para Deus, deixa de haver espaço para os outros.

       Escuta Maria (e José). Regressa com eles. Respeita. É obediente. Alimenta a sabedoria em família.

 

       7 – Viver o Natal a partir do Natal de Jesus.

        É recorrente que as festas do Natal tenham muito de benéfico para as famílias e pontualmente para pessoas mais carenciadas, com campanhas solidárias. Não é menos verdade, que esta e outras festas são oportunidade de negócio. Para muitas pessoas não é mais do que isso. Tudo se resume a comprar e a vender, a gastar e a consumir. Como no Antigo Testamento, também hoje as posses parecem ser sinal de bênção. O consumo pode iludir por certo tempo o questionamento da vida.

       Cada vez mais o Natal dispensa Jesus. Dispensa a LUZ que nos vem do alto. E definitivamente a vida pulsa mais nos afetos e sentimentos que nos bens que possuímos. Com conta, peso e medida, estes ajudam-nos a viver melhor, mas por vezes são apenas fonte de preocupação. No presépio (curral) onde o milagre acontece não há muitas coisas, mas há calor. Aquele nascimento irradia luz. Abre as portas. Aquela criança é uma bênção. Para os pais. Para Israel. Para os pastores. Para os magos. Para os povos da terra.

       E hoje? As vidas que nascem (e as que estão para nascer) são bênção para os pais? Para a sociedade? Como é que acolhemos quem irrompe na nossa vida?

       Viver hoje Natal, com desprendimento, com simplicidade, acentuando os afetos, atendendo a cada olhar, recebendo o outro como presente de Deus, e oferecendo-nos como DOM a favor de todos, concretizando em nossa casa, na nossa rua, no nosso bairro, na nossa comunidade.

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