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13.01.12

13. Pena >< Compaixão = Simpatia = CARIDADE

mpgpadre

Pena >< Compaixão = Simpatia = CARIDADE.
Ter pena de alguém não é obrigatoriamente um sentimento negativo.
Pelo contrário, é um apelo que o outro me faz, que irrompe na minha vida.
O outro vem na sua condição frágil. Impõe-se, desperta-me, provoca-se, desinstala-me da minha indiferença. Invita a uma reação, desafia a uma tomada de posição.
É um grito. Que incomoda. Que fere. Que esbate na minha vida.
Ter pena de alguém é um lamento.
Ainda tenho alguma consciência da sua situação. Faz-se refletir. Obriga-me a pensar. Lamento que o outro esteja naquela situação, quero passar à frente.
Quero que não me incomode. Quero passar rapidamente para não ver, para não deixar ferir o meu olhar, o olhar do meu coração.
Lamentar a situação do outro é resignar com ele. Reconheço a sua situação de fragilidade mas não me sinto capaz de ajudar. Temo pena. Lamento. Sigo. Quero passar à frente. O mais rapidamente possível. Quero que a sua presença não me afete, não me incomode. Avanço. Talvez balbucie algumas palavras. Talvez me justifique interiormente. Vou procurando razões. E palavras. E mais palavras.
É um espinho na minha, na nossa, indiferença, no nosso lavar de mãos. Está a fazer mossa. Ocupo a mente com outras coisas, outros pensamentos. Corro. Fujo. Persegue-me o não ter sido capaz de fazer alguma coisa, de ter dito alguma palavra. Ao menos uma palavra. Uma palavra ao menos. Não pensei. Não refleti. Tinha pressa. Arranjei pressa. Para não ver. Para não ouvir. Para não me ferir, mais e mais.
Ter pena de alguém, pode ser o começo de um sentimento mais positivo.
Tenho pena, porque reconheço a situação frágil do outro. Tenho pena. Por medo. Por temer passar pelo mesmo, cair na mesma indigência. Sobressalto-me. Quero fugir. Rapidamente. Com pressa. Passar ao largo e ao longe. Ir adiante. O outro atingiu-se com a sua vida. E agora?

Bem diferente é a compaixão. Bem diferente é a simpatia. Bem diferente é a Caridade.
Compaixão e simpatia dizem o mesmo: sofrer com... Colocar-se no lugar do outro. Tentar compreender as suas razões, os seus motivos, as suas dificuldades, os seus tropeços. Se me coloco no lugar do outro, talvez veja em mim melhor o que vejo nele agora.
Sofrer com o outro (simpatia = compaixão), procurar entender o outro. Olhar a partir dele, da sua vida, do mundo dele.

 

Compaixão. Simpatia. Caridade.
Implica-me, compromete-nos.
Já não se centra tanto no outro, no que o outro é, ou na situação em que se encontra, mas centra-se em mim, em nós, a atitude diante da vida, dos outros, do mundo.

 

Simpatia. Compaixão. Caridade.
Torno o meu coração disponível para amar, para ir ao encontro do outro.
Para perdoar. Para entender. Para comungar. Para escutar. Para acolher o rosto do outro em mim. Para amaciar a sua queda. Para amparar a sua fragilidade.


Caridade. Compaixão. Simpatia.
Depende de mim, de ti, de nós. Não irrompe do exterior, dos outros, do mundo envolvente, mas da minha, da tua, da nossa vontade, do nosso coração, da nossa postura. Não nos obriga. Somos nós que nos obrigamos a olhar para o outro. A deixar que o outro venha, entre na minha, na nossa, vida.
O grito do outro não me perturba. Já estou a caminho. Tenho o coração preparado. Disponibilizei-me para ir em seu auxílio. Já o ouço no meu interior, e não nos ouvidos (exteriores).

Olhemos para Maria, Mãe de Jesus e Mãe nossa.
Quando a pressa nos afasta dos outros, sobretudo quando se encontram mais fragilizados, a pressa de Maria leva-A ao encontro da sua prima Isabel. Vai à montanha. Com rapidez. Sem hesitações. Sem calculismos. Sem dúvidas e sem medos. Simplesmente vai, põe-se a caminho.
Veja-se a sua intervenção nas bodas de Canaã.
Não está à espera que alguém solicite a sua ajuda, ou que se manifeste a indigência daqueles noivos e daquela família. Ficariam expostos. Seria uma vergonha pública. Maria está com o olhar do seu coração atenta. Disponível. Intervém a tempo e horas. Antes de alguém dar por isso. Antes de alguém começar a murmurar. Intercede Expõe-se diante do Filho. Mas não expõe nem os noivos, nem a família.

Dois desafios:
- Não tenhamos pena de nós e não deixemos que os outros tenham pena de nós.
Obviamente que há situações na nossa vida que nos esfarrapam completamente. Ficamos de rastos. Quantas vezes?! Com que dificuldade olhamos para o futuro, ou para o tempo da nossa vida e da nossa situação.
Mas nós valemos mais. A nossa vida vale mais. Como nos diz Jesus.
Mesmo na indigência, somos rosto de Jesus Cristo, somos imagem e semelhança, presença de Deus.
- Não tenhamos pena de ninguém. Não esperemos pelo seu grito (muitas vezes silencioso, já sem palavras audíveis). Pode ser um ponto de partida que nos afronta. O importante é que tenhamos a iniciativa de sermos e nos tornarmos compassivos. Procuremos colocar-nos no lugar dos outros (o que é sempre muito mais fácil de dizer do que fazer). É um esforço. Uma opção de vida.

Caridade. Simpatia. Compaixão.
A postura de Jesus Cristo, nosso Mestre e nosso Guia.
Seja a nossa postura.

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