Recebei o Espírito Santo...
1 – Jesus cumpre a Sua promessa. E o último momento desse comprometimento ainda acontece nos nossos dias: Ele estará connosco. Sempre que nos reunimos em Seu nome. De cada vez que fazemos o bem ao mais pequeno dos irmãos. Quando e sempre que assumimos a nossa pertença à Igreja, Seu Corpo, do qual somos membros, e deixamos que a Sua graça nos acaricie o coração, para que uma vez redimidos, possamos transparecer aos outros o Seu amor.
Eu vou partir, mas não vos deixarei órfãos. Vou preparar-vos um lugar, em casa de Meu Pai, há muitas moradas, para que onde Eu estiver vós estejais também. Por ora ficareis tristes, mas então a vossa tristeza converter-se-á em alegria, duradoura, que ninguém vos poderá tirar. É bom que Eu vá, para vos enviar o Espírito Santo, o Paráclito, o Consolador. Ele vos revelará toda a verdade. Não precisais de preparar a vossa defesa, o Espírito Santo inspirar-vos-á o que haveis de dizer! Não tenhais medo. Eu estarei convosco até ao fim dos tempos.
2 – Ele dá-nos o Espírito Santo em abundância, mas como sói dizer-se, com o poder vem a responsabilidade. No Evangelho de São João, a dádiva do Espírito Santo acontece ao domingo, naquele domingo, o primeiro dia da semana. Jesus regressa, como prometido, e regressa colocando-Se no MEIO deles. Independentemente das portas e janelas fechadas, dos muros e das paredes, Jesus vem para nos ligar a partir do centro. Ele está ao meio.
A mensagem já a conhecemos: a paz! A paz que Ele nos deixa, uma paz que é cozinhada pelo amor, revestida de perdão, de serviço e do cuidado ao semelhante; a paz que nos faz querer ser como Ele, apostando na ternura e na compaixão, e na proximidade aos mais frágeis. Paz que se constrói a partir de dentro, a partir do coração, a partir de cada um de nós. A paz entre nós será possível quando e sempre que estivermos reconciliados connosco, com a nossa identidade e a nossa pertença. Não esqueçamos, pertencemos uns aos outros. A nossa identidade irmana-nos a Jesus, porque assim Ele o quis, e irmana-nos aos outros, onde Ele Se esconde e onde O poderemos encontrar.
«Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Jesus não Se apresenta só, mas com o Pai (e com o Espírito Santo). É em Nome do Pai que anuncia e realiza prodígios. Eu e o Pai somos Um. A nossa vocação, discipulado e missão decorrem desta comunhão trinitária. Somos enxertados em Jesus Cristo, no batismo, pela ação do Espírito Santo. E, por conseguinte, somos discípulos missionários, não por autorrecreação, mas na dependência estreita com Jesus. Quando esquecermos esta ligação, seremos como ramos decepados (cortados da cepa) que logo secam e só servirão para queimar.
3 – E se o chamamento vem de Deus, então a missão levar-nos-á a anunciar a vontade, a vida e a Palavra de Deus. Não nos anunciamos. Anunciamos Aquele que nos chama e nos envia. E como sabermos qual a vontade de Deus? Com as nossas limitações e fragilidade?
Olhemos para Jesus, para a Sua vida, e para a Sua entrega a favor de todos, especialmente dos pobres, dos despojados, dos pequeninos! E como Ele faz, façamos nós também. Eu que Sou Mestre e Senhor, lavei-vos os pés, para que, assim como Eu vos fiz, o façais uns aos outros. «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos».
A ternura, a compaixão e o perdão, a bondade, a delicadeza, o amor e a proximidade são a marca de Jesus que passa pelo mundo fazendo o bem. A marca de Jesus será a marca obrigatória dos Seus discípulos, dos cristãos, a marca da minha e da tua vida.
A oração convoca-nos para este caminho de santificação, acolhendo, desenvolvendo e partilhando os dons que Deus nos dá: «Deus do universo, que no mistério do Pentecostes santificais a Igreja dispersa entre todos os povos e nações, derramai sobre a terra os dons do Espírito Santo, de modo que também hoje se renovem nos corações dos fiéis os prodígios realizados nos primórdios da pregação do Evangelho».
A oração compromete-nos na realização daquilo que pedimos a Deus.
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Textos para a Eucaristia (ano C): Atos 2, 1-11; Sl 103 (104); 1 Cor 12, 3b-7. 12-13; Jo 20, 19-23.
REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço