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...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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25.08.18

Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna.

mpgpadre

1 – «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».

Mais uma vez Pedro, aquele Apóstolo que é sempre dúvida, mas que nos granjeia simpatia, pois é um dos nossos, em muitos aspetos. Quem não se revê na sua espontaneidade, nas suas dúvidas e incertezas? E na sua adesão demasiado rápida? E na sua frontalidade demasiado ingénua e infantil? Quem diria que Pedro, mais à frente, será um dos rostos mais visíveis da traição a Jesus, abandonando-O, negando conhecê-l'O, mantendo-se distante para estar seguro?

Pedro chega-se à frente, tem o coração ao pé da boca, muitas vezes diz o que convém e o que não convém. É genuíno! Por isso Jesus o escolheu e não desistiu dele! Como não desiste de nós, como não desistiu de Judas! Por cada um deles, por cada um de nós, não tanto pelos nossos méritos, mas sobretudo pelo Seu amor por nós.

As palavras de Jesus são duras! Ele não Se esconde atrás das palavras! Ele é a Palavra encarnada, concreta, real, Pessoa! Curioso:  por vezes gostávamos que nos dissessem de outra maneira ou nos deixassem mais algum tempo na ignorância! Em situações gravosas, umas a seguir às outras, talvez precisemos de mais tempo para superar o trauma da tempestade anterior! Em todo o caso, nunca saberemos se seria melhor adiar o que é inevitável.

Ao longo da Sua vida, Jesus, sendo dócil e atencioso, compassivo e benevolente, não deixa de ser transparente, inequívoco, numa frontalidade que Lhe é reconhecida como autoridade, coerência de vida. Perante as autoridades, perante as multidões, perante os Seus discípulos: ide dizer a essa raposa... sois sepulcros caiados, belos por fora, podres por dentro, o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça, sereis levados a tribunais, perseguidos, presos, mortos... quem quiser ser o primeiro seja o servo de todos!

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2 – «Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?».

Vamos percebendo que a verdade, a honestidade, a frontalidade nos fazem bem à saúde. Não confundir frontalidade com arrogância, prepotência, sobranceria. Alguns de nós, depois de destilarmos ódio sobre os outros, colocando-nos acima e à parte do comum dos mortais, ficamos aliviados: eu cá sou assim, digo o que tenho a dizer, seja a quem for! Isso não é frontalidade, isso é infantilismo e complexo de superioridade! Só isso! Custa-me sempre ouvir alguém defender-se por atacar os outros com a desculpa esfarrapada que é frontal. As ditaduras e os ditadores, segundo os próprios, foram os que mais promoveram a liberdade! Alguém acredita na estória da carochinha?

A frontalidade de Jesus não destila fel nem superioridade! A frontalidade de Jesus parte da verdade e da justiça, do perdão e do amor, desafia à conversão, à partilha, à comunhão e ao serviço. Daí a sua delicadeza compassiva, mas que não foge às questões!

«Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do homem subir para onde estava anteriormente? O espírito é que dá vida, a carne não serve de nada. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida».

O discurso sobre o Pão, a Carne, o Corpo, o Sangue derramado chega ao fim, provocando feridas, ou melhor, ruturas. O evangelista informa-nos que "a partir de então, muitos dos discípulos afastaram-se e já não andavam com Ele". É nesse momento que Jesus testa as convicções dos seus discípulos, nomeadamente os Doze: «Também vós quereis ir embora?». Deus queira que tenhamos a alegria e a sabedoria de respondermos como Pedro: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna».

 

3 – Seguir Jesus nem sempre será fácil. É Ele próprio que no-lo diz: quem quiser seguir-Me renuncie a si mesmo, tome a sua cruz…

O que Ele nos manda é que nos amemos uns aos outros como Ele nos ama, gastando a vida. Nem sempre é fácil. O amor não está isento de sofrimento, pois somos diferentes e as circunstâncias do tempo são, muitas vezes, desfavoráveis. O ditado popular é explícito: quem se sujeita a amar, sujeita-se a padecer. Contudo, só o amor nos humaniza, só o amor nos salva, só o amor nos eleva para Deus.

____________________________________________________________________________________________

Textos para a Eucaristia (ano B): Jos 24,1-2a.15-17.18b; Sl 33 (34); Ef 5, 21-32; Jo 6, 60-69.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

14.08.18

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu - 2018

mpgpadre

1 – «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre».

O mistério da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, em corpo e alma, dogma católico, proclamado pelo Papa Pio XII, com a Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, a 1 de novembro de 1950, consagra uma verdade de fé reconhecida, aceite e professada, desde o início, pelas comunidades cristãs.

As primeiras palavras nos Evangelhos referidas a Maria dizem-nos que Ela é a cheia de Graça e que o Senhor está com Ela. É a saudação do Anjo. No encontro com Isabel a saudação é semelhante, mas desta feita incluindo já Jesus: bendita és tu, bendito é o fruto do teu ventre! Neste encontro sobrevém a alegria do encontro com Jesus e o primeiro anúncio da proximidade do Filho de Deus. A fé é a chave que nos possibilita a busca, a descoberta e o encontro com Deus. «Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».

N'Ela, como em nós, o fim está incoativamente presente no início e ao longo da vida, em conformidade com as escolhas feitas. Se escolhemos fazer a vontade de Deus, deixar que Deus nos ilumine e nos conduza, por certo seguiremos no Seu encalço até à eternidade. Jesus relembra isso mesmo aos seus discípulos: quem der testemunho de Mim diante dos homens, também Eu darei testemunho dele diante de Meu Pai que está nos Céus (cf. Mt 10, 32).

«Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática». É a resposta dada por Jesus a uma mulher que do meio da multidão Lhe diz: «Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito». A bem-aventurança está em escutar a palavra de Deus, procurando concretizá-la, traduzi-la na vida do dia-a-dia. Dessa forma nos predispomos a seguir o mandato de Maria – Fazei tudo o que Ele vos disser – que implicará configurar a nossa vida com a de Jesus no Seu jeito de amar, de servir e de Se entregar.

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2 – «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva».

Maria corporiza a humildade disponível para manifestar a grandeza de Deus e das Suas maravilhas no meio dos homens. O Magnificat assume a história da salvação contada e cantada através das gerações, em que Deus Se manifesta na proximidade aos pobres, aos simples, a todos quantos se abrem à Sua graça e se predispõem a seguir/viver os seus preceitos. Estes visam a inclusão de todos, fazendo sobressair o que une e faz deles, de nós, uma só família de Deus. Em contraponto, estão todos aqueles que na prepotência e no egoísmo se fecham à graça de Deus, sobrepondo a própria vontade, apetites e ganância a todos os outros, relacionando-se com eles em atitude de violência, de inimizade e de separação, deixando na terra marcas de sangue, de destruição e de morte.

Em Maria, Deus faz-Se um de nós. Com Jesus Cristo, Deus humaniza-Se, encarna, assume a nossa condição finita. Daí que o SIM de Maria seja decisivo, caucionando a vontade de Deus em Se tornar tão próximo da humanidade, que Se faz um de nós…

 

«A minha alma glorifica o Senhor

e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,

porque pôs os olhos na humildade da sua serva:

de hoje em diante me chamarão bem-aventurada

todas as gerações.

O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:

Santo é o seu nome.

A sua misericórdia se estende de geração em geração

sobre aqueles que O temem.

Manifestou o poder do seu braço

e dispersou os soberbos.

Derrubou os poderosos de seus tronos

e exaltou os humildes.

Aos famintos encheu de bens

e aos ricos despediu de mãos vazias.

Acolheu a Israel, seu servo,

lembrado da sua misericórdia,

como tinha prometido a nossos pais,

a Abraão e à sua descendência para sempre».

____________________________________________________________________________________________

Textos para a Eucaristia:

Vigília: 1 Cr 15, 3-4.15-16; 16, 1-2; 1 Cor 15, 54b-57; Lc 11, 27-28;

Missa do dia: Ap 11, 19a; 12, 1-6a. 10ab; Sal 44 (45); 1 Cor 15, 20-27; Lc 1, 39-56.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

11.08.18

E o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo!

mpgpadre

1 – Nem todos os alimentos são iguais, nem todos os alimentos nos satisfazem da mesma forma. De contrário, poderíamos comer apenas um alimento, na quantidade certa, ou preparar um comprimido com os diversos ingredientes, proteínas, vitaminas, fibras... para que o nosso organismo estivesse equilibrado e saudavelmente robusto. Mas há muitos fatores em que os sentidos intervêm, o aspeto – os olhos também comem – a textura, cheiro – abre-nos o apetite ou afasta-nos da mesa – conta também o apetite que se tem, a companhia, o tempo disponível e a própria disposição momentânea. Há quem esteja mal e não consiga comer e quem coma sem parar como que a tentar preencher algum vazio de emoções, ansiedade, preocupação!

Já nos aconteceu estar diante de um belo banquete e não nos apetecer nada ou comermos enfastiados! Qual pedido ao Ambrósio: apetecia-me algo, não sei bem o quê!

Uma das condições para saborear um alimento, à partida, é a vontade de comer. Só procuramos comida quando sentimos necessidade. O aroma ou o aspeto da comida pode despertar-nos o apetite. Noutras situações, é necessário provocar esse apetite. Tudo isto pode ajudar-nos a refletir na Palavra de Deus que hoje nos é servida como alimento que nos compromete e nos desafia, nos preenche e pode tornar luminosa a nossa existência.

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2 – Jesus apresenta-Se como alimento para esta vida e até à vida eterna. «Eu sou o pão que desceu do Céu». Não é uma afirmação fácil. Não é uma afirmação neutra. É a Sua identidade! É a Sua garantia em tornar-se PÃO que alimenta e sacia a nossa fome no que tem de mais profundo, de busca, de caminho, de felicidade!

É curioso verificar que há pouca ou nenhuma neutralidade na postura de Jesus. Habituamo-nos a ver a Sua delicadeza, docilidade, a sua diplomacia. Porém, Jesus suscita opções, seguimento ou recusa. Quem quiser seguir-Me renuncie a si mesmo! A vossa linguagem sejam "sim, sim" e "não, não", tudo o que vai além disso é diabólico!

Com efeito, as Suas palavras geram controvérsia e murmuração entre judeus. Mas porquê? "Eu Sou o Pão da Vida"! Será uma provocação? Será assim tão ofensivo? No seguimento, começamos a perceber a alcance das palavras de Jesus. Ele não diz que é como o pão, Ele afirma-Se «o Pão vivo» e isso implica que nos posicionemos, reconhecendo-O ou seguindo outro caminho.

Os judeus estranham as palavras de Jesus: «Não é Ele Jesus, o filho de José? Não conhecemos o seu pai e a sua mãe? Como é que Ele diz agora: ‘Eu desci do Céu’?». Fica claro também para nós que Jesus é maior do que o nosso conhecimento a Seu respeito.

 

3 – O que sabemos acerca de uma pessoa é sempre relativo, pois a pessoa não é um objeto de conhecimento neutro, mas sujeito que se apresenta como mistério, para os outros, mas também para si.

Por maioria de razão, Jesus é mistério que Se revela, Se comunica e, sobretudo, que Se dá a favor da humanidade. É mistério que nos traz a eternidade de Deus, nos revela o amor do Pai, tornando visível o acesso à vida eterna. Ele é a Porta, é a Ponte que nos liga a Deus Pai, num movimento ascendente e descendente. Faz-Se um de nós, tornando-Se Deus connosco e, não deixando de ser Deus, permanecendo verdadeiramente Homem. N'Ele a comunhão perfeita, plena, o encontro definitivo de Deus e do Homem. Ele é verdadeiramente o único Mediador entre Deus e a Humanidade.

«Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia... Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu... Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo»

Nas palavras de Jesus, a certeza que n'Ele é visível o amor de Deus, a Sua bondade, a Sua misericórdia infinita. Jesus é o alimento para esta vida, abrindo-nos as portas da eternidade, inserindo-nos no coração de Deus. A acentuação do mistério revela, por outro lado, que o decisivo é a fé em Jesus, como Filho amado de Deus, que nos dá Deus e nos permite comungar com Ele para sempre.

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Textos para a Eucaristia (ano B): 1 Reis 19, 4-8; Sl 33 (34); Ef 4, 30 – 5, 2; Jo 6, 41-51.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

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