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...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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30.05.18

Isto é o Meu Corpo, isto é o Meu sangue, entregue por vós

mpgpadre

1 – «Tomai: isto é o meu Corpo… Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens».

Em quinta-feira santa, Jesus chama à festa os Seus discípulos. Jesus tem uma mensagem importante a comunicar-lhes. Tem consciência que não Lhe restam muitas horas. Tudo se vem a precipitar e acelerar. Isso mesmo faz notar aos discípulos, dando-lhes pistas, indícios, sinais. Vai ser entregue às autoridades, vai ser condenado e vai ser morto. É preciso que saibam que a Sua morte não é em vão, mas é para cumprir, em tudo, a vontade do Pai, oferecendo-Se até ao fim, até ao último fôlego. Jesus não guarda nada para Si, dá-Se por inteiro. É o Meu Corpo, é o Meu sangue entregue por vós. Um pouco mais e será arrastado para a Cruz. Antes, porém, que O matem, Ele entrega-Se. A vida ninguém ma tira, Sou Eu que a dou!

De condição divina, não Se valeu da Sua igualdade com Deus, mas assumiu a nossa carne, a nossa humanidade, por inteiro, sujeitando-Se às leis físicas, sob as coordenadas do tempo e do espaço. O Verbo encarnou e habitou entre nós. Deus não nos salva a partir de cima ou do exterior, mas faz-Se um de nós. Vem habitar connosco. Habitar-nos. Embrenha-Se na nossa história, identificando-Se com as nossas dores e carregando-as, para nos libertar, para nos elevar conSigo para Deus. Mas não o faz simbolicamente num gesto de simpatia, fá-l'O visível e realmente, com o Seu corpo, com a Sua vida entregue ao Pai por nós, por nosso amor, para nossa salvação.

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2 – Na Cruz Jesus realiza o que antecipa na Ceia Pascal. Ele dá-Se, entrega o Seu Corpo e o Seu sangue, a Sua vida. A Cruz é expressão e certeza do Seu amor, de um amor encorpado (materializado) nas Suas palavras, nos Seus gestos e no oferecimento ao Pai: Pai nas Tuas mãos entrego o Meu espírito! É o Meu corpo. É o Meu sangue. É a minha vida. Podia ser uma expressão romântica, mas é real, física, carnal. Jesus nasce, vive e é morto na Cruz, depois de um processo apressado por aqueles que O viam como uma ameaça.

A Eucaristia, sacramento do mistério pascal, atualiza, torna presente o Corpo de Jesus, a Sua entrega, a Sua morte e ressurreição. O símbolo – o pão e o vinho – realiza o que significa. A crucifixão não se repete, Jesus oferece-Se uma vez para sempre. Os sacramentos, especialmente a Eucaristia, por ação do Espírito Santo, em Igreja (Corpo de Cristo), fazem com que a morte e ressurreição aconteçam (sacramentalmente) no nosso tempo, na nossa vida. Jesus torna-Se nosso contemporâneo. Está ali, como prometeu – Eu estarei convosco até ao fim dos tempos – está ali não às migalhas ou às prestações, mas presente totalmente, com o Seu corpo e com o Seu sangue!

3 – Chegada a plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu filho ao mundo para que o mundo fosse salvo por Ele, a partir de dentro, a partir da humanização da humanidade, marcada pelo pecado, pela treva e pela morte. Todavia, não foi do pé para a mão. Deus criou-nos por amor e criou-nos livres e mas não nos deixou à nossa sorte!

Radica aqui um dos equívocos do nosso tempo, a independência em relação a Deus e em relação ao próximo. Abdicamos dos pais e de Deus, abdicamos da sabedoria dos outros, mesmo que vivamos confortavelmente graças à criatividade, ao engenho e ao sacrifício de muitos. A autonomia é defensável, a independência (como a autossuficiência e a prepotência) isola-nos, desagrega-nos, desumaniza-nos. Ao tornar-nos independentes, tornamo-nos órfãos e depois filhos únicos, sem irmãos, sem família, sem casa paterna/materna, sem amigos! E o risco é mortal, pois se ninguém nos pertence e não pertencemos a ninguém podemos destruir, excluir, matar quem nos possa fazer sombra, pois não temos nada a perder, não temos nada a ganhar!

O pecado de Adão e Eva não impede Deus de Se manter por perto e de guardar a Sua obra-prima. O fratricídio de Caim, que matou o seu irmão Abel, não impede Deus de o proteger, marcando-o com o Seu selo, para que ninguém lhe faça mal. Na provação, Deus aponta uma saída, uma esperança. Nada está perdido em definitivo, Deus não nos desampara. A história do povo de Deus é uma história de encontro, de Aliança/s de Deus com a humanidade através dos Patriarcas, dos Juízes, dos Profetas, dos sacerdotes e dos próprios acontecimentos.

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Textos para a Eucaristia (ano B): Ex 24, 3-8; Sl 115; Hebr 9, 11-15; Mc 14, 12-16. 22-26.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

26.05.18

Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo

mpgpadre

1 – O mistério acolhe-se, vive-se, reza-se, enquadra-se nas escolhas que fazemos, e também se racionaliza, mas continua a ser mistério. Jesus é o Logos (Verbo, verdade, Palavra, razão, Sabedoria do Pai), é Luz que nos guia, que clarifica o mistério de Deus, que traz Deus até nós tornando-O acessível, visível à história e ao tempo.

Quem Me vê, vê o Pai! Eu e o Pai somos Um! Ninguém vai ao Pai senão por Mim! Eu vou para o Pai e vou enviar-vos o Espírito Santo, o Paráclito, o Espírito de Verdade que vos revelará toda a verdade, Ele vos recordará o que vos disse, «Ele não falará por Si próprio, mas há de dar-vos a conhecer quanto ouvir e anunciar-vos o que há de vir… Tudo o que o Pai tem é meu; por isso é que Eu disse: ‘Receberá do que é Meu e vo-lo dará a conhecer’» (Jo 16, 13-15).

O mistério da Trindade santíssima é visualizável na vida e na missão de Jesus Cristo. Basta olhar para Ele, acreditar n'Ele, segui-l'O, amá-l'O, vivê-l'O, transparecendo-O, para estarmos por dentro do mistério trinitário, ou melhor, para a vida divina nos apossar com a Sua presença e com a Sua graça misericordiosa.

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2 – Ao longo da Sua vida, Jesus vive em dinâmica de doação, de entrega, de serviço, de cuidado aos outros, de atenção aos mais desfavorecidos, mulheres e publicanos, crianças e estrangeiros, pecadores e doentes (surdos, mudos, leprosos, coxos, cegos, endemoninhados). Este é o mistério da Trindade: o amor levado ao limite do possível, até ao último fôlego; oferecido, em sacrifício, eternizando-o, confiando a Deus Pai. A finitude e a fragilidade humanas, os limites do tempo e do espaço são integrados no Infinito, na eternidade de Deus, são elevados às alturas, ressuscitam com Jesus Cristo!

Deus é Amor! Deus são três Pessoas! Faz parte do ser-pessoa a relação com os outros e com o mundo. É o que nos revela Jesus: o amor de Deus que Ele concretiza com a Sua vida. Deus é mistério, mas é um mistério que em Cristo Se revela, Se dá, amando-nos! Será impossível saber quem é Deus em Si mesmo! Mas também é impossível saber quem é cada pessoa em si mesma! Conhecemo-nos pelo que revelamos, pelo que dizemos e pelo que fazemos (ainda que sejamos mais do que isso)! É também assim que conhecemos Deus, através da Sua Palavra, Jesus, Deus humano, e em Jesus é visível o amor de Deus. Ser assumidos pelo mistério da Santíssima Trindade é deixar-se conduzir e enformar pelo amor como oblação, entrega, serviço, mas também como amizade, como partilha e como comunhão, integrando as diferenças e a identidade de cada um!

 

3 – «Deus Pai, que revelastes aos homens o vosso admirável mistério, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito da santidade, concedei-nos que, na profissão da verdadeira fé, reconheçamos a glória da eterna Trindade e adoremos a Unidade na sua omnipotência» (oração de coleta).

Professar a fé implica vivê-la. Não se trata de acreditar em algo, trata-se de acreditar e confiar em Alguém e querer que a Sua vida seja visível também na nossa! Queremos identificar-nos com Aquele que amamos ou, no mínimo, fazermos o que está ao nosso alcance para Lhe agradarmos! Vale na nossa relação com Deus, mas também vale na nossa relação com os outros!

Como o Pai me amou, também Eu vos amei! Como o Pai me enviou também Eu vos envio! «Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».

A resposta ao amor de Deus, que nos inclui na Sua família – somos Seus filhos no Filho Jesus – faz-se para a frente, amando os nossos semelhantes, levando-lhes alento e conforto, ajuda e esperança.

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Textos para a Eucaristia: Deut 4, 32-34. 39-40; Sl 32; Rom 8, 14-17; Mt 28, 16-20.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

19.05.18

Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados

mpgpadre

1 – O Jovem galileu percorreu montes e vales, cidades e aldeias, pelo campo e à beira mar, espalhou um sonho, o sonho de Deus de reunir a todos numa só família, em que todos possam sentar-se à volta da mesma mesa, sob o mesmo teto, sentindo-se em casa.

Os discípulos puderam acompanhá-l'O, puderem ver a Sua postura diante das autoridades e em relação aos mais pobres e frágeis. Puderam testemunhar a Sua intimidade com o Pai, a Sua delicadeza com todos, a sua proximidade aos doentes e aos pecadores, a predileção para com as crianças e os estrangeiros, as mulheres (algumas de vida duvidosa) e os publicanos. Escutaram discursos, mas sobretudo diálogos e pequenas estórias desafiando ao melhor, à inclusão, ao amor, ao perdão, à partilha, à confiança em Deus que é Pai e nos ama daqui até ao infinito, nos ama como Mãe.

Jesus sujeita-se às coordenadas espácio-temporais. Não estará para sempre (fisicamente) no meio de nós. Antes, porém, previne e prepara os Seus discípulos, não os deixará órfãos, enviar-lhes-á, de junto do Pai, o Espírito Santo. Anuncia-O e comunica-O: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos».

A continuidade é assegurada pelo Espírito Santo. A presença de Jesus faz-Se notar. É Páscoa. Vida nova, ressuscitada! Ele está no meio de nós! Vive em nós e através de nós. Vivamos na Sua paz!

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2 – A Páscoa, ressurreição de Jesus e ascensão aos Céus, implica-nos, não podemos ficar a olhar para Céu, pasmados à espera que a vida se resolva. Somos chamados a seguir Jesus, a amar Jesus, a viver Jesus, a testemunhar e transparecer Jesus. Em todos os momentos! Em todas as circunstâncias! Em toda a parte! Onde estiver um cristão está a ressurreição.

Em dia de Pentecostes, os Apóstolos estão reunidos. Os discípulos ainda não estavam suficientemente amadurecidos na sua fé, esperavam que a manifestação final de Jesus transformasse por completo o mundo onde vivemos, com a destruição do mesmo e com o surgimento de um mundo novo! Ao ascender para Deus, a mensagem que volta é do comprometimento com o mundo: Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a toda a criatura, fazei discípulos de todas as nações! Não fiqueis aí a olhar para o Céu, ide, Jesus virá do mesmo modo que O viste partir. Antes, no mistério da Encarnação, veio incógnito, na simplicidade e pobreza da família de Nazaré, homem entre os homens, passando despercebido! Agora está da mesma forma no meio de nós, homem entre os homens, escondido mas presente em cada pessoa que encontramos no nosso caminho.

3 – O apóstolo São Paulo relembra-nos como a ação do Espírito Santo é imprescindível para acolhermos Jesus, para acreditarmos em Jesus, para nos predispormos a integrar o Seu Corpo, como membros, procurando constituir uma só família, um só rebanho. Com efeito, o Espírito Santo que recebemos permiti-nos encontrar Jesus na nossa vida e agir para que a Sua vida e a Sua mensagem continuem a germinar no mundo. É por Ele que fomos/somos salvos. É n'Ele que tudo se renova, aparecendo os novos céus e a nova terra.

O Espírito Santo revela-nos a verdade que há em Cristo, toda a verdade, a verdade que nos salva, nos aproxima uns dos outros e nos faz participantes da vida divina. O projeto de Cristo, o sonho de Deus, o reino dos Céus já começou em Cristo Jesus e continua em mim e em ti, comigo e contigo, connosco. Os dons que Deus nos dá só o são verdadeiramente enquanto e na medida em que beneficiam todo o Corpo. Será disfuncional e destrutivo se um membro não "puxar" com todo o corpo!

«Há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum... fomos batizados num só Espírito, para constituirmos um só Corpo».

______________________

Textos para a Eucaristia: Atos 2, 1-11; Sl 103 (104); 1 Cor 12, 3b-7. 12-13; Jo 20, 19-23.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

12.05.18

Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura

mpgpadre

1 – Jesus estará presente nos discípulos através do Espírito Santo. Mas caber-lhes-á, e a nós também, pôr em marcha o anúncio do Reino que Ele instaurou com a Sua vida e, particularmente, com o mistério da Sua morte e ressurreição: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for batizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado».

Sem delongas, o evangelista informa-nos que Jesus foi elevado ao Céu, sentando-Se à direita do Pai, e os discípulos partiram por toda a parte, a anunciar o Evangelho, como lhes tinha sido ordenado, e logo verificam que o Senhor coopera com o seu ministério, visível nos milagres que comprovam e ilustram as palavras.

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2 – São Lucas faz-nos regressar um pouco atrás, sublinhando as hesitações e os medos, os percalços do caminho e o perigo da automatização da salvação. Os 40 dias dados para a Ascensão de Jesus força-nos a perceber que Ele esteve o tempo necessário para nos preparar para a missão, mas agora é a nossa vez, não podemos ficar de braços cruzados à espera que a vida aconteça, por si mesma.

Durante 40 dias apareceu-lhes, mas findaram esses dias. Será agora a restauração de Israel? Podemos ficar descansados, que tudo ficará diferente? Vamos ver o sol brilhar no país e no mundo? A resposta de Jesus é lapidar: «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou… mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra».

O decisivo não é a irrupção do Reino Deus, o fim do mundo, a vitória do bem sobre o mal, os bons em lugar dos maus, a vida a absorver a morte, a confiança a destruir o sofrimento; o decisivo é o que eu e tu podemos fazer para sermos verdadeiras testemunhas de Jesus, em Jerusalém e em toda a parte, na minha e na tua casa, na minha e na tua paróquia, na minha e na tua rua!

 

3 – Tal como Marcos, também Lucas conclui que Jesus Se eleva à vista deles, mas logo uma nuvem O esconde dos seus olhos!

O Céu faz ouvir o seu grito: «Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».

O olhar voltado para o Céu remete-nos para a terra: Jesus virá do mesmo modo! É preciso não descurar a terra, o mundo! Não basta simplesmente ficarmos pasmados a contemplar o que possa estar para lá das nuvens, é necessário que a nossa vida seja sol e luz para os irmãos, sejamos testemunhas de Jesus, do Seu amor e do Seu perdão, para, dessa forma, purificarmos o nosso olhar, o nosso coração, para que vendo-O nos irmãos, O cheguemos a ver face a face.

A Madre Teresa de Calcutá dá-nos uma dica preciosa: «Reza como se tudo dependesse de Deus e age como se tudo dependesse de ti...». O mundo precisa de Deus e precisa de nós, de mim e de ti, para levarmos o Deus que nos habita a todos que não O conhecem ou vivem afastados d’Ele.

 

4 – Hoje, sobretudo em Portugal, mas um pouco por todo o mundo, evoca-se Maria, Mãe de Jesus, como Nossa Senhora de Fátima, 101 anos depois da primeira aparição aos Pastorinhos.

A mensagem é a do Evangelho: conversão, mudança de vida, oração pela paz no mundo, compromisso com a verdade e com a justiça, defesa e promoção da vida e da dignidade das pessoas, sobretudo as mais frágeis!

___________________

Textos para a Eucaristia: Atos 1, 1-11; Sl 46 (47); Ef 1, 17-23; Mc 16, 15-20.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

 

05.05.18

«Como o Pai Me amou, também Eu vos amei»

mpgpadre

1 – «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos». Não há maior amor que o amor de Mãe. Duas afirmações lapidares que que facilmente se conjugam. O verdadeiro amigo é capaz de renunciar a muito para salvaguardar a amizade ou para ver o amigo feliz. Dar a vida por alguém faz-nos situar num nível superior. Assim é também o amor de Mãe, que, ao longo da vida e em todos os momentos, está predisposta a lutar pelos filhos, a gastar-se por inteiro, a fazer tudo para que os filhos não sofram e tenham direito a usufruir de todas as bênçãos, de todos os direitos e garantias! Quantos de nós já presenciaram Mães a fazer-se ouvir, alto e bom som, em defesa dos filhos, sem olhar para quem está a observar ou a murmurar ou a quem se dirigem?

A cumplicidade começa no ventre materno. Nove meses (ou perto disso), em que duas vidas interagem; dois corações que batem perto um do outro; dois mundos, um por dentro do outro; o medo e a esperança; a pressa e a paciência; os sonhos e as angústias! A Mãe é-o muito antes de o ser, de o ser visivelmente para o mundo! E, depois, é a vida toda: o nascimento, os primeiros gestos, sorrisos, a primeira palavra, o gatinhar e o começar a andar, o crescimento, a adolescência, a juventude, a autonomia, o sair de casa... E, por outro lado, as dificuldades, as noites por dormir, a angústia de fazer alguma coisa errada, não saber cuidar, ou não estar à altura das exigências do filho e do tempo; as alternativas para a educação, o contacto com outros mundos; as primeiras lágrimas, a primeira queda ou a primeira ferida; as birras, a incompreensão, a autonomia crescente, as diferenças que se sublinham; o isolamento do filho ou os caminhos tortuosos por onde está a enveredar ou por onde pode ir...

É um amor para a vida toda. É uma vida toda em que facilmente a Mãe (e o Pai) se esquece de viver a própria vida para viver em função do/s filho/s, das suas necessidades e dos seus anseios, dos seus projetos. Eles crescem! Saem de casa! O ninho fica vazio! Mas a ligação permanece! E hoje, com os telemóveis e com as tecnologias de informação e com as redes sociais, a ligação é ainda mais permanente. E filhos criados, tantas vezes, trabalhos dobrados!

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2 – O ambiente familiar é essencial na conceção que temos da vida e da saúde nas relações com os outros. Visualiza-se assim o amor vivido na Sagrada Família de Nazaré, mesmo com as dificuldades inerentes naquela época, nomeadamente quanto à sobrevivência, com uma elevada exigência de trabalho e de sacrifício, e de entreajuda dentro da família e com os vizinhos!

«Como o Pai Me amou, também Eu vos amei»! Jesus tem uma relação privilegiada com o Pai, uma intimidade que transparece para os discípulos e para as multidões. Retira-Se e refugia-Se para orar. Eu e o Pai somos Um! Quem Me vê, vê o Pai! Ninguém vai ao Pai senão por Mim! O Meu Pai trabalha em todo o tempo e Eu também trabalho! Sem secundarizar esta relação espiritual-sobrenatural, entrevê-se a relação com São José e com Nossa Senhora.

«Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor». Por certo já o ouvimos ao nosso Pai ou à nossa Mãe: és lindo se fizeres o que te estou a pedir! Traduzindo, verás mais facilmente o meu amor por ti, a minha alegria, se guardares o que te digo! Guardar é cumprir, viver, concretizar no dia-a-dia! Pois dessa forma, irás por um caminho que te fará bem e te fará feliz. E se tu estás bem, o teu Pai e a tua Mãe vão estar felizes.


Textos para a Eucaristia (B): Atos 10, 25-26. 34-35. 44-48; Sl 97 (98); 1 Jo 4, 7-10; Jo 15, 9-17.

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