Maria conservava todos estes acontecimentos em seu coração
1 – Cada novo ano civil se inicia sob o patrocínio de Maria, Mãe de Deus. Renovamos a esperança num mundo em que (re)nasça e cresça a paz e a alegria, a luz e a justiça e a ternura da Virgem Mãe.
A vida de Jesus é envolvida pela docilidade e delicadeza, pela inclusão e pelo cuidado aos mais frágeis. Por certo não será difícil encontrar a doçura, a afetividade, a delicadeza em Maria e em toda a sagrada Família. A entreajuda nas tarefas de casa e nos compromissos sociais, a participação na vida da comunidade, os tempos de festa e de alegria, os momentos de dor, de perda e de luto.
2 – No Principezinho, o narrador inicia a sua história com um desenho: uma jiboia a digerir um elefante. Como os adultos não percebem o desenho, faz um segundo, colocando os contornos do elefante dentro da jiboia. Tinha então seis anos de idade e mostra o desenho 1 e depois o 2 para meter medo, mas para quem vê não passa de um chapéu. Dizem-lhe que deixe de brincar e se dedique à história, à geografia, à matemática e à gramática. Só mais tarde, muito mais tarde, já aviador, perdido no deserto do Saara, alguém, o pequeno Príncipe, percebe espontaneamente o seu desenho: uma jiboia a digerir um elefante! Afinal, as pessoas adultas são esquisitas, andam de um lado para o outro e nem sabem o que procuram!
«Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos…» (Lc 10, 21). Só os pequeninos, pobres, simples e humildes de coração compreendem os mistérios de Deus e, quando não compreendem, confiam. Não admira, portanto, que sejam os pastores os primeiros a escutarem a voz que vem das alturas e a compreenderem que Aquele Menino é uma bênção de Deus dado à humanidade.
Os pastores são gente simples, pobre, humilde! Aproximam-se rapidamente de Maria e de José, veem o Menino deitado na manjedoura e extravasam de alegria, relatando tudo o que ouviram acerca d'Aquele Menino. Todos ficam maravilhados. Têm o encanto do encontro e a alegria da partilha. Há de ser assim o nosso encontro com Jesus, contando-Lhe a nossa vida e confiando-Lhe os nossos anseios e preocupações, os nossos sonhos e projetos. Em simultâneo, atraiamos outros com o nosso entusiasmo em falar e transparecer Jesus.
Sublinha-se, neste episódio, a importância da dimensão missionária. Os pastores escutam os Anjos. Diante de Jesus, Maria e José, dizem as razões da sua alegria. No regresso a suas casas continuam a anunciar Jesus e o que Deus fez a favor de todo o povo.
3 – «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra… A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva» (Lc 1, 38.46-55). As palavras de Maria sublinham a humildade com que acolhe e vive a Sua vocação de Se tornar a Mãe do Salvador. Transparece a grandeza de Deus para o mundo. É a Sua missão. Há de ser também a nossa: engrandecermos, com humildade, a presença de Deus, para que Ele, em nós e através de nós, opere maravilhas.
Os pastores não disfarçam a alegria deste encontro e têm urgência em comunicar tudo o que ouviram acerca deste Menino.
Maria deixa que as palavras saltem do coração, quando se encontra com Isabel. Hoje silencia, escuta com o coração, medita nas palavras proferidas pelos pastores. «Maria conservava todos estes acontecimentos, meditando-os em seu coração». Como reiteradamente tem salientado o nosso Bispo, D. António Couto, Maria não apenas escuta mas compõe as palavras e os acontecimentos que lhe chegam ao coração. É uma melodia nova que está a manifestar-Se ao mundo.
Textos para a Eucaristia (A): Num 6, 22-27; Sl 66 (67); Gal 4, 4-7; Lc 2, 16-21.
REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço
e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE