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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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27.02.16

Talvez venha a dar frutos!

mpgpadre

1 –  A vida é um mistério que não se dissolve no conhecimento, na ciência ou na sabedoria popular. A sua complexidade, por um lado, e a sua simplicidade, por outro, fazem da vida (vegetal, animal, humana) um desafio permanente de procura, de descoberta, de admiração. Para crentes e não crentes é um mistério inabarcável.

Com os avanços da ciência foi possível resolver muitos enigmas e melhorar a qualidade da vida, ainda que persistam doenças crónicas, as depressões, o vazio existencial. Somos muito mais que a soma de cromossomas, ADN, sangue, ossos, músculos, carne. Somos um mistério que quanto mais se desvenda mais complexo se torna.

Ao longo do tempo, o ser humano procurou compreender e justificar o sofrimento, a doença e a morte. Se a vida é tão bela, como é possível o sofrimento e a morte? Porque é que a vida não é igual para todos? Porque que é que uns sofrem tanto e outros têm uma vida durável e saudável? Terá a ver (somente) com as escolhas de cada um?

Uns procuram respostas na fé e na religião, outros no acaso ou na ciência. Muitos aceitaram a doença e as desgraças como vontade dos deuses ou como consequência do pecado.

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2 – Jesus questiona o sofrimento e o mal, compadecendo-Se. Não procura justificações ou culpados. É preciso ajudar? Ajuda-se.

Para os antigos, se alguém sofre é porque algum mal praticou. Job questiona tal ligação, pois nada praticou que merecesse tantos sofrimentos. No final, na história de Job, vêm ao de cima a soberania de Deus  e o mistério insondável da vida.

Os mestres de Israel e a gente simples do povo assimilaram que a injustiça, o mal, a doença, a deficiência, o próprio domínio estrangeiro, eram consequência do pecado. Mas de quem? Dos pais, dos próprios, do povo? Jesus desmistifica esta crença ancestral. O pecado é destruidor do tecido social – quando cada um cuida apenas dos seus interesses pessoais ou tribais – e da própria vida – quando acumulamos as toxinas da inveja, do ódio, do desejo desenfreado de vingança. O que nos acontece de mal não é, sem mais, consequência do pecado, a não ser que resulte do mal consciente que outros nos fizeram!

Pilatos mandou derramar sangue de alguns galileus. A questão era saber que mal tinham feito para merecerem tal castigo. Jesus combate esta lógica: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus? Eu digo-vos que não. E aqueles dezoito homens, que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante».

Atente-se à interpelação de Jesus, desligando o mal sofrido de qualquer culpa. Mas, atenção, diz-nos Jesus, é necessário que nos preocupemos com o bem de todos, uns dos outros, aderindo ao Reino de Deus, convertendo-nos. De contrário, pior será a nossa sorte!

The Vine Dresser and the Fig Tree (Le vigneron et

3 – Jesus sublinha a importância da conversão e a inutilidade de arranjar culpados. Fácil é olhar para os defeitos e pecados dos outros! Porém, para os seguidores de Jesus, importa deixar-se olhar pela Misericórdia de Deus e a Ele aderir de todo o coração.

Jesus conta então a parábola da figueira que não dá frutos. «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou. Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’. Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano».

Três anos sem dar fruto é muito tempo. Porquê gastar recursos? E porquê ocupar espaço onde se pode plantar outra árvore ou mais vinha? A parábola fala-nos da paciência de Deus e do Seu amor. Ele não desiste de nós. Nunca. Um e outro ano e mais outro e outro ainda. Jesus é o vinhateiro que visualiza o cuidado, a paciência e a misericórdia de Deus. Em Jesus, o Reino de Deus está em ação e já se podem ver os frutos. Cabe-nos também transparecer o Reino de Deus.

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Textos para a Eucaristia (ano C): Ex 3, 1-8a. 13-15; Sl 102; 1 Cor 10, 1-6. 10-12; Lc 13, 1-9.

 

REFLEXÃO DOMINCIAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

25.02.16

Leituras: ANSELM GRÜN - AS OITO BEM-AVENTURANÇAS

mpgpadre

ANSELM GRÜN (2010). As oito bem-aventuranças. Caminho para uma vida bem conseguida. Braga: Editorial A.O., 184 páginas.

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       Anselm Grün é Monge beneditino, formado em economia e teologia, alemão. Através dos seus livros, conferências, procura testemunhar os tesouros da vida. É por muitos considerado um guia espiritual, reunindo grandes audiências. Já tivemos oportunidade de ler e de recomendar outros títulos, tais como: A sublime arte de envelhecer e tornar-se uma bênção para os outros; O Pai-Nosso. Uma ajuda para a vida autêntica; Que fiz eu para merecer isto? A incompreensível justiça de Deus.

       Este é mais uma belíssimo livro de bolso, que se lê com agrado sobre uma temática essencial da pregação e do proceder de Jesus. As Bem-aventuranças não garantem a vida eterna, mas são um caminho que nos levam a viver melhor e mais próximos do jeito de Jesus.

       O autor parte desde logo do significado de "Bem-aventurança", a procura da felicidade, comum a todos as pessoas, ainda que de maneiras distintas e caminhos diferentes.

       Jesus sobe ao MONTE com os discípulos. O monte aproxima-nos de Deus, da luz. Na cidade, a confusão, o barulho, a poluição. A montanha dissipa o nevoeiro e conduz-nos à calmaria, à natureza em que é possível ouvir os pássaros, o vento, ouvir a Deus. Tal como no Horeb ou Sinai, em que Deus dá a Lei ao Povo através de Moisés, agora Jesus, no monte, dá-nos uma leitura nova da Lei. As leis é para que vivamos harmoniosamente uns com os outros. "É possível uma boa convivência".

Anselm Grün segue de perto a interpretação de São Gregório de Nisa, lembrando-nos que ele "vê a montanha como o lugar para onde seguimos Jesus, a fim de nos elevarmos para cima das nossas concepções baixas e limitadas «até à montanha espiritual da contemplação mais sublime» (Gregório, 153). O monte está envolvido pela luz de Deus".

       Seguindo o título dos capítulos, o autor faz-nos perceber que as bem-aventuranças são promessa de uma vida em plenitude, acentuando também que "a felicidade não é uma consequência do comportamento, mas é expressão desse comportamento... as oito atitudes das Bem-aventuranças são o lugar onde podemos fazer a experiência de Deus e onde, em Deus, podemos experimentar a nossa verdadeira felicidade... são o caminho para uma vida bem conseguida... aponta um caminho. E podemos ver, no próprio Jesus, como é que Ele percorreu o caminho".

 

1.ª Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino de Deus.

"Quem é pobre em espírito está aberto a Deus que habita nele... Não usa Deus, a fim de ter alguma coisa para si, a fim de conseguir a satisfação dos seus desejos, ou a fim de se sentir melhor ou mais seguro em Deus. A pobreza em espírito é desinteressada... Para São Gregório de Nisa, a pobreza em espírito é a condição para a pessoa se elevar até Deus, em liberdade... A primeira bem-aventurança é, pois, uma caminho de liberdade interior para a verdadeira felicidade". Por deles é o reino de Deus..."O Reino dos Céus é o lugar onde Deus reina em nós. Quem é pobre em espírito, renuncia a ter as rédeas de tudo e a tudo controlar em si. está aberto ao domínio de Deus. Onde Deus reina nele, encontra o acesso ao próprio eu... se alguém se liberta de toda a dependência das coisas deste mundo, nele reina Deus. E o reinado de Deus faz dele verdadeiramente livre".

2.ª Bem-aventurados os que choram porque serão consolados.

É necessário fazer o luto de tudo o que não podemos ser, para valorizarmos o que somos e o que podemos ser, com as circunstâncias que nos contextualizam com o mundo e com o tempo atual. "Aquele que sou, saúda, tristemente, aquele que eu poderia ser" (Kierkegaard). "Jesus proclama bem-aventurados aqueles que estão dispostos a chorar, os que enfrentam a dor da despedida das ilusões. Só eles continuarão sãos, interiormente... Jesus descreve o luto como uma caminho para a felicidade... o luto é um caminho para eu enfrentar a realidade e para me libertar das ilusões com que encubro a realidade. No luto não me esquivo à dor... Ninguém pode realizar todas as possibilidades da vida... Cada decisão me dá alguma coisa e me priva de algo. Compromete-me. E em cada decisão, excluo alguma coisa. E tenho de fazer luto por aquilo que excluo. Se falho o luto, então encho esse défice que fica em mim com uma qualquer sucedâneo... O luto chora e, desse modo, fecunda a alma. A tristeza, pelo contrário, é apenas chorosa... É Cristo quem nos consola. Sim, Ele mesmo é a consolação. Se pomos o olhar n'Ele, no meio do nosso luto, já experimentamos a consolação... e o luto transforma o seu coração..."

3.ª Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.

"A agressividade está a transformar-se num problema... Tudo tem de ser protegido, para não ser destruído... No terror, pratica-se uma agressividade sem limite. Onde ela é praticada em nome de Deus, não conhece barreiras. O valor do ser humano já não conta. O único objetivo é propagar o medo... As palavras de Jesus sobre a doçura e a mansidão parecem ser, de facto, de um outro mundo". Em contrapartida, "a mansidão nãos e deixa arrastar pelos impulsos, pela ira, ou pelos ciúmes. Permanece arreigada no solo... Jesus não proclama felizes os insensíveis. «Ditosos são, portanto, aqueles que não cedem rapidamente aos movimentos passionais da alma, mas conservam a serenidade no seu íntimo graças à temperança» (São Gregório, 170)... As palavras de Jesus desafiam-me a transmitir, também para fora, a mansidão que experimento dentro de mim... Confio no poder da ternura. Ela é água que amolece a pedra dura... Trabalhamos em nós próprios mas renunciamos a ser perfeitos... A minha terra pertence-me. Expande-se. Herdo a terra, isto é, tenho chão suficiente debaixo dos pés. Deixo de ser dividido... só nos pertencemos a nós próprios se lidamos amistosamente com o que assoma em nós..."

4.ª Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.

O autor contextualiza o tempo em que as Bem-aventuranças foram proclamadas por Jesus, o contexto das comunidades que acolheram a mensagem de Jesus, interpretações ao longo da história da Igreja, com pontes à filosofia grega e ocidental, ao ambiente semita, à religiosidade popular. Ponte importante com a atualidade. Começa por referir que "o rendimento médio nos vinte países mais ricos do mundo é 37 vezes superior ao dos vinte países mais pobres... nos últimos 40 anos duplicou a distância... entre as 100 maiores unidades económicas do mundo há 52 empresas mas apenas 48 estados... Não há justiça quanto à igualdade de oportunidades... A injustiça conduz, ultimamente, à guerra". Há, por outro lado, uma «judicialização» cada vez mais abrangente. Tudo está regulamentado. "Os juristas determinam casa vez mais a vida coletiva... já não valem a fidelidade e a confiança, mas unicamente a segurança legal". Anselm Grün constata que "as pessoas anseiam pela verdadeira justiça, por um mundo onde reine a justa distribuição dos bens e das oportunidades, no qual se faz justiça a todos, tanto aos pobres como aos ricos, tanto aos mais fortes como aos mais fracos... existe a convicção de que só onde reina a justiça pode florescer a paz... A fome e a sede de justiça referem-se a todos os homens, a uma ordem justa para todos, à vida em retidão que Deus pensou para todos... As virtudes da justiça, da prudência, da coragem e da temperança põem-nos em contacto com o nosso interior". Segundo São Gregório de Nisa, as virtudes enchem-nos "de doçura e de alegria, em todos os momentos da nossa vida". Com efeito, ainda citando São Gregório, "A bem-aventurança é uma convite a uma vida feliz. Que exercita a justiça não ficará saciado apenas no Além. Será feliz e viverá satisfeito já no meio da luta pela justiça".

5.ª Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.

No Jubileu Extraordinário da Misericórdia que decorre (8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016), esta Bem-aventurança coloca-nos em sintonia e em sinfonia com o desejo do Papa Francisco de refletir e viver as Obras de Misericórdia. O Coração misericordioso e compassivo de Deus, que Se faz peregrino connosco, mas que nos Seus gestos encontremos o desafio e o compromisso para vivermos como irmãos, acolhendo e integrando todos, sobretudo os que se encontram em situação mais frágil. Partindo da atualidade, o autor começa por mostrar como o "mercado é implacável. Só o mais forte consegue impor-se, Os outros ficam pelo caminho. O carácter implacável do mercado parece influenciar também a vida social... Quem sabe «vender-se» bem, «vale» alguma coisa... Aqui só contam os números e não a pessoa". Quanto à misericórdia, dela fazem parte a compaixão e o «sofrer com». Segundo alguns, a compaixão é fraqueza (por exemplo o Terceiro Reich). "A falta de misericórdia leva ao endurecimento e à violência na convivência mútua... Só o mais forte consegue impor-se. Os outros extinguem-se". Por conseguinte, "neste mundo frio, cresce a aspiração a um mundo misericordioso... [em que] sejamos respeitados na nossa dignidade humana... Jesus manteve-se fiel à misericórdia. E declarou bem-aventurados os que são misericordiosos. Porque alcançarão. Ele acreditou na vitória da misericórdia e da compaixão... Se somos misericordiosos também experimentamos a misericórdia... É misericordioso o que lida consigo e com os outros... Lido amorosamente com a esta criança em mim, necessitada de ajuda. Confio em que a minha criança interior vá amadurecendo, no meu colo materno e no colo materno de Deus, e que venha a ser o que deve ser a partir de Deus... A misericórdia brota do amor ao próximo... A misericórdia devolve-nos a vida... A compaixão pela nossa doença devolve-nos a saúde... A misericórdia de Deus permite-nos ser mais misericordiosos connosco próprios... Quem é misericordioso compreendeu quem é Deus. E participa de Deus. Está em Deus. A misericórdia é, para nós, os seres humanos, o caminho para o coração de Deus".

6.ª Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.

Olhando para o nosso tempo, o autor conclui que "a desconfiança está na moda". Não se aceitam as palavras sem reservas, crê-se que há sempre segundas intenções. No entanto, "aspiramos à clareza e à pureza de sentimentos, a pessoas que possuem um coração puro, que fazem, sem segundas intenções, o que reconheceram ser reto, e que dizem o que para elas brilha como verdade... aspiramos à pureza do coração... O coração puro é o coração simples, sincero, claro... Jesus exorta-nos a deixarmos que a luz irradie sobre o nosso corpo e expulse todas as trevas. Quando nos encontramos com uma pessoa cujos olhos brilham, sem segundas intenções, então também algo em nós se torna claro e límpido". Na Transfiguração, os discípulos "veem, de repente, claramente, quem é Jesus Cristo. E no espelho de Jesus reconhecem-se a si próprios... A meta do ser humano é ver a Deus, na visão passar a ser um com Deus... Se vemos a Deus esquecemo-nos de nós mesmos. Fazemo-nos um com Deus e, ao mesmo tempo, connosco próprios, Na unidade com Deus tomamos consciência de nós próprios, chegamos ao nosso esplendor original e não falseados... Sentimo-nos luz, iluminados pela luz de Deus. Isto é o ápice da Encarnação, o mais alto a que um ser humano pode aspirar". A pureza do coração faz bem à saúde, pois aquele que se encontrou consigo próprio, com a sua luz interior, "deixa de procurar no exterior a cura das suas feridas. Já não espera, vinda do afeto e da ajuda dos outros, a sua saúde. Encontra-a em si mesmo se, graças à pureza, se tornou inteiramente ele próprio".

7.ª Bem aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.

Olhando para o mundo atual, vemos como é frágil da paz. São disso exemplo as duas Guerras mundiais, mas igualmente tantas zonas de conflito bélico, em diferentes latitudes. No tempo de Jesus Cristo a paz é periclitante. O povo está sob o domínio romano e aquilo que se chama a paz romana (pax romana) não passava efetivamente de pacificação, de imposição da paz pela força, pelo domínio, pelo controlo apertado, aniquilando todos os focos de resistência e até povos inteiros. "Era uma paz violenta". A paz não é algo de passivo, de deixar correr, sem fazer nada, sem intervir, mesmo quando a violência o atinge. A paz é ativa, implica. "Criar paz significa a disponibilidade ativa para ir ao encontro das pessoas que estão em conflito e reconciliá-las entre si". Também em nós devemos fazer as pazes com os nossos inimigos: o nosso medo, a nossa depressão, a nossa susceptibilidade, a nossa falta de disciplina, e então os nossos inimigos convertem-se em amigos e "a nossa terra, de repente, torna-se maior do que nunca sucedeu antes. Em vez de dez mil soldados, temos à disposição trinta mil (cf. Lc 14, 31ss). Ficamos mais fortes... Só quem está em sintonia consigo próprio, ou pelo menos a caminho dessa meta, pode construir a paz entre as pessoas". Por outro lado, prossegue Anselm Grün, a construção da paz resultará do amor e do diálogo, superando o conflito interior para superar os conflitos exteriores, não pela violência mas pelo diálogo. "Se quero vencer os inimigos, não construirei a paz. O derrotado quer vir a ser, um dia, o vencedor. Assim voltará a levantar-se e a continuar a combater. Só quando se alcança um bom equilíbrio todos podem viver em paz... Construir a paz é um processo criativo... Quem cria paz, participa do poder criador de Deus, que fez tudo bem feito". Dando como exemplo Martin Luther King, o autor sublinha que "só o amor pode construir a paz. «O ódio não pode expulsar o ódio. Só o amor consegue. O ódio multiplica o ódio, a violência aumenta a violência, a dureza faz aumentar a dureza, uma espiral permanente de aniquilamento» (Feldmann, 702). O ódio não destrói apenas a convivência, prejudica também a pessoa".

8.ª Bem-aventurados os que sofrem perseguição, por causa da justiça, porque deles é o reino dos Céus.

"A injustiça no mundo clama ao céu. Mas não há quase ninguém que arrisque a pele pela justiça". No mundo atual parece que são felizes aqueles que estão do lado dos vencedores, dos lobos, daqueles que passam por cima dos outros. "A bem-aventurança desafia-nos, mas não sobrecarrega com coisas impossíveis. O que faz é fortalecer a nossa aspiração à coragem de nos empenharmos pela justiça, custe o que custar... A coragem é a expressão da liberdade interior... mantenho-me firma na justiça, mesmo que isso me cause desvantagens junto dos outros". O que me sucede de mal pode empurrar-se para a frente, para o bem. Seguindo de perto São Gregório de Nisa, o autor evoca a imagem das corridas. Os adversários que correm comigo levam-me a avançar, lutando. Os conflitos em que caio podem ajudar-me a ser mais forte.

"São Mateus compôs as oito Bem-aventuranças de tal modo que a primeira e a última contêm a promessa do Reino dos Céus. Os pobres em espírito são, como os perseguidos por causa da justiça, também pessoas interiormente livres, que não se deixam depender da opinião dos outros... porque encontraram em Deus a sua verdadeira essência. Deus reina nelas. E porque Deus reina nelas são por inteiro elas mesmas, livres do poder dos outros. Porque Deus é o seu centro, são elas próprias, no seu centro, estão em sintonia consigo mesmas".

As bem-aventuranças são um caminho para viver melhor e ser mais saudáveis.

20.02.16

Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O

mpgpadre

1 – Depois do Batismo, impelido pelo Espírito Santo, Jesus foi para o deserto, para orar. O deserto deixa a descoberto o essencial, com as suas forças e as suas fraquezas. Jesus deixa-Se preencher por Deus e pelo Seu Espírito de Amor, superando dessa forma as tentações do poder, do egoísmo, da facilidade, a tentação de renunciar a uma vida vivida em primeira pessoa e de caminhar enfrentando as dificuldades e os obstáculos. Faz-Se Caminho connosco e para nós.

Agora sobe ao monte. O monte é também um lugar especial de encontro com Deus. Leva-nos com Ele. "Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para orar. Enquanto orava, alterou-se o aspeto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente". A subida à montanha permite-nos respirar um ar mais puro, onde se dissolve a nebulosidade. Como não lembrar aqueles dias em que o nevoeiro permanece sobre a vila e temos de ir à montanha para vermos o sol e a luminosidade.

Mas não apenas isso. Jesus vai à montanha com um propósito primeiro: orar ao Pai. O Evangelho de Lucas é particularmente o evangelho da oração de Jesus. Jesus reza, por ocasião do Batismo, e abrem-se os Céus. No alto do monte, Jesus reza e o Seu rosto altera-se, as suas vestes ficam de uma brancura refulgente. A oração faz perceber a presença do Pai. Na oração Jesus, deixa-Se ver tal como É, filho de Deus. É um vislumbre da eternidade de Deus e da ressurreição. O Caminho ainda será longo e de sofrimento, mas uma luz ao fundo do túnel sempre nos incentiva a prosseguir e nos aponta a direção para chegarmos à tona, para chegarmos à luz.

A oração permite-nos participar da vida de Deus. Jesus ensina-nos a fazê-lo, incentivando-nos: "sede misericordiosos como o Vosso Pai é misericordioso" (Lc 6, 36). É na oração que nos aproximamos do monte, que nos aproximamos de Deus. É na oração que Deus dilata o nosso coração para O acolhermos, para nos identificarmos com Ele. Não há outro caminho, ainda que possam existir alguns atalhos.

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2 – Estamos a meio do caminho. Jesus conduz-nos ao monte e, em oração, deixa-Se ver como Filho de Deus, do Seu rosto irradia a Luz da eternidade, o desenlace da Sua e da nossa história na Ressurreição. Mas ainda falta percorrer caminho. Da montanha é possível, estando mais perto dos Céus, olhar o mundo a partir de Deus e do Seu amor de ternura, é possível ver mais longe. Somos agora conduzidos por Jesus, e não pelo demónio, para contemplarmos o mundo não para o subjugar mas para o servir, cuidando de todos os que o habitam, sobretudo os mais frágeis.

Jesus tinha dito claramente aos seus discípulos que a hora das trevas se aproximava rápida e decididamente. Um balde de água fria nas aspirações e nas expectativas dos discípulos. Agora Jesus revela-lhes o que está para lá da paixão, da entrega, da cruz, do sofrimento. Não lhes esconde as dificuldades, mas aponta para a frente. A oração sincroniza-nos com a eternidade, podemos então ver Moisés e Elias, a Aliança que Deus estabelece com todas as nações através do Povo Eleito. A Aliança é refeita, plenizada e universalizada com a presença, a vida e a mensagem, a morte e a ressurreição de Jesus. A Palavra e a Aliança de Deus com o Seu povo tem agora um ROSTO humano, toda a criação desemboca em Jesus. Lucas ainda tem tempo para nos dizer que Moisés e Elias falavam da morte de Jesus a consumar-se em Jerusalém. Despertando, os discípulos veem a glória de Jesus. Atónito, Pedro, diz a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias».

Da nuvem Deus faz-Se ouvir: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O». Conhecer a Sua identidade é o início mas não é tudo. Não basta saber Quem é Jesus, há que segui-l’O.

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Textos para a Eucaristia (ano C): Gen 15, 5-12. 17-18; Sl 26 (27); Filip 3, 17 – 4, 1; Lc 9, 28b-36.

 

REFLEXÃO DOMINCIAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

13.02.16

Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto

mpgpadre

1 – A Quarta-feira de Cinzas dá início à Quaresma com o gesto significativo da imposição das cinzas, recordando-nos algo de essencial para continuarmos a ser humanos: a nossa ligação aos outros e a Deus. A cinza e a areia, a pequenez e o deserto. Tomar consciência dos nossos limites e dispomo-nos a acolher Deus nos outros.

Nesta semana acentuou-se a discussão à volta da eutanásia, ou melhor, da morte assistida. Depois da facilitação do aborto, sem controlo nem reflexão, mais um passo em ordem à raça ariana defendida por Hitler e pelo nazismo: eliminação de todos os seres humanos diminuídos – os não-nascidos, idosos, pessoas portadoras de deficiência, doentes... e de todos os que nos incomodem. Já se discute o "aborto" dos nascituros. Um casal de cientistas defende que um bebé ao nascer é igual a um feto de 12 ou de 24 semanas, ainda não decide por si mesmo, não tem direitos, logo os pais podem decidir se vive ou se morre. Mais algum tempo e decidir-se-á sobre qualquer pessoa que não tenha pleno uso da razão!

Salvaguarde-se o acolhimento de todos os que viveram situações traumáticas e, que muitas vezes, não encontraram quem ajudasse positivamente. No Jubileu da Misericórdia o Papa Francisco concedeu a todos os sacerdotes a faculdade de absolver as pessoas envolvidas no aborto, para que todos beneficiem da Misericórdia de Deus.

A Quaresma aviva a consciência sobre a nossa indigência. Somos vasos de barro nos quais Deus coloca a abundância e da Sua misericórdia. Cabe-nos cuidar uns dos outros, reconhecendo-nos promotores da vida e não causadores de morte, de abandono, de indiferença.

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2 – Jesus, guiado pelo Espírito Santo, vai para o deserto e leva-nos com Ele, para fazermos a experiência do despojamento, da humildade, capacitando-nos para as situações mais adversas. A Sua opção é inequívoca. Deixa-Se conduzir pelo Espírito, para que n'Ele sobrevenha a vontade do Pai, mesmo quando as tentações se querem sobrepor à Sua missão. Quarenta dias alimentando-Se de outro pão…

O deserto fala-nos do essencial, pondo em evidência as nossas fraquezas e libertando-nos do acessório. Com o avançar dos dias começam as dúvidas e as alucinações! Quando estamos mais frágeis, tudo nos passa pela cabeça!

Vem o Diabo com um caminho alternativo do poder, da facilidade e da indiferença, sem tocar o humano, caminho do milagre e do espetáculo impondo-nos a Sua divindade, caminho de egoísmo, utilizando o poder em benefício próprio, excluindo todo o esforço:

A) «Se és Filho de Deus, manda a esta pedra que se transforme em pão»; B) «Eu Te darei todo este poder e a glória destes reinos… se Te prostrares diante de mim»; C) «Se és Filho de Deus, atira-Te daqui abaixo, porque está escrito: ‘Ele dará ordens aos seus Anjos a teu respeito, para que Te guardem’».

As respostas de Jesus são concludentes:

A) «Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem’»; B) «Está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto’»; C) «Está mandado: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’».

Seguindo o Caminho de Jesus, decalcando a Sua postura e a Sua intimidade com o Pai, ser-nos-á possível vencer as tentações.

 

3 – A vida é-nos dada por Deus para vivermos dando luta, sem desistir, por maiores que sejam as adversidades.

A vida de Jesus será uma oferenda permanente. Oferecer-Se-á por nós, esgotando-Se. Não usará o poder em benefício próprio. A tentação da cruz – salva-te a ti e a nós também – será superada pela entrega – Pai, perdoa-lhes. Fácil seria transformar as pedras em pão. Mas não seria humano. Humano é trabalhar com honestidade pelo pão de cada dia. Quando necessário Jesus há de transformar a água em vinho de qualidade que sacia a nossa sede e nos permite continuar a festa da vida; multiplicará os pães e converter-nos-á em pessoas solidárias, para que não falte o alimente a ninguém. "Tive fome e deste-me de comer". A fé traduz-se nas obras de misericórdia.

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Textos para a Eucaristia (ano C): Deut 26, 4-10; Sl 90 (91); Rom 10, 8-13; Lc 4, 1-13.

 

REFLEXÃO DOMINCIAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

12.02.16

Boletim Paroquial Voz Jovem: outubro-dezembro 2015

mpgpadre

Com algum atraso, o Boletim Paroquial Voz Jovem, da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Tabuaço, referente ao último trimestre, outubro-dezembro de 2015, chegou às mãos dos paroquianos. A edição deste trimestre destaque a Festa da Imaculada Conceição, Padroeira de Tabuaço, e a Festa de Natal da Catequese. Outros temas presente, com texto e imagem: início da catequese paroquial, magusto da catequese, festa do acolhimento, compromisso dos acólitos, Jornada Arciprestal de Acólitos, participação do Grupo de Jovens em diferentes momentos da vida comunitária.

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O Boletim poderá ser lido a partir da página da Paróquia de Tabuaço, ou fazendo o download:

06.02.16

Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca.

mpgpadre

1 – «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca». Com Jesus a pesca será abundante. Ontem, Pedro e os Onze, e os 72 discípulos. HOJE cada um de nós é chamado à pescaria, com Ele, seguindo-O, pois só nessa condição a pesca será generosa.

Depois das dificuldades encontradas em Nazaré, "Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho", fazendo-Se Caminho para nós, o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14, 6). É para nos salvar que Jesus vem ao mundo e se faz à estrada.

Em Jesus, Deus propõe-Se e expõe-Se, tornando-Se mendigo do nosso amor. Por amor. Por que nos quer bem. Porque nos quer filhos. Porque, sabendo o que nos salva, nos envolve no seu projeto de amor e de perdão e de vida nova. Não se alheia da nossa história. Depois de nos enviar os Profetas, os Juízes, os Patriarcas, envia-nos o Seu próprio Filho, que assume a nossa carne por inteiro.

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2 – A multidão segue Jesus para ouvir a palavra de Deus. Nem só de pão vive o homem. Vive e precisa do alimento corporal, todos os dias, mas a vida de uma pessoa não se esgota no que come, no que veste ou no que tem. A vida realiza-se na ligação ao mundo que nos rodeia e na abertura ao Transcendente, donde, em definitivo, nos vem a esperança e a certeza de que a nossa vida nos ultrapassa no tempo e no espaço.

Para melhor Se fazer ouvir, Jesus sobe para o barco de Simão, pedindo-lhe que se afaste um pouco da terra, e ensina a multidão.

Logo depois, diz a Simão Pedro: «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca».

Pedro hesita. São pescadores experientes. Andaram na faina toda a noite e não foram bem-sucedidos. Já lavam as redes para outra jornada. «Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Por vezes é necessário lançar-nos, confiando. Se te estás a afogar, melhor do que esbracejar pode ser "boiar", tranquilizar-se e deixar-se guiar pela água ou por quem te deita a mão. Já que é Jesus que nos desafia, então, só por isso, só por Ele, já vale a pena lançar as redes e lançar-nos à pesca.

A pesca acontece por iniciativa de Jesus. Mas conta connosco, com o nosso barco, com a nossa fé, com o nosso trabalho. Precisamos de lançar as redes e de contar uns com os outros. Todos não somos demais. Venham os do outro barco. O mal é quando queremos fazer tudo sozinhos, sem Deus e sem os outros.

 

3 – O nosso pecado não contamina a santidade de Deus! Pelo contrário, a santidade de Deus assume e purifica o nosso pecado.

Vejamos o assombro de Isaías: «Ai de mim, que estou perdido, porque sou um homem de lábios impuros, moro no meio de um povo de lábios impuros e os meus olhos viram o Rei, Senhor do Universo».

O assombro de Pedro: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador».

E o assombro de Paulo: «Não sou digno de ser chamado Apóstolo».

Deus não desiste diante da nossa insegurança ou e do nosso medo. Resposta a Isaías: «Desapareceu o teu pecado, foi perdoada a tua culpa»; a Pedro: «Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens», e a Paulo: «Pela graça de Deus sou aquilo que sou e a graça que Ele me deu não foi inútil. Pelo contrário, tenho trabalhado mais que todos eles, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo».

Como amiúde nos tem lembrado o Papa Francisco, Deus não Se cansa de nós, não se cansa de nos perdoar e de nos assumir como filhos. A Sua vingança é a misericórdia. Perdoa-nos e acaricia-nos. Podemos cansar-nos de Lhe pedir perdão, Ele não Se cansa de nos amar, de Se lançar ao nosso encontro, não Se cansa de esperar por nós.

Também a nós Deus nos chama com as nossas fragilidades, os nossos medos e o nosso pecado. Qual a resposta que damos?

Façamo-nos ao largo, lancemos as redes para a pesca, façamo-nos Casa de Oração e de Misericórdia para todos. Porque Ele segue connosco, pois nós O seguimos. Ele é o nosso Caminho!

___________________________

Textos para a Eucaristia (ano C): Is 6, 1-2a. 3-8; Sl 137 (138); 1 Cor 15, 1-11; Lc 5, 1-11.

 

REFLEXÃO DOMINCIAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

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