Onde passam os santos, Deus passa com eles...
1 – Bento XVI: "A santidade não passa de moda, por isso, com o decorrer do tempo, resplandece de forma luminosa e manifesta a tensão perene do homem em relação a Deus".
O Vaticano II relembra a vocação universal à santidade: "Todos os cristãos, de qualquer condição ou estado, são chamados pelo Senhor a procurarem, cada um por seu caminho, a perfeição daquela santidade pela qual o Pai celeste é perfeito" (LG 11).
O mandato de Jesus: «sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está no céu» (Mt 5, 48). Jesus revela-nos a santidade de Deus, traduzindo-a na Sua vida como oferenda plena.
São João XXIII desafia-nos a traduzir a fé em obras: "as palavras movem; os exemplos arrastam". Do mesmo jeito o Beato Paulo VI: «O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas que os mestres ou então se escuta os mestres, é porque são testemunhas». Diz-nos São João Paulo II: "Onde passam os santos, Deus passa com eles". E a Beata Teresa de Calcutá: "A santidade não é qualquer coisa de extraordinário, não é um luxo para alguns eleitos. A santidade é para cada um de nós um simples dever".
No dia 18 de outubro, o Papa Francisco canonizou os Pais de Santa Teresa do Menino Jesus, São Louis Martin (1823-1894) e Santa Zélie Guérin Martin, pondo em evidência que a santidade é para todos. Em 2001, João Paulo II tinha beatificado o casal italiano, Luís e Maria Quatrochi, pelo seu amor e serviço à família e à vida.
2 – A solenidade de Todos os Santos sintoniza-nos com a eternidade de Deus, junto de Quem se encontram multidões de crentes. Na linguagem simbólica do Apocalipse, "cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel, uma multidão imensa, que ninguém podia contar".
O número mil significa multidão! 144 mil são multidões de pessoas, originárias de todos os povos, línguas e nações. A santidade, como a salvação, não é um privilégio de uma elite. Está ao alcance de todos, em toda a parte, em todo o tempo. Só Deus é santo. É esta santidade que recebemos no batismo.
É o amor de Deus que nos santifica, assumindo-nos como filhos no Filho: «Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamar filhos de Deus. E somo-lo de facto. Somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é. Todo aquele que tem n’Ele esta esperança purifica-se a si mesmo, para ser puro, como Ele é puro».
3 – A multidão dos Santos que estão diante do Cordeio de Deus são esperança e desafio. A nossa fé compromete-nos com a eternidade. Em Jesus Cristo, Deus vem morar comigo e contigo, faz em nós a Sua morada. Cristo mostra-nos o caminho da vida eterna.
Ele segue connosco. Fez-Se um de nós, assumindo-nos na inteireza da nossa carne, da nossa fragilidade e da nossa finitude. Quando o Seu tempo cronológico no meio de nós se esgotou, não nos abandonou à nossa sorte, confiou-nos a Palavra, os Sacramentos, assegurou a Sua presença, pelo Espírito Santo. Ficou também nos pobres, nos mais frágeis de entre nós, onde O podemos encontrar.
O caminho para O encontrarmos, imitando-O, está contido nas Bem-aventuranças: «Bem-aventurados os pobres em espírito... os humildes... os que choram... os que têm fome e sede de justiça... os misericordiosos... os puros de coração... os que promovem a paz... os que sofrem perseguição por amor da justiça... Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa».
As Bem-aventuranças agrafam-nos ao Caminho de Jesus, estrada aberta para a eternidade. Deus santifica-nos para que transpiremos a santidade na nossa vida e a comuniquemos aos outros.
6 – Tudo nos vem de Deus. Quando nos faltar o ânimo, a luz, a coragem, quando nos desviarmos do caminho e nos perdermos, quando o sofrimento nos toldar o olhar e a confiança, saibamos que Deus é Pai. Falemos com Ele: "Deus eterno e omnipotente, que nos concedeis a graça de honrar numa única solenidade os méritos de Todos os Santos, dignai-Vos derramar sobre nós, em atenção a tão numerosos intercessores, a desejada abundância da vossa misericórdia".
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Textos para a Eucaristia (B): Ap 7, 2-4. 9-14; Sl 23 (24); 1 Jo 3, 1-3; Mt 5, 1-12a.
REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço
e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE