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...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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30.03.15

Tabuaço: Boletim Paroquial Voz Jovem: janeiro-março 2015

mpgpadre

O Boletim Paroquial é uma das ferramentas de relembrarmos acontecimentos, celebrações e pessoas, e nos aproximarmos como comunidade. Aí está o boletim de janeiro-março, com algumas das notícias que mobilizaram a comunidade paroquial de Tabuaço neste primeiro trimestre de 2015: taizé, jornada da família, festa da apresentação, festa do Pai nosso e dia do Pai, caminhada quaresmal 2015.

Distribuído em Domingo de Ramos, disponibiliza-se os horários das diversas celebrações da Semana Santa.

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O Boletim poderá ser lido a partir da página da Paróquia de Tabuaço, ou fazendo o download:

28.03.15

Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?

mpgpadre

1 – A celebração do Domingo de Ramos visualiza diversas faces da nossa existência. Há uma multidão de gente pobre e humilde, trabalhadora e cheia de fé, que acompanha Jesus, da Galileia para Jerusalém, do mundo para a cidade santa. Há um murmúrio que se eleva, aclamando e reconhecendo Jesus como o Messias.

À Sua passagem depõem capas e ramos, para que o chão de Jesus seja macio e, sobretudo, como reconhecimento da Sua realeza. É um Rei sem coroa e sem exército, sem pompa nem circunstância. Não vem armado nem ostenta riqueza.

Sobe o entusiasmo à volta de Jesus, faz-nos olhar na Sua direção. Os discípulos estão entre aquela multidão. Seguem empolgados com tão grande manifestação de afeto para com o Seu Mestre.

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2 – Algumas horas depois, o empolgamento dará lugar ao desencanto, à tristeza, à desilusão. «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?». Quantas situações na nossa vida em que nos apetece gritar bem alto: Meu Deus, meu Deus, porquê, porquê a mim? Porquê logo neste momento da minha vida?

O salmo inicia com uma pergunta que dá lugar a uma súplica confiante: Senhor, não me abandoneis, sois a minha força.

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3 – Umas horas antes… Como judeus, Jesus e os discípulos vão celebrar a Páscoa, recordando a libertação do Egipto. O ambiente começa a agitar-se. Em Betânia, à mesa, nova oportunidade para Jesus assentar o estômago aos seus discípulos. "Veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro com perfume de nardo puro de alto preço". Os discípulos percebem o desperdício mas não a abundância do arrependimento e do amor. Também não percebem que aquela unção antecipa a unção de um corpo que daqui a algumas horas estará no sepulcro.

Ao cair da tarde, quando as trevas se adensam, diz-lhes Jesus: «Um de vós, que está comigo à mesa, há de entregar-Me». Como é possível num grupo de amigos! Logo depois, Jesus antecipa a Sua morte e a Sua ressurreição. «Tomai: isto é o meu Corpo... Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens... Não voltarei a beber do fruto da videira, até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus».

Mas antes desse DIA NOVO, a noite prolonga-se. Abandono, traição, negação. «Todos vós Me abandonareis». Já no horto das Oliveiras, a oração intensa de Jesus. Os discípulos dormem de cansaço e de medo. A prisão. O discípulo de confiança, Judas, entrega o Mestre com um beijo. Açoites, injúrias e agressões, acusações e falsas testemunhas. Parece que vale tudo para condenar um homem.

O julgamento apressado e a fácil condenação à morte. A cruz pesada demais para um homem só, de tal que requisitam Simão de Cirene para ajudar. No alto da Cruz, Jesus olha para nós e puxa o nosso olhar para o Céu. Está rodeado de dois salteadores, como se fora um deles! E mesmo crucificado, a morrer, é insultado. Já desfalecido, solta forte grito e morre. A afirmação do Centurião mostra a estupefação diante da valentia com que aquele homem frágil enfrentou todos os que escarneciam d'Ele e a violência com que o faziam.

Há ainda lugar a um gesto de carinho. «José comprou um lençol, desceu o corpo de Jesus e envolveu-O no lençol; e rolou uma pedra para a entrada do sepulcro. Entretanto, Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde Jesus tinha sido depositado».

____________________________

Textos para a Eucaristia (ano B): Is 50, 4-7; Sl 21 (22); Filip 2, 6-11;Mc 14, 1 - 15,47.

 

Reflexão Dominical COMPLETA na págian da Paróquia de Tabuaço

e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.

22.03.15

WALDEMAR TUREK - A Quaresma com Santo Agostinho

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WALDEMAR TUREK (2015). História de uma conversão. A Quaresma com Santo Agostinho. Lisboa: Paulus Editora. 128 páginas.

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       Há livros que procuramos, pelo conteúdo, pelo autor, por uma sugestão. Há livros que encontramos sem procurar, mas que saltam à vista por algum motivo: o título, a capa, o tema, a referência a um autor. É o caso deste livro. A Gráfica de Lamego, livraria da Diocese de Lamego, procura diversificar nos livros e nos autores, acolhendo também as sugestões das Editoras (sobretudo cristãs). Semana a semana, ou conforme vamos passando, a verificação se há novidades. A capa não chamou à atenção, mas a referência a Santo Agostinho saltou logo à vista, por se um dos teólogos mais brilhantes do cristianismo.

       Ainda hesitamos, o tema era interessante, a Quaresma, com reflexões para todos os dias, da Quarta-feira de Cinzas até Sexta-feira Santa, e a reflexão dos Domingos, seguindo os três ciclos A, B e C; a referência a Santo Agostinho e às suas Confissões, eram sugestivas, mas o autor desconhecido. Quando um autor se vale de alguém do estatuto de Santo Agostinho, poderá ter o propósito de vender bem. Obviamente que ninguém escreve e publica um livro para ficar apenas exposto em prateleiras.

       Folheando o livro percebemos, na nossa opinião, que é um livro agradável, com reflexões muitos sugestivas para todos os dias da Quaresma, e as referências a Santo Agostinho fazem-nos entrar na sua busca espiritual, na sua conversão, na preocupação constante de conhecer e acolher Deus.

       Para quem leu as Confissões, tem aqui um prestimosa ajuda para relembrar alguns dos momentos comoventes na vida de Santo Agostinho. Para quem não leu esta importantíssima obra do Bispo de Hipona, aqui está uma ajuda e um incentivo.

       A vida de Santo Agostinho mostra como é possível passar da presunção de que se atinge a verdade pelo esforço pessoal, pelo estudo, pela filosofia, para a humildade de quem se aceita nas suas limitações, confiando na misericórdia de Deus.

       Nestes dias em que o Papa Francisco anunciou o Jubileu da Misericórdia (a iniciar no dia 8 de dezembro de 2015 e a encerrar no dia 20 de novembro de 2016), a leitura deste livro far-nos-á perceber melhor a misericórdia de Deus, numa reflexão agostiniana tão atual, hoje como nos seus dias terrenos. A misericórdia de Deus é transversal a todas as reflexões, e às Confissões do Santo de Tagaste. 

 

Veja a sugestão pelos olhos do

21.03.15

«Senhor, nós queríamos ver Jesus».

mpgpadre

1 – Como o rio que corre para o mar... a vida pública de Jesus aproxima-se do fim: «Agora a minha alma está perturbada. E que hei de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora. Pai, glorifica o teu nome».

Fazendo memória daqueles dias, a Epístola aos Hebreus acentua a dramaticidade com que Jesus enfrenta este momento: «Nos dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte… aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna».

Jesus sobe a Jerusalém com os seus discípulos, por ocasião da Páscoa (judaica), vivendo, ensinando, com uma clarividência cada vez maior: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará».

Amar, servir, dar a vida, gastando-a a favor dos outros.

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2 – «Senhor, nós queríamos ver Jesus». Um pedido que enche todo o Evangelho dito neste dia.

Filipe escuta o pedido daquelas pessoas, e com André, vai ter com Jesus. Filipe é instrumento para chegar a Jesus. Por outro lado, o discipulado envolve os que caminham connosco, não somos discípulos sozinhos. Filipe "arrasta" André, para em conjunto irem até Jesus.

Mas se Filipe e André são facilitadores da aproximação dos gregos a Jesus, há também aqueles que dificultam o acesso ao Senhor. O pedido denota que há barreiras que impedem um acesso fácil a Jesus. Isso deve-se à multidão e também à língua falada.

O anúncio da salvação é para todos.

Ouve-se uma voz que dá testemunho acerca de Jesus: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O». No batismo, a voz dirige-se a Jesus; na Transfiguração, dirige-se aos apóstolos; desta feita é audível pela multidão. O desafio é idêntico, Deus sanciona Jesus. Cabe-nos a nós seguir aquela voz, seguir Aquele de Quem a Voz dá testemunho.

 

3 – Com o salmista, deixemos que ressoe em nós esta súplica: «Criai em mim, ó Deus, um coração puro / e fazei nascer dentro de mim um espírito firme. / Dai-me de novo a alegria da vossa salvação / e sustentai-me com espírito generoso. / Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos / e os transviados hão de voltar para Vós».

_____________________________

Textos para a Eucaristia (ano B): Jer 31, 31-34; Sl 50 (51); Hebr 5, 7-9; Jo 12, 20-33.

 

REFLEXÃO COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso bloue CARITAS IN VERITATE.

18.03.15

Dentro do Coração de Jesus cabe cada um de nós

mpgpadre

4.º DOMINGO DA QUARESMA

Texto da Caminhada Quaresmal, nas paróquias de Pinheiros e de Tabuaço, assinalada por um gesto/símbolo, sublinhando um aspeto do Evangelho do respetivo domingo. Neste domingo, a certeza clara que Jesus veio para que o mundo seja salvo por Ele. Deus amou tanto o mundo que lhe entrega o Seu Filho Unigétio (cf. Jo 3, 14-21). Gesto: um Coração, o Coração de Jesus.

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(Paróquia de Tabuaço)

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 (Paróquia de Pinheiros)

 

 
       Deus é Amor.
       Só quem ama conhece a Deus.
       Amar é a maior tarefa do ser humano. Quem não for capaz de amar e de ser amado, nunca descobrirá a beleza da vida e a possibilidade de se encontrar com Deus.
       Só o amor nos liberta das garras da morte, do medo e da solidão, do egoísmo e da injustiça.
       O pior que nos pode acontecer não é morrer. O pior é não amar. Não ser amado. Morremos antes de morrer. A solidão é uma das doenças mais endémicas do nosso tempo. Viver só. Sentir-se só. Sentir-se abandonado, incompreendido, sem um olhar que nos acolha como irmãos, sem uma voz que nos faça sentir vivos, sem a escuta que nos reconheça como iguais!
       Viver sem amor é viver sem futuro, sem esperança, sem sonhos para cultivar, sem projetos para construir. 
       Deus é Amor. Só o amor cria. Só o amor clama por esperança, por vida, por futuro.
       Desde o início que por Amor Deus nos chama à vida, nos ampara e envia sinais e mensageiros para nos anunciarem caminhos de salvação.
       Jesus – Deus connosco – vem transparecer este amor. Só o amor nos salva. Jesus é o Amor em carne e osso. Faz-Se um de nós, identifica-Se com a nossa fragilidade e com os nossos sonhos, abre-nos o Seu Coração para que n’Ele o nosso coração seja maior.
       O CORAÇÃO de Jesus é um Coração de carne, cheio de Deus, cheio de amor, que transvasa para nós. Ele não veio para condenar o mundo mas para que o mundo seja salvo por Ele. Deus amou tanto o mundo que nos deu o Seu próprio para filho, assumindo-nos também a nós como filhos bem-amados.
       No coração de Jesus cabemos todos. E todos podemos viver como irmãos se estivermos dentro do Seu coração.
Preparemo-nos para escutar a Palavra de Deus.
Na primeira leitura, a certeza que Deus não Se esquecerá de Jerusalém, não Se esquecerá de nós e, como num sábado permanente, esperará por nós.
Na segunda leitura, o apóstolo São Paulo faz-nos ver a riqueza da misericórdia de Deus. A salvação é dom de Deus, colocado ao alcance da nossa mão.
No Evangelho, a certeza que a vinda de Jesus Cristo tem como propósito a salvação do mundo. Ele é a luz que nos guia para a verdade.
Serenamente escutemos a Palavra de Deus.

17.03.15

D. António Couto: Introdução ao Evangelho segundo Marcos

mpgpadre

D. ANTÓNIO COUTO (2015). Introdução ao Evangelho segundo Marcos. Lisboa: Paulus Editora. 136 páginas.

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       Mais um excelente subsídio para preparar a Eucaristia de Domingo, para melhor compreender o Evangelho de São Marcos, colocando-se em atitude de seguimento, como discípulo em relação a Jesus Cristo, para melhor se entranhar na lógica de serviço, de doação, configurando a própria vida à vida de Jesus.

        O Evangelho seguido prevalentemente neste ciclo litúrgico do ANO B é São Marcos.

        Tal como havia feito para o Ano A, para o qual D. António Couto nos colocou nas mãos dois títulos: Quando Ele nos abre as Escrituras. Ano A, e Introdução ao Evangelho segundo Mateus, o Bispo da mui nobre Diocese de Lamego colocoa à nossa disposição mais dois títulos: Quando Ele nos abre as Escrituras: Ano B, com o comentário à liturgia de cada Domingo, e agora este sobre São Marcos.

        Como já nos habituou, D. António Couto coloca neste trabalho a sua fé, a experiência de vida, a dedicação ao Evangelho, valendo-se de conhecimentos diversos, ao nível da Sagrada Escritura, da história, da psicologia, da teologia, socorrendo-se dos Padres da Igreja e de outros estudiosos, mas sobretudo fazendo-nos mergulhar no texto de Marcos.

       São Marcos voltou à ribalta. Se antes era um texto considerado secundário, ficando quase no esquecimento, pois era entendido como uma espécie de resumo do Evangelho de São Mateus, ou de São Mateus e de São Lucas, a partir do século XIX começa a ser redescoberto, pois é reconhecido como o primeiro Evangelho a ser escrito e, por conseguinte, mais simples, direto, mais próximo cronologicamente de Jesus. Por outro lado, ainda que a linguagem seja diferente, com diferentes destinatários, segundo D. António Couto, os outros Evangelhos, Mateus, Lucas e mesmo São João, mantêm um esquema similar ao de Marcos.

       Sublinham-se no texto temas como chamamento, semente, pão e paixão de Jesus, discipulado. Com efeito o Evangelho de São Marcos faz-nos seguir como que no filme que passa diante de nós, em que a personagem principal é e deve ser o próprio Jesus, que Se aproxima, que chama, que diz, que faz, que nos envia. O discípulo é o que vai atrás.

       Este estudo divide-se em três capítulos:

  1. À porta do Evangelho de Marcos (quem é Marcos, onde e quando escreveu, para quem, estrutura do evangelho).
  2. Quem é Jesus? À procura da identidade de Jesus (Dizer Jesus, dizer do povo, de Pedro, do centurião; jornada de Carfarnaum: Parábola da semente / pão / paixão / ensinados e não compreendidos; na Barca sem Jesus, na Barca com Jesus.
  3. Quem é o discípulo de Jesus e como tornar-se discípulo de Jesus? À procura da identidade do discípulo de Jesus.

       D. António Couto, com mestria, faz-nos sentir discípulos de Jesus, ou melhor, coloca-nos na posição daqueles que se aproximam de Jesus ou de quem Jesus Se aproxima, mostrando que os Seus ditos são para nós, quando nos envolve, nos desafia, nos recrimina, quando nos lembra da nossa condição, quando nos faz passar para trás, como a Pedro e aos demais discípulos, quando nos relembra nossa nudez diante do mistério de Deus. Outro aspeto muito interessante, é a linguagem corrida e muitas vezes (quase) poética de D. António, bem como o estudo dedicado de alguns termos, a partir do grego, do hebraico ou do aramaico e até aqueles que não percebam estas línguas, ficam a perceber melhor o texto e o contexto do filme do Evangelho de Marcos.

 

LER a apresentação/sugestão do livro:

Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura: AQUI.

11.03.15

Do Templo de Jerusalém ao Templo Novo de Jesus

mpgpadre

3.º Domingo da Quaresma

Texto da Caminhada Quaresmal, nas paróquias de Pinheiros e de Tabuaço, assinalada por um gesto/símbolo, sublinhando um aspeto do Evangelho do respetivo domingo. Neste domingo, tendo em conta a passagem em que Jesus expulsa os vendilhões do Templo (cf. Jo 2, 13-25), dois tijolos, um maior ou mais pequeno, um inteiro, outro partido... no Templo que é Cristo, todos temos lugar...

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(Paróquia de Pinheiros)

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 (Paróquia de Tabuaço)

 

       «Destruí este templo e em três dias o levantarei»

       Resposta pronta de Jesus àqueles que questionam a Sua autoridade.

       Jesus chegou ao Templo para rezar, para refletir, para Se encontrar com Deus, juntamente com o Povo. Em vez de um espaço agradável de acolhimento, Jesus encontra uma balbúrdia, o Templo transformado numa praça, onde se discute, se compra e se vende, com uns tantos a aproveitar-se da miséria e da fé dos muitos crentes que se aproximam.

       Bem sabemos que uma construção – uma casa, um templo, um jardim – leva o seu tempo e os seus cuidados. Para destruir é mais fácil!

       Quantos dias e quantas horas para que o jardim fique a nosso gosto? Há sempre alguma coisa a acrescentar, a ratificar, a compor! Ervas a mondar, regas a efetuar, proteções a colocar! E de repente, um vendaval, um animal selvagem, um roedor, e é destruído em segundos, o trabalho que demorou tanto a fazer e tantos cuidados ocupou.

       O Templo de Jerusalém demorou 46 anos a construir e bastaram algumas horas para os romanos deitarem por terra o trabalho de milhares de judeus! Daí que os judeus não percebam como é possível a Jesus levantar um novo Templo em três dias?

       «Destruí este templo e em três dias o levantarei».

       Jesus fala-nos de outro templo, fundado na Sua vida e na Sua entrega. Será morto para nos salvar. Três dias depois ressuscitará, dando início a um novo Templo, no Seu Corpo, do qual nos tornamos membros, pelo Batismo.

       Neste Templo cada pedra é importante. Ninguém é substituível, pois todos têm o seu lugar. Muitos membros, mas o mesmo Corpo, a mesma Igreja, o mesmo Templo. Numa construção, os tijolos que não prestam, que têm defeito, que estão partidos, são dispensáveis. Nesta construção, (GESTO: introdução do tijolo… ou um tijolo bom e um meio partido) cada pedra, cada prego, cada tijolo, cada pedaço, é fundamental para a construção do Corpo de Cristo. Se um só tijolo estiver de fora será nossa obrigação repescá-lo para a construção do Reino de Deus.

 

       Senhor Jesus, que neste Templo, que é a Igreja, o Teu Corpo, saibamos ser pedras vivas, acolhendo os que chegam, procurando os que partem, indo ao encontro dos desavindos, para construirmos com mais amor a família de Deus. Amém.

08.03.15

Leituras: CELAM - DOCUMENTO DE APARECIDA

mpgpadre

CELAM (14.ª reimpressão: 2013). Documento de Aparecida. Texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. São Paulo e Brasília: Edições CNBB, Paulus Editora, Paulinas Editora. 312 páginas.

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        D. António Couto, Bispo da nossa Diocese de Lamego, tem sustentado que a primeira Exortação Apostólica do Papa Francisco, Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho), mais que ser uma Exortação pós-sinodal (reflexão que resulta do Sínodo dos Bispos sobre "a nova evangelização para a transmissão da fé cristã", que se realizou em outubro de 2012, e no qual esteve presente D. António Couto), mais que ser pós-sinodal, é pós-APARECIDA.

       A pessoa não é um mundo à parte, mas integrado com as circunstâncias que a ajuda a crescer e para as quais também contribui. As conferências o Episcopado Latino Americano e caribenho trouxeram uma riqueza inesgotável à Igreja Católica. Os bispos daquela região do mundo, onde existem mais católicos, onde convivem diversas culturas, etnias, origens diversas, uma das regiões mais pobres, ainda que os recursos sejam muitos.

       Com a Assembleia de Aparecida, são 5 as assembleias gerais que puseram os Bispos a rezar em conjunto, a refletir, a apontar novos caminhos, com a autonomia do seu ministério, em estreita ligação ao Sucessor de Pedro, com Pio XII, na primeira Assembleia da CELAM, em 1955, no Rio de Janeiro; com Paulo VI e João Paulo II, sucessivamente em Medellín, Puebla e Santo Domingo, e com Bento XVI em Aparecida, no Brasil, e com a preocupação de responder aos desafios que se colocam à Igreja e à sociedade naquela região do mundo e que deu agora à Igreja o Papa Francisco.

       Algumas das preocupações manifestadas pelo Papa Francisco já estavam presentes no seu ministério episcopal na Argentina, integrando o continente da esperança e que o Papa Bento XVI desejava muito fosse também o continente do amor, da caridade. Expressões como discípulos missionários, Igreja em saída, alegria do Evangelho, comunidades de base, acolhimento, proximidade, compromisso social e político de leigos bem formados, catequese em todas as idades, diálogo com outras confissões cristãs e com outras religiões, presença na cultura, na sociedade, onde estiverem as pessoas aí terá que estar a Igreja.

       Quem lê o Documento facilmente percebe que tem a mão, o pensamento e o coração do Papa latino-americano, o então Cardeal Jorge Mário Bergoglio, uma vez que foi quem presidiu à Comissão da Assembleia do Episcopado e foi o relator do documento final de Aparecida.

       O método seguido na Assembleia é semelhante ao da Ação Católica, ver, julgar e decidir. Por conseguinte, o Documento traça uma leitura sobre a realidade ou realidades latino-americanas e caribenhas, com a sua história, com as suas sombras e esperanças; a presença da Igreja e do Evangelho, também com as suas sombras e esperanças, e com as suas potencialidades; e as respostas que poderão ser dadas e que comprometem e responsabilizam todos, Bispos, padres, diáconos, catequistas, universidades, famílias, paróquias, comunidades de base. Sair, ir ao encontro do mais frágil, lutar pela justiça, e pelos direitos fundamentais,, imitando Jesus, tornando-se discípulos para nos tornarmos verdadeiramente missionários. A proposta à grande Missão Continental, procurando potenciar todo o bem, eliminando as barreiras, as injustiças, levando Deus, o Deus próximo, o Deus connosco, Jesus Cristo.

       Sublinhe-se também a ligação estreita da V Conferência Latino Americana e Caribenha e do atual Papa Francisco ao Papa Bento XVI que presidiu à abertura da Assembleia e cujas intervenções foram assumidas, integradas, sublinhadas em todo o documento de Aparecida. Bento XVI entranhou-se bem no espírito de Aparecida, ou a CELAM soube acolher e identificar-se com o "sonho" de Bento XVI. Ou melhor, a Igreja na América Latina e no Caribe, em comunhão com o Papa, soube colocar-se à escuta do Espírito Santo para melhor servir as comunidades e as pessoas, acolhendo a graça de Deus e comunicando o Evangelho da Verdade e da Caridade.

07.03.15

Para lá das nuvens, o sol continua a brilhar

mpgpadre
O texto publicado na última edição da Voz de Lamego (3 de março de 2015) foi em parte utilizado na dinâmica da Quaresma nas Paróquia de Tabuaço e de Pinheiros, no segundo domingo da Quaresma, com a proclamação do Evangelho da Transfiguração de Jesus...

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(Paróquia de Pinheiros)

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(Paróquia de Tabuaço)

 

       Ficamos felizes com um dia radiante, cheio de sol e de luz e sobretudo se é em pleno inverno. Há dias em que as nuvens são densas, carregadas, escuras, prontas a cair-nos em cima.

       Assim é connosco, com a nossa vida. Por vezes, os desertos, as cinzas, o sofrimento, a morte, a tristeza, fazem-nos perder o pé. Mas sabemos que não será para sempre.
       O Sol continua a brilhar para lá das nuvens que nos assustam e tiram brilho aos nossos dias.
       Por vezes precisamos apenas de um raio de sol, uma palavra, um sorriso, alguém que nos diga que a nossa vida faz sentido e que as coisas vão melhorar, apesar de tudo. Dias melhores virão.
       Jesus tinha dito aos seus discípulos que ia ser morto (cf. Mc 8, 27-33).
       Os discípulos ficam em desespero. Como é possível que Jesus vá ser morto? Logo agora que encontraram um sentido maior para as suas vidas!
       Jesus mostra-lhes a luz que vem das alturas, mostra-lhes o Céu (cf. Mc 9, 2-10), mas não lhes diz, nem a eles nem a nós, que a vida vai ser fácil daqui para a frente. Não. Diz-lhes que têm que descer da Montanha. Por maiores que sejam as dificuldades, Deus não os abandonará.
       Quando as trevas forem mais densas e o sofrimento mais intenso, lembrar-se-ão deste momento, desta luz, para prosseguirem caminho, pois para lá das nuvens o Sol continua a brilhar, depois das trevas a luz virá, depois da noite o dia surgirá.
       A Quaresma desperta-nos para esse caminho de luz e salvação, de esperança e vida nova. A Quaresma é um tempo limitado (podemos dizê-lo em relação à Páscoa, que se prolonga por 50 dias e em todas as Eucaristias do anos, e em relação à Páscoa definitiva). Logo estaremos a celebrar a Ressurreição de Cristo, a Páscoa.
       É uma primavera de promessas a despontar. O que está encoberto, sob a terra, logo desabrochará; os rebentos morrerão para que nasçam as flores e os frutos. A Páscoa, a vida, a felicidade, Deus, o amanhã, impelem-nos a caminhar, a avançar. Ainda que seja um pequeno vislumbre de luz far-nos-á avançar com mais segurança, até que a luz inunde por completo o espaço em que caminhamos, até que a vida se imponha sobre a morte, a luz sobre as trevas, a alegria sobre a tristeza.
       Transfiguremo-nos com Cristo, para melhor sentirmos a Páscoa!
 
in Voz de Lamego, edição de 3 de março de 2015

01.03.15

Leituras: VIA-SACRA PARA CRENTES E NÃO CRENTES

mpgpadre

JOSÉ LUÍS NUNES MARTINS E PAULO PEREIRA DA SILVA (2015). Via-Sacra para crentes e não crentes. Lisboa: Paulus Editora. 88 páginas.

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         Seguimos de perto a reflexões semanais de José Luís Nunes Martins, além da leitura do seu livro Filosofias, que já recomendamos, pelo que a motivação para esta leitura já existia, ainda que num registo diferente. José Luís Nunes é pai e filósofo. Paulo Pereira da Silva, físico teórico, empresário, gestor, inovador. Dois crentes. Mas em conjunto apresentam um belíssimo manancial de reflexões sobre a Via-sacra.

       Para cada um das 14 Estações, seguindo a Via-sacra tradicional, uma reflexão para os não crentes, melhor, colocando-se na pele de um não crente, e uma reflexão para crentes.Interrogações, busca, respostas, mais questionamentos, tendo como personagem principal Jesus Cristo e cada um de nós.

       Belíssimos textos que nos põem a pensar sobre a vida, a morte, o sofrimento, o amor, a partilha, a comunhão, o que fica depois da morte, a busca, as dúvidas, a companhia dos que nos acompanham nesta jornada, que nos levantam e os que ajudamos a levantar, os que carregam a nossa cruz e aqueles de quem aliviamos o peso das suas cruzes, os encontros e desencontros.

       É um riquíssimo livro para este tempo da Quaresma e para todos os tempos, para os momentos em que vivemos confiantes e os momentos de angústia que atravessam alguns os nossos dias.

       Sublinhe-se ainda o conjunto de fotografias de Francisco Gomes que acompanham as diferentes estações da Via-sacra e que enriquecem a reflexão.

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