«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O»
1 – Fomos com Jesus ao deserto, para rezar e nos encontrarmos connosco e com Deus. Os desertos da nossa vida põem-nos à prova. A intimidade com Deus torna-nos mais ágeis e mais humildes.
Hoje o convite é para subirmos com Jesus à montanha, como discípulos. Naquele tempo, Jesus levou Pedro, Tiago e João. Hoje toma-nos pela mão, a cada um de nós, para O seguirmos. É preciso SAIR da nossa comodidade e dos nossos afazeres, e CAMINHAR, não apenas em terreno plano, mas SUBIR à montanha. É-nos exigida valentia. Sermos mornos não é suficiente para seguir Jesus. Com Ele, não há mínimos garantidos, há sempre caminho a fazer.
Depois de ter anunciado aos seus discípulos a paixão cruenta, Jesus envolve-os nesta manifestação de luz. A transfiguração é uma AMOSTRA da RESSURREIÇÃO. Também para nós. No meio das dificuldades e dos desertos precisamos de luz que nos indique o caminho, algo que nos dê esperança, precisamos que nos digam que a vida tem sentido, e que melhores dias estão para vir, apesar de tudo!
2 – Jesus abre-lhes o coração, transfigura-Se diante deles, diante de nós. A conversar com Ele, a Lei e os Profetas, representados por Moisés e Elias. A eternidade torna-se mais visível. Resplandece a esperança. Está-se bem naquele lugar. Então Pedro diz a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias».
Estão como que fora de si, a sonhar acordados. Sentem-se bem, parece que o tempo parou, SUBIRAM com Jesus. Como no batismo, do Céu vem uma voz: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». Há, porém, algumas diferenças significativas. No Batismo, a voz do Pai dirige-se a Jesus: És o meu filho muito amado (cf. Mc 1, 7-11). Agora dirige-se a Pedro, Tiago e João, e a cada um de nós, garantindo Jesus como Filho, mas agrafando-nos à Sua missão: escutai-O. Por aqui se vê a prioridade e a urgência da escuta. Para sermos missionários teremos que ser ouvintes, discípulos, aprendizes.
Mas precisamos de DESCER com Jesus. Para isso que Ele veio. Desceu das alturas para viver como um de nós, no meio do mundo e da história, entranhado na nossa vida, ajudando-nos a olhar para o Pai. Ele conduz-nos a Deus quem O vê, vê o Pai (cf. Jo 14, 1-9).
O relato da transfiguração é uma parábola da nossa fé. Orientamos a vida, com as suas esperanças e as suas tristezas, para a celebração da Eucaristia, na qual nos encontramos com Jesus, morto e ressuscitado, ou na qual Ele nos encontra, pelo Seu Espírito Santo. Neste encontro poderemos transfigurar a nossa vida. Mas não acaba aí. A Eucaristia, se a vivemos com autenticidade, faz-nos DESCER ao encontro dos outros, sobretudo dos mais necessitados.
3 – Com a morte e sobretudo com a ressurreição de Jesus, por Ele anunciada, sela-se a Aliança nova e definitiva. E «se Deus está por nós, quem estará contra nós? Deus, que não poupou o seu próprio Filho, mas O entregou à morte por todos nós, como não havia de nos dar, com Ele, todas as coisas? Quem acusará os eleitos de Deus, se Deus os justifica? E quem os condenará, se Cristo morreu e, mais ainda, ressuscitou, está à direita de Deus e intercede por nós?»
Textos para a Eucaristia (ano B): Gen 22, 1-18; Sl 115 (116); 2 Rom 8, 31b-34; Mc 9, 2-10.
Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço
e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE