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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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31.01.15

Sei quem Tu és: o Santo de Deus

mpgpadre

1 – Decalcando as pegadas de Jesus, hoje encontramo-nos com a Sua autoridade, exercida pela coerência de vida, pela compaixão, por gestos de amor e de perdão, pelo acolhimento e proximidade, pela cura e reabilitação daqueles e de todos os que andam perdidos e desanimados.

Onde chega Jesus, desaparece o mal, a treva e a morte.

São Marcos leva-nos a Cafarnaum. No sábado seguinte, Jesus entra na sinagoga e começa a ensinar. A missão primeira de Jesus é o anúncio do Evangelho a todos os povos. A pregação suscita admiração. E qual é a razão? Bom, precisamente porque em Jesus as palavras estão preenchidas de vida e de esperança. Ele ensina com autoridade e não como os escribas. Ao longo do Evangelho perceberemos melhor o que significa este contraponto: os escribas exigem aos outros, mas não cumprem, ou exigem o cumprimento estrito da Lei mas sem acolher a pessoa; as palavras de Jesus condizem com o Seu jeito de agir, concretizando na delicadeza e atenção aos mais frágeis, aos excluídos, aos doentes, aos pecadores.

E até os espíritos impuros se sentem ameaçados.

Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro, que começou a gritar: «Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus». Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem». O espírito impuro, agitando-o violentamente, soltou um forte grito e saiu dele. Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: «Que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade, que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!».

Jesus exorciza todo o mal que nos habita. A Sua presença há de envolver-nos, converter-nos, introduzir-nos na Sua comunhão e na Sua comunidade. Jesus atua para integrar, para devolver a dignidade, para promover a vida.

Marcos, 1-28.jpg

2 – Com Jesus, chega um tempo novo, um riacho de água fresca, uma aragem suave e acolhedora, um vendaval de graça e de luz, que nos desenraíza e transforma. Ele é o profeta que está no meio de nós, é  o Deus connosco. É a Ele que devemos escutar.

A fé implica a escuta. A escuta leva-nos à identificação com Aquele que escutamos. A identificação converte-nos e compromete-nos. Acolhemo-l'O para  que a nossa vida O transpareça, em todas as dimensões e circunstâncias.

Cabe-nos alterar o rumo da história, procurando que as palavras de Jesus não caim em saco roto nem passem sem produzir fruto abundante na nossa vida. 


Textos para a Eucaristia (ano B): Deut 18, 15-20; Sl 94 (95); 1 Cor 7, 32-35; Mc 1, 21-28.

 

Reflexão COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE

25.01.15

Leituras: D. MANUEL CLEMENTE - O Evangelho e a Vida - ano B

mpgpadre

D. MANUEL CLEMENTE (2014). O Evangelho e a Vida. Conversas na rádio no Dia do Senhor. Ano B. Cascais: Lucerna. 320 páginas.

Depois de algumas sugestões de leitura para melhor preparar o Domingo:

       Sugerimos agora do livro de D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa. Para o ano A, tínhamos feito a sugestão de três livros, para lá de blogues, páginas, Facebook, Youtube, aplicações, que partilham textos, propostas de reflexão, pistas de reflexão para melhor escutar e mastigar a palavra de Deus.

       Por um lado, a variedade de propostas para melhor preparar o Dia do Senhor, através da preparação da Palavra de Deus, para que a escuta nos aproxime verdadeiramente de Jesus Cristo, a Palavra do Pai, que Se faz carne. Por outro lado, a riqueza inesgotável da Palavra de Deus, com as suas diferentes leituras, géneros literários, com a vivência de pessoas e de grupos, da ação de Deus no mundo ao longo do tempo.

       O livro de D. Manuel Clemente centra-se sobretudo nos Evangelhos lidos ao Domingo e nalguns dias solenes. É uma recolha das conversas n' "O Dia do Senhor", da Rádio Renascença, emissora católica portuguesa. Ao longo dos anos, as manhãs de domingo da RR traziam-nos os comentários de D. Manuel Clemente, partindo de um trecho do Evangelho do dia, refletindo as palavras ditas com o fito de que fossem bem percebidas e sobretudo vividas, em família e em comunidade.

      O livro apresenta o Evangelho de cada domingo, seguindo-se a reflexão (oralizante) respetiva. A negrito aparece o texto escolhido e lido através dos microfones da Rádio.

       Por conseguinte, resultando dessas conversas no Dia do Senhor, o discurso é muito direto, acessível, simples, depreendendo-se a sua oralidade, envolvendo-nos no texto, procurando que os diversos encontros sejam entre Cristo e nós, na atualidade pessoal e comunitária.

24.01.15

Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus

mpgpadre

1 – Depois de João Batista ter sido preso, Jesus parte para a Galileia, a Galileia dos gentios, onde se cruzam crenças e nacionalidades. A salvação está agora acessível a todos, está ao nosso alcance. Jesus vem à nossa aldeia, à nossa vida. É para nós que Ele dirige a Sua pregação: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».

Com Jesus, o tempo cumpre-se, chega ao seu fim. O reino está no meio de nós, Jesus abre-nos os Céus. É Ele verdadeiramente o reino de Deus, a vida de Deus, a comunhão que nos enlaça para sempre. Jesus vem porque Deus nos quer bem, nos quer vivos, refletindo-O em nós, não por capricho Seu, mas para felicidade nossa.

Junto do mar da Galileia, Jesus repara em nós. Vê-nos com olhos de ver, com o coração. Lançamos as redes ao mar! Quantas vezes andamos à pesca, à procura, sem saber onde encontraremos bom peixe, se a maré nos trará a fortuna ou a desgraça! A Simão e a André e a nós: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens».

Eles deixam tudo, muito rapidamente, e seguem Jesus. Mais adiante, vê também Tiago e João, filhos de Zebedeu, que consertavam as redes. Jesus chama-os e também eles largam os seus afazeres e seguem-n’O. Serão pescadores de homens, preparam-se para ajudar a consertar o mundo, a história, a vida.

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2 – Página belíssima e luminosa nos traz o livro de Jonas. Jonas é chamado e enviado a um povo que não é o seu, mas que Deus quer salvar: «Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que Eu te direi». Para Jonas o melhor seria que Deus destruísse a cidade. Contrafeito, engolido por uma baleia, desembarca em Nínive para que a vontade de Deus se realize.

O autor dá-nos a informação preciosa de que Nínive era uma grande cidade, em extensão, mas sobretudo aos olhos de Deus. A mensagem é direta: «Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída». Jonas percebe que se avisar os ninivitas estes podem ter tempo de se converter. Ainda assim não pôde fugir à sua missão.

A pregação surte efeito e "quando Deus viu as suas obras e como se convertiam do seu mau caminho, desistiu do castigo".

Vendo bem, o propósito de Deus, nesta como outras páginas da Escritura e da história, não é eliminar pessoas, mas eliminar o pecado, o mal, o que é diabólico, ou seja, o que nos afasta dos outros ou nos coloca contra eles. Há lugar para todos. O castigo é preparado por nós. Quando cada um só se preocupa com o seu umbigo, mais tarde ou mais cedo, a comunidade deixa de existir.

No seguimento da leitura, vemos um Jonas revoltado, mal-humorado. Deus deveria cumprir com o desiderato original e destruir a cidade, independentemente do número de pessoas que perecesse. "Sabia que és um Deus misericordioso e clemente, paciente, cheio de bondade e pronto a renunciar aos castigos". Vendo que Deus não cumpre com (o que Jonas julgava ser) o prometido, manifesta-se desencantado e quer que Deus lhe dê a morte, já que a não deu aos ninivitas. A reposta de Deus é eloquente. Jonas descansa debaixo de um ricínio, que nasceu da noite para o dia e que morre do mesmo jeito. Jonas lamenta-se de novo. Chega a resposta de Deus: «E não hei de Eu compadecer-me da grande cidade de Nínive, onde há mais de 120 mil pessoas, que não sabem distinguir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e um grande número de animais?» (Jn 4, 2-11). 


Textos para a Eucaristia (ano B): Jonas 3, 1-5. 10; Sl 24 (25); 1 Cor 7, 29-31; Mc 1, 14-20.

 

Reflexão completa na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.

22.01.15

Tabuaço: Boletim Paroquial Voz Jovem: out-dez 2014

mpgpadre

Como se costume dizer, tarde é o que nunca chega. Aí está o boletim Paroquial Voz Jovem, referente aos meses de outubro - dezembro de 2014, já distriuído em formato de papel. Como expectável, a primeira página é toda dedicada à Festa da Padroeira, Imaculada Conceição, apostando em algumas fotos expressivas desta celebração, com a presença de toda a comunidade, dos Bombeiros Voltuntárias, que A têm como Madrinha, das Guias e Escuteiros da Europa e de todos os grupos paroquiais.

A última página é toda inteira dedicada à Festa de Natal da Catequese, seguindo a mesma lógica da primeira página, preenchida com fotos deste dia, com os diversos anos da catequese e com o Grupo de Jovens.

Nas páginas centrais vários temas retratados: Bodas de Ouro Matrimoniais, Festa do Acolhimento, Compromisso de Acólitos 2014, Festa da Imaculada Conceição, Festa de Natal da Catequese, Missa do Galo e participação do GJT, Vigília Missionária, em Castro Daire, com a participação do GJT.

vj_out-dez-2014.jpgO Boletim poderá ser lido a partir da página da Paróquia de Tabuaço, ou fazendo o download:

17.01.15

Rabi, onde moras? Vinde ver...

mpgpadre

1 – João percebe que Aquele Jesus é o Messias que estava para vir e que já está no MEIO de nós. Àqueles dois discípulos, e a nós também, João mostra Jesus: É o Cordeiro de Deus. Como a dizer-nos: agora o tempo é outro, já não faz sentido serdes meus discípulos, quando todos devemos ser discípulos d'Ele, Aquele sobre Quem desceu o Espírito Santo. Os discípulos ouvem-no, deixam-no e passam a seguir Jesus. Veja-se a sequência de testemunho. João dá testemunho de Jesus. Comunica aos Seus discípulos Quem é o Messias. E os discípulos, escutam e fazem uma escolha.

Duas atitudes nos são sugeridas: sermos testemunhas, em palavras e obras, de Jesus, e como João apontarmos sempre para Ele que está no MEIO de nós; como discípulos, sermos ouvintes da Palavra de Deus, para nos pormos a caminho, seguindo atrás de Jesus.

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2 – Jesus volta-Se e vê-nos. Vai à frente, mas não indiferente. Ele sabe que O seguimos, que O procuramos, e que podemos perder-nos. Seguindo-O de perto, decalcando as Suas pegadas, podemos escutar a Sua voz: «Que procurais?». Teremos então oportunidade de nos aproximarmos mais: «Rabi, onde moras?».

«Vinde ver». A resposta de Jesus é um convite para entrarmos em Sua casa. Ele quer ser a nossa morada. Quer-nos a morar com Ele. Só assim O conheceremos, só assim O seguiremos, só assim podemos transparecê-l'O.

O encontro com Jesus tem hora marcada. Eram quatro horas da tarde. O pormenor temporal que o evangelho de São João nos dá é significativo. Aquele encontro não é abstrato, desligado da vida, fruto da imaginação. É real, como real são os discípulos que seguem Jesus. Um dos que foram ver onde Jesus morava e ficaram com Ele nesse dia é André, irmão de Simão Pedro.

O encontro com Jesus muda-nos. Não basta saber alguma coisa sobre Ele. É o primeiro passo. Depois, segui-l'O pelo caminho, permanecendo junto d'Ele, na Sua casa. E se Ele se torna a nossa morada, o inevitável acontece: não podemos calar o que vimos e ouvimos.

André vai procurar o seu irmão e diz-lhe: «Encontrámos o Messias», e levou-o a Jesus. Atente-se no pormenor: André não diz muitas coisas sobre Jesus, nem tenta convencer Pedro, simplesmente o leva a Jesus. O testemunho sobre Jesus é fundamental, pois não podemos amar o que desconhecemos. Cada um de nós ouviu falar de Jesus, e alguém nos levou a Ele. O encontro pessoal com Jesus será incontornável para que Ele seja a nossa morada e n’Ele nos sintamos em casa.

 

3 – Dá-se o encontro de Jesus com Pedro. E mais uma vez somos surpreendidos. Ele precede-nos. Sabe quem somos, trata-nos pelo nome. O Seu olhar vai ao fundo de nós, onde Ele nos descobre e nos desconcerta. Jesus fita os olhos em Simão e diz-lhe: «Tu és Simão, filho de João. Chamar-te-ás Cefas» – que quer dizer ‘Pedro’.

E tudo muda de novo. És Simão mas chamar-te-ás Cefas, serás Pedro, pedra, rocha sobre a Qual edificarei a minha Igreja. Sublinhe-se desde já que a Igreja é de Cristo, não de Pedro. É Ele que a edifica, mas conta com Pedro e conta connosco.

____________________________

Textos para a Eucaristia (ano B): 1 Sam 3, 3b-10. 19; Sl 39 (40); 1 Cor 6, 13c-15a. 17-20; Jo 1, 35-42.

 

Reflexão completa na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.

15.01.15

D. ANTÓNIO COUTO: Quando Ele nos abre as Escrituras - ano B

mpgpadre

D. ANTÓNIO COUTO (2014). Quando Ele nos abre as Escrituras. Domingo após Domingo. Uma leitura bíblica do Lecionário. Ano B. Lisboa: Paulus Editora. 400 páginas.

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        Um ano antes, D. António Couto, Bispo da Diocese de Lamego, ofereceu-nos, em livro a leitura bíblica do lecionário referente ao ano A, juntando-lhe um estudo sobre São Mateus, então o evangelista daquele ano. No novo ano litúrgico, seguindo a mesma lógica e preocupação, a leitura bíblica do Lecionário do Ano B, a ser acompanhada de um estudo sobre São Marcos, evangelista principal deste ano.

       O livro é um excelente hino à Palavra de Deus proclamada neste ano litúrgico que se iniciou com o primeiro domingo do Advento e leva já alguns domingos subsequentes. Reconhecido como "especialista" em Sagrada Escritura, D. António faz jus a esse reconhecimento. As reflexões publicadas no seu blogue oficial, na página da Diocese de Lamego no Facebook, e com outras partilhas em outras tantos lugares da Rede digital, mostram como "um especialista" é capaz de chegar a ser simples e acessível, ainda que em algumas situações se socorra do hebraico, do grego, ou de outras linguagens.

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        Semana após semana é possível seguir as sugestões que veicula disponibilizando o comentário às leituras de domingos e dos dias santos, ou dias especiais, seja para os que preparam Homilias, seja para quem deseja preparar bem o Domingo, Dia do Senhor. O blogue facilita atualizar, ratificar, limar arestas, para que o comentário seja intenso e nos comprometa mais com a palavra. O livro... é sempre um livro, fácil de manusear, criando mais atenção, criando uma disponibilidade maior para ler, reler, sublinhar.

       Só depois de lido é que poderá sugerir-se o que se leu, ainda que no caso presente o autor seja garantia da qualidade dos comentários, pistas de reflexão, indicações de leitura. Debruçando-se sobre a liturgia de cada Domingo, solenidade ou festa litúrgica, será bom ler o respetivo comentário na semana ou dias precedentes a que se refere. Lê-lo de fio a pavio permite ter uma visão ampla do ano litúrgico. E, por outro lado, começando a ler parece quase um romance que se desenrola, queremos saber mais, descobrir mais coisas, ter uma visão aprofundada, onde transparece o estudo, dedicação, a oração, a fé, o compromisso com a Igreja, com sua a missão evangelizadora.

        Logo na apresentação, D. António dá pistas sobre o que se pretende com esta obra: "oferece uma viagem e uma visita guiada pelos textos bíblicos dos domingos, solenidades e festas ao longo do ano B... É a estrada bela, e é andando nela que se encontra repouso para a vida (Jr 6, 16). Encontramos lume e sentido, para voltar à estrada de Emaús, a quem já ardia o coração (Lc 24, 32). É a estrada que desce de Jerusalém para Gaza. A estrada é no deserto (Atos 8, 26), como a de Isaías 35, 8; 43, 19, mas pode sempre encontrar-se nela o sentido e a água (Atos 8, 35-36). É a estrada de Damasco, em que podemos sempre cair de nós abaixo e ouvir chamar o nosso nome de uma forma nova e diferente (Atos 9, 4; 22, 7; 26, 14). É a estrada que se abre à nossa frente, sempre que ouvimos Jesus dizer: «Segue-me!» ou «vai»! A viagem é longa e sentida".

       Logo de seguida D. António Couto fala no estilo que poderá ser verificado ao longo das páginas seguintes: "O estilo é o de sempre. A substância é bíblica e litúrgica, com tempero teológico, literário, simbólico, cultural, histórico, arqueológico. Fui-o escrevendo com gosto, pensando em todos aqueles que gostam de saborear os textos bíblicos que a Liturgia nos oferece. Pensei sobretudo naqueles que domingo após domingo, têm a responsabilidade de abrir as Escrituras à compreensão dos homens e das mulheres, jovens e crianças, que domingo após domingo, entram nas nossas igrejas".

       Uma das palavras que D. António utiliza amiúde para nos apresentar a beleza e a riqueza de alguns textos é FILIGRANA. Diríamos o mesmo deste livro que nos oferece: são páginas de pura filigrana, fios de ouro que nos entrelaçam na vida, na missão de Jesus, na Sua oração, nos Seus gestos, nos Seus encontros, desafios, na Sua vida por inteiro, com fios entrelaçados a toda a Sagrada Escritura, a civilizações diferentes, de diferentes épocas, socorrendo-se de um manancial imenso de recursos.. A linguagem de D. António é poética, faz-nos rimar a vida com a Escritura. É mais um livro extraordinário.

11.01.15

Leituras: Gerhard-Ludwig Müller - POBRE PARA OS POBRES

mpgpadre

GERARD-LUDWIG MÜLLER (2014). Pobre para os pobres. A Missão da Igreja. Apelação: Paulus Editora. 184 páginas.

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        Um dos mais recentes livros publicados do Cardeal alemão Gerard Müller, um dos sucessores do Cardeal Joseph Ratzinger (Bento XVI) à frente a Congregação para a Doutrina da Fé, tendo escolhido precisamente por Bento XVI, em junho de 2012 e posteriormente confirmado pelo Papa Francisco. Eleito Papa, o Cardeal Ratzinger/Papa Bento XVI chamou o Cardeal norte-americano William Joseph Levada, que esteve como Prefeito desta Congregação de 2015 a junho de 2012, sucedendo-lhe então outro cardeal alemão, Gerard Müller.

       Não é o lugar que faz os homens. E certamente não têm a mesma sensibilidade. Foram escolhidos precisamente pela firmeza da doutrina, pela integridade da fé, pela capacidade de trabalho, pela humildade e abertura diante dos outros, pelo saber mas sobretudo pela fé. O mundo teve alguma dificuldade em conhecer o então Cardeal Ratzinger, com um Homem íntegro, homem de fé, homem de Deus, com uma enorme capacidade de tralhado humilde ao serviço da Igreja, ao serviço do Evangelho, respondendo com amizade ao agora Santo João Paulo II, estando sempre por perto, dialogando, insistindo, não desistindo às primeiras dificuldades, integrando opiniões e visões diferentes. E neste livro, evocativo da Teologia da Libertação, que voltou às primeiras páginas com a eleição do atual Papa, latinoamericano, vê-se como o Cardeal Ratzinger/ Papa Bento XVI soube acolher a sensibilidade da teologia preconicada por Gustavo Gutiérrez, tornando-se ouvinte e estudioso, como Prefeito e depois como Papa, com contributos extraordinários nas intervenções feitas, na Congregação, e mais recentemente na Assembleia da CELAM, em Aparecida, cuja leitura clarificadora o pai da Teologia da Libertação sublinha precisamente o contributo de Bento XVI e cujo texto se pode ler nesta obra de Gerard Müller.

       Além do texto principal do Cardeal Müller, dois textos de Gustavo Gutiérrez: A opção preferencial pelos pobres em Aparecida; A espiritualidade do Acontecimento conciliar - nestes textos Gutiérrez reflete no fundamento da Teologia da Libertação, a opção de Jesus, que encarna para redimir, para salvar, para libertar. É o que Jesus faz, é o que tem de fazer a Igreja. A opção preferencial é inclusiva, universal, não exclui ninguém, mas centra-se preferencialmente nos excluídos, desprezados, pobres, mendigos, explorados... exatamente como Jesus fazia. No segundo texto, a ambiência conciliar que compromete a Igreja com os pobres, com a transformação do mundo, num compromisso social efetivo. É um ambiente que se respira antes e no concílio ainda que depois encontre muitos obstáculos. Outro texto agrafado ao livro é da autoria de Josef Sayer que nos apresenta a história de encontro, de amizade e de reflexão conjunta do Cardeal Müller e de Gustavo Gutiérrez.

       O Prefácio ao livro é do Papa Francisco - simples, direto, desafiador. O Papa Francisco cresceu e comprometeu-se em concreto com o ambiente onde nasceu e floresceu a Teologia da Libertação, conhece os intervenientes, conhece as dificuldades dos pobres latino-americanos e as comunidades de base, movimentos, párocos e leigos que se comprometeram seriamente com o mundo da pobreza. Foi Relator da Assembleia de Aparecida.

       Este é mais um contributo generoso do cardeal alemão, atual Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, para a relfexão teológica. A amizade com Gustavo Gutiérrez levou à America latina, ao apostolado concreto no meio de populações pobres, dormindo entre eles, comendo como eles, vivendo nas mesmas condições. Desta forma, pôde aliar a curiosidade intelectual, a investigação e reflexão teológica, com o saber prático, real, concreto.

       Como é habitual, quando mais profundo, sábio, estudioso é um autor, mais acessível se torna para os seus leitores e/ou para os seus ouvintes. Como outros textos já citados deste autor, a sua leitura é acessível, envolvendo-nos na reflexão.

 

Outros textos por aqui recomendados:

G. GUTIÉRREZ e G. MÜLLER. 

Cardeal Gerhard Müller - A verdade leva-nos aos pobres.

Gerhard-Ludwig Müller - A ESPERANÇA DA FAMÍLIA.

11.01.15

Leituras: Frei Filipe: Arrependei-vos e acreditai no Evangelho

mpgpadre

FREI JOSÉ FILIPE RODRIGUES, op (2014). Arrependei-vos e acreditai no Evangelho. Homilias para o Ano B. Cascais: Lucerna. 168 páginas.

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        Há pouco tempo publicado, em novembro, bem a tempo de com este trabalho se entrar no novo ano litúrgico B, com o ciclo de leituras de domingos e dias santos que privilegia o Evangelho de São Marcos a quem o autor pede emprestado o título para agregar estas homilias, originalmente proferidas há três anos, isto é, no mesmo ciclo de leituras do Ano B, maioritariamente na paróquia de Campo Grande, onde o Frei Filipe, da Ordem dos Pregadores (op), dominicano, colabora regularmente.

        O livro viria a ser apresentado na Paróquia de Almacave, Diocese de Lamego, no dia 15 de dezembro, tendo como orador principal D. António Couto, que recomendou a leitura a todos, particularmente aos que têm a responsabilidade de preparar as homilias, os sacerdotes, apresentando o texto como uma trabalho diligente, que tem muito trabalho escondido, oração, leitura, meditação. São homilias, propriamente ditas, ainda que a oralidade do seu autor, neste como em outros casos, ultrapasse as linhas escritas. São homilias simples, de leitura fácil, acessível e que se centram sobretudo nos três textos principais da Liturgia da Palavra, primeira e segunda leituras, e Evangelho. A indicação das respetivas Leituras, salmo incluído, surgem referenciadas no início de cada homilia.

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         A amizade e a ligação virtual, por esta rede, esta aldeia global, com pontos de contacto, tendo em conta as raízes do frei Filipe, que sublinhou na apresentação da sua obra, levaram-me à cidade de Lamego para encontrar pessoal o seu autor, tomando contacto mais direto com este trabalho meritório. Como acompanho as suas reflexões, litúrgicas e/ou pastorais, dia a dia, culturais, sociais, já sabia, antes participar nesta apresentação ou de ler/meditar o Livro, que se lê com agrado, é acessível, faz diversas pontes que nos levam aos dominicanos, mas também a outros autores, outras andanças, poetas, escritores, pinturas, quadros... acontecimentos, monumentos.

       Anteriormente recomendámos aqui RETALHOS DA VIDA DE UM PADRE. É uma leitura envolvente, a vida de um frade/padre, inquietações, meditações, encontros com a alegria e com o sofrimento, com a vida e com o mistério da morte.

       Desta feita, recomendámos agora este livro de Homilias, que publica o trabalho rezado, meditado, escrito, proferido. A leitura pode fazer-se pelo menos de duas formas: como leitura espiritual, de fio a pavio. Foi o que fizemos, ainda que com a preocupação de o recomendarmos. só o poderíamos fazer depois de o lermos. Neste caso dá-nos também uma visão de conjunto de todo o ano litúrgico. A segunda forma: a fim de preparar cada Eucaristia de domingo seguinte, ler e meditar o texto correspondente. Dessa forma, a disponibilidade para participar na Eucaristia será mais motivadora e mais consciente.

       Lê-se com agrado. Ajuda a refletir. Faz-nos entrar nas narrações do Evangelho. Faz-nos ver melhor Jesus, acolhê-l'O, senti-l'O mais próximo. Por outro lado, a abertura para este tempo, com acontecimentos e o clima social e cultural atuais, nos quais a Palavra de Deus se reflete para converter. Como tinha referido o Frei Filipe, na apresentação em Lamego, a leitura atempadamente,, no domingo à noite para o domingo seguinte, ajuda a ajuntar acontecimentos, reflexões e outras leituras. Em algumas Homilias, o Frei Filipe presenteia-nos com pérolas de pensadores, poetas, escritores, ou com quadros artísticos, outros tempos e lugares e outras sensibilidades: um coral de Bach; uma resposta de Gandhi; um ou outro poema de Sophia de Melo Breyner; um comentário do Papa Leão Magno; reflexão de São Máximo de Turim; uma ou outra intervenção do Papa Bento XVI; o aggiornamento do Vaticano II; o tempo de Jesus e dos apóstolos e o nosso tempo.

       Do primeiro Domingo do Advento ao último domingo do tempo Comum - Solenidade de Cristo Rei, passando pelas comemorações mais importantes, Natal e Páscoa, Pentecostes, Corpo de Deus, Todos os Santos, Assunção de Nossa Senhora, Imaculada Conceição.

       Aí está um subsídio importante, acessível, de agradável leitura, envolvente, que nos pode ajudar a preparar homilias, se for o caso, ou a preparar cada domingo.

"O Evangelho de hoje diz-nos que não devemos contornar as situações desagradáveis, não devemos fingir que elas não aconteceram. O Evangelho diz-nos que Aquele que tudo pode, Aquele que tem poder sobre tudo e sobre todos, o nosso Deus está na nossa barca. Com Ele o vento acalma, as ondas deixaram de ser perigosas e a nossa barca viaja no sossego e na alegria da Sua presença" (p. 100)

10.01.15

Tu és o meu Filho muito amado...

mpgpadre

1 – Jesus aproxima-Se de João para ser batizado e logo o Céu desce à terra e a voz do Pai ressoa nos nossos ouvidos e nosso coração: «Tu és o meu Filho muito amado, em Ti pus toda a minha complacência». Deus reconhece e faz ouvir o amor da Sua eleição. E nós estávamos lá, no Jordão, e não podemos ignorar o que ouvimos.

Ficamos a saber que algo de novo começa a manifestar-se. Aproximemo-nos. João já nos havia precavido: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias. Eu batizo na água, mas Ele batizar-vos-á no Espírito Santo».

2 – «Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. Não gritará, nem levantará a voz… proclamará fielmente a justiça… Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas».

Deus precede-nos, n'Ele a origem do amor, primeiro e verdadeiro, único e perfeito. Faz repousar o Seu Espírito no Filho que nos dá, cuja Luz purifica o nosso olhar. E quando olhamos a vida e os outros com o mesmo olhar com que Deus nos ama, então ficamos mais próximos uns dos outros, mais irmãos, mais família.

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3 – «O Senhor abençoará o seu povo na paz».

A bela melodia do Salmo faz sinfonia com o Ungido do Senhor, que vem para amar, libertar, para dar a Vida por nós e nos salvar, nos guiar, nos elevar com Ele para junto do Pai. O Deus da Paz nos abençoe e proteja, nos conduza por águas calmas e que no caudal da vida, do tempo e da história, nos faça avançar com os outros.

 

4 – Depois de tantas vicissitudes, eis o imponente testemunho de São Pedro. Ponhamo-nos à escuta, no meio da multidão, como faz Jesus quando vai ter com João ao Jordão para por ele Se fazer batizar. Não passa à frente ou ao lado, mas está no MEIO do povo, com o Povo e com o Povo caminha até João.

Pedro, aquele que antes, por medo e por vergonha, se tinha recusado a ser associado a Jesus, associa-se agora com todo o coração:

«Deus não faz aceção de pessoas… Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo. Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele».

O amor de Deus é para todos. Não escolhe nem idade, nem nacionalidade, homens ou mulheres, é para todos. Em Jesus todos somos irmãos. Um povo, uma nação cuja aliança se expande a todo o mundo. Deus não faz aceção de pessoas, como tantas vezes a nós nos acontece ou deixamos acontecer.

 

5 – Depois do Batismo, e durante toda a vida, Jesus passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos. Deus estava com Ele. E Ele transparecia Deus, nas palavras, nos gestos, no olhar, nos prodígios realizados, nos silêncios, na oração, a caminhar, e em todos aqueles e aquelas que encontrava no Seu caminho.

Deus está (sempre) connosco. Com e em Jesus somos batizados. E como passamos? Fazendo o bem? Curando os que à nossa volta estão oprimidos? Sentimo-nos ungidos e enviados? Preenchemos os nossos dias com a presença de Deus? Quem transparecemos? 


Textos para a Eucaristia (ano B): Is 42, 1-4. 6-7; Sl 28 (29); Atos 10, 34-38; Mc 1, 7-11.

 

Reflexão completa no nosso blogue CARITAS IN VERITATE

e na página da PARÓQUIA DE TABUAÇO

04.01.15

TUA PALAVRA se faz vida no meu coração

mpgpadre

TUA PALAVRA...

Belíssima melodia, intensidade da letra e da música:

 

Tua Palavra se faz vida

no meu coração.

O que é vento se faz beijos,

gestos de perdão.

Mudará quem eu sou.

Tua Palavra será o fogo da minha voz.

 

Escutar e acolher a voz de Deus
e pensar e aprender o que fez o Senhor.
Eu quero transformar meu ser
para ser como Deus sonhou.
Que o mundo seja festa
de paz e amor.

 

Escutar e acolher quem foi Jesus.
Salvação e perdão
hoje serás tu.
Eu quero o reino construir
o mundo que Jesus pensou:
a terra é de todos,
terra de união.

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