Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes
1 – Celebramos a solenidade de Cristo Rei, coroando, desta forma, o ano litúrgico: tudo se inicia em Deus e em Deus tudo termina.
Um Rei, o Bom Pastor, que dá a vida pelas ovelhas, não Se poupando a esforços: «Eu próprio irei em busca das minhas ovelhas e hei de encontrá-las… Hei de procurar a que anda perdida e reconduzir a que anda tresmalhada. Tratarei a que estiver ferida, darei vigor à que andar enfraquecida e velarei pela gorda e vigorosa. Hei de apascentá-las com justiça» (1.ª Leitura).
É, além disso, um reinado que não se esgota no presente. Como nos lembra São Paulo, se a morte veio por meio de um homem, também por meio de um homem – Jesus Cristo – nos vem a salvação. Ele ressuscitou e nós seguir-Lhe-emos no encalço, contando que procuremos "gastar" a vida como Ele. Com efeito, na passagem deste mundo para a eternidade de Deus, o crivo é o amor que desenvolvemos a favor dos outros.
2 – O Evangelho de São Mateus remete-nos hoje para o momento em que a nossa vida estará em definitivo nas mãos de Deus. Na primeira leitura, o profeta Ezequiel previne-nos: «quanto a vós, meu rebanho, assim fala o Senhor Deus: Hei de fazer justiça entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e cabritos». A justiça de Deus, iniciada neste mundo, terá a plena desenvoltura na eternidade.
«Quando o Filho do homem vier na sua glória… separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda» (Evangelho).
Jesus veio para salvar e não para condenar o mundo. A salvação consiste em acreditar que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e agir em conformidade, amando a Deus no amor e no serviço aos irmãos. E em que consiste a condenação? Em não acolher, não acreditar, não viver a Palavra de Deus. Somos nós que traçamos a nossa história. Deus entrega-nos os talentos para que os façamos render.
3 – Diz-nos Jesus que nem um copo de água dado em Seu nome ficará sem recompensa. Então o Juízo definitivo está nas nossas mãos, reafirmando o conhecido ditado popular: quem vai para mar prepara-se em terra. Deus julgar-nos-á na abundância do Seu Amor de Pai.
Quando alguém vai à presença de um Juiz, prepara a sua defesa, leva um advogado e mostra as provas que tem. O nosso advogado é o próprio Jesus Cristo, através do Seu Espírito de Amor. Como comprovar o nosso amor a Deus?
Ora vejamos o que nos revela o Evangelho:
- «Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me».
- «Afastai-vos de Mim, malditos… porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar».
Seremos julgados pelo bem que fizemos ao nosso semelhante. Nessa hora não vai importar se fomos muito importantes, tivemos cargos de relevo, se amealhamos fortunas e títulos. Importará, sim, o bem que fizemos aos outros.
Justos e ímpios perguntarão como e quando cumpriram ou deixaram de cumprir. E Jesus responde-lhes através das palavras do Rei:
- «Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes».
- «Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer».
4 – Hoje celebra-se o Dia da Igreja Catedral, com a ordenação de dois novos Diáconos. A Dedicação da Catedral (ocorrida a 20 de novembro de 1776) para reafirmamos, em oração, o nosso afeto e comunhão com D. António Couto, que preside, como Sucessor dos Apóstolos e como Pastor diligente a esta porção do povo de Deus.
Por outro lado, dois novos Diáconos, o Fabrício e o Valentim, ordenados para o serviço da caridade, propósito original do surgimento dos diáconos na Igreja: atender aos mais necessitados, órfãos e viúvas. No caso presente, são ordenados em ordem ao presbiterado, mas sinaliza-se desde logo, que o primeiro grau da Ordem é a diaconia, o serviço, o cuidar dos mais pequeninos dos irmãos de Jesus Cristo.
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Textos para a Eucaristia (ano A):
Ez 34, 11-12. 15-17; Sl 22 (23); 1 Cor 15, 20-26. 28; Mt 25, 31-46.
Reflexão dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço
e nosso blogue CARITAS IN VERITATE.