Senhor, porção da minha herança e do meu cálice
1 – O “Senhor, porção da minha herança e do meu cálice”, é o meu chão sagrado, minha casa e meu descanso. Só Ele é Deus. Ele preenche o meu coração. Só n'Ele deposito toda a confiança, pois só o Senhor garante o meu ontem, o meu hoje e o meu amanhã.
“O Senhor está sempre na minha presença, com Ele a meu lado não vacilarei”. Ele guia o meu peregrinar. Ele guarda os meus passos. Não vacilarei. Com o salmo respondemos à palavra de Deus, na condição de crentes e de membros do Seu povo. Rezamos a nossa vocação e a nossa entrega.
Nas Suas mãos, o meu destino. Assim vive a tribo sacerdotal de Levi. Na terra prometida, 11 das 12 tribos recebem o seu quinhão de terra, para cultivar, para ganhar o pão de cada dia. A tribo de Levi não recebe terra, a sua terra é o Templo.
2 – “Senhor, porção da minha herança e do meu cálice”. Ele me guarda de dia e de noite. Está sempre comigo. “Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta e até o meu corpo descansa tranquilo”. Ele conhece as profundezas da minha alma. Quer-me por inteiro, também os meus medos, insuficiências e pecados.
“Até de noite me inspira interiormente”. Posso caminhar seguro. As seguranças materiais são relativas bem como as seguranças familiares, afetivas, na medida em que são a prazo, por mais duradouras que sejam. “Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção”.
O Senhor é a minha herança. Ele assegura a minha história, dar-lhe-á continuidade.
3 – “Senhor, porção da minha herança e do meu cálice”. Ele me chama à Sua presença, para que não vacile o meu olhar.
É a vocação de cada crente, ainda que haja vocações específicas de serviço à comunidade. Patriarcas, Profetas e Reis, Juízes e Sacerdotes. Na primeira leitura Deus abraça Eliseu (Deus é salvação), através de Elias (o Senhor é Deus), para que possa dar continuidade à profecia. Não importa tanto o ponto de partida, mas a resposta firme. Eliseu não é profeta nem descendente de profetas. É proprietário, trabalha nos campos da família.
“Elias passou junto dele e lançou sobre ele a sua capa… Eliseu afastou-se, tomou uma junta de bois e matou-a; com a madeira do arado assou a carne, que deu a comer à sua gente. Depois levantou-se e seguiu Elias, ficando ao seu serviço”.
A vocação e o seguimento geram alegria e festa. Quem se sente próximo de Deus não quererá esconder para si tamanha alegria. A delicadeza para com a sua gente também faz parte da vocação.
4 – “Senhor, porção da minha herança e do meu cálice, está nas vossas mãos o meu destino”. És Tu Senhor a minha luz. Tu, o meu Deus. Se me dás a mão não temerei nenhum mal. Tu me chamas. Desde sempre. Para estar Contigo e para ser por Ti enviado.
Também a nós nos diz Jesus: «Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus». Para seguir Jesus não podemos ficar toda a vida a fazer cálculos, tentando equilibrar o seguimento com as nossas seguranças materiais e/ou afetivas.
O próprio Jesus experimenta a dureza do caminho. Nem sempre é fácil. Ele toma-nos a dianteira. “Aproximando-se os dias de Jesus ser levado deste mundo, Ele tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém”. O Mestre entrevê o Seu fim, mas não Se deixa intimidar. A Sua entrega é uma opção e uma proposta. Alguns não O querem receber, mas nem por isso Ele lhes quer mal. Tiago e João queriam destruir aqueles que não quiseram receber o Mestre…
5 – “Senhor, porção da minha herança e do meu cálice”. Se Deus é o meu chão sagrado, a minha casa, o meu forte, então como não experimentar a alegria e a paz?! Como não espalhar o Evangelho por toda a parte e a todos levar a bondade de Deus?
Ele libertou-nos do pecado e da escuridão. É urgente viver como filhos da luz, vivendo no Espírito em que fomos batizados. Que a liberdade, em Cristo, nos conduza à caridade, “pela caridade, colocai-vos ao serviço uns dos outros, porque toda a Lei se resume nesta palavra: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo». Se vós, porém, vos mordeis e devorais mutuamente, tende cuidado, que acabareis por destruir-vos uns aos outros. Por isso vos digo: Deixai-vos conduzir pelo Espírito…”
Ele é “a porção da minha herança e do meu cálice”,nas Suas mãos está o meu destino, Ele me conduz aos prados verdejantes, é o meu alimento, a terra que trabalho com esmero e carinho e que me devolve o pão de cada dia.
Textos para a Eucaristia - ano C - 13.º Domingo do Tempo Comum:
1 Reis 19,16b.19-21; Sl 15 (16); Gal 5,1.13-18; Lc 9,51-62
Reflexão dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço
e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE