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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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14.03.13

Habemus Papam - Francisco

mpgpadre

Irmãos e irmãs, boa-noite!

Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais foram buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde.

 [Recitação do Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai]

E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará o meu Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta cidade tão bela!

E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim. […]

Agora dar-vos-ei a Bênção, a vós e a todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade. 

 

[Bênção]
 

Irmãos e irmãs, tenho de vos deixar. Muito obrigado pelo acolhimento! Rezai por mim e até breve! Ver-nos-emos em breve: amanhã quero ir rezar aos pés de Nossa Senhora, para que guarde Roma inteira. Boa noite e bom descanso!

13.03.13

Gianfranco RAVASI - O que é o Homem?

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Gianfranco RAVASI. O que é o Homem? Sentimentos e laços humanos na Bíblia. Paulinas Editora, Prior Velho 2012, 144 páginas.

       O Cardeal Gianfranco Ravasi, que se encontra em Conclave para a eleição de um novo Papa, sendo um dos papáveis segundo a comunicação social, e que pregou o Retiro Quaresmal à Cúria Romana, na qual se incluía o então Papa Bento XVI, que tinha anunciado a renúncia ao Pontificado no dia 11 de fevereiro, com efeitos a partir do passado dia 28 de fevereiro, o último do mês, ajuda-nos a uma caminhada pela Bíblia, procurando o essencial do ser humana, em linha com a história da aliança de Deus com o povo, com a reflexão crente sobre a vida, o ser humano, imagem e semelhança de Deus, as formas de viver o amor, e o sofrimento.

       Este livro faz parte de uma coleção "Poéticas do viver crente. Linhas de Rumo", coordenada pelo Pe. Tolentino de Mendonça, com textos muito acessíveis, de fácil leitura, positivos, envolventes, alimentados na Palavra de Deus, para iluminar as horas que passam.

       O autor parte do sentir humano, com raízes na Bíblia, lançando pontes para outras religiões, para outras culturas, para tempos de antigamente e para os nossos dias. E nesse sentir, a evolução das emoções/sentimentos, na busca da mansidão que aproxima, constrói, fazendo-nos apostar nos outros, no perdão, na partilha, numa justiça que vai muito além da medida retribuitiva.

Do sentimento do medo, que nos dobra e escraviza, ao temor que nos abre o coração a Deus, como preparação para a festa do encontro com Deus, para saborear o amor, a alegria, a festa.

       O ser humano descobre-se na festa, na alegria, no amor, mas também no sofrimento. Também aqui, o autor não deixa de nos fazer viajar pela história do povo de Deus, descrita na Bíblia, mas também por outros mundos culturais e religiosos. O sofrimento diz-nos da nossa fragilidade e falibilidade. Mas poderá também fazer-nos encontrar connosco e com Deus. Há muitas reflexões teológicas sobre o sofrimento, nem sempre uma teologia do sofrimento. Job lança muitas luzes sobre o sofrimento, explorando a constatação que o sofrimento não é consequência do pecado. Jesus vai ainda mais longe. Vive. Não anula e não esconde o sofrimento. Há de entregar-Se. O Seu sofrimento é vicário, sofre por nós, em nossa vez, para nos libertar, para nos colocar na comunhão com Deus, em absoluto. A fraqueza e a debilidade poderão ser oportunidade para se manifestar a grandeza de Deus e o seu amor..

       O ser humano pode desenhar-se numa linha contínua, segundo o autor, na qual há lugar para o sentir, para o medo, para o sofrimento, para a festa, para o amor. Segundo ele, são vários (7) os rostos do amor: eclesial, social, nupcial, paterno e materno, familiar, de amigos (amical), e o amor pátrio. A este propósito alguns dos títulos dos capítulos finais: Amigos do peito, amigos na vida e na morte; Casal humano: à imagem do amor de Deus; A família; Cabelos brancos, «Coroa de Glória», sobre a velhice, com as virtudes que poderá trazer, ainda que não seja sinónimo de sabedoria ou de santidade...

       Mais uma leitura interessante para a Quaresma, ou para qualquer grande, sobre o ser humano, com as suas fraquezas, com a grandeza que lhe vem de Deus.

12.03.13

D. ANTÓNIO COUTO - A nossa Páscoa

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D. ANTÓNIO COUTO, Bispo de Lamego. A nossa Páscoa. Paulus Editora. Apelação 2013, 120 páginas.


       Nas palavras do autor, D. António Couto, é mais um livrinho como os dois anteriores, também publicados por esta editora: "Vejo um ramo de amendoeira e outra palavras em flor" e "Estação de Natal", procurando refletir a palavra de Deus, lida nos dias de hoje, com os fundamentos históricos, arqueológicos, culturais.

       Em tempo de Quaresma (que prepara liturgicamente a celebração da Páscoa, mas que surge depois da Páscoa, sem a qual não haveria nem quaresma, nem liturgia, nem Igreja), D. António Couto oferece-nos este subsídio sobre os diferentes domingos da Quaresma (1.ª parte), da Semana Santa (2.ª parte) e do Tempo de Páscoa (3.ª parte), com outras notas em outros textos que bem poderiam ser proclamados neste tempo. O ciclo de leituras é do ANO A, cuja liturgia da Palavra pode ser usada também nos anos B e C (o ciclo de leituras deste ano é o C), sobretudo nas comunidades onde os catecúmenos se preparam para o batismo.

       Para quem segue as reflexões propostas pelo nosso Bispo, em MESA de PALAVRAS, e também para quem quiser aprofundar a palavra de Deus e a inserção à comunidade crente, esta é uma leitura recomendada, a não perder, para mastigar, para ruminar e sobretudo para se deixar envolver pelo Evangelho, na fidelidade a Jesus, no compromisso atual com os irmãos.

 

Alguns pedaços de reflexão:

"Com esta celebração da Ceia do Senhor, em Quinta-Feira Santa, a Igreja Una e Santa reacende a memória da instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e da Caridade, e dá início ao Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do seu Senhor, que constitui o ponto mais alto do Ano Litúrgico, de onde tudo parte e onde tudo chega, coração que bate de amor em cada passo dado, em cada gesto esboçado, em cada casa visitada, em cada mesa posta, em cada pedacinho de pão sonhado e partilhado.

É assim que Deus nos dá a graça de caminhar durante todo o Ano Litúrgico, dia após dia, Domingo após Domingo, sempre partindo da Páscoa do Senhor, sempre chegando à Páscoa do Senhor...

Com Jesus Cristo, aprendemos a passar do pecado para a graça, da soleira da porta para a mesa, da morte para a vida em abundância, da nossa casa para a Casa do Pai. É assim que nós, por graça feitos filhos no Filho, aprendemos a ser estrangeiros e hóspedes, tranquilamente sentados em Casa e à Mesa daquele único Senhor que servimos e que nos diz: «Toda a terra é minha, e vós sois, para Mim, estrangeiros e hóspedes» (Quinta-feira santa).

"Ainda em João 18,15, os dois SEGUIAM Jesus, que é a correcta postura do discípulo. Pedro, porém, não SEGUIU Jesus até ao fim: ficou ali estacionado no pátio do Sumo Sacerdote! Mais do que isso e pior do que isso, em vez de estar com Jesus, Pedro ficou com os guardas, a aquecer-se com os guardas! (João 18,18). Pedro, portanto, não fez o curso ou o percurso de discípulo de Jesus até ao fim! Deixou por fazer umas quantas unidades curriculares. É por isso que agora tem de SEGUIR alguém que tenha SEGUIDO Jesus até ao fim. É por isso, e só por isso – nada tem a ver com idades (Pedro mais idoso, o «discípulo amado» mais jovem!) – que Pedro tem agora de SEGUIR o «discípulo amado», chegando naturalmente ao túmulo atrás dele. Note-se ainda que, não obstante um ir à frente e o outro atrás, correm os dois juntos. É aquilo que ainda hoje vemos na catequese e na mistagogia cristãs: corremos sempre juntos, mas alguém vai à frente, para ensinar o caminho aos outros! Belíssima comunhão em corrida!" (Páscoa da ressurreição)

"O Evangelho da Solenidade deste Dia Grande de Pentecostes (João 20,19-23) mostra-nos os discípulos de Jesus fechados num certo lugar, por medo dos judeus. O Ressuscitado, vida nova e modo novo de estar presente, que nada nem ninguém pode reter ou impedir, nem as portas fechadas daquele lugar fechado, vem e fica de pé no MEIO deles, o lugar da Presidência, e saúda-os: «A paz convosco!». Mostra-lhes as mãos e o lado, sinais que identificam o Ressuscitado com o Crucificado, e vincula os seus discípulos à sua missão: «Como o Pai me enviou (apéstalken: perf. de apostéllô), também Eu vos mando ir (pémpô)». O envio d’Ele está no tempo perfeito (é para sempre): a sua missão começou e continua. Não terminou. Ele continua em missão. A nossa missão está no presente. O presente da nossa missão aparece, portanto, vinculado e agrafado à missão de Jesus, e não faz sentido sem ela e sem Ele. Nós implicados e imbricados n’Ele e na missão d’Ele, sabendo nós que Ele está connosco todos os dias (cf. Mateus 28,20). «Como o Pai me enviou, também Eu vos mando ir». Este como define o estilo da nossa missão de acordo com o estilo e a missão de Jesus" (Domingo de Pentecostes)

AMOR PERFEITO:

É o amor, ainda que imperfeito,

É o amor, ainda que com defeito,

É o amor que faz correr a Madalena. 

 

É o amor, ainda que imperfeito,

É o amor, ainda que com defeito,

É o amor que faz chorar a Madalena. 

 

Mas tu sabes, meu irmão da Páscoa plena,

Tu sabes que há outro amor em cena,

E é esse amor que faz amar a Madalena.   

 

A PÁSCOA É JESUS

 

Páscoa é Páscoa. Simplesmente.                                          

Sem I.V.A. nem adjetivo pascal. 

Páscoa é lua cheia, inconsútil, inteira,

sementeira de luz à nossa beira.

 

Deixa-a viver, crescer, iluminar.

Afaga-lhe a voz e o olhar.

 

Não lhe metas pás, não lhe deites cal.

Não lhe faças mal.

Não são notas enlatadas, brasas apagadas.

É música nova, lume vivo e integral.

 

Não é paragem, mas passagem,

aragem a ferver e a gravar em ponto Cruz

a mensagem que ardia no coração dos dois de Emaús.

A Páscoa é Jesus.

11.03.13

Aprender o caminho, caminhando... rumo à Páscoa

mpgpadre

       A nossa vida é caracterizada pela dimensão do caminhar: de muitas e variadas formas fazemos essa experiência do caminho – umas vezes a sós, outras acompanhados; nalguns casos com gosto, noutras situações a custo e em sofrimento; umas vezes com ritmo e leveza, outras com sabor a luta; por vezes tendo em vista a meta, noutras titubeando em tropeções; umas vezes descalços e noutros casos usando um calçado mais ou menos consentâneo com o percurso...

       É sobre a vivência do nosso caminhar – sobretudo em contexto quaresmal – que deixamos breves referências ao nosso itinerário de via-sacra, lendo, analisando e interpretando a nossa condição de caminhantes e segundo o calçado que de nós revela as condições psicológicas e espirituais da caminhada... rumo à Pascoa

 

       = Pé direito/pé esquerdo – neste equilíbrio de ritmo podemos enquadrar as coisas correctas (pé direito) e os aspectos menos bons (pé esquerdo), que nos acontecem e que nós fazemos acontecer, onde Deus está, de quantas formas e feitios, a conduzir-nos ou a corrigir-nos... sempre numa leitura teológica do nosso existir. Quantos passos bem-andados e quantos outros por maus caminhos! Tudo faz parte da história de cada um!...

 

       = Pé descalço/pé calçado – estamos a nu sempre que experimentamos a rudeza do chão que pisamos, seja de terra dura e fria ou o fofo e alcatifado, sem precalços ou pejado de tropeços... O pé descalço sente as agruras do caminho, mesmo que ele seja mais ou menos sem obstáculos, enquanto o calçado com que envolvemos os nossos pés tem de estar à altura do momento que vivemos, sentimos ou percorremos... pois, sem o calçado apropriado, corremos o risco de não sermos capazes de caminhar correctamente.

 

       = Cada categoria de calçado revela, no entanto, quem o usa, muito para além das possibilidades económicas, ele revela a personalidade que através dele se manifesta... mesmo que de forma inconsciente:

  • Sandálias traduzem uma certa fragilidade, despojamento e leveza, que, por vezes, se usam em épocas de lazer, como em férias, ou ainda em espaços de maior exposição ao sol, deixando que os pés andem mais soltos e sem constrangimento;
  • Botas, embora envolvendo alguma rudeza relacionada com o trabalho e com as condições para enfrentarmos as condições da vida, do tempo, do ambiente adverso e mesmo das modas – sobretudo no contexto feminino – ou dos espaços onde se desenrolada a tarefa da vida... podemos ver a força e a segurança, na diversidade de acções, de momentos e de condicionamentos;
  • Sapatos – masculinos ou femininos – são mais do que meros adereços de circunstância, pois podem ser factor de afirmação no contexto social em que cada um está inserido, tornando-se recurso muito para além das capacidades económicas... Parafraseando, diremos: ‘Diz-me o que calças, que te direi quem és’ – poderia ser o aforisma para nos entendermos, nos enquadrarmos e nos reconhecermos na sociedade actual;
  • Sapatilhas ou ‘ténis’ – numa alusão à prática desportiva, pois também nesta área podemos encontrar uma razoável diversidade de tipologias... Bastará observar um jogo de futebol, onde nem todos calçam da mesma forma, quase parecendo mais um desfile de marcas do que a constituição de uma equipa;
  • Pantufas e chinelos – próprios para o conforto de casa e inseridos num ambiente de descontração e de intimidade, podemos relacionar estas formas de calçado com a pacatez de uma vida quase recatada no lar ou num espaço de maior recolhimento... que poderá ser mais do que o final da vida, mas antes uma oportunidade de meditação sobre o sentido último (que não meramente derradeiro) da existência humana e social.

       Ora, na nossa caminhada de via-sacra... rumo à celebração da Páscoa temos, segundo os vários intervenientes uma multiplicidade de referências, atendendo à sua forma da calçar: os pés descalços de Jesus crucificado, as botas rudes dos soldados romanos, as sandálias frágeis do pescador envergonhado Pedro, a subtileza feminina na consolação das mulheres de Jerusalém, a capacidade de seguimento (mais do que atlético) de Simão cireneu... para além do pé esquerdo da traição de Judas ou ainda os pés arrastados após a morte e sepultura de Jesus...

       Caminhemos com serenidade e exigência até à Pascoa da ressurreição, anunciando Jesus vivo ao mundo de hoje!

 

Pe. António Sílvio Couto, in AQUI & AGORA,

também publicado na Voz de Lamego

10.03.13

Este meu filho estava morto e voltou à vida...

mpgpadre

       1 – O evangelho deste dia apresenta-nos uma das mais extraordinárias parábolas de Jesus, um exclusivo de São Lucas, conhecida como a Parábola do Filho Pródigo. Uma verdadeira pérola!

       2 – A figura central é o Pai, que facilmente se pode identificar com Deus (PAI). Depois de algumas murmurações, Jesus deixa claro que Deus é Pai, e ama como Pai e como Mãe, é um AMOR entranhado na vida, na história do ser humano.

       Aquele pai cria as condições para os filhos. Trabalha em função deles. Quer que não lhes falte um abraço, a presença dos amigos, a alegria de desfrutar da vida, diariamente, no meio das fragilidades, em dias mais alegres e em dias mais sombrios. Quer que aprendam a trabalhar, a ser responsáveis, a cuidar da casa. Os filhos acompanham-no nos negócios. Partilha com eles a responsabilidade. Não se esconde nas preocupações do trabalho ou na acumulação de fortunas. Os filhos também vão para o campo. Misturam-se com os criados, pois para o Pai também contam, também precisam de casa, de amigos, de apreciar a vida.

       Os filhos já estão crescidos. Já orientam a sua vida, assumem as suas responsabilidades e as consequências dos seus atos. Conhece os filhos como a palma das suas mãos. Deteta sinais de alarme no filho mais novo. Dá-lhe espaço, mas está mais vigilante. Vê-o inquieto, ansioso. Não vê motivos para isso. Mas sabe que os filhos têm de viver a sua vida e passar por momentos menos bons. Também assim se cresce. Que andará a turbar-lhe a mente? Com a naturalidade de sempre pergunta-lhe sobre o que lhe vai na alma. Não obtém resposta satisfatória. Vê que o filho se mantém distante e a fazer perguntas e mais perguntas aos servos e aos viajantes.

       Está a desligar-se. Está a crescer. Está a pensar pela sua cabeça. Há que esperar e dar tempo ao tempo. Eis que o filho mais novo se abeira cheio de si mesmo: “Pai, dá-me a parte da herança que me toca”. E parte. O pai sente que lhe falta o ar. Uma parte de si é-lhe arrancada. Não quer acreditar. Morre um pouco. O pedido do filho é um desejo de morte. A herança herda-se pela morte dos pais, e não em vida. O filho deseja que o pai morra.

 

       3 – Durante a ausência do filho, o Pai cuida da casa, para que o outro filho se sinta protegido. O tempo cura as maleitas dos afetos e dos sentimentos. Pelo menos dilui. A sua casa está incompleta, falte-lhe um membro. Todos os dias fixa o olhar no horizonte, aguardando que o AMOR profundo que nutre pelo filho o faça regressar. A sua aposta não é defraudada. Demorou demasiado tempo. Vê uma sombra ainda distante. Não tem dúvidas. Só pode ser o seu filho que “estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado”. Lança-se ao seu encontro. Abraça-o. Devolve-lhe a dignidade de filho. No seu coração continuou a ser filho. Não o avalia pelos desaires, mas pelo coração. O amor não tem preço. Não há nada que pague o bem do filho. É a vez de esbanjar a sua riqueza com o regresso do filho pródigo. A sua maior riqueza é o amor. Pelos filhos. Não importa o que tem de fazer. “Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos”.

       A mesma atitude diante da intransigência do filho mais velho. Procura entender as razões que lhe assistem. Sempre esteve em casa. Certinho. Cumpridor. Fiel. De tão zeloso que não quer desculpar a safadeza e a rebeldia do irmão. Como é possível o regresso à normalidade? Como é possível que o Pai o trate como se nunca tivesse ido para longe, como se nunca lhe tivesse desejado a morte? Será que o pai perdeu o juízo e a vergonha? Só o amor do Pai/Mãe entende como o coração tem razões que a razão desconhece.

       Jesus mostra-nos como é imenso o amor de Deus por nós. Muito maior que a nossa fragilidade e o nosso pecado. Se nós quisermos, não há nada que nos possa separar do amor de Deus.


Textos para a Eucaristia (ano C): Jos 5, 9a.10-12; 2 Cor 5, 17-21 ; Lc 15, 1-3.11-32.

 

06.03.13

Escola da Fé - CREIO no ESPÍRITO SANTO - Pe. Bráulio

mpgpadre

       Sexta-feira, 1 de março, de volta à Escola da Fé, para refletir, para rezar, para testemunhar a vivência da fé, centrados na terceira parte do CREDO - Creio no Espírito Santo. O Ano da Fé é um desafio a aprofundar as razões da nossa esperança, solidificando o que nos une a Jesus Cristo, e à Sua Igreja, da Qual Ele é a Cabeça e nós membros vivos. Uma das preocupações de Bento XVI, Papa Emérito, é que se refletisse no CREDO e nas Verdades que expressa, para que a Profissão de Fé não seja uma récita, mas um verdadeiro compromisso com Jesus Cristo, com a Igreja, com a humanidade.

       Connosco, o Pe. Bráulio para nos falar de Deus - Espírito Santo. Das três Pessoas da Santíssima Trindade, o mais desconhecido e o mais difícil de falar. Em todo o caso, o Espírito Santo está sempre presente, na criação, nos profetas, em Cristo Jesus, no Batismo, no horto das oliveiras, no alto da Cruz.

        Em qualquer situação da vida deveriamos evocar o Espírito Santo, na relação com os familiares, no compromisso eclesial, na resolução de probelas, nas dificuldades, como se reflete na Oração ao Espírito Santo, proposta para encerrar este encontro, e para rezar todos os dias, pelo menos na Quaresma:

Ó Espírito Santo, amor do Pai e do Filho!
Inspirai-me sempre aquilo que devo pensar,
Aquilo que devo dizer,
Aquilo que devo calar,
Aquilo que devo escrever,
Aquilo que devo sentir,
Aquilo que devo fazer,
Para procurar a Vossa glória,
O bem das almas e a minha própria santificação.
Ó Jesus, toda a minha confiança está em Vós.
Ó Maria, Templo do Espírito Santo,
Ensinai-nos a sermos fieis
Àquele que habita em nosso coração. Ámen.

04.03.13

Foi uma grande alegria caminhar convosco nestes anos

mpgpadre

Venerados e queridos irmãos!

       Com grande alegria vos acolho e dirijo a cada um de vós a minha cordial saudação. Agradeço ao cardeal Angelo Sodano que, como sempre, soube fazer-se intérprete dos sentimentos de todo o colégio: 'Cor ad cor loquitur'. Obrigado, eminência, de coração. E gostaria de dizer - retomando a experiência dos discípulos de Emaús - que também para mim foi uma grande alegria caminhar convosco nestes anos, na luz da presença do Senhor ressuscitado.

       Como disse ontem diante de milhares de fiéis que lotaram a praça São Pedro, a vossa proximidade e o vosso conselho foram de grande ajuda no meu ministério. Nestes oito anos, vivemos com fé momentos belíssimos de luz radiante no caminho da Igreja, junto a momentos nos quais algumas nuvens pairavam no céu. Procuramos servir Cristo e a sua Igreja com amor profundo e total, que é a alma do nosso ministério. Demos esperança, aquela que vem de Cristo, que somente pode iluminar o caminho. Juntos podemos agradecer ao Senhor que nos fez crescer na comunhão, e juntos rezar para que vos ajude a crescer ainda nesta profundidade, de forma que o colégio de cardeais seja como uma orquestra,onde a diversidade - expressão da Igreja universal - contribua sempre para uma maior concórdia e harmonia.

       Gostaria de deixar-vos um pensamento simples, que tenho muito no coração: um pensamento sobre a Igreja, sobre o seu ministério, que constitui para todos nós, podemos dizer, a razão e a paixão da vida. Deixo-me ajudar por uma expressão de Romano Guardini, escrita propriamente no ano em que os padres do Concílio Vaticano II aprovavam a Constituição 'Lumen Gentium', no seu último livro, com uma dedicação pessoal também para mim; por isso as palavras deste livro são para mim particularmente queridas. Diz Guardini: a Igreja "não é uma instituição concebida e construída em cima de uma mesa..., mas uma realidade viva... Ela vive ao longo do curso do tempo, em andamento, como cada ser vivo, transformando-se... Contudo na sua natureza permanece sempre a mesma, e o seu coração é Cristo". Foi a nossa experiência, ontem, parece-me, na praça São Pedro: ver a Igreja que é um corpo vivo, animado pelo Espírito Santo e vive realmente da força de Deus. Ela está no mundo, mas não é do mundo: é de Deus, de Cristo, do Espírito. Vimos isso ontem. Por isto é verdadeira e eloquente outra famosa expressão de Guardini: "A Igreja se desperta nas almas". A Igreja vive, cresce e se desperta nas almas, que - como a Virgem Maria - acolhem a Palavra de Deus e a concebem por obra do Espírito Santo; oferecem a Deus a própria carne e, propriamente na sua pobreza e humildade, tornam-se capazes de dar à luz a Cristo hoje no mundo. Através da Igreja, o Mistério da Encarnação permanece presente para sempre. Cristo continua a caminhar nos tempos e em todos os lugares.

       Permaneçamos unidos, queridos Irmãos, neste Mistério: na oração, especialmente na Eucaristia quotidiana, e assim sirvamos à Igreja e toda a humanidade. Esta é a nossa alegria, que ninguém pode nos tirar.

       Antes de saudar-vos pessoalmente, desejo dizer-vos que continuarei a ser próximo na oração, especialmente nos próximos dias, a fim de que estejam plenamente dóceis à ação do Espírito Santo na eleição do novo Papa. Que o Senhor vos mostre aquilo que é desejado por Ele. E entre vós, entre o colégio cardinalício, há também o futuro Papa ao qual já hoje prometo a minha incondicional reverência e obediência. Por isto, com afeto e reconhecimento, concedo-vos de coração a benção apostólica.

 

BENEDICTUS PP XVI

Sala Clementina do Palácio Apostólico - Vaticano

Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

 

 "Não sou mais pontífice, mas um simples peregrino que cumpre a última etapa nessa terra junto com a Igreja"

03.03.13

Vou cavar-lhe em volta... Talvez venha a dar frutos

mpgpadre

       1 – Jesus conta mais uma parábola:

«Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou. Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontrou. Deves cortá-la. Porque há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’. Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano».

       A paciência de Deus constrói, espera por nós, aguarda a nossa conversão, respeita a nossa liberdade, as nossas escolhas, mas não nos abandona, mesmo em situações em que nós O arredamos da nossa vida, em situações em que, tal como a figueira, não damos fruto. No entanto, Deus continua a cuidar de nós, a tratar-nos como filhos. Mais dia, menos dia, poderemos dar fruto.

       2 – Com Jesus Cristo chega até nós um tempo novo, perfumado com a alegria e a graça de um Deus próximo, amigo, companheiro, entranhado no sofrimento e no labor humanos, e que se situa dentro da humanidade, da história, na assunção da finitude e fragilidade que nos caracteriza. Ele é o novo Moisés, inscrevendo definitivamente a Lei no coração.

       Vejamos a Aliança feita com Moisés:

“Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés, Moisés!». Ele respondeu: «Aqui estou!» Continuou o Senhor: «Não te aproximes. Tira as sandálias dos pés, porque o lugar que pisas é terra sagrada… Eu vi a situação miserável do meu povo no Egipto; escutei o seu clamor… Conheço, pois, as suas angústias… Assim falarás aos filhos de Israel: ‘O Senhor, Deus de vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob, enviou-me a vós’».

       Moisés sobe à montanha [veja-se o evangelho do domingo passado: Jesus sobe à montanha, levando alguns discípulos]. Deus fá-lo olhar noutra direção. Aquele é chão sagrado. Todo o chão que nos leva a Deus é sagrado. Todo o chão que nos leva aos irmãos parte do chão sagrado que nos levou a Deus.

       Revisitemos novamente as palavras de Bento XVI, Papa emérito, na Sua Mensagem para esta Quaresma: “A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus”. Moisés aproxima-se de Deus, para ser por Ele enviado a libertar o povo escravizado no Egipto.

 

       3 – Precisamos de nos descalçar para sentimos a terra firme e que nada nos separa de Deus. Sem calçado, os pés transmitem a todo o corpo a textura da terra. Descalços somos mais iguais uns dos outros, em contacto com o mesmo húmus, com a mesma origem.

       Se os nossos pés tiverem a poeira da terra, não nos esqueceremos tão facilmente da nossa humana, frágil e fraterna condição. Com os pés assentes em terra firme não corremos o risco de flutuar, sem rumo nem norte. Para que o nosso olhar permaneça fixo na eternidade de Deus, é urgente firmar o nosso caminhar na terra que nos permite ver, encontrar e acolher os outros como irmãos.

       É o chão que nos une e nos conduz à Terra Prometida, para os judeus um território, para nós, Jesus, o Filho de Deus.

       O apóstolo São Paulo faz-nos percorrer o caminho da Aliança de Deus com o Povo Eleito: “Não quero que ignoreis que os nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, passaram todos através do mar e na nuvem e no mar, receberam todos o batismo de Moisés. Todos comeram o mesmo alimento espiritual e todos beberam a mesma bebida espiritual. Bebiam de um rochedo espiritual que os acompanhava: esse rochedo era Cristo... Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair”.

       Em Dia Nacional da Cáritas, sobressai o desafio: o compromisso na fé para uma cidadania ativa, quebrando as cadeias injustas, eliminando as barreiras do preconceito e do egoísmo, respondendo ao amor de Deus com o amor aos irmãos e irmãos que Ele nos dá.


Textos para a Eucaristia (ano C): Ex 3, 1-8a.13-15; 1 Cor 10, 1-6.10-12; Lc 13, 1-9.

 

Reflexão Dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.

02.03.13

Bento XVI - Gravidade e inovação de um passo

mpgpadre

Se as encíclicas, os livros, as homilias, as mensagens e tudo o que foi dizendo e escrevendo ao longo do pontificado vai merecer releituras e estudos detalhados, muito mais este gesto de Bento XVI pela sua “gravidade e inovação”.

 

       Não se alcança nestes dias o horizonte da decisão de Bento XVI. Sabe-se, por enquanto, que a sua atitude é uma grande mensagem, um capítulo central do legado que deixa à Igreja Católica e um gesto que expressa a sua personalidade e a perceção acerca da missão de cada batizado, incluindo a do Papa, num momento específico da história.

       Se as encíclicas, os livros, as homilias, as mensagens e tudo o que foi dizendo e escrevendo ao longo do pontificado vai merecer releituras e estudos detalhados, muito mais este gesto pela sua “gravidade e inovação”.

       As palavras são do próprio Bento XVI e foram pronunciadas em português na sua última audiência na Praça de S. Pedro, em Roma.

       “Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e inovação, mas com uma profunda serenidade de espírito”, disse Bento XVI após ter recordado o seu estado de espírito quando foi eleito Papa, no dia 19 de abril de 2005, nomeadamente o “peso grande” que lhe caía sobre os ombros.

       É esse mesmo realismo que permite a Bento XVI dar este passo. E ter prometido, já em ambiente de pré-conclave, obediência “incondicional” ao futuro Papa, depois de ter tomado a decisão “mais justa” para o bem da Igreja.

       Bento XVI comunicou a renúncia ao pontificado no dia 11 de fevereiro. Depois, no decorrer da agenda já assumida, foi explicando os motivos e o contexto em que tomou essa opção e as consequências que espera para a vida da Igreja, que liderou até ao último dia de fevereiro. E são essas palavras que interessa manter por perto quando se procura interpretar um gesto que introduz rutura na forma de entender e exercer o ministério de ser o sucessor de Pedro no contexto atual.

       Assim, as sensações e as emoções provocadas por este momento de viragem na história têm de ser geridas na consciência de cada pessoa: a dos crentes, interessados em contribuir para que a Igreja seja cada vez mais de Cristo; e a de todos os cidadãos, cativados por uma instituição que, na sua origem e identidade, tem por fim único propor a felicidade a todos.

       A isso nos ensina também o Papa que resigna. A decisão que tomou parte da sua consciência, depois de a “ter examinado repetidamente” e de o ter feito “diante de Deus”. Nesse diálogo, entre a consciência e Deus, num ambiente espiritual fundamentado e seduzido pelo exemplo de Cristo, encontra-se o segredo para decisões acertadas, voltadas não tanto para o bem próprio, antes para o bem de todos, o único capaz de gerar alegria.

       Uma convicção afirmada até ao último momento. No seu último tweet, Bento XVI escreveu, dizendo de si e desafiando todos: “Possais viver sempre na alegria que se experimenta quando se põe Cristo no centro da vida”.

 

Paulo Rocha, Editorial da Agência Ecclesia.

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