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...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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10.06.12

Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe

mpgpadre

       1 – Respondeu-lhes Jesus «Quem é minha Mãe e meus irmãos?» E, olhando para aqueles que estavam à sua vota, disse: «Eis minha Mãe e meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».

       É de todos conhecida esta reação de Jesus àqueles que O interpelaram sobre a presença de Maria e dos seus familiares mais próximos. Estranha-se esta passagem, até porque Maria e os seus familiares muitas vezes O acompanhavam sem que isso tenha suscitado admiração. Por outro lado, compreende-se numa situação que sugere que Jesus estava a passar das marcas e que alguém tivesse advertido a Sua Mãe e os familiares que poderiam ter alguma influência para levar Jesus para casa, para não provocar mais problemas.

       Aliás o contexto é esse mesmo. Jesus chama as pessoas e fala-lhes em parábolas como resposta a acusações de que estaria possuído por algum espírito demoníaco:

«Como pode Satanás expulsar Satanás?» Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode aguentar-se. E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não pode aguentar-se. Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode subsistir: está perdido. Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa. Em verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e blasfémias que tiverem proferido; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: será réu de pecado eterno».

       Numa e noutra indicação, Jesus deixa um apelo à unidade, desafiando-nos a alargar o conceito de família, para lá das paredes da nossa casa física.

       Tal como um reino, também a família só sobrevive se os seus membros não estiverem permanentemente uns contra os outros. Por outro lado, a família biológica, fundamental ao crescimento da pessoa, há de dar lugar à família dos filhos de Deus. Jesus aponta para uma identidade que quebre fronteiras e nos projete no Coração de Deus.

 

       2 – A família é a célula primária e fundamental de uma sociedade adulta, democrática, saudável, é essencial na comunicação da vida e dos valores, no cultivo da liberdade e da solidariedade (entre pessoas e entre as diversas gerações), na inserção positiva e estruturação da social.

       Quando a família é descaracterizada, todo o tecido social se ressente. A casa, a família, é o tempo, o lugar e o alfobre da vida em qualidade. Nela cada pessoa aprende a falar, a ler o seu semelhante, a reconhecer a sua identidade, na abertura aos outros e ao Totalmente Outro (expressão de E. Levinas), ou melhor, ao Totalmente Próximo (expressão de Gongalez Faus).

       A urgência e a grandeza da família é para Jesus uma certeza inabalável. Na casa de Nazaré, Jesus descobre-se filho, relaciona-se no seio da vida familiar reconhecendo-se irmão com familiares e vizinhos, aprende a ser pessoa em relação, com os mais próximos mas também com as pessoas que vêm de outros lugares, das pessoas que passam para pedir abrigo, esmola, proteção. A sensibilidade de Jesus resulta da vivência em família, na atenção ao próximo, na riqueza da caridade e na importância do trabalho honesto e dedicado.

       É também da sua casa paterna/materna que Jesus é introduzido na casa de Deus, na religião judaica, com os seus ritmos e com as suas tradições. É por ter da família uma visão por demais positiva que Jesus concebe uma família mais alargada.

       A sua mãe, os seus irmãos, a sua família, são todos aqueles e aquelas que procuram viver em sintonia com Deus, com a Sua vontade. Como em outra passagem, Jesus deixa claro: mais felizes são aqueles que escutam a palavra de Deus e a põem em prática. E não bastam as palavras, não basta dizer "Senhor, Senhor", é preciso traduzir em obras o que se professa com os lábios, para assim integrar o reino de Deus.

 

       3 – A pessoa é um ser em relação. Das muitas definições que se encontram sobre a pessoa, esta é das mais expressivas para nos dizer da solidariedade específica e inolvidável do ser humano. Obviamente, que não se pode reduzir a vida e a pessoa à sua capacidade de relação, com o grave perigo de suprimir a vida do ser humano a quem não se reconheça capacidade relacional, ainda que a relação exista para lá das aparências biológicas. A pessoa é um ser único e irrepetível, é filho/a de Deus, desde a concepção à morte (natural).

       Desde o início que estamos "condenados" a relacionar-nos com os outros, em família, com o mundo, a natureza, com o mundo espiritual, na nossa vida interior e o apelo em nós inscrito à transcendência. Mais uma vez a valoração da família humana, na qual aprendemos a ser pessoas e a nos relacionarmos saudavelmente com outros, e da família que integramos pela fé. A nossa vida limitada ao tempo e ao mundo terrenos reduziria a nossa esperança a pó, a nada, ao vazio, ao ocaso, fazendo-nos cair em depressão definitiva, ou num cinismo selvagem.

       São Paulo, num texto bem conhecido, ilustra a nossa vocação à transcendência, à vida espiritual, ao sobrenatural:

"Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos há de ressuscitar com Jesus e nos levará convosco para junto d’Ele... Ainda que em nós o homem exterior se vá arruinando, o homem interior vai-se renovando de dia para dia. Porque a ligeira aflição dum momento prepara-nos, para além de toda e qualquer medida, em peso eterno de glória. Não olhamos para as coisas visíveis, olhamos para as invisíveis: as coisas visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas. Bem sabemos que, se esta tenda, que é a nossa morada terrestre, for desfeita, recebemos nos Céus uma habitação eterna, que é obra de Deus e não é feita pela mão dos homens".

       Em relação com os outros, na nossa fragilidade e limitação humanas, por vezes desviámo-nos da vontade de Deus, contornámos o caminho que nos levará à morada eterna, obra de Deus. Desde o início, o ser humano se confrontou com a sua liberdade. A falta de solidariedade em família, ou na comunidade, leva à ruína, é o pecado que nos condena à solidão e ao conflito (infernal), e promove a desculpa e a acusação:

Disse Deus: «Quem te deu a conhecer que estavas nu? Terias tu comido dessa árvore, da qual te proibira comer?» Adão respondeu: «A mulher que me destes por companheira deu-me do fruto da árvore e eu comi». O Senhor Deus perguntou à mulher: «Que fizeste?» E a mulher respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi».

       O projeto original é salvo pelo amor, pelo regresso à família de Deus, pela adesão à vontade divina, para que prevaleça em nós a obra de Deus, até à eternidade.


Textos para a Eucaristia (ano B): Gen 3, 9-15; 2 Cor 4, 13 – 5, 1; Mc 3, 20-35.

 

Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço.

08.06.12

Catequese Paroquial de Tabuaço - Primeira Comunhão 2012

mpgpadre

       A Solenidade do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo (CORPO de DEUS), celebração festiva da EUCARISTIA, na paróquia de Nossa Senhora de Tabuaço é também o dia, de há muitos anos a esta parte, da Primeira Comunhão.

       Hoje 17 crianças do terceiro ano de catequese comungaram pela primeira vez. Uma festa alegre, sorridente, bela... Ficam algumas imagens da Eucaristia e da Procissão Eucarística...

»» Para ver mais fotografias deste dia poderá consultar

o perfil no facebbok da paróquia de Tabuaço.

06.06.12

Catequese Paroquial de Tabuaço - Profissão de Fé 2012 (2)

mpgpadre

       Na grande solenidade do PENTECOSTES a celebração da Profissão de Fé, cujas imagens já apresentamos, deixando agora um vídeo com as fotos disponibilizadas pela paróquia e por Foto Martinho e Pinto, com a belíssimo melodia - O Senhor é meu pastor - interpretada por Isabel Cardoso...

04.06.12

Catequese Paroquial de Tabuaço - Festa da Vida 2012

mpgpadre

       Para este fim de semana, celebração da Festa da Santíssima Trindade, reservamos duas festas da catequese, do 8.º e 10.º anos. Sábado, Missa vespertina - Festa da Vida - 8.º ano de catequese. Aqui ficam algumas imagens, onde se salienta o grupo, e os elementos da vida: água, vinho, cruz - a vida que Deus no dá em Jesus Cristo, o pão, a cor...

03.06.12

A festa da sinfonia, a Santíssima Trindade

mpgpadre

       1 – O mundo é um oceano de mil e uma cores, mais, muito mais colorido que possamos imaginar. A experiência mais básica mostra-nos uma imensa variedade de formas e de vida (biodiversidade – pássaros, peixes, animais, plantas). Tudo é diferente, multicolor. E quando nos referimos ao ser humano, maior a complexidade. Cada pessoa é única e irrepetível. Conhecemos bem uma pessoa e de repente, sem contarmos ela surpreende-nos, em absoluto, negativa ou positivamente. Somos mistério. Um manancial de surpresas. Não abarcamos toda a realidade e muito menos a vida humana. Como as doenças: não há doenças, há doentes e o mesmo remédio não atua em de igual forma.

       Num primário instinto de sobrevivência opomo-nos à pluralidade, procurando uniformizar. Juntamos o que é parecido, em partidos, movimentos, associações, tentamos anular as diferenças:

  • na família – os filhos hão de seguir as pisadas dos pais, o marido e a mulher têm de se submeter ao que o outro pensa, o elo mais fraco é por vezes sacrificado para haver harmonia; na escola – queremos que as turmas sejam muito iguais, se alguém aparece diferente (positiva e negativamente) é muito difícil aceitá-lo sem resistência, sem conflito;
  • na política – encerrar todos no mesmo partido, ou dentro do partido nas mesmas ideias, as do chefe, só ele pensa, só ele deve falar, ou todos dizem o que ele diz, no governo e/ou na oposição;
  • no desporto – os treinadores e os jogadores só podem falar para secundarizar a opinião do presidente;
  • na cultura – só vale o que arrasta multidões, é necessário obrigar as pessoas a ser cultas, para isso elas têm que gostar daquele pintor, daquela tela, deste monumento e daquele grupo musical;
  • na economia – manda quem tem mais dinheiro ou mais riqueza, obedece e cala-se quem tem menos, se quer garantir o futuro;
  • na vida sindical – só o chefe argumenta contra patrões e contra o governo, e todos têm que alinhar dizendo mal;
  • na religião – que promove as diferenças e é voz dos que não têm voz, por vezes lida-se mal com as discordâncias, ao ponto de ostracizar aqueles que destoam.

       Obviamente que em todos os grupos sociais – constituídos por pessoas –, têm de existir regras e orientações, até para validar as pertenças e a identidade.

       Há uma enormíssima dificuldade em trabalhar em grupo, pois cada um quer impor-se e impor a sua visão. Os que discordam, estão errados, são intolerantes, não querem colaborar... E nós?! Cada um de nós precisa de se afirmar ou ser reconhecido pelos demais. Mas os caminhos podem aproximar-nos ou distanciar-nos. Podemos ser reconhecidos pelo bem, apostando precisamente no desenvolver das nossas capacidades, como um meio para nos realizarmos. Ou podemos impor-nos destruindo os outros, colocando-os como meio, como instrumento, e o fim é o reconhecimento – é preferível que falem mal de mim do que não digam nada.

       É neste quadro (que não é negro) que a celebração da Santíssima Trindade adquire uma importância colossal. Deus é Um e é Trino. Três Pessoas, uma Natureza (divina), Um só Deus. Coexiste a diferença e a unidade, sem confusão nem atropelo. Qual o segredo: o AMOR. Deus é amor. O amor acolhe, compreende, gera vida, cria e recria o mundo, reconcilia, envolve.

 

       2 – Na celebração solene do Pentecostes víamos como a linguagem do amor é acessível para todos. Se estendemos a mão, se oferecemos um sorriso, se damos uma flor, mesmo falando línguas estranhas uns aos outros, entendemo-nos na perfeição.

       A vida humana é multifacetada. Não é monotonia, mas sinfonia (Pe. João André, Da minha Janela). Celebramos hoje a festa da sinfonia, a Santíssima Trindade, onde a vida circula, criando e recriando. A Igreja nasce, sustenta-se e deve desembocar na Trindade. Há de configurar-se, identificar-se, imiscuir-se no mesmo projeto de amor e de vida nova. Batalhar pela unidade que respeita a diferença, que acolhe o estranho, que promove cada tonalidade do ser humano.

       Somos de uma riqueza incomensurável. Mesmo quando não aceitamos os outros e as suas opiniões, dependemos mais ainda deles, para lhes fazermos ver, ou para sermos reconhecidos. Ainda que nos julguemos perfeitos, o que dizemos e fazemos é muito em função dos outros. A aceitação da nossa fragilidade, das nossas imperfeições, da possibilidade de estarmos errados, ajudaria a dialogar, a crescer, a criar laços duradouros e fraternos, à inclusão/integração do diferente, sem imposição ou submissão da nossa parte, sem humilhações, mas na descoberta da beleza e da grandeza do ser humano que nos visita, que entra na nossa história, pessoal, familiar, social, profissional.

       Perdemos tanto tempo a impor-nos, a discutir para saber qual dos dois ou do grupo é melhor, quem tem mais seguidores, quem colhe mais simpatias, quem é o mais atraente da turma, ou o mais popular da escola, e por vezes, demasiadas vezes, esquemo-nos de viver, de apreciar os outros e a sua originalidade. Quantas vezes nos irritamos ao ver que o outro é o centro, como quereríamos anulá-lo e colocar-nos no seu lugar. (O mesmo e alteridade). Para quê reduzir o outro, quando podemos caminhar juntos, olhar na mesma direção, apreciando o horizonte e apoiando-nos nas dificuldades? Importa colher a presença de Deus em cada diferente... Também aqui Jesus é o Mestre dos Mestres. O seu grupo é heterogéneo. De tal maneira que por vezes tem de refrear a crítica ou os desejos incontroláveis de alguns.

       Na primeira leitura, os mandamentos de Deus são-nos propostos como aposta nos outros, na tolerância e na mútua aceitação.

Diz-nos Moisés, "considera hoje e medita em teu coração que o Senhor é o único Deus, no alto dos céus e cá em baixo na terra, e não há outro. Cumprirás as suas leis e os seus mandamentos, que hoje te prescrevo, para seres feliz, tu e os teus filhos depois de ti, e tenhas longa vida na terra que o Senhor teu Deus te vai dar para sempre". É o trilho da descoberta e do encontro, da vida e da felicidade, sem endeusamento. Só Deus é Deus.

 

       3 – A nossa fragilidade é estrada de encontro na fragilidade dos outros. Se estamos "cheios" de nós, voltados para o nosso umbigo, a abarrotar, não há espaço nem para a alteridade nem para a transcendência, isto é, não há lugar nem para outros e nem para Deus.

       Reconhecermos a nossa pobreza é o primeiro passo para valorizarmos a riqueza que nos vem de Deus através dos outros. Reconhecer em nós a presença de Deus, é o primeiro passo para fazermos com que a nossa riqueza nos abra à generosidade, à partilha e à comunhão.

       São Paulo mostra-nos como a nossa origem, a nossa identidade, a abertura para o Espírito nos deve guiar como filhos de Deus.

"Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Vós não recebestes um espírito de escravidão para recair no temor, mas o Espírito de adoção filial, pelo qual exclamamos: «Abá, Pai». O próprio Espírito dá testemunho, em união com o nosso espírito, de que somos filhos de Deus. Se somos filhos, também somos herdeiros, herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo; se sofrermos com Ele, também com Ele seremos glorificados".

       Por sua vez, o Evangelho envia-nos em nome da Santíssima Trindade, para levarmos o melhor de nós, levarmos Deus a toda a parte, e acolhermos, potenciando, o que os outros nos dão da parte de Deus.

"Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos»".

       Cumprindo o que Ele nos manda, viveremos como filhos e como irmãos, como herdeiros e imitadores de Jesus Cristo, procurando espelhar em nós a vida nova que recebemos quando n’Ele fomos enxertados, pelo Espírito Santo, no sacramento do batismo.

 

       4 – Deitar-nos-emos na cama que fizermos. O que escolhemos fazer hoje, vivemo-lo amanhã, como bem canta Sara Tavares, em “Escolhas”, baseado no dilema de São Paulo, sei que posso fazer tudo, mas nem tudo me convém.

       Centrando-nos no mistério da Santíssima Trindade, o desafio é integrar o diferente, em dinâmica de amor oblativo e disponibilizando aos outros os dons que Deus nos dá.

       A escolha faz-se entre compreender (incluir, acolher, respeitar, amar) e julgar (catalogar, condenar, recriminar, destruir). Quando julgamos fazemo-lo (quase) sempre da nossa janela, a partir de nós, das nossas referências e (pre)conceitos, da nossa forma de ver o mundo, em tentação de reduzir o outro ao que sou e à ideia que tenho da vida. Em Deus, Pai e Filho e Espírito Santo, predomina a relação amorosa e dialogante. 


Textos para a Eucaristia: Deut 4, 32-34.39-40; Rom 8, 14-17; Mt 28, 16-20.

 

Reflexão dominical na página da Paróquia de Tabuaço.

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