31. Rume contracorrente, não deixe que sejam os outros a guiar a sua vida.
Rume contracorrente, não deixe que sejam os outros a guiar a sua vida.
Vamos por partes. Relembro que a acentuação de um aspeto não exclui outros importantes, por vezes nem o seu contrário. A vida não é branco e preto, também é cinzento. Ainda ontem dizíamos que a nossa vida há de ser "sim, sim" e "não, não", na opção pela verdade, na vivência da coerência entre o que dizemos, o que fazemos e o que somos.
Rumar contra a corrente, no concreto desta reflexão, significa que simplesmente não somos marionetas de alguém, do patrão, de uma ideologia, de um partido, ou até mesmo de uma religião. Obviamente, temos referenciais que nos indicam o caminho, pontos que norteiam a nossa vida, facilitando a nossa busca, mas, para o bem e para o mal, como bem recorda o célebre Augusto Cury, devemos ser sobretudo atores da nossa vida, da nossa história e não simplesmente espectadores passivos como se estivéssemos a ver um filme numa tela sem que possamos interagir e/ou alterar o rumo da estória.
Somos os artífices da nossa vida, da nossa felicidade, da nossa história.
Para o bem e para o mal.
Se as coisas correm bem, também teremos mérito.
Se as coisas correm mal, não há lugar para culpar e crucificar a quem entregamos o destino da nossa vida.
Nos dias que passam, sabemos como as influências exteriores podem ser mais fortes e eficazes do que os princípios que orientam a nossa vida. Televisão, internet, revistas, amigos, padrões que globalizam a cultura, a gastronomia, a indumentária, que padroniza até a vivência religiosa, política, a intervenção social.
Se formos a uma manifestação, quanto sabem mesmo as razões porque engrossam o número dos que protestam/se manifestam?! Ainda que possam vir a saber porque se juntaram...
Rumar contra a correnteza da moda, do que é mais fácil porque todos vão, todos fazem todos dizem, pode ser a nossa decisão por não deixarmos que sejam outros a viver por nós ou a obrigar-nos a viver como eles, ou a viver os seus projetos, os seus sonhos. Somos nós. Somos insubstituíveis. Somos filhos bem-amados do Senhor Deus. Temos os instrumentos que precisamos para sermos felizes
Há uma pequena estória que conta que um dia um animal feroz a fugir da aldeia foi por montes e vales, por meio dos matagais e dos trigais, de silvados, sempre de focinho baixo para melhor irromper pelo meio dos obstáculos, contornando, furando, desviando... os que o seguiram tentaram pisar onde pisou o animal... foram fazendo um carreio... outras pessoas passaram... ainda outras passaram... tornou-se caminho público... ligava agora uma aldeia a outra, era um caminho difícil, mas ninguém se perguntava por quê, ninguém questionava a possibilidade de um caminho mais suave, mais perto, mais cómodo... por que nunca se perguntaram... foi o animal feroz que fez o caminho...
Esta história ilustra esta reflexão. Se vamos por onde vão os outros, sem nos interrogarmos, sem refletirmos, podemos correr o sério risco de pisar caminhos que estão armadilhados, que não nos levam a lado nenhum, que nos desviam dos nossos objetivos, da nossa felicidade.
Rumar contra a corrente. Converter-se. Viver a partir do interior.
Contra a corrente. Quando lhe/te fecharam o rosto, abre-lhes o maior sorriso... depois fica ao encargo de quem se cruza por ti/si, ou entende como escárnio, ou sorriem também. Opte pelo bem, pela positiva. Não pague o mal com o mal, sabe bem, muito bem, pagar o mal com o bem, palavras doces e agradáveis à rispidez e amargura de outros.
Por vezes precisamos de nos deixa ir na correnteza, na leveza da vida, nos braços de Deus (havemos de refletir mais). Por vezes precisamos de contrariar a infelicidade que nos impõem, a maledicência geral, a amargura daqueles que podem querer o nosso infortúnio, ou melhor, que se sentem incomodados com a nossa alegria, com o nosso jeito de viver e de ver a vida...
Como cristãos, sempre a pergunta a fazer. Se Cristo estivesse aqui, que faria? Nem sempre será fácil perceber a resposta de Jesus Cristo... mas vale tentar.