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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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16.12.10

Contra quem lutámos? Contra nós...

mpgpadre

       O velhote já tinha todas as rugas do tempo, quando o encontrei pela primeira vez. Queixava-se de que tinha muito a fazer.

       - Contra quem lutamos? Perguntei-lhe.Como era possível, que em sua solidão, tivesse tanto trabalho...

       - Tenho que domar dois falcões, treinar duas águias, manter quietos dois coelhos, vigiar uma serpente, carregar um asno e dominar um leão! – disse ele.

       - Não vejo nenhum animal perto do local onde vives.

       - Onde eles estão?

       Ele então explicou: - Estes animais, todos os Homens têm!

  • Os dois falcões lançam-se sobre tudo o que aparece, seja bom ou mau. Tenho que domá-los para que se fixem sobre uma boa presa. São meus olhos!
  • As duas águias, ferem e destroçam com suas garras. Tenho que treiná-las para que sejam úteis e ajudem sem ferir. São as minhas mãos!
  • Os dois coelhos, querem ir aonde lhes agrada. Fugindo dos demais e esquivando-se das dificuldades... Tenho que ensinar-lhes a ficarem quietos, mesmo que seja penoso, problemático ou desagradável. São meus pés!
  • O mais difícil é vigiar a serpente. Apesar de estar presa numa jaula de 32 barras, mal se abre a jaula, está sempre pronta para morder e envenenar os que a rodeiam. Se não a vigio de perto, causa danos. É a minha língua!
  • O burro é muito obstinado, não quer cumprir com suas obrigações. Alega estar cansado e se recusa a transportar a carga de cada dia. É meu corpo!
  • Finalmente, preciso dominar o leão... Ele quer ser sempre o rei, o mais importante. É vaidoso e orgulhoso. É o meu coração!

 

Autor Desconhecido, postado a partir de CARITAS in VERITATE

13.12.10

Esperai com paciência a vinda do Senhor

mpgpadre

       1 – A proximidade da celebração festiva do Natal leva-nos a viver mais intensamente, numa atitude de espera, de preparação e de conversão, mas também de alegria, júbilo, que antecipa esta chegada de Deus ao nosso coração e à nossa vida.

       Quando alguém está para chegar, os sentimentos misturam-se e confundem-se entre a ansiedade, a pressa que a pessoa esperada chegue, e a experiência de felicidade (antecipada) por saber que falta pouquíssimo tempo para (re)encontrar aquela que pessoa com quem se deseja muito estar.

       Assim também o Advento nos permite viver em atitude de espera e de alegria, pela chegada do Salvador, o Deus connosco.

       O profeta Isaías, na primeira leitura, convida ao júbilo, à confiança, porque Deus vem até nós: "Alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida, cubra-se de flores como o narciso, exulte com brados de alegria... Dizei aos corações perturbados: «Tende coragem, não temais:Aí está o vosso Deus, vem para fazer justiça e dar a recompensa. Ele próprio vem salvar-nos»... hão-de chegar a Sião com brados de alegria, com eterna felicidade a iluminar-lhes o rosto".

       A espera é confiante.

(nascimento de João Baptista)

 

       2 – Para os cristãos, a vinda do Messias não se situa no futuro mas no presente como nos diz o Evangelho, onde Jesus responde às expectativas anunciadas. João Baptista, depois de ter ouvido dizer muitas coisas de Jesus, manda alguns dos seus discípulos para dissipar as dúvidas: «És Tu Aquele que há-de vir ou devemos esperar outro?» Jesus respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vedes e ouvis: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a boa nova é anunciada aos pobres...".

       Jesus não responde com argumentos, mas com a vida, com uma postura constante, com a realidade das curas, do perdão dos pecados, da transformação da vida daqueles com quem Ele se encontra, com o anúncio da Boa Nova da salvação.

       Por outro lado, Jesus não perde a ocasião para testemunhar a favor de João Baptista – "Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista" – e nos apontar para o reino de Deus, não como algo distante, mas como realidade ao nosso alcance, basta-nos escutar e viver o Evangelho e, dessa forma, "o menor no reino dos Céus é maior do que ele», do que o maior dos nascidos de mulher, João Baptista.

 

       3 – A tensão escatológica, entre a vinda de Jesus há dois mil anos, e a vinda última, pode gerar desânimo. Com efeito, a chegada do Messias deveria ser acompanhada pela transformação radical do mundo em que este fosse verdadeiramente um mundo novo, marcado pela verdade e pelo espírito, em que a paz entre as nações, a justiça, a harmonia entre as pessoas, dentro das famílias, nos povos do mundo inteiro fosse não apenas um desejo mas uma realidade experimentada.

       No entanto, a certeza de que em Jesus veio até nós o Reino de Deus não deve desanimar-nos nem fazer-nos baixar os braços, mas envolver-nos ainda mais, pois sabemos que a vitória do bem é uma certeza. Vivamos para que, através da nossa vida, o reino de Deus se cumpra.

       São Tiago, na segunda leitura, diz-nos com propriedade: "Esperai com paciência a vinda do Senhor. Vede como o agricultor espera pacientemente o precioso fruto da terra, aguardando a chuva temporã e a tardia. Sede pacientes, vós também, e fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. Não vos queixeis uns dos outros, a fim de não serdes julgados. Eis que o Juiz está à porta. Irmãos, tomai como modelos de sofrimento e de paciência os profetas, que falaram em nome do Senhor".

       O tempo urge, já se sentem as dores do parto de um mundo novo, renascido na água e sobretudo no Espírito Santo. As sementes foram lançadas à terra. Aguardemos jubilosos, os frutos já despontam, com a graça do Senhor Jesus.

____________________________

Textos para a Eucaristia (ano A): Is 35,1-10; Tg 5,7-10; Mt 11,2-11.

 

11.12.10

O alecrim de Nossa Senhora

mpgpadre

       Existe uma graciosa lenda a respeito do alecrim: quando Maria fugiu para o Egipto, levando no colo o menino Jesus, as flores do caminho iam se abrindo à medida que a sagrada família passava por elas. O lilás ergueu seus galhos orgulhosos e emplumados, o lírio abriu seu cálice. O alecrim, sem pétalas nem beleza, entristeceu lamentando não poder agradar o menino. Cansada, Maria parou à beira do rio e, enquanto a criança dormia, lavou suas roupas. Em seguida, olhou a seu redor, procurando um lugar para estende-las. "O lírio quebrará sob o peso, e o lilás é alto demais.

       Colocou-as então sobre o alecrim e ele suspirou de alegria, agradeceu de coração a nova oportunidade e as sustentou ao sol durante toda a manhã.
       - Obrigado, gentil alecrim! Disse Maria. Daqui por diante, ostentarás flores azuis para recordarem o manto azul que estou usando.
       - E não apenas flores te dou em agradecimento, mas todos os galhos que sustentaram as roupas do pequeno Jesus, serão aromáticos.


       Eu abençoe folha, caule e flor, que a partir deste instante terão aroma de santidade e emanarão alegria...e assim foi!

 

Postado a partir do nosso Caritas in Veritate.

10.12.10

Momentos significativos da Visita Pastoral

mpgpadre

       A Solenidade da Imaculada Conceição é, sem dúvida, a festa das festas na nossa paróquia de Tabuaço. Precedida de uma novena de prepação, que funciona como retiro aberto, prepara também a celebração do Natal. Em 2010, a novena e a festa da padroeira ficaram enriquecidas com a presença de D. Jacinto, Bispo de Lamego, entre os dias 2 e 8 de Dezembro, em Visita Pastoral.

       Veja em formato de diaporama/vídeo alguns dos momentos da Visita Pastoral, das diversas celebrações, da Solenidade da Imaculada Conceição e da Procissão, acompanhada com a belíssima música do grupo Laetare: 

08.12.10

D. Jacinto na Festa da Padroeira - Imaculada Conceição

mpgpadre

       A Imaculada Conceição é um dos privilégios com que Deus adornou Nossa Senhora: “ter sido imune de toda a mancha de pecado original no primeiro instante da Sua Conceição, por uma singular graça e privilégio de Deus omnipotente, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano”. Queremos todos, paroquianos desta comunidade que a tem como padroeira, de modo consciente e agradecido, ser a ressonância e o eco da saudação que o Arcanjo Gabriel trouxe do Céu à Virgem de Nazaré Ave Maria, cheia de Graça, o Senhor é convosco.

       É flagrante o contraste do comportamento das duas mulheres que a leitura do Génesis e do Evangelho, escolhidas pela liturgia para esta solenidade, tão expressivamente evidenciam. A disponibilidade da Virgem – eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra - redime a desobediência de Eva. Ela é a nova Eva que Deus pôs defronte ao novo Adão-Cristo, como nos ensinou João Paulo II. Como a nova Eva A cantaram os Padres da Igreja, cujos textos a Liturgia oferece à nossa meditação. Recordemos aquele belíssimo de São Ireneu: “Enquanto Eva seduzida pela mensagem de um anjo desobedeceu à Palavra divina e se afasta de Deus, Maria, ao contrário, guiada pela anunciação de outro anjo, obedeceu à palavra divina e mereceu trazer a Deus no Seu seio. Aquela, portanto, deixou-se seduzir para não obedecer a Deus, e esta deixou-se persuadir a obedecer-lhe. Deste modo a Virgem Maria tornou-se a advogada da Virgem Eva”.

       E que lucro auferiu o homem com a desobediência original? Diz-no-lo também a leitura do Génesis. Foi o fim da felicidade querida por Deus e desfrutada até então, e a consciência clarividente de todas as limitações. É a nudez absoluta, com todo o realismo da expressão, a evidência do desequilíbrio, mas pior, é o medo, a angústia, a desconfiança. Adão sente-se miserável, despido e inseguro, e o medo é o sentimento frustrante que o invade e confessa a Deus que o procura e interroga. Tive medo. É a condição duma humanidade decaída que se sente completamente perdida, baralhada, que se esconde incapaz de encontrar-se com Deus, mas igualmente incapaz de encontrar-se consigo e com os demais. E, para cúmulo, não assume responsabilidades. Foi a mulher, foi a serpente, e a culpa vai passando para outro que não eu. Não será este o panorama que experimentamos à nossa volta e a que nos habituamos já a relacionar irreflectidamente com a crise?

       E a resposta de Deus qual é? É o próprio Deus que vem ao encontro do homem, que o procura, impelido pelo Seu coração de Pai como nos recordava o Servo de Deus, João Paulo II. A Encarnação de Jesus, o Filho do Homem, testemunha que Deus procura o homem. É uma busca que nasce no íntimo de Deus e tem o seu ponto culminante na Encarnação do Verbo. Consequentemente a mensagem de Deus tão insistentemente repetida por Jesus é a recomendação que não tenhamos medo. Não tenhais medo. A mesma palavra pronunciada pelo Anjo da Anunciação é o prenúncio da complacente misericórdia do Pai em relação aos homens e a confirmação da plenitude dos tempos.

       A solenidade da Imaculada Conceição é a prova irrefutável da vitória da Graça sobre o pecado, é certeza de que Deus está do nosso lado, de que Deus amou de tal modo o mundo que lhe enviou o Seu próprio Filho para nos revelar o Seu mistério que é mistério de amor. “A Redenção permeia toda a história do homem” e concretiza o admirável desígnio de Deus explanado na por São Paulo na Carta aos Efésios. A Nossa Senhora podem aplicar-se com toda a propriedade essas palavras. Em Cristo, Ela foi escolhida antes da criação do mundo para ser santa e irrepreensível, em caridade na Sua presença, para ser um hino de louvor da Sua glória. Talvez aqui possamos fundamentar a confidência de João Paulo II, reportando-se ao momento da eleição para o Sumo Pontificado: “Enquanto entrava nos problemas da Igreja universal com a eleição para Papa, trazia comigo esta convicção: nesta dimensão universal a vitória será trazida sempre por Maria. Cristo vencerá por meio d’Ela, porque Ele quer que as vitórias da Igreja no mundo contemporâneo e no mundo futuro estejam unidas a Ela”. Esta presença maternal há-de contribuir para que na consciência de cada um, neste tempo de tanta insegurança e de tanto desânimo, se revigore a certeza de que existe alguém que tem nas mãos o destino do mundo que passa; alguém que tem as chaves da morte e dos abismos; alguém que é o Alfa e o Ómega da História, tanto colectiva como individual. E este alguém é Amor, entre os homens; Amor fonte inesgotável de comunhão. Só Ele é a plena garantia das palavras: não tenhais medo. As palavras não foram ditas para anular aquilo que é penosamente exigente, mas para confirmar toda a verdade do Evangelho e todas as exigências nele contidas, assegurando-nos o Senhor a Sua muito particular intervenção, quando a experiência das nossas limitações nos inibe, porque a Deus nada é impossível.

 + Jacinto Tomaz de Carvalho Botelho, Bispo de Lamego

Visita Pastoral à paróquia de Tabuaço

07.12.10

Encontros... com Jesus...

mpgpadre

       1 – Encontros. Nem todos têm a mesma profundidade. Cada encontro deveria ser único. Cada encontro deveria provocar mudança. Quando nos encontramos, a nossa vida enriquece-se.

       Encontrar o outro não é tarefa fácil. Encontrarem-nos também não. O encontro implica-nos, compromete-nos, responsabiliza-nos.

       No Principezinho mostra-se essa clarividência: somos responsáveis pelas pessoas que cativamos. O outro, quando deixo que me encontre, quando o quero encontrar, torna-se especial, torna-se único, muda a minha vida para sempre e muda a qualidade do meu relacionamento com todos os outros.

       Fazemos esta experiência todos os dias: quando amuámos com alguém, a expressão do nosso rosto muda para todas as pessoas. Quando descobrimos a alegria e a paz com esta ou com aqueloutra pessoa, o nosso rosto adquire luz para todas as pessoas que encontrarmos durante o dia.

 

       2 – Quem se encontra com Jesus Cristo descobre um sentido novo para a sua vida:

  • A Samaritana (Jo 4, 1-42). Um diálogo de descoberta. Jesus interpela-a na sua vida pessoal mas também na sua maneira de se colocar diante de Deus. A Samaritana é desafiada a descobrir a verdade. Converte-se a Jesus e anuncia-O.

  • A mulher adúltera (Jo 8, 1-11). Ninguém te condenou. Vai e não voltes a pecar.

  • Zaqueu (Lc 19, 1-11). O cobrador de impostos, ao serviço do império romano, traidor para os judeus. Jesus encontra-O e Ele muda: compensa os que roubou e dá aos pobres, com generosidade.

  • A mulher que toca no manto de Jesus (Mt 9, 20-22). No meio de uma multidão, a mulher encontra-se. Por vezes bastava-nos tocar o olhar de Jesus, deixarmo-nos envolver pela luz que brota do Seu rosto.

  • Apóstolos. Jesus cruza-se com eles, no meio da multidão, nos seus postos de trabalho. Interpela-os. Vinde e vereis. De discípulos tornam-se Apóstolos. Ouvintes e anunciadores.

  • João Baptista (Lc 1, 39-45). Ainda no seio materno, um e outro. O encontro traz a alegria.

  • Mesmo o jovem rico (Lc 18, 18-27) não fica indiferente à figura de Jesus, quer mais mas naquele momento ainda não está preparado para se deixar envolver pelo chamamento do Mestre. 

       3 – Ao longo da História da Igreja os exemplos multiplicam-se: Paulo de Tarso (Act 9,1-30) – cai em si (ou cai do cavalo) e, perseguindo cristãos, depara-se com a figura de Jesus. A sua vida dá uma volta de 180 graus. De Perseguidor a Apóstolo.

  • Santo Agostinho. O encontrocom Jesus transforma-o. A sua vida doravante é dedicada ao estudo, à oração, à reflexão, à pregação da Palavra de Deus.
  • S. Francisco de Assis. Da riqueza material à pobreza, à simplicidade, para que o Evangelho passe pela sua vida, em todos os seus gestos.

  • Inácio de Loyola, S. Francisco Xavier, Madre Teresa de Calcutá, João Paulo II, Padre (Pai) Américo e tantos homens e mulheres.

        4 – Novena da Imaculada Conceição: lugar e espaço para o encontro da comunidade com Nossa Senhora. De Maria, nossa Mãe para Jesus: Fazei tudo o que Ele vos disser. Vamos ao encontro de Jesus, deixemo-nos tocar por Ele, envolver pela luz do Seu olhar, converter pela Palavra que nos dirige.

 

Editorial Voz Jovem, n.º 92, Novembro 2007

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