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...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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22.11.10

Bento XVI: preservativo e a humanização da sexualidade

mpgpadre

       Quando o Papa Bento XVI foi em Visita Apostólica a África, ainda no avião, deixou claro que a solução para muitos problemas passava pela educação, pela formação, pela dignificação do ser humano. Também o tratamento da SIDA deveria ter em conta a pessoa na sua dignidade. Disse a propósito que o uso do preservativo não resolvia o problema, mas a humanização das relações entre pessoas e povos.

       A opinião mantém-se. Contudo, e como muitos cristãos sublinharam na altura, a questão do preservativo era de outra ordem. Para a Igreja o valor maior é a VIDA; se esta é colocada em causa devem utilizar-se os meios necessários para a preservar e dignificar. Nesse contexto, a utilização do preservativo não está em causa. Primeiro a vida. Se a não utilização do preservativo, numa relação esporádica, ou até numa relação duradoura, fizer perigar a vida, puser em causa a saúde da outra pessoa ou da própria, moralmente não há dúvidas que se torna mesmo uma exigência moral a sua utilização. Claro, isto foi explicado à exaustão, mas quando as pessoas têm uma opinião preconceituosa leva tempo a superá-la. Hoje as dúvidas foram uma vez mais esclarecidas.

        Mas vejamos a pergunta e sobretudo a resposta do Papa Bento XVI, no mais recente Livro/Entrevista, Luz do Mundo.


       «[…] Em África, Vossa Santidade afirmou que a doutrina tradicional da Igreja tinha revelado ser o caminho mais seguro para conter a propagação da sida. Os críticos, provenientes também da Igreja, dizem, pelo contrário, que é uma loucura proibir a utilização de preservativos a uma população ameaçada pela sida.

 

       Em termos jornalísticos, a viagem a África foi totalmente ofuscada por uma única frase. Perguntaram-me porque é que, no domínio da sida, a Igreja Católica assume uma posição irrealista e sem efeito – uma pergunta que considerei realmente provocatória, porque ela faz mais do que todos os outros. E mantenho o que disse. Faz mais porque é a única instituição que está muito próxima e muito concretamente junto das pessoas, agindo preventivamente, educando, ajudando, aconselhando, acompanhando. Faz mais porque trata como mais ninguém tantos doentes com sida e, em especial, crianças doentes com sida. Pude visitar uma dessas unidades hospitalares e falar com os doentes.

 

       Essa foi a verdadeira resposta: a Igreja faz mais do que os outros porque não se limita a falar da tribuna que é o jornal, mas ajuda as irmãs e os irmãos no terreno. Não tinha, nesse contexto, dado a minha opinião em geral quanto à questão dos preservativos, mas apenas dito – e foi isso que provocou um grande escândalo – que não se pode resolver o problema com a distribuição de preservativos. É preciso fazer muito mais. Temos de estar próximos das pessoas, orientá-las, ajudá-las; e isso quer antes, quer depois de uma doença.

 

       Efectivamente, acontece que, onde quer que alguém queira obter preservativos, eles existem. Só que isso, por si só, não resolve o assunto. Tem de se fazer mais.

 

       Desenvolveu-se entretanto, precisamente no domínio secular, a chamada teoria ABC, que defende “Abstinence – Be faithful – Condom” (“Abstinência – Fidelidade – Preservativo”), sendo que o preservativo só deve ser entendido como uma alternativa quando os outros dois não resultam. Ou seja, a mera fixação no preservativo significa uma banalização da sexualidade, e é precisamente esse o motivo perigoso pelo qual tantas pessoas já não encontram na sexualidade a expressão do seu amor, mas antes e apenas uma espécie de droga que administram a si próprias. É por isso que o combate contra a banalização da sexualidade também faz parte da luta para que ela seja valorizada positivamente e o seu efeito positivo se possa desenvolver no todo do ser pessoa.

 

       Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto, em que a utilização do preservativo possa ser um primeiro passo para a moralização, uma primeira parcela de responsabilidade para voltar a desenvolver a consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer. Não é, contudo, a forma apropriada para controlar o mal causado pela infecção por HIV. Essa tem, realmente, de residir na humanização da sexualidade.

       Quer isso dizer que, em princípio, a Igreja Católica não é contra a utilização de preservativos?

       É evidente que ela não a considera uma solução verdadeira e moral. Num ou noutro caso, embora seja utilizado para diminuir o risco de contágio, o preservativo pode ser um primeiro passo na direcção de uma sexualidade vivida de outro modo, mais humana.»

 

       BENTO XVI, O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos – Uma conversa com Peter Seewald, Lucerna: 2010.

 

»» Sobre esta questão pode revisitar as reflexões feitas em Escolhas & Percursos

21.11.10

O trono do nosso REI é a CRUZ

mpgpadre

       1 – "Damos graças a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina. Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados… Ele é a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar".

       A Epístola do Apóstolo São Paulo aos Colessenses, nestas breves palavras, mostra como Jesus Cristo nos torna participantes da Sua realeza. Mais, clarifica, de sobremaneira, de que espécie é o seu reinado e de que forma assume e vive a Sua soberania.

Deus, nosso Pai, liberta-nos do poder das trevas e insere-nos no reinado de Jesus. Em Cristo, temos a redenção, o perdão dos pecados, tornamo-nos membros da Igreja, Corpo de Cristo. Ele é a Cabeça, nós os membros, mas formamos um só Corpo, em Cristo, por Cristo, com Cristo.

       Com efeito, o reinado de Jesus não é conquistado com poder, com negociatas, com troca de favores, com recurso à violência e à submissão, é um reino de justiça, de paz, de amor, que Ele ganha para nós com a Sua oferenda na Cruz, a favor da humanidade inteira.

       2 – Diga-se, na verdade, que o tema da realeza divina é recorrente na Sagrada Escritura. O povo de Israel, num primeiro momento, não aceitava a realeza humana e quando a aceita é derivada, em nome da realeza de Deus, pois só Ele é verdadeiramente o Deus de Israel. O povo é guiado pelos Patriarcas, pelos Juízes, pelos Profetas. Há relatos que mostram a discussão acesa sobre a necessidade ou não de haver um rei. Os povos vizinhos eram governados por reis. Então porque não ter também um rei?!

       Ganha esta opção. Primeiro Saul, depois David, a seguir Salomão, e muitos outros se seguirão. O rei é escolhido pelo profeta, enviado de Deus, e é ungido em nome do Senhor, significando que a soberania divina se mantém através da realeza terrena.

É, contudo, uma discussão permanente. Os profetas contestam o poder dos réis de Israel, sobretudo quando estes se desviam do caminho do Senhor, dos preceitos de Deus.

       Todavia, o reinado de David, que une os reinos de Judá e de Israel, ficará como uma imagem da verdadeira realeza de Deus: “Tu apascentarás o meu povo de Israel, tu serás rei de Israel” (Primeira Leitura). Apesar de se lhe encontrarem falhas muito grandes, é o modelo de REI, é o pastor de Israel que foi ungido para governar todo o povo. Durante 40 anos, David governou com sabedoria o povo eleito: uniu as 12 tribos, o norte e o sul, constituiu um exército, para defender o reino dos povos circunvizinhos, estabeleceu alianças, fomentou a paz, as trocas comerciais. É um reinado dourado. Nunca mais Israel terá um Rei como David. Por conseguinte, o povo vai suspirando por um novo David, que será Rei, Profeta, Pastor, Príncipe da Paz. É nesta esperança que chegamos a Jesus Cristo.

 

       3 – Jesus Cristo dá corpo e vida às esperanças messiânicas de Israel. N'Ele se realizam todas as profecias. É o Pastor que nos carrega aos ombros. É o Rei de Israel e da humanidade inteira. É o Profeta, o enviado de Deus, o próprio Filho do Deus Altíssimo.

Mas vai muito além de todas as esperanças. Substitui-nos na Cruz e assume-nos como irmãos, mostra-nos o rosto de Deus, que n'Ele Se apresenta Próximo, misericordioso, benevolente, sempre pronto a perdoar, a acolher, a reconhecer-nos como Filhos, a aceitar-nos mesmo e apesar das nossas misérias.

       Jesus vive intensamente a Sua vida, como entrega, como oblação, oferece-Se e oferece-nos a Deus. No alto da Cruz, a sua realeza é e será sempre AMOR. "Por cima d’Ele havia um letreiro: «Este é o Rei dos judeus»". Mas não é um Rei qualquer que perdeu o poder e foi crucificado. Pelo contrário, foi crucificado e ganhou-nos a soberania de Deus, colocou-nos, pela ressurreição, à direita de Deus Pai, de onde nos atrai constantemente.

       É n'Ele que queremos encontrar-nos. Também nós suspiramos pelas palavras que dirige ao bom ladrão: "Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso".

       Que contradição imensa, o nosso REI está na Cruz! Morre por amor. Dá a Sua vida por nós, para que tenhamos vida e vida em abundância, chama-nos para viver na tensão/atracção do Reino de Deus. Com o olhar fito no Paraíso, para que o nosso compromisso nos irmane com o nosso semelhante e possamos desde já, viver na presença de Deus.

______________________

Textos para a Eucaristia (ano C): 2 Sam 5,1-3; Col 1,12-20; Lc 23,35-43

 

20.11.10

Nunca mais servirei quem morre

mpgpadre

Nunca mais

A tua face será pura limpa e viva

Nem o teu andar como onda fugitiva

Se poderá nos passos do tempo tecer.

E nunca mais darei ao tempo a minha vida.

 

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.

A luz da tarde mostra-me os destroços

Do teu ser. Em breve a podridão

Beberá os teus olhos e os teus ossos

Tomando a tua mão na sua mão.

 

Nunca mais amarei quem não possa viver

Sempre,

Porque eu amei como se fossem eternos

A glória, a luz e o brilho do teu ser.

Amei-te em verdade e transparência

E nem sequer me resta a tua ausência.

És um rosto de nojo e negação

E eu fecho os olhos para não te ver.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.

Sophia de Mello Breyner (postado a partir do POVO)

18.11.10

E D I T O R I A L - Voz Jovem

mpgpadre

1 – Confirmados na fé de Cristo.

       No presente ano pastoral, seguiremos este lema: Confirmados na fé, para viver na caridade. Teremos a Visita Pastoral do nosso Bispo, D. Jacinto Botelho, às nossas comunidades paroquiais, neste nosso Arci-prestado de Tabuaço.

       O bispo, como sucessor dos Apóstolos, tem a missão de confirmar os fiéis da Diocese na fé católica e apostólica, na fé de Cristo, confirmar e fortalecer, ouvindo as preocupações, os anseios e os projectos de cada comunidade, as dificuldades e as potencialidades na vivência da fé que nos une em Igreja.

       A fé tem uma dimensão pessoalcada um a acolhe num contexto específico, com um projecto de vida particular, num tempo determi-nado e numa determinada altu-ra da sua vida.

       Mas não é a minha fé, é a fé da Igreja. As propostas e os desafios da Palavra de Deus chegam ao meu íntimo e eu percebo-os e assimilo-os ao meu jeito. Mas a fé tem também uma dimensão comunitárianão é a minha fé, é a fé de Cristo e, por conseguinte, há-de ser confrontada, vivi-da, amadurecida, celebrada em comunidade. Dito desta forma percebe-se como a fé tem que ser confirmada, na comunhão com os Sucessores dos Apóstolos.

       Além disso e como referido anteriormente, a Diocese de Lamego, tal como as demais dioceses por-tuguesas, vai procurar “Repensar a Pastoral da Igreja em Portugal".

       As paróquias são um espaço concreto para ouvir, para reflectir e para viver a Palavra de Deus, pessoal e comunitariamente.

       O Pastor da Diocese vem para confirmar, para abalizar das nossas vivências, para desafiar ao aprofun-damento da fé, lançando interpelações para o futuro.

2 – Para viver na caridade.

       Viver a fé de forma consciente há-de conduzir-nos à partilha e ao serviço. No amadurecimento da fé, a presença constante da caridade. O cristão vive em atitude permanente de caridade, em cada gesto, em cada palavra, em cada encontro, com cada pessoa. Assim o cristão, assim a comunidade.

       A atitude constante de Jesus, da oração para o serviço, faz-Se próximo dos mais distantes da sociedade e da religião, come com uns e com outros, chama discípulos de diferentes origens, faz-Se acompa-nhar de pessoas de carácter duvidoso, convive com estrangeiros e atende os seus pedidos, dá atenção a uma mulher pecadora e deixa que esta lhe perfume e beije os pés; defende uma mulher apanhada em adul-tério; chama Zaqueu, chefe de publicanos e chama o publicano Levi (Mateus), dialoga com a Samaritana…

       O ponto de partida é a fé – “Sabemos, porém, que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas unicamente pela fé em Jesus Cristo” (Gál 2, 16).

       A fé, como a oração, porém, não é abstracta, oca, desligada da vida, concretiza-se e tem expressão nas obras, no compromisso com o próximo. Diz-nos São João, “não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade” (1Jo 3, 18), “Quem diz que está na luz, mas tem ódio a seu irmão, ainda está nas trevas” (1 Jo 2, 9).

       São Tiago, por sua vez, e de forma clara: “de que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? (...) Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta” (Tg 2, 14-18).

       Viver na caridade e não apenas viver a caridade. Por outras palavras, como seguidores de Jesus Cristo deveremos viver em atitude permanente de serviço. A caridade não é um exercício pontual mas constante, identificativo do cristão e da comunidade crente. Não é apenas uma dimensão da vida da Igreja, é o rosto da própria Igreja e dos seus membros…

       Caridade que se acolhe de Jesus Cristo, carida-de dentro da Igreja, nos diversos ministérios (serviços), caridade na família, no meio envolvente. Somos, como cristãos, missionários da caridade, pelas palavras, certamente, mas sobretudo numa ati-tude permanente de serviço do nosso semelhante. 

17.11.10

O Rouxinol e a Rosa vermelha!

mpgpadre

       Era uma vez, um Rouxinol que vivia em um jardim. No jardim havia uma casa, cuja janela se abria todas as manhãs. Na janela, um jovem, comia pão, olhando as belezas do jardim. Sempre deixava cair farelos de pão, sobre a janela.

       O Rouxinol, comia os farelos, acreditando que o jovem os deixava de propósito para ele. Assim criou um grande afecto, pelo jovem que se importava em alimentá-lo, mesmo com migalhas.

       O jovem um dia se apaixonou. Ao se declarar a sua amada, ela disse que só aceitaria seu amor, se como prova, ele desse a ela, na manhã seguinte, uma rosa vermelha.

       O jovem, percorreu todas as floriculturas da cidade, sua busca foi em vão, não encontrou nenhuma rosa vermelha para ofertar a sua amada.

       Triste, desolado, o jovem foi falar com o jardineiro da casa onde vivia. O jardineiro explicou a ele, que poderia presenteá-la com Petúnias, Violetas, Cravos, menos Rosas. Elas estavam fora de época, era impossível consegui-las, naquela estação.

       O Rouxinol, que escutara a conversa, ficou penalizado pela desolação do jovem, teria que fazer algo para ajudar seu amigo, a conseguir a flor. Assim, a ave procurou o Deus dos pássaros que assim falou:

       - Na verdade, você pode conseguir uma Rosa Vermelha para teu amigo, mas o sacrifício é grande, e pode custar-lhe a vida!

       - Não importa respondeu a ave. O que devo fazer?

       - Bem, você terá que se emaranhar em uma roseira, e ali cantar a noite toda, sem parar, o esforço é muito grande, seu peito pode não agüentar.

       - Assim farei, respondeu a ave, é para a felicidade de um amigo!

       Quando escureceu, o Rouxinol, se emaranhou em meio a uma roseira, que ficava frente a janela do jovem. Ali, se pôs a cantar, seu canto mais alegre, precisava caprichar na formação da flor. Um grande espinho, começou a entrar no peito do Rouxinol, quanto mais ele cantava, mais o espinho entrava em seu peito. O rouxinol não parou, continuou seu canto, pela felicidade de um amigo, um canto que simbolizava gratidão, amizade. Um canto de doação, mesmo que fosse da própria vida! Do peito da pobre ave, começou a escorrer sangue, que foi se acumulando sobre o galho da roseira, mas ela não se deteve nem se entristeceu.

       Pela manhã, ao abrir a janela, o jovem se deteve diante da mais linda Rosa vermelha, formada pelo sangue da ave, nem questionou o milagre, apenas colheu a Rosa.

       Ao olhar o corpo inerte da pobre ave, o jovem disse:

       - Que ave estúpida! Tendo tantas árvores para cantar, foi se enfiar justamente em meio a roseira que tem espinhos...

       Enfim: Cada um dá o que tem no coração... Cada um recebe com o coração que tem....

 autor desconhecido, postado a partir do nosso CARITAS IN VERITATE.

16.11.10

BAKHITA: a escrava que se tornou santa

mpgpadre

Leitura recomendada:

Roberto Italo Zanini, BAKHITA. Uma santa para o século XXI. Paulinas: 2010.

 

       "A ex-escrava africana, torturada e maltratada, ao serviço de um poderoso mercador árabe e de um general turco. Resgatada em Cartum, em fins do século XIX, pelo vice-cônsul italiano, e levada para Veneto, foi ama de uma criança, baptizou-se, tornou-se freira na Ordem das Filhas da Caridade, de Madalena de Canossa, e fez-se santa, vivendo por cinquenta anos naquele quarto do Convento das Canossianas, na Rua Fusinato, em Schio, na província de Vicenza.

 

       Um pouco sudanesa, um pouco italiana. Extra-comunitária ante litteram. Raptada em criança para ser escrava. Vendida e comprada cinco vezes, como tantas crianças, ainda hoje, em África e no mundo. Não tem recordações nenhumas da sua família. Não se lembra do nome que o seu pai e a sua mãe lhe deram. Recorda apenas o nome árabe, imposto por ironia, pelos esclavagistas que a raptaram: Bakhita, isto é, a Afortunada".

       Este é um pedaço de texto que caracteriza Santa Bakhita, proclamada Beata, em 17 de Maio de 1992, e Santa, em 1 de Outubro de 2000, que no-la apresenta como santa para o século XXI. Terá nascido no Darfur, no Sudão, em 1969, e morreu a 8 de Fevereiro de 1947.

       Este Livro retrata a sua epopeia e a grande atracção que provoca, em vida e em morte, nas pessoas que dela se aproximam. É também uma grande esperança para o continente africano, sinal de libertação...

       É uma leitura escorreita, fácil, agradável, que nos leva a percorrer página a página com a ânsia de saber mais coisas, facilmente perceptível. Mostra-nos uma pessoa muito simples, (quase) analfabeta, fala atabalhoadamente, ri-se de si mesmo, mas cativante para os ouvintes, bem humorada, que vive para O Patrão de tudo e de todos.

       O livro foi convertido em filme, tendo também a chancela das Paulinas.

15.11.10

Nem um só cabelo se perderá!

mpgpadre

       1 – Aproximando-se o final do ano litúrgico, a palavra de Deus, proposta para reflexão e para iluminar a nossa vida quotidiana, refere-se com mais insistência e clareza para os bens últimos, para o juízo final, para a vinda gloriosa de Jesus Cristo, para o fim do mundo.

       Num primeiro momento poderá parecer que o dia que se anuncia será de condenação e/ou destruição e castigo. Mas ao lermos com atenção o texto, conclui-se que o mesmo nos comunica uma mensagem de grande confiança em Deus, em dinâmica de salvação.

 

       2 – Cada uma das leituras acentua a manifestação gloriosa de Deus, como oportunidade de redenção, em que o mal desaparecerá e o bem entrará na comunhão plena com Deus. Com efeito, diz-nos a primeira Leitura, "há-de vir o dia do Senhor, ardente como uma fornalha; e serão como a palha todos os soberbos e malfeitores... Mas para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação".

       A nossa preocupação não deve ser o juízo de Deus, mas a vida que levámos hoje, a nossa postura diante do mundo, dos outros e de Deus.

       No Evangelho, sobre os últimos tempos, Jesus convida a confiar em Deus, sem sobressaltos, mas com perseverança. "Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas". Nada nos separará do amor de Deus.

       Por sua vez, o Salmo aponta-nos o Senhor, como justo Juiz, na certa que "diante do Senhor que vem, que vem para julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos com equidade". Para que esses dias não nos surpreendam, temos de estar sempre preparados na vivência do bem que nos aproxima dos outros e de Deus.

       3 – Acabe o mundo hoje ou amanhã, o nosso compromisso, como seguidores de Jesus Cristo é o mesmo: alimentados pela Palavra e pelos Sacramentos, que nos introduzem na vida divina, trabalhamos, em cada gesto e em cada palavra, a caridade que Cristo nos dá com a sua vida, morte e ressurreição.

       Diz-nos expressivamente São Paulo, na segunda Leitura, "quem não quer trabalhar, também não deve comer. Ouvimos dizer que alguns de vós vivem na ociosidade, sem fazerem trabalho algum, mas ocupados em futilidade A esses ordenamos e recomendamos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que trabalhem tranquilamente, para ganharem o pão que comem".

       O "pão-nosso" de cada dia que pedimos a Deus, Ele no-lo dá através do nosso trabalho, do nosso esforço, do nosso compromisso. Mais, Ele mesmo é PÃO para todos nós no Sacramento da Eucaristia, na qual o Espírito Santo nos dá Jesus Cristo, como alimento até à vida eterna. Mas também é pão que se transforma em caridade.

____________________________

Textos para a Eucaristia (ano C): Mal 4,1-2; Sl 97 (98); 2Tes 3, 7-12; Lc 21,5-19

 

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  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

Velho - Mafalda Veiga

Festa de Santa Eufémia

Pinheiros, 16/17 de setembro de 2012

Primeira Comunhão 2013

Tabuaço, 2 de junho

Profissão de Fé 2013

Tabuaço, 19 de maio

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