Um dia, Deus veio ver o que se passava. Deus olhou a torre de cima para baixo. Não havia dúvidas de que era alta. Mas Deus reparou noutra coisa: “Estas pessoas tornaram-se demasiado espertas” – disse Deus. “O seu êxito tornou-as destemidas. Em breve serão capazes de fazer tudo aquilo que quiserem. É altura de lhes mostrar que não são deuses”.
Na vez seguinte em que todos se reuniram para trabalhar na torre, algo bastante estranho aconteceu. Um grupo de trabalhadores escutou outro grupo a utilizar palavras novas e estranhas quando falavam entre si.
“De que falam aqueles homens?” – quiseram saber. “Têm algum segredo? Estarão a conspirar algo contra nós?”.
Os membros de um terceiro grupo abanaram as cabeças e murmuraram entre si. Não conseguiram perceber nenhum dos dois grupos. “Não é justo!” – disseram. “Passa-se alguma coisa e não sabemos do que se trata! Como podemos confiar em pessoas que não falam francamente connosco? Já não nos sentimos seguros a trabalhar ao lado deles”.
Lá em cima no céu, Deus sorriu. “Uma coisa tão simples” – disse Deus, “misturar os seus idiomas. Como falam sem parar! Agora, toda a sua gabarolice para construir a torre mais alta do mundo não irá dar em nada”.
E assim foi. Os grupos de pessoas começaram gritar uns com os outros e, não havendo entendimento entre eles, começaram a lutar. “Basta!” – exclamaram eles. “Já chega de palavras secretas e de planos secretos. Vamos viver cada um para seu lado”.
Passado pouco tempo, iniciou-se um grande movimento de pessoas. Diferentes grupos viajaram para diferentes locais e acarinharam a sua própria língua e identidade mais do que qualquer outra. Em pouco tempo, o mundo era constituído por uma diversidade de nações. E foi por isso que a construção da Torre de Babel ficou interrompida a meio.