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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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06.04.22

Boletim Paroquial Voz Jovem - janeiro a março de 2022

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A vida de uma paróquia é muito mais do que aquilo que se possa expressão no texto, num conjunto de fotos, numa narrativa colocado por escrito, comunicada oralmente, ou fixada num vídeo. Há momentos e celebrações que englobam as pessoas física e espiritualmente presentes, mas há um mundo inteiro que escapa, que nos ultrapassa, como sentimentos, histórias de busca, de encontro, de desencontro, de esperança, de sonho, de respostas, de conversão, de desilusão! Porém, registar, colocar por escrito, permite-nos guardar parte de memórias, avivar acontecimentos, encontros, celebrações. É esse um dos objetivos de um boletim ou de um jornal, dando a conhecer a vida da comunidade, das famílias e das pessoas, permitindo que algum tempo depois, ou alguns anos mais à frente, se possam rever momentos, recordar vidas, sensibilizando(-se) para novos compromissos em família e comunidade.

Neste primeiro trimestre do ano de 2022, ainda com a pandemia do novo corona vírus bastante ativa, com o rebentar da invasão da Ucrânia, por parte da Rússia, no passado dia 24 de fevereiro, destacámos neste boletim paroquial as seguintes atividades pastorais: bênção de crianças e grávidas, no âmbito da Festa da Apresentação de Jesus no Templo; o segundo ano da Missão País, em terras de Tabuaço; o lançamento de balões, azuis e amarelos, da cor da bandeira da Ucrânia, oportunidade de nos deixarmos envolver pela paz, mas também pela oração, no início da Quaresma, a 2 de março, e no sábado seguinte, com este gesto proposto pelo Município à catequese paroquial; participação dos jovens em duas atividades propostas pelo Departamento Diocesano da Juventude (COD de Lamego), em Lamego, no dia 20 de fevereiro, RUMO à JMJ 2023, e em Tarouca, no 12 de março, no RISE UP, e, por último, mas não menos importante, e daí também o destaque principal, a Festa da Eucaristia - Primeira Comunhão, para 20 crianças, do 5.º Ano de Catequese, em Dia de São José e, portanto, também Dia do Pai.

Que esta partilha nos convoque e nos envolva (mais) na vida da comunidade.

 

Ou fazer o download a partir da hiperligação:

BOLETIM PAROQUIAL VOZ JOVEM - janeiro a março de 2022

23.03.22

D. António Couto - As Mulheres nas Cartas de São Paulo

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D. ANTÓNIO COUTO (2022). As Mulheres nas Cartas de São Paulo. Gaeiras: Alêtheia Editores. 130 Páginas.

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Há tempos, através da transmissão da Missa dominical, cuja segunda leitura trazia uma das cartas de São Paulo, em que falava da submissão de todos a Cristo, mas, na continuação da leitura, falava na submissão da mulher ao marido, como da Igreja a Cristo. Para quem ler o texto com honestidade, vê que a submissão, em lógica de amor e serviço, é recíproca. Ao marido é dito claramente que há de amar a mulher como ao seu próprio corpo, portanto, não se trata de o homem submeter a mulher, mas de amá-la como Cristo amou a Igreja e deu a vida por ela.
Mas logo surgiram algumas pessoas escandalizadas, multiplicando as partilhas e a polémica e, diria eu, evidenciando uma grande ignorância religiosa (bíblica). Para ajudar a clarificar os escritos de São Paulo, os genuínos e os que foram retocados. D. António resolveu colocar em pratos limpos a visão de São Paulo, bem como os acrescentos que foram feitos posteriormente.
 
“Dados os ‘apupos’ que se fizeram ouvir um pouco por toda a comunicação social e redes sociais por causa de um texto notável de São Paulo que, aparentemente, à primeira vista e audição, impunha à mulher submissão ao marido, resolvi também eu, ilustre Teófilo, examinar atentamente tudo e oferecer de forma ordenada e a quem o desejar, também ao mundo moderno, um percurso em que se mostra com suficiente clareza a maneira excecional como Paulo se relacionou com as mulheres concretas, com nome, que encontrou no seu caminho, e como refletiu sobre a sua condição e missão nas comunidades cristãs primitivas.
O leitor atento terá oportunidade de encontrar nas páginas que se seguem alguns dos textos mais emblemáticos e problemáticos que tanto espanto têm provocado. Terá oportunidade de os encontrar e de os compreender, e até de se surpreender e encantar com o excesso de sentido que deles emana.
É tempo de alguns preconceitos caírem, como caiu o muro de Berlim. O que não se espera, também pode acontecer".

23.03.22

D. António Couto - Olhar a Família com os olhos de Deus

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D. ANTÓNIO COUTO (2022).Olhar a Família com os olhos de Deus. Apelação: Paulus Editora. 156 páginas.

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Enquanto decorre o Ano da Amoris Laetitia, o Bispo da Diocese de Lamego, D. António José da Rocha Couto, serve-nos, com mestria, esta obra dedicada à família, partindo de diferentes textos bíblicos. 
 
Nada melhor do que ser o próprio a apresentar este livro:
 
“Em ano dedicado à família, e estando ela, em qualquer das suas dimensões (família de sangue, família eclesial, família religiosa…), tão corroída e anémica, mas sendo também célula perseguida por diferentes viroses ideológicas que percorrem o nosso tempo, decidi compor este pequeno livro, de sabor bíblico e cultural sério, que intitulo Olhar a família com os olhos de Deus, e que consta de três ensaios, que intitulei: «Deus e Israel. As metáforas da família nos Profetas» (1), «Aliança conjugal. Fundamentos bíblicos da família» (2) e «Identidade e missão da família a partir da Bíblia» (3).
São abordados os temas e problemas principais que assolam o nosso tempo sem compromissos e sem nascimentos, e com os mais debilitados e idosos, a quem roubámos já a sua liberdade de escolha, nas ágoras e átrios públicos tão apregoada e defendida, atirados para um limbo eterno, mais ou menos amorfo e anódino, onde os seus afetos não são correspondidos, as suas emoções vão para o baú dos trapos e para o canto das bonecas, e assuas razões não valem nada, e vão para o caixote! Que mundo é este, atravessado por tantas contradições, e conduzido ao que parece por tantos «Eu» sem «me» (Maurice Blanchot).
É como tentar destilar a Bíblia, que é uma explosão de vida, de dramas, de tensões e de emoções, para a tentar reduzir a uma série de princípios, mais ou menos como tentar reduzir uma pessoa viva a uma diagrama! (Abraham Joshua Heschel). Não há compromissos duradouros. Metem medo a quem ainda tem liberdade de escolha! O que há, no campo sentimental, são «relações de bolso» (Catherine Jarvie) ou «compromissos enlatados» (Anthony Giddens), tudo rápido, estéril e descartável, assente apenas na satisfação corrente, sem obrigações, tudo pronto a «consumir de preferência antes de…» (Anthony Giddens).
Percebe-se agora talvez melhor por que razão a questão do «outro», que é o «não identificável», o «sem eu», o «me sem eu», o «sem nome», seja hoje a questão do Ocidente, e que conceitos como responsabilidade, liberdade, alteridade, socialidade, hospitalidade, mandamento, obediência tenham de ganhar hoje novas tonalidades e articulações.
E fica igualmente a descoberto que quem quiser levantar esta sociedade desencantada, anestesiada, desinfetada, medicada, esvaziada, dependurada, tem primeiro de lhe restituir tudo o que lhe roubou: Deus, a Providência, a alma, os pais, os filhos, os netos, o chão, o céu, a casa, o sonho, as canções, o amor, a emoção, a comoção, a história, as histórias, a tradição, o rosto, o rosto do outro, a heteronomia, a exterioridade, a socialidade, a responsabilidade pelo outro. Ninguém levanta um saco vazio. Só se pode dependurá-lo. Assim também não é possível levantar uma sociedade esvaziada e dependurada, a não ser restituindo-lhe tudo o que lhe foi roubado.
Deixo nas tuas mãos este pequeno livro. Podes saboreá-lo devagar. Tem múltiplos aromas e sabores”.

02.03.22

Marta Arrais - GUIA PARA UMA VIDA SIMPLES

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MARTA ARRAIS (2022). Guia para uma vida simples. Lisboa: Planeta. 256 páginas.

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A sugestão deste livro é mais que natural, como os vários textos-crónicas-reflexões de Marta Arrais que lemos com interesse e recomendamos vivamente. A autora tem o dom de escrever bem, escorreitamente, de forma simples e acessível, percetível. A erudição, as frases poéticas, não dificultam a leitura e a sua compreensão. Por outro lado, vê-se bem que escreve com alma e com o coração, lançando pistas, desafios interpelando, fazendo-nos parar, sonhar, voar, mostrando como o ser humano é um mistério, em construção e a caminho e que existem aspetos na nossa vida que podem ser mudados, se não ao nível dos acontecimentos, pelo menos, ao nível da atitude que se assume perante os mesmos, perante a vida e diante dos outros. O convite é o de sempre: caminharmos juntos, não deixarmos ninguém para trás, sabermos dizer sim, mas também dizer não, largarmos as pessoas que trazem toxidade à nossa vida, não termos pressa de viver o dia seguinte, vivamos hoje com toda a intensidade que nos é possível!
 
Muitos dos textos aqui servidos foram escritos durante este longo tempo de invernia, deste tempo de pandemia, e, por conseguinte, fazem eco das preocupações, acolhem as frases feitas, transparecem as lágrimas, os sorrisos e as perdas, deixando claro que nada será como dantes, ainda que muitos o predissessem, que tudo ficaria bem, ou que o pós-pandemia seria uma oportunidade para um mundo mais justo e solidário, mais fraterno. Porém, ainda dentro deste embotamento, muitos sinais contraditórios de egoísmo, de aproveitamento, de esquecimento dos mais vulneráveis. Os chavões, muitos deles, não passaram de intenções que ficaram pelo caminho ou de expectativas, entretanto, goradas quando se voltou a algum tipo de normalidade.
 
Pelos títulos que encimam cada capítulo, ficamos com uma noção de algumas provocações e convites: 1) Optar pelo essencial; 2) Desligar; 3) Perdoar; 4) Estar disposto e disponível; 5) Aceitar sem compreender; 6) Ter só o que fizer falta; 7) Viver um momento de cada vez; 8) Ouvir (mais) o que é bom; 9) Deixar ir; 10) Desisti quando for preciso; 11) Ter calma e paciência.
 
A abrir, diz-nos Marta Arrais: “Este livro é um mapa. Um conjunto de páginas que querem sugerir sentidos, trilhos, caminhos, rotas e possibilidades. Antes de começares esta sugestão de viagem, convém que apagues as luzes de tudo o que te distrai e não te deixa pensar com clareza, com chama e fluidez. Não precisas de deixar o que é teu e o que te é querido. Também não é necessário que apagues nenhuma linha da tua história. A ideia é que encontres, nestas páginas, uma ponte que te ajude a encontrar um equilíbrio diferente, uma paz mais quieta, uma vida tranquila e menos atribulada… Está tudo a acontecer ao mesmo tempo? Deixa estar. Não sabes se vais conseguir lidar com a tempestade que já ouves ao longe? Deixa estar. Querem que faças demasiadas tarefas de uma vez só? Deixa estar. Não reconheces as pessoas que foram sempre tuas? Deixa estar. Não estás a conseguir vislumbrar os sonhos e os planos de sempre? Deixa estar. Sossega. Antes de começares, deixa tudo onde tiver que ficar. Não te preocupes. Ninguém consegue tomar decisões quando há demasiado ruído ou quando há demasiada turbulência. Suspende o mundo lá fora. Prende ao peito um ‘Volto já’ e volta quando puderes. Quando quiseres. Quando estiveres pronto. Vamos a isso?”

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Mais alguns pedaços de texto da autora:
Hoje eu não consigo perdoar-te. Amanhã tento outra vez.
Hoje eu não consigo encontrar bondade nas pessoas que estão comigo. Amanhã tento outra vez.
Hoje eu não consigo procurar a paz. Amanhã tento outra vez.
Hoje eu não consigo ser feliz. Amanhã tento outra vez.
Hoje eu não consigo não consigo avançar nem um passo. Amanhã tento avançar dois.
Hoje eu não consigo levantar a cabeça do chão. Amanhã tento outra vez.
Hoje eu não consigo encontrar sentido na minha vida. Amanhã tento outra vez”.
Quando não puderes fazer mais nada, ri-te. De ti. Dos tombos que a vida te fez dar. Das lições que tiveste de viver para aprender”.
Se eu não perdoar aquela pessoa que me retirou tempo, disponibilidade e estabilidade emocional, continuarei, na mesma, a deixá-la ficar na minha vida e a perpetuar a sua influência no meu dia a dia. Não vale a pena não perdoar a pessoas tóxicas”.
Viver cada coisa como quem sabe que não pode compreender tudo, entender tudo, fazer parte de tudo… Escolher mais vezes o silêncio. Argumentar menos e interiorizar mais. Não comprar guerras com quem não tem culpa das nossas. Vale mais a pena dividir a nossa guerra com alguém. Ter paciência quando nos faltar a paz”.
Nem sempre somos paz. Nem sempre somos capazes de não incendiar um rastilho que leve a uma ou outra guerra. Nem sempre conseguimos ser bons. Dizer bem dos outros. Não julgar. Nem sempre somos os que terminam as discussões. Muitas vezes, somos os seus protagonistas e os seus iniciadores. Nem sempre somos os primeiros a dar a mão a quem precisa. Muitas vezes somos os primeiros a deixar o barco à deriva”.
Não oiças vozes venenosas, manipuladoras ou demasiado queixosas. São veneno para a saúde da alma”.
A fé é saber que não estamos sozinhos. Que há alguém que nos acompanha, nos guarda e zela por nós. É saber que não estamos cá por uma razão aleatória ou por descuido do universo. Estamos cá porque precisamos. Porque temos de fazer do mundo um lugar único”.
“Não esperes que se resolva. Resolve.
Não esperes que mude. Muda.
Não guardes para depois. Hoje é o dia.
Não te afaste sem ninguém ver. Diz que vais. Por que vais.
Não te escondas nas entrelinhas. Fala.
Não fales quando estiveres furioso. Acalma-te primeiro.
Não sonhes com o céu. Voa e chega lá.
Não te agarres às coisas do mundo. Não queiras ser daqui.
Não saltes sem ver o chão. Vai devagar.
Não tenhas pressa de viver o que ainda não chegou. Cada passo a seu tempo.
Não culpes. Desliga-te da mágoa e passa à frente.
Não te culpes. Fizeste o que podias. Como sabias.
Não te rias do que não conheces. Observa primeiro, julga depois.
Não faças festas. Sê festa.”
 
Não te rendas quando o combate ainda vai a meio.
Não te rendas quando a luta for pelo bem.
Não te rendas ao que te contam. Pode não ser verdade.
Não te rendas ao que te assusta. O medo faz os melhores heróis.
Não te rendas, a vida ainda agora começou”.
 
Não te esqueças de agradecer o passado. Foi ele que te trouxe, pela mão, até aqui. Já cá estás. Agora, podes deixá-lo ir. De vez em quando, podes fazer-lhe uma visita, mas é melhor que resistas à tentação de viver com ele”.
“Não te esqueças: quando viveres algo terrível – espera. Com paciência. Com cuidado. Lá mais para a frente vais ser capaz de entender tudo”.
 
Não estamos cá para ser pouco. Estamos cá para ser tudo”.

18.02.22

JOAQUIM DIONÍSIO - Santuário de Nossa Senhora da Lapa

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DIONÍSIO, Joaquim Proença (2021). Santuário de Nossa Senhora da Lapa. Hoje como ontem ao serviço da fé. Lapa: Santuário da Lapa. 160 páginas

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Depois da publicação “Ao ritmo do tempo. Olhar a atualidade” e que resultou em grande parte dos artigos/editoriais publicados no jornal diocesano Voz de Lamego, ao longo do tempo. Agora Reitor do Santuário, um novo livro com o sugestivo título: “Santuário de Nossa Senhora da Lapa. Hoje como ontem ao serviço da fé”. 

Neste livro, o autor procura situar os Santuários como espaço de vivência da fé, integrando a missão e a vida da Igreja, onde se sublinham as peregrinações, tempos de repouso e de oração, de retiro, lugares de encontro, de reflexão, de acolhimento e recolhimento. O Pe. Joaquim Dionísio, cónego do Cabido da Sé e Reitor do Santuário da Lapa, situa os santuários ao longo do tempo, abordando também as especificidades dos santuários e das peregrinações e a respetiva espiritualidade, na ligação estreita à piedade popular. “A Igreja olha os santuários como lugares favoráveis para o anúncio de Jesus Cristo e para a celebração da fé, onde os peregrinos são acolhidos e acompanhados, mas também como espaços que favorecem o encontro, a busca de sentido e de paz”.

Num segundo momento, a figura de três Reitores do Santuário, Pe. Francisco Pinto Ferreira, Pe. Manuel Vieira dos Santos e Pe. José Alves de Amorim. Como diz o autor, “a preocupação, mais do que relatar as suas vidas, será apresentar, ainda que sumariamente, o cuidado pastoral destes três sacerdotes da nossa diocese de Lamego que, em circunstâncias diferentes, tudo fizeram para cuidar, manter e espalhar o amor à Mãe, a Senhora da Lapa. Impele-nos a vontade de mostrar três rostos distintos e empenhados numa mesma missão. Os verdadeiros registos, mais importantes e sem falhas, pertencem ao Senhor”.

No capítulo final, algumas datas importantes sobre a história do Santuário. Com efeito, diz-nos o Reitor da Lapa, “A história escrita deste Santuário fala de nomes e de datas, descreve o local e os seus arredores, enumera feitos e aponta testemunhos. Mas tudo isso é apenas uma parte da realidade que aqui encontramos. Podemos descrever o que os olhos veem ou o que o coração sente, registar preces e graças recebidas, os grupos e as pessoas que vão chegando, mas nunca poderemos registar as experiências espirituais dos que aqui vieram, as mudanças operadas nas vidas de quem daqui partiu, os frutos das sementes aqui lançadas… porque há registos e histórias que só Deus conhece”.

08.02.22

Célia Correia Loureiro – DEMÊNCIA

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CÉLIA CORREIA LOUREIRO (2019). Demência. Porto: Coolbooks. 464 páginas.

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Surpreendente. Esta é uma obra que se lê de fio a pavio, para quem gosta de ler e para quem aprecia romances intensos. A escrita é criativa, com descrições vívidas, intensas, capazes de fazer suster a respiração, de querer avançar para a próxima página, para o capítulo seguinte para descobrir o que se segue.

A história passa-se no interior norte, entre duas aldeias, Ferreirós e Tonda, perto de Tondela. Pelo meio ainda uma referência, que é mais familiar, a vinda dos personagens a Lamego, o um concerto dos Xutos & Pontapés.

A história desemboca no ano de 2008, com os finais da mesma no ano seguinte, porém faz-nos recuar algumas décadas, sobretudo aos anos 70, 80 e 90 do século vinte, mas também ao tempo de Salazar e do Estado Novo.

A demência da D. Olímpia, que começa a esquecer partes da sua história pessoal, sobretudo os anos mais recentes, é a menor das demências; os preconceitos, o machismo, os juízos apressados, as conivências, a violência doméstica, são demências muito maiores e mais destrutivas. Esta é uma história de tirar a o fôlego, daquelas em que nos sentimos trama, capaz de resultar num excelente filme.

Um crime hediondo, uma mulher mata o marido. Sem conhecer as razões, o contexto, uma aldeia condena a esposa, antes de ouvir a sua história e depois de o tribunal a declarar inocente. Mas algo de mais grave está para acontecer, depois de Letícia ter voltado para Ferreirós, para casa da D. Olímpia, sua sogra.

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Célia Correia Loureiro nasceu em Almada, em 1989. É Guia-Intérprete Nacional e Técnica de Turismo. Fala Italiano, Inglês e Francês. Gosta de gatos e de crepes com Nutella. De todas as cidades que visitou, é por Siena que morre de amores. De todos os autores que leu, destaca John Steinbeck por As Vinhas da Ira, e está sempre disposta a dispensar mais quatro horas da sua vida ao visionamento de E Tudo o Vento Levou. Demência foi o seu primeiro romance publicado, em 2011. É um livro que continua a ser-lhe muito próximo, por ser um grito de revolta contra as circunstâncias da mulher portuguesa no século XX, e da mulher ainda vulnerável, isolada e silenciada pelos bons-costumes, no mesmo contexto de ruralidade, em pleno século XXI.

 

Contracapa:

"Numa pequena aldeia beirã, duas mulheres de gerações diferentes leem o seu destino nas mãos de um mesmo homem: Letícia foi vítima de um marido ciumento e manipulador, e Olímpia é a mãe extremosa desse agressor.

Mas quando Letícia regressa para assistir Olímpia, aos primeiros sinais de demência, os traumas que traz na bagagem ameaçam estilhaçar o silêncio conivente dos aldeões. Ainda que ostracizada, Letícia esforça-se por esquecer os tumultos do seu casamento, enquanto Olímpia pede ajuda ao amigo de infância, Sebastião, para reconstruir as próprias memórias e entender o que se passou com o seu único filho.

Demência traz-nos, através das vivências destas duas mulheres, a dura realidade de um Portugal rural e ainda tendencioso, e faz-nos repensar o significado de família e de comunidade, de inocência e de culpa".

10.01.22

Miguel Sousa Tavares - ÚLTIMO OLHAR

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MIGUEL SOUSA TAVARES (2021). Último Olhar. Maia: Porto Editora. 312 páginas.

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Guerra civil espanhola, a luta entre franquistas e "vermelhos", exílio dos republicanos em França, alguns integrados nas forças de resistência francesa e outros encaminhados para campos de concentração, eis o cenário para mais este brilhante romance de Miguel Sousa Tavares, que desemboca na pandemia. Um dos seus portagonistas, Pablo sobrevive a tudo. Tem agora 93 anos! Será que sobrevive à Covid-19?

A pandemia do novo corona vírus veio de mansinho mas espalhou-se rapidamente e continua a fazer muitas vítimas. O autor deixa vários itens de reflexão sobre o melhor e o pior de nós, ou como muitos arregaçaram as mãos e se colocarem na primeira fila para ajudar e como muitos se afastaram, resguardaram e se justificaram para se salvaguardar. Um dos episódios, também narrado/ficcionado no livro, foi a colocação de idosos de um lar numa pequana. As ambulâncias que transportavam 28 idosos, infetados com Covid-19, e retirados de um Lar, Alcalá del Vale, foi recebido à pedrada em La Línea de la Concepción.

 

SINOPSE feita pela Editora:

"Pablo tem 93 anos, viveu a Guerra Civil Espanhola, viveu os campos de refugiados da guerra em França, viveu quatro anos no campo de extermínio nazi de Mauthausen. E depois viveu 75 anos tão feliz quanto possível, entre os campos de Landes, em França, e os da Andaluzia espanhola. Inez tem 37 anos, é médica e vive um casamento e uma carreira de sucesso com Martín, em Madrid, até ao dia em que conhece Paolo, um médico italiano que está mergulhado no olho do furacão do combate a uma doença provocada por um vírus novo e devastador, chegado da China: o SARS-CoV-2. Essa nova doença, transformada numa pandemia sem fim, vai mudar a vida de todos eles, aproximando-os ou afastando-os, e a cada um convocando para enfrentar dilemas éticos a que se julgavam imunes.

Último Olhar marca o aguardado regresso de Miguel Sousa Tavares ao romance. Uma história sem tréguas nem contemplações, onde o passado cruza o presente e o presente interroga o futuro que queremos ter. Da primeira à última página, até decifrarmos o que se esconde atrás do título".

 

Dados biográficos:

Miguel Sousa Tavares licenciou-se em Direito. Viria a abandonar a advocacia pelo jornalismo e, mais tarde, o jornalismo pela escrita literária e pelo comentário. Trabalhou em jornais, revistas e televisão, tendo conquistado diversos prémios como repórter, entre os quais o Grande Prémio de Jornalismo do Clube Português de Imprensa e o Tucano de Ouro, 1.º Prémio de reportagem televisiva no FestRio – Festival de Televisão e Cinema do Rio de Janeiro.
Seria um dos fundadores da revista Grande Reportagem, que dirigiu durante dez anos, tornando-a uma marca de referência no panorama jornalístico português. Como comentador político mantém uma presença constante na televisão e jornais portugueses – hoje na TVI e no Expresso –, em que a sua reconhecida independência arrasta fiéis e acumula inimigos.
Depois de incursões no domínio da literatura infantil e de viagens, estreou-se na ficção com Não te Deixarei Morrer, David Crockett, um conjunto de contos e textos dispersos. Em 2010, publicou o seu primeiro romance, Equador, que vendeu mais de 400 000 exemplares em Portugal, estando ainda traduzido em 12 línguas e editado em cerca de 30 países, com adaptação televisiva em Portugal e no Brasil. Destacam-se ainda os seus livros Rio das FloresNo Teu DesertoMadrugada Suja ou Cebola Crua com Sal e Broa.

06.01.22

Boletim Voz Jovem - maio a dezembro de 2021

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Os dias não são iguais. E cada pessoa tem os seus dias, uns mais solarengos e outros mais nublosos. À volta há muito sol, mas não é absorvido de igual forma por mim e por ti. O sol, a uns desperta a alegria e a vontade de viver, a outros é uma agressão pois choca com a escuridão da alma. Quando chove é para todos, mas nem todos agradecem a chuva da mesma forma, para uns é um aborrecimento e contratempo, para outros é bênção divina, pode não fazer bem a tudo, mas faz bem a muita coisa.

Os tempos que vivemos poderiam ser melhores, mais tranquilos, mas são os tempos que vivemos e o decisivo é o que fazemos da nossa vida, preenchendo o tempo no cuidado, amor e  no serviço ao nosso semelhante.

“Se tu não gostar de ti, quem gostará?”. Na psicologia, trata-se de promover a autoestima, a consciência de quem somos e de que não somos lixo, mesmo quando advenham contrariedades, dúvidas e hesitações, mesmo com as nossas fragilidades.

Jesus Cristo desafia-nos a descentrar-nos de nós, para nos enchermos do amor de Deus, acolhendo-O, e partilhando amor e ternura pelos outros. No dar, a alegria mas também o recebimento da vida e do amor dos outros. Que a Luz de Jesus e o olhar terno da Virgem Mãe nos guiem em todo o tempo.

Temas / notícias desta edição do Boletim Voz Jovem: Festa de Nossa Senhora da Conceição; Dia da Mãe; Magusto Paroquial; Festa dos Finalistas; Missa com o Pe. João Miguel em Tabuaço; Semana dos Seminários, com a presença do Seminário entre nós; Festa do Acolhimento, e números…

 

Ou fazer o download a partir da hiperligação:

BOLETIM PAROQUIAL VOZ JOVEM - maio a dezembro de 2021

22.12.21

Filho, teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura...

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1 – "Tudo seria bem melhor se o Natal não fosse um dia, se as mães fossem Maria e se os pais fossem José; e se a gente parecesse com Jesus de Nazaré". Na canção do Pe. Zezinho está o desafio a fazermos com que o espírito do Natal esteja presente nas relações pessoais, familiares e profissionais, os valores do respeito, do amor e do cuidado, da vida, da alegria e da ternura, da simplicidade, da pobreza e da comunhão. Por outro lado, a referência à família de Nazaré como modelo, ainda hoje, para as famílias.

São Lucas apresenta-nos a perda e o encontro de Jesus no Templo, entre os Doutores da Lei (5.º mistério gozoso). Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém para celebrarem a Páscoa (judaica). Sem ostentação nem sobranceria, José e Maria assumem-se crentes entre os crentes, família como tantas outras, que procuram cumprir com os requisitos da religião. A família de Jesus está inserida na vida da comunidade, temente a Deus, cumpridora!

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2 – A família de Nazaré está imersa na tradição judaica, ainda que habitualmente houvesse a geração de mais filhos, sinal de bênção divina. Na pequena cidade de Nazaré, as famílias entreajudam-se, vivendo do que a terra produz. Nas hortas e nos campos, têm árvores de fruto, vinha, animais de pequeno porte, cabras e ovelhas, que garantem o leite, o fabrico do queijo e a lã; ajudam-se, trocando produtos e trabalho, e potenciam a arte de alguns (são José era carpinteiro). Ao sábado reúnem-se em família e em comunidade, para rezar, ler e meditar a Sagrada Escritura. Partilham as alegrias, o nascimento de uma criança, e as tristezas, a morte de um familiar.

 

3 – Maria, José e Jesus vão a Jerusalém com outras famílias. No regresso, apercebem-se da ausência de Jesus. Sabem-n’O ajuizado e julgam que vem com outros jovens da sua idade, em brincadeiras ou a falar da passagem à idade madura. Ao fim do dia, a família mais estrita junta-se para a última refeição e para dormirem no mesmo espaço, juntos. É aí que se dão conta que Ele não está. Procuram-n'O e verificam que não está na caravana. Têm de voltar atrás. Voltam a Jerusalém, onde O viram da última vez. Tinham feito um dia de viagem, fazem outro dia no regresso à cidade santa e encontram-n'O ao terceiro dia.

 

4 – Deste encontro podemos encontrar lições importantes:

– Podemos rezar em qualquer lado, em casa e no trabalho, e fazer da vida uma oração, mas a ida ao Templo permite-nos sair do nosso espaço e conforto para nos encontrarmos com Deus e com os outros. A oração há de ser, diz-nos Jesus, em espírito e verdade, em casa ou no Templo; terá que transparecer a nossa alma, comprometendo-se com a verdade, com a justiça e com a misericórdia.

– Ao Templo levamos a nossa vida, o louvor a Deus, a gratidão pelas graças recebidas; levamos também as nossas súplicas, pedidos e preocupações. Reencontramo-nos ao encontrá-l'O, fazendo silêncio e deixando que Ele nos fale ao coração. Os outros e a oração conjunta permitem-nos avalizar da nossa sintonia com Deus, afastando o risco da (auto)idolatria!

– O Templo, a Igreja, retempera a nossa vida, e faz-nos regressar a casa, iluminados pela Graça de Deus, revestidos do Seu amor.

– O regresso não nos dispensa de vigilância. Podemos perder-nos e dispersarmos do essencial. Como Maria e José, se perdemos Jesus, se Ele não está, é bom que regressemos para O reencontrar!

– Onde podemos encontrá-l'O? Podemos encontrar Jesus nas pessoas crentes e praticantes. Mas teremos, sempre, que ir mais atrás, até ao Templo, até ao coração, pelo silêncio, pela oração, pela Palavra, para que Ele nos fale ao coração.

– Três dias depois… o texto remete-nos para a vida nova que reencontramos em Jesus Cristo. Ele ressuscitará ao terceiro dia!

– E novamente, voltar a casa, à terra, à vida quotidiana e ser-Lhe submissos, isto é, dispostos a acolher a Sua vontade, traduzindo-a em obras de caridade.

 

5 – "Senhor, Pai santo, que na Sagrada Família nos destes um modelo de vida, concedei que, imitando as suas virtudes familiares e o seu espírito de caridade, possamos um dia reunir-nos na vossa casa para gozarmos as alegrias eternas".

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Textos para a Eucaristia (ano C): Sir 3, 3-7. 14-17; Sl 127; Col 3, 12-21; Lc 2, 41-52.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

20.11.21

Isabel Galriça Neto - CUIDADOS PALIATIVOS

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ISABEL GALRIÇA NETO (2020). Cuidados Paliativos. Conheça-os melhor. Lisboa: Fundação francisco Manuel dos Santos. 104 páginas.

Cuidados paliativos.jpg

Em fim de mandato, a Assembleia da República, à pressa, fez aprovar a lei da Eutanásia, não seja a alterar-se a configuração do Parlamento e não poderem dar seguimento a tais propostas de lei. Sabe-se, contudo, que mais tarde ou mais cedo, como as leis da despenalização e, progressivamente, liberalização do aborto, esta lei seria aprovada, no Parlamento, tendo os deputados necessários ou, em alternativa, os proponentes levá-la-iam a referendo, as vezes que fossem necessárias para a aprovar. Desta vez era mais fácil não possibilitar o referendo e agregar os defensores da mesma, com um debate sempre muito apressado e feito quase nas trevas. Sendo que a vida, como direito e valor inalienável, não pode ser referendada, porém, quando foi do aborto facilitou os referendos que se foram fazendo!

Um tema que anda muito ligado à eutanásia (bem entendida, seria boa morte, morte digna), é este dos cuidados paliativos que visam eliminar/controlar/aliviar o sofrimento, sem retirar tempo de vida à pessoa ou beliscar a sua dignidade, ajudando-a nas doenças crónicas, em situação terminal ou não. Os cuidados paliativos visam não apenas ajudar o doente, mas as suas famílias e os cuidadores, acompanhá-los no decorrer da doença, refletir as intervenções, no domicilio, em lares ou centros especializados nestes cuidados. E, quanto às famílias, acompanhá-las também no processo de luto, que pode iniciar-se mesmo antes da morte do familiar.
Isabel Neto explica detalhadamente, mas de forma muito clara e acessível, o que são os cuidados paliativos, os avanços em Portugal e no mundo, como há leis que respondem satisfatoriamente, mas como a operacionalização é lenta, a distinção entre cuidados paliativos especializados e ações paliativas; como estes cuidados não têm como "missão" retirar a consciência aos doentes, nem diminuir-lhes as capacidades, pelo contrário, como podem dar-lhes qualidade de vida, sem lhes diminuírem o tempo...
Um dado curioso e preocupante: 70 % dos doentes que precisam de cuidados paliativos, em Portugal, não têm acesso a eles. Já se fez caminho, mas ainda há muito para fazer e melhorar, e investir.
Fica também claro que os cuidados paliativos não têm como propósito "prolongar" a vida. Ou seja, nem prolongá-la usando a desproporcionalidade de meios, nem encurtá-la para poupar recursos, ainda, como sublinha a autora, é possível poupar recursos investindo-se nos cuidados paliativos, pois muitas vezes a insistência em curar o que não tem cura desgaste médicos e enfermeiros e exige muitos mais recursos.
O prefácio é do Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Percebe-se que faz visitas a doentes nos cuidados paliativos!
 
Isabel Galriça Neto é médica desde 1985. Dedica-se aos Cuidados Paliativos (CP) há mais de 25 anos. Foi presidente da Associação Portuguesa de CP. É diretora da Unidade de CP do Hospital da Luz-Lisboa, docente da Faculdade de Medicina de Lisboa e da Universidade Católica. Preside à Competência de Medicina Paliativa da Ordem dos Médicos. Assume que tem sido um privilégio trabalhar nesta área e já cuidou de mais de seis mil doentes e respetivas famílias. Foi deputada à Assembleia da República durante dez anos. É comendadora da Ordem do Mérito desde 2004.

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